sábado, 21 de junho de 2008

PSDB proíbe violência física na convenção de amanhã

Dora Kramer, no Estadão de hoje

Nascido para ser polido, faceiro no figurino de partido de gente civilizada, aos 20 anos de idade o PSDB surpreende pela rudeza dos meios e modos adotados no embate em torno das candidaturas à Prefeitura de São Paulo.

Com uma naturalidade espantosa até então, na sexta-feira, antevéspera da escolha entre a candidatura própria de Geraldo Alckmin ou a aliança com o DEM do prefeito Gilberto Kassab, baixou-se a orientação: estão terminantemente proibidos socos, pontapés e insultos na convenção de amanhã.

Para um partido que até há pouco tempo guardava suas divergências em água fria e, no máximo, fazia a luta interna na base da ferina ironia, convenhamos, equivale a trocar o fino estilo da esgrima pelo vale-tudo da briga de rua.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Henrique Meirelles no Roda Viva

O Meirelles deu um show. Convenceu a maioria dos incautos. Os entrevistadores não tinham muita convicção do que perguntavam. Não bateram forte como costumam fazer quando vai outro representante do governo.

Segue os principais pontos levantados pelo sr. H. Meirelles:

1)Os juros do Brasil não são tão altos assim.
Segundo ele, a taxa de juros no Brasil não é a maior do mundo. Perde para a Turquia.

Ele não deve ter lido os jornais. A taxa de juros real no Brasil (SELIC menos perspectiva de inflação) está na casa do 7% ao ano, enquanto na Austrália e Turquia é cerca de 5,5%.
Para Meirelles, o que importa é que os juros num prazo mais longo seguem em tendência de queda. Já esteve em 44%, em 27%, e agora está em 12,25%. Não é porque esteve absurdamente alta que posso dizer que hoje está baixa. Além disso o BC iniciou outro ciclo de alta na taxa de juros.

2) Não há problema com o câmbio. É flutuante. Ele explicou que as crises cambiais só ocorrem quando o governo tenta manter uma taxa de câmbio artificial, diferente da "taxa de equilíbrio". Além disso temos as reservas. US$198 bilhões. Ele destacou que o país zerou a dívida externa.

Só não mencionou que as reservas foram constituída na maior parte por entrada de capitais de curto prazo que vieram para ganhar com o Real e na bolsa brasileira. Podem sair a qualquer hora. A maior destes recursos não trouxe benefício para o país, muitas vezes só causou problemas e quando sair em manada vai causar um problemão.
Também não mencionou que indiretamente a valorização do câmbio foi instrumento para manutenção da inflação sob controle.

3) No mundo civilizado, ninguém questiona o sistema de metas de inflação. Ele é o Deus e somente ele está certo.

Há poucos dias o prêmio nobel de economia J. Stiglitz publicou artigo criticanto o sistema de metas de inflação.
O único instrumento para a política monetária é a taxa de juros. Aumento do superávit é bem vindo. Outros instrumentos como limitação de prazos em linhas de crédito são descartados. Isso são os bancos que resolvem.

4) Para manter a inflação no Brasil sob controle há necessidade de juros mais altos porque há crédito subsidiado. Mas até ele admitiu que sem essas linhas especiais a indústria não sobreviveria.

5) O aumento da SELIC até é bom para o governo, pois parte da dívida está indexada a índices de preços, e com isso ao se controlar a inflação o governo economiza.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Inflação dos alimentos revigora agricultura de pequena escala

http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/188/187/thewallstreetjournal/thewallstreetjournal/Inflacao+dos+alimentos+revigora+agricultura+de+pequena+escala,,,296,4977673.html?highlight=&newsid=4977673&areaid=296&editionid=2025

Inflação dos alimentos revigora agricultura de pequena escala
Joel Millman e Roger Thurow, The Wall Street Journal, de Pont-Sondé, Haiti
Valor Econômico 11/06/2008

Leonid Eustache consegue arrancar uma pequena safra de arroz de sua pequena propriedade aqui, mas gostaria de ter uma mãozinha do governo. Falta dinheiro para fertilizantes. Sua única ferramenta é uma enxada. E metade de sua safra apodrece porque os canais de drenagem próximos estão cheios de aguapés.

"A água se acumula e apodrece as raízes das minhas plantas", diz o agricultor de 62 anos, descalço numa poça de água estagnada. "Eles deviam fazer alguma coisa."

Pela primeira vez em muito tempo, pode ser que alguém faça. O Haiti é um entre vários países em desenvolvimento em que a crise mundial de alimentos está levando tanto doadores quanto beneficiários de assistência a repensar o papel da agricultura - e se países pobres devem cultivar seu próprio alimento ou depender do sistema de comércio mundial.

Durante décadas, países pobres foram desencorajados de investir demais em agricultura, sempre vista como um problema e não uma solução na luta contra a pobreza. Muitos economistas pró-mercado passaram a acreditar que o motivo por que bilhões de pessoas são pobres é a dependência da agricultura de subsistência. A solução que apontam: encontrar algo para eles em manufatura, turismo ou serviços de modo que possam ganhar dinheiro para comprar comida em vez de produzi-la.

Países pobres foram desencorajados de cultivar muitos de seus alimentos principais, como arroz e trigo, que costumam ser produzidos a custos menores em países ricos.

Agora, com os estoques de grãos desfalcados, a China e a Índia absorvendo alimentos como nunca antes e os preços disparando, muitos países pobres têm dado as costas a velhas idéias e criado programas de governo para apoiar agricultores locais. Entre eles estão subsídios em dinheiro para consumidores pobres, maiores esforços para melhorar as variedades locais de sementes, e distribuição gratuita, apoiada pelo governo, de fertilizantes e sementes.

A crise de alimentos também tem contribuído para uma grande reflexão entre consultores. Instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional estão novamente tratando o investimento em agricultores pobres como uma estratégia de desenvolvimento promissora. Na semana passada, em Roma, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse num encontro de emergência da Organização das Nações Unidas sobre a crise de alimentos que aumentar a produtividade agrícola de países em desenvolvimento e reduzir a forme eram altas prioridades para o banco.

Um número crescente de economistas do Banco Mundial está convencido de que a maioria dos países pobres precisam de um setor agrícola saudável como base para uma economia robusta. O progresso manufatureiro que cobriu a Ásia só aconteceu depois que o setor agrícola da região se desenvolveu. E novas pesquisas mostram que investir em agricultor tira mais pessoas da pobreza com mais rapidez do que há muito se pensava. O estudo dos economistas Luc Christiaensen e Lionel Demery, ambos do Banco Mundial, chamado "Down to Earth" e publicado em 2007, concluiu que o crescimento econômico do setor agrícola é pelo menos duas vezes mais eficiente para redução da pobreza do que o de qualquer outro setor.

Essa é uma mudança que vem a calhar para algumas autoridades. "Em todos os meus anos pedindo ajuda, a resposta era: não, agricultura não é uma boa ferramenta para o desenvolvimento", diz Philippe Mathieu, ex-ministro de agricultura do Haiti que hoje chefia a operação haitiana da Oxfam Quebec, uma instituição canadense de caridade. "Hoje é."

Depois que a alta do arroz levou a protestos violentos este ano, o Haiti anunciou que vai subsidiar fertilizantes para rizicultores locais para reverter a queda da produção local. Os governos de El Salvador e da Etiópia estão ajudando a distribuir sementes híbridas para agricultores para melhorar a produção de milho, enquanto por toda a África governos tentam gastar pelo menos 10% de seus orçamentos em agricultura - uma grande mudança.

Malawi tem um programa de subsídios de US$ 60 milhões que está dando retorno com aumento da produção de grãos. Depois que a fome baixou sobre o país africano, em 2005, quando quase 5 milhões de pessoas sobreviviam à base de ajuda internacional, o governo resolveu tentar algo diferente. A produção de milho disparou nos primeiros dois anos do subsídio, com ajuda de bom tempo, gerando excedentes para exportação e até doações ao Programa Mundial de Alimentos. "Não queríamos nossas crianças na TV implorando por comida", disse Goodall Gondwe, ministro da Fazenda de Malawi. "Decidimos fazer do aumento da produção de alimentos nossa maior prioridade."

Ao ver o sucesso de Malawi, o Banco Mundial ofereceu-se para ajudar a expandir o programa. Países vizinhos querem seguir o exemplo.

Para muitos países, alimento passou a ser questão de segurança nacional. No mês passado, a Costa Rica divulgou um ambicioso Plano Nacional de Alimentos criado para ajudar agricultores de subsistência. Em maio, o presidente mexicano Felipe Calderón anunciou amplas mudanças para ajudar pequenos agricultores, a começar pela decisão de abolir impostos de importação sobre fertilizantes de nitrogênio e químicos necessários para fabricar fertilizantes. Ele também prometeu fundos de emergência que trariam irrigação moderna para mais 21.000 hectares de área plantada, cerca de três vezes a área que o México tinha orçado previamente para este ano.

Muitos economistas aplaudem um investimento maior na agricultura. Mas também temem que a atual crise alimentar leve os países a adotar políticas que podem piorar ainda mais a situação. Alguns países, como a Índia e o Vietnã, criaram restrições à exportação de produtos como arroz, para garantir a oferta interna - medidas que intensificam a crise em outros países, ao distorcerem os preços. E aumentar tarifas para proteger o mercado local, por exemplo, pode elevar ainda mais os preços.

Capital estrangeiro no setor bancário Brasileiro

Estudo aponta que abertura do setor bancário ao capital estrangeiro na década de 1990 não aumentou a concorrênci e não ampliou nem barateou a oferta de crédito no país, contradizendo discurso adotado por governo federal e banqueiros.
no fundo, o interesse do capital estrangeiro era aproveitar os altos lucros do mercado brasileiro, sem interesse na sua modernização.




Abertura do setor bancário ao capital estrangeiro nos anos 1990: os objetivos e o discurso do governo e dos banqueiros
Carlos Eduardo Carvalho,Carlos Augusto Vidotto
Nova econ. v.17 n.3 Belo Horizonte set./dez. 2007


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domingo, 8 de junho de 2008

Pensei que só havia virtuosos no PSDB de SP

Precisou uma investigação feita na Europa sobre as propinas pagas pela ALSTOM mundo afora para que a imprensa noticie alguma coisa suja dos tucanos de SP.

O Ministério Público de SP, a imprensa e a tropa de choque do governador não deixam passar nada, nem CPI, nem denúncia, nada...

Foi no The Wall Street Journal que divulgou a investigação conduzida por promotores franceses e suíços onde aparece grande quantidade de irregularidades em contratos de estatais paulistas com a Alstom.

O Tribunal de Contas do estado, que nunca serviu para nada pois sempre aprova as contas do governador, aparece na investigação: há suspeita que alguns conselheiros receberam propina.

Invasão estrangeira

Eles estão de olho em nossas terras, está mais que na hora de acabar com essa farra.


Folha de São Paulo, 08/06/08

Levantamento inédito do Incra revela que o interesse dos estrangeiros por terras no Brasil vai além da Amazônia e abrange todo o país. Mato Grosso é o Estado brasileiro que tem a maior área de terras em nome de empresas e pessoas de outros países. São Paulo, por sua vez, é o líder em número de propriedades em nome de estrangeiros.

Yeda Crisis

E eu que pensava que só tinha gente virtuosa no PSDB. A crise é séria no Rio Grande do Sul.

A governadora Yeda Crusius que se elegeu dizendo que ia fazer um choque de gestão cortando gastos, no primeiro ato elevar a carga tributária do estado e não conseguiu. Agora está mergulhada na lama do esquema de desvios no DETRAN. Ela corre o risco de sofre impeachment.