domingo, 29 de novembro de 2015

Inquérito do “trensalão” está parado há um ano!

https://www.facebook.com/IvanValentePSOL/photos/a.316625541715668.82338.194174003960823/1090389871005894/?type=3


Inquérito do “trensalão” está parado há um ano!

É inacreditável a maneira como o PSDB é blindado no estado de São Paulo. O inquérito que investiga o esquema de cartel nos trens e metrôs está paralisado há um ano. Nenhuma investigação está sendo feita. A quem interessa isso?

Segundo a Polícia Federal, nos governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, houve um cartel que operou no metrô e CPTM, fraudou licitações e superfaturou em obras. De leva, contribuíram com campanhas tucanas. O esquema é praticamente o mesmo que operava os desvios na Petrobras.

As empresas envolvidas são Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, Daim-Chrysler, Mitsui e TTrans. A PF solicitou à justiça o sequestro de 600 milhões de reais das empresas, o que foi aceito. Figuras importantes foram indiciadas, como Mario Bandeira, ex-presidente da CPTM, José Luiz Lavorente, ex-gerente de Operações e os ex-diretores João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo. As próprias empresas reconheceram a formação de cartel.

Mesmo com tudo isso, o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável por apresentar a denúncia à justiça, diz estar esperando documentos do exterior e que as provas atuais não são suficientes. Esta não é a primeira vez que Grandis demora excessivamente em um caso. Em 2013, ele foi alvo de duas apurações no Ministério Público Federal e no Conselho de Classe por ter demorado três anos para responder um pedido da Suíça, que, na época, investigava pagamento de propina da Alstom a servidores paulistas.

Enquanto isso, os tucanos simplesmente não são investigados. Qualquer desculpa esfarrapada serve de álibi. A seletividade das investigações em casos de corrupção salta a vista. Os tucanos, agradecem!

Mandato Ivan Valente - PSOL/SP

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Governo leiloa 29 hidrelétricas, com arrecadação de R$ 17 bilhões

http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/11/governo-leiloa-29-hidreletricas-com-arrecadacao-de-r-17-bilhoes.html


Foram oferecidas usinas com contratos vencidos ou próximos de vencer.
Empresa chinesa levou lote mais cobiçado, com Jupiá e Ilha Solteira.

Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
O governo federal leiloou nesta quarta-feira (25) 29 usinas hidrelétricas em operação no país, cujos contratos de concessão já venceram ou estão próximos de vencer. Embora o leilão tenha sido marcado por baixa disputa e interesse de poucas empresas, atendeu o objetivo do governo de conseguir uma arrecadação extra de R$ 17 bilhões, em bonificações de outorga (valor pago pelas empresas pela concessão). O deságio médio da remuneração a ser paga para as concessionárias ficou em apenas 0,32%.
Necessitando de recursos para fechar as cotas, o governo federal contava com o sucesso do leilão para evitar um rombo ainda maior nas contas públicas em 2015. A Aneel informou que a data de assinatura dos contratos de concessão está marcada para o dia 30 de dezembro. Na ocasião as empresas vencedoras terão que pagar 65% do valor de outorga, ou o equivalente a R$ 11 bilhões. Os 35% restantes devem ser pagos em até 180 dias após a assinatura.
“Foi um sucesso pleno, porque dado o momento em que se encontra a economia, conseguir fazer esse leilão e arrematar todos os lotes é de extrema importância”, disse José Jurhosa Junior, diretor da Aneel.
Apesar do prazo apertado para cumprir o cronograma das etapas que precedem a assinatura dos contratos, a Aneel avaliou que o governo conseguirá receber os R$ 11 bilhões ainda em 2015. Segundo Jurhosa, o único risco é caso alguma empresa não consegui recolher toda a documentação exigida.
Pouco desconto para os consumidores
Com relação às tarifas, o pequeno deságio não irá resultar em desconto significativo para os consumidores. As propostas oferecidas pelas empresas representam redução de apenas 0,32% no valor médio da energia a ser vendida pelas usinas, que será de R$ 124,88 por megawatt-hora, contra um máximo de R$ 125,24 por megawatt-hora fixado no edital.
A Aneel destacou, entretanto, que o preço de remuneração fechado no leilão corresponde ao atual contratado pelas distribuidoras, o que não impactará em aumento de custo.
Em troca do pagamento pela outorga, as empresas vencedoras terão uma parcela da energia produzida pela usina para ser vendida livremente no mercado, enquanto o restante deverá ser destinado a preços mais baixos para as distribuidoras, que atendem ao consumidor final.
Sobre a decisão de fixar um valor de pagamento de outorga e não somente um valor de remuneração para as usinas, o diretor da Aneel reconheceu que o modelo dificulta uma redução no valor das tarifas de energia, ao impor um custo adicional às empresas, mas destacou que trata-se de uma “política de governo” definida pelo Ministério de Minas e Energia.
Aneel realizou o leilão de 29 usinas hidrelétricas em operação no país (Foto: Alex Falcão/Futura Press/Estadão Conteúdo)Aneel realizou o leilão de 29 usinas hidrelétricas em operação no país (Foto: Alex Falcão/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Leilão com pouca disputa
Venceram as disputas as empresas que apresentaram proposta para receber a menor receita anual ao longo dos 30 anos de concessão.
A maioria dos lotes foi arrematada em ofertas de um único interessado, com deságio pequeno, perto do valor teto fixado pelo governo. O único lote com disputa e deságio significativo foi o lote A, o menor e mais barato, da Usina de Rochedo, em Goiás. A hidrelétrica foi disputada lance a lance pelo Consórcio Jurena e pela Celg, que acabou levando o empreendimento com uma oferta com deságio de 13,58%.

Das 29 usinas do leilão, as mais cobiçadas eram as de Jupiá e Ilha Solteira, localizadas no Rio Paraná e que pertenciam à Cesp. O valor estabelecido de outorga para as duas, de R$ 13,8 bilhões, corresponde a 81% da arrecadação total esperada pelo governo.
Lote mais cobiçado é arrematado por chineses
As usinas de Jupiá e Ilha solteira foram arrematado pela China Three Gorges (CTG), dona da maior hidrelétrica do mundo, a de Três Gargantas, na China. A empresa pagará ao governo outorga no valor de R$ 13,8 bilhões. A empresa apresentou uma oferta de remuneração de R$ 2,4 bilhões, sem desconto sobre a Receita Anual da Geração (RAG), pelos 70% contratados no Mercado Regulado. Pelas regras do leilão, a empresa poderá comercializar 30% da produção das usinas no mercado livre.
Em 2011, a gigante chinesa adquiriu 21,36% da Energias de Portugal (EDP). No Brasil, a subsidiária da CTG está presente desde 2013, com participação em 3 usinas hidrelétricas e 11 parques eólicos. Em agosto, adquiriu também as participações da Triunfo na Rio Verde, Rio Canoas e TNE.
O representante da China Three Gorges, o executivo João Meirelles, disse que aprovação pelo Senado, na terça-feira, da MP que aumenta a tarifa de luz em caso de estiagem, trouxe maior segurança jurídica, mas destacou que o compromisso do grupo no Brasil é de longo prazo.
“Vimos no Brasil o mesmo tipo de DNA que temos na China – grandes usinas, grandes construções. Essa sinergia é o que vem motivando continuarmos investindo no Brasil”, disse.
Com a aquisição, a capacidade total instalada da CTG no Brasil chegará a 6 GW, transformando a empresa na segunda maior geradora privada de energia do país, informou o grupo chinês.
Representantes da China Three Gorges assinam a ratificação da proposta (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Representantes da China Three Gorges assinam a ratificação da proposta (Foto: Darlan Alvarenga/G1)
Resultados
Lote E: Usinas Jupiá e Ilha Solteira
Vencedor: China Three Gorges, com oferta de R$ R$ 2.381.037.417,00/ano
Preço-teto pela prestação do serviço: R$ 2.381.037.418,68/ano
Bonificação de outorga: R$ 13.803.752.349,87
Lote B1
Gov. Parigot (Capivari/Cachoeira)
Vencedor: Copel GT, com proposta de R$ 130.865.794,29/ano
Preço-teto pela prestação do serviço: R$ 130.865.794,29/ano
Bonificação de outorga: R$ 574.826.745,42
Lote B2
Mourão I e Paranapanema
Vencedor: Enel Green Power Brasil, com proposta de R$ 43.259.827,00 (deságio de 1%)
Preço-teto pela prestação do serviço: R$ 43.696.795,09/ano
Bonificação de outorga: R$ 160.687.806,72
Lote D
Vencedor: Cemig Geração e Transmissão, com proposta de R$ 498.694.000,00 (deságio de 1%)
Preço-teto pela prestação do serviço: R$ 503,752 milhões/ano
Bonificação de outorga: R$ 2.216.352.626,58
Lote A
Usina Rochedo
Vencedor: Celg GT, R$ 5.006.000,00 (deságio de 13,58%)
Preço-teto pela prestação do serviço: R$ 5.792.970,07/ano
Bonificação de outorga: R$ 15.820.919,60
Lote C
Garcia, Bracinho, Cedros, Salto e Palmeiras
Vencedor Celesc Geração, com proposta de R$ 68.963.090,05 (deságio de 5,21%)
Preço-teto pela prestação do serviço: R$ 72,753 milhões/ano
Bonificação de outorga: R$ 228.559.551,80

Tijolaço explode áudio no colo de Cerra

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/tijolaco-explode-audio-no-colo-de-cerra


publicado 26/11/2015
cerra.jpg
De Fernando Brito, no Tijolaço:

O áudio explosivo de Delcídio: dinheiro da Alstom e “cunhado” de Serra comandando o delator Baiano. Ouça

Estadão reproduz, agora à tarde, uma nova gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró que deixa bem clara a constatação de que Delcídio Amaral e o ex-diretor da Petrobras se associaram para roubar a empresa durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando Delcídio, então no PSDB, era diretor da empresa e Cerveró seu subordinado. E que Gregório Marin Preciado, que Delcídio descreve como “cunhado do José Serra” (na verdade casado com uma prima-irmã, próxima a ele) é o homem por trás dos negócios de Fernando Baiano Soares, tido até agora como “operador do PMDB”.

Delcídio está extremamente preocupado com a menção a seu nome e ao da empresa francesa, porque em sua gestão foram compradas turbinas da Alstom para equipar usinas termoelétricas emergenciais – por causa do apagão – em número demasiado. Na sua delação, Paulo Roberto Costa dizia que havia comentários sobre propinas pagas a Delcídio pela multinacional, mas a Procuradoria achou que não havia consistência na denúncia e mandou arquivar.

Diz a matéria do Estadão:

“(…) o senador não esconde a preocupação com o fato de Cerveró poder revelar detalhes do envolvimento dele com a Alstom. “Tá lá assim, acordo de 2010, aí ele bota lá um troço assim, eu não lembro o nome agora, porque porra rapaz! Eu levei um…Você imagina, você vai conversar com o cara (André Esteves), de repente o cara me aparece com uma porra daquela, quer dizer, como é que esse cara conseguiu? E com as anotações, aí ele diz assim, ele cita o nome Guimarães operador Delcídio E se..se fosse, que vantagem eu teria de falar para vocês que eu não…”

Mais à frente, no diálogo, Delcídio tenta confirmar com Bernardo Cerveró e com Edson Ribeiro que o ex-diretor não mencionaria ele e a Alstom na delação, e é tranquilizado pelos dois que relembram um acordo de Nestor Cerveró com as autoridades do país europeu nas investigações da Alstom para não ser processado lá. Ao saber disso, o próprio senador conclui que havia “dinheiro da Alstom” mantido no exterior pelo ex-diretor Internacional.

“BERNARDO: Isso foi aquela estória que no final você falou. Que no final eles (MPF) jogaram. A gente sabe que vocês fizeram que você fez acordo com a Procuradoria que é um acordo de confidencialidade mas, que em off o tal do procurador suíço

DELCIDIO: Mas ele (Cerveró) chegou a fazer algum acordo com aquele procurador suíço?

EDSON: Foi fez. Pagou

DELCIDIO: Mas a título de que ele fez?

EDSON: Pagou. Pra não ser processado.

BERNARDO: Pra não ser processado lá.

DELCIDIO: Ah por causa de depósito em conta?

EDSON: Todo dinheiro que tava lá na Suíça ficou pra Procuradoria da Suíça. Então ele foi processado e o assunto morreu aí.

DELCIDIO: Pois é. E esse dinheiro era o dinheiro da Alstom? Ah foi por isso que ele fez o acordo?Entendi. Ele nunca me falou isso”.

O trecho com a conversa sobre a Alstom está a partir dos 40 minutos do vídeo que está no final do post.

Dezoito minutos depois, porém, vem o trecho que NÃO está na matéria do Estadão.

Quem publicou foi o Valor:

“E você vê como é que ele é [Fernando Baiano], como é matreiro? A delação, quando ele conta quando ele me conheceu, quando eu era diretor e o Nestor era gerente [da Petrobras]. Que ele foi apresentado a mim por um amigo, que ele poupou, que é o Gregório Marin Preciado. E as conversas que nós ouvimos é que em uma dessas reuniões que ocorreram, eu não sei com relação a qual desses projetos, houve uma reunião dessa na Espanha que os caras já rastrearam quem ‘tava’ nessa reunião. E existiu um espanhol nessa reunião que eles não souberam identificar. Bingo, é o Gregório!”

Delcídio prossegue dizendo: “Ou seja, Fernando está na frente das coisas, mas atrás quem organiza é o Gregório Marin”.

Em seguida, o senador — preso preventivamente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) — relata um almoço com o também senador José Serra (PSDB-SP) e sugere que ambos conversaram sobre Preciado no contexto da Operação Lava-­Jato. O empresário, de origem espanhola, é casado com uma prima de Serra. Delcídio se equivoca e diz que Serra é cunhado de Preciado. “O Serra me convidou para almoçar outro dia… Ele [Gregório] é cunhado do Serra. E uma das coisas que eles levantaram nessa reunião na Espanha, eu não sei [se] sobre sondas ou Pasadena, mas houve um reunião na Espanha, e existia esse espanhol que não foi identificado. E é o Gregório. É o Gregório. O Nestor conheceu o Gregório”, diz.”

O jornal procurou a assessoria de Serra, que procurou se fixar na identificação errada do parentesco (Gregório, na verdade, é casado com uma prima-irmã de Serra) e a afirmar que as relações entre ambos são “estritamente familiares”. Não é verdade, os dois foram sócios num terreno do Morumbi, dado em garantia de uma dívida com o Banco do Brasil e vendido antes que fosse arrestado por falta de pagamento.

Este trecho começa aos 58;30 minutos.

Será que agora que as ligações entre o Governo Fernando Henrique Cardoso e de gente ligada ao PSDB nos assaltos à Petrobras.

Ou vai continuar “não vindo ao caso”?

Confira o áudio:

Se arrependimento matasse


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O perfil dos alunos que ocupam as escolas em São Paulo

http://jornalggn.com.br/noticia/o-perfil-dos-alunos-que-ocupam-as-escolas-em-sao-paulo

http://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/88121/veja-quem-esta-por-tras-da-ocupacao-das-escolas


Enviado por Fernando J.
Obsevações: 1. não há partido ou sindicato por detrás do movimento; 2. por serem de escolas públicas ou muito jovens, a maioria não participou das manifestações de junho/2013; 3. protagonismo das meninas; e 4. matéria honestíssima, que nenhum jornalão da grande mídia ousosu fazer. Mais. Espero que após o fim das ocupações, independentemente dos resultados, haja um legado de envolvimento e participação política desses jovens que vão votar pela primeira vez em 2016 ou 2018. E, se houver esse legado, certamente será capitalizado pelo PSOL e pela UJS, do PC do B. Por exemplo, na audiência pública com o Secretário, o único político presente que eu vi era o Giannazzi, do PSOL.
Do Diário de São Paulo
 
Eles são contra o projeto de reorganização da educação e se tornaram um problema para o governo
Por serem muito jovens na época ou porque os pais não deixaram, a maioria deles não participou das manifestações de 2013 contra o aumento nas tarifas dos ônibus e Metrô que culminou com centenas de milhares de pessoas nas ruas.
Mas agora dão a cara para um movimento que promoveu a ocupação de, até sexta, 67 escolas no estado. Eles são contra o projeto de reorganização da educação e se tornaram um problema para o governo. O DIÁRIO percorreu ontem quatro escolas das zonas Sul, Oeste e Centro para conhecer os rostos desse movimento. São adolescentes de classe média ou baixa, filhos de diaristas, motoristas, porteiros de prédio ou trabalhadores autônomos. 
Muitos demonstraram preparo e conteúdo. Citaram, por exemplo, o educador Paulo Freire,  criador da educação popular, voltada tanto para a escolarização quanto à formação da consciência política. Mas, por outro lado, negaram ser  manipulados por movimentos, sindicatos e partidos.
 “O que nos move é uma causa definida, lutamos contra o fechamento da nossa escola”, disse Fernanda Sousa, 17 anos, aluna da Escola Estadual Comendador Miguel Maluhy, na Zona Sul. “Não somos nem de direita nem de esquerda.” 
Já Ingrid dos Santos, também de 17 anos, da Escola Estadual João Kopke, na região central, acha que o que eles estão fazendo é política, mas não partidária. “A gente quer fazer a história e não só ler a história nos livros”, respondeu.
Em todas as escolas visitadas, os estudantes se impuseram uma rotina definida. Alguns cuidam da segurança, outros da limpeza e/ou da cozinha. Nas horas livres, participam de atividades culturais e palestras. Na Escola Comendador Miguel Maluhy, por exemplo, foram realizados saraus literários, oficinas de teatro e até o ensaio de bateria de uma pequena escola de samba da comunidade do bairro.
Nessa unidade, ontem, os alunos estavam envolvidos num mutirão para pintar a quadra e paredes que estavam com a tinta descascada. Já na João Kopke, os manifestantes  distribuíram comida para moradores de rua da vizinha Cracolândia. “A ocupação me deu uma visão social que eru não tinha”, disse Talhia Macedo, 17.
Nome: Fernanda Sousa
Idade: 17
Escola: Miguel Maluhy
Série: 2 ensino médio
Justiça
Fernanda Sousa sempre teve um senso de justiça muito forte. É isso que, segundo ela, a levou a lutar pelo não fechamento da escola no Morumbi, Zona Sul, onde estuda. Filha de uma agente de segurança de hospital, a adolescente frequenta há apenas dois meses as aulas neste colégio, mas se tornou uma das lideranças do movimento de ocupação. “Aprendi cedo a lutar pelo que quero”, disse. “Nada vem de graça.”  Fernanda é uma das únicas da turma que já participou de atos públicos. “Estive nas ruas  em 2013 com minha mãe”, disse.
Nome: Ana Carolina Martins
Idade: 17
Escola: Miss Brown
Série: 3 ensino médio
Focada
Ana Carolina Martins está focada no vestibular para psicologia, mas nem por isso deixou de se engajar no movimento contra o fechamento de sua escola, em Perdizes, na Zona Oeste. Representante da sua sala, ela é uma das articuladoras da ocupação. “Não penso em política. Esse movimento é pela continuidade da escola. Além disso, minha meta é me preparar para entrar na faculdade.” Estudiosa, ela aproveita as horas livras para colocar as matérias em dia.  “Vou fazer  de tudo para ser aprovada este ano.”
Nome: Lizandra Lima
Idade: 15
Escola: Fernão Dias Paes
Série: 1 ensino médio
Engajada
Apesar da pouca idade, Lizandra participa de todas as manifestações da sua escola já há algum tempo. Moradora de Taboão da Serra, ela foi estudar na Fernão Dias, em Pinheiros, na Zona Oeste, justamente pela fama que o colégio tem de progressista. A ocupação, diz ela, serviu para abrir sua cabeça. “Aqui nós estamos vendo que a união faz a força e mostra o poder que a gente tem”, afirmou. Seu sonho é cursar psicologia. A mãe, contou, é mais conservadora e está preocupada. “Ela não concorda muito com o que estamos fazendo.”
Nome: Guilherme Allegro
Idade: 16
Escola: Miss Brown
Série: 2 ensino médio
Representante
Filho de um dentista e uma fonoaudióloga, Guilherme tem uma origem diferente da maioria dos seus colegas. Estuda em escola estadual por opção, não por necessidade. Pensa em cursar gastronomia e relações internacionais. Representante dos alunos que ocuparam sua escola, ele se disse contra a utilização política do movimento. “Não acho que deveria ter lado político”, afirmou. Esta é primeira vez que ele se engaja em algum movimento. “Nas manifestações de 2013 ainda era muito novo e não pude ir”, lembrou.  “Acompanhei pela televisão.”
Nome: Talhia Santos
Idade: 17
Escola: João Kopke
Série: 3 ensino médio
Social
Filha de um zelador de um prédio residencial e de uma faxineira, Talhia disse ter descoberto sua vocação profissional durante a ocupação de sua escola na região central. “Pretendo fazer serviço social para atuar junto aos movimentos transformadores, ajudar quem precisa”, afirmou. Essa é a primeira vez que ela participa de um movimento. “Mas tenho uma tendência a me colocar mais à esquerda”, disse. “Isso porque penso nos outros.” Seus pais, disse, estão preocupados com ela.
Nome: Lucas Sátiro
Idade: 17
Escola: Miss Brown
Série: 3 ensino médio
Delegado
Iniciante no movimento estudantil, Lucas quer cursar direito para ser delegado de polícia. “Não sou reacionário, apenas quero fazer justiça e prender as pessoas do mal”, afirmou. Distante da política, ele disse que a luta pela sua escola acabou o levando a uma causa. “Entrei em um movimento político, mas não partidário”, alertou.  “É a primeira vez que me interesso por algo assim. Antes nunca havia me interessado. Nem das manifestações de rua de 2013 cheguei a participar.
Nome: Ingrid Santos
Idade: 17
Escola: João Kopke
Série: 3 ensino médio
experiente
A palavra ocupação já faz parte da vida de Ingrid. Ela vive há três anos, com a família, num prédio invadido no Centro. Agora, lidera o movimento que tomou conta de sua escola. “O Brasil é uma questão de tempo”, afirmou. “O que estamos fazendo mostra que tudo é  luta.”  Idealista, ela pretende ser enfermeira e atuar junto às populações vulneráveis. “Estudamos aqui próximo à Cracolândia e isso nos dá uma dimensão do problema social deste país”, disse.  Sobre os atuais governantes, ela diz: “Eles devem ficar espertos porque vamos dar o troco nas eleições.”
Nome: João Constantino
Idade: 19
Escola: Fernão Dias Paes
Série: 3 ensino médio
militante
João costuma fazer parte de militância. Participa de todos os atos que vê pela frente e preferiu perder o emprego, numa firma de cobrança,  a não participar da ocupação de sua escola. “Entro de cabeça nas coisas e não consigo parar”, afirmou. Vivendo com a avó, ele disse que tem uma vida difícil e, por isso, luta contra as injustiças do mundo. “Desde os 16 anos participo de movimentos e atos públicos”, contou. “Estive nas manifestações do Movimento Passe Livre, em 2013. Acho que ali germinou uma semente de transformação em mim.”
Nome: Mayara Melo
Idade: 19
Escola: Miguel Maluhy
Série: 2 ensino médio
líder
Presidente do Grêmio estudantil, Mayara é filha de uma diarista e foi a responsável pela mobilização na sua escola, pela redes sociais. Pretende ser pedagoga e atuar junto aos mais carentes. “Li o livro ‘Pedagogia do Oprimido’, do Paulo Freire, e me encontrei”, afirmou. Eleitora de Luciana Genro (PSOL) nas eleições presidenciais do ano passado, ela se disse frustrada por não ter participado das manifestações de 2013. “Minha mãe não deixou.” Moradora da Favela Vila da Praia, não gosta quando dizem que vive numa comunidade. “É favela mesmo.”
Nome: Sarah dos Santos
Idade: 17
Escola:  Miguel Maluhy
Série: 2 ensino médio
aberta às novidades
Filha de uma professora e um motorista, Sarah sente que tem muito a aprender com o que está acontecendo em sua vida. “É tudo muito novo”, disse. “Não imaginava estar participando de um movimento transformador como este.” Para o futuro, sonha em ser psicóloga. “Ainda há muito tabu com as doenças psicológicas e quero atuar nesta área”, contou.  Politicamente, ela não sabe como se considera. “Não participei das manifestações de 2013 porque era muito nova e nunca votei numa eleição. Aliás, votei para o grêmio aqui da escola.”