segunda-feira, 30 de maio de 2016

Encontro de Temer com Gilmar revolta PT

http://jornalggn.com.br/noticia/encontro-de-temer-com-gilmar-revolta-pt


Jornal GGN – A reunião do presidente interino, Michel Temer, com o ministro do STF, Gilmar Mendes, revoltou o Partido dos Trabalhadores. O deputado Paulo Pimenta disse que se os papéis fossem trocados, a mídia não perdoaria nem trataria como acaso o encontro. “Mídia covarde e domesticada acha normal encontro de juiz com investigado sábado à noite em Brasília”, disse no Facebook.
"Uma única pergunta revela a hipocrisia sem limites. E se fosse o Lula ou a Dilma, como teria sido a cobertura da imprensa?? Gilmar Mendes faz questão de mostrar quem está no comando. Sua coragem e autoridade só afina quando surgem os nomes de Eduardo Cunha ou Aécio Neves".
Do Brasil 247
O presidente interino Michel Temer se reuniu, na noite de ontem, com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que assumiu a presidência da turma que irá definir quais processos sobre políticos envolvidos na Lava Jato entrarão na pauta da corte; oficialmente, o encontro noturno e num fim de semana visava discutir o orçamento do Tribunal Superior Eleitoral, presidido por Mendes, mas o PT bateu duro; "Mídia covarde e domesticada acha normal encontro de juiz com investigado sábado à noite em Brasília", disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS); "Uma única pergunta revela a hipocrisia sem limites. E se fosse o Lula ou a Dilma, como teria sido a cobertura da imprensa?? Gilmar Mendes faz questão de mostrar quem está no comando. Sua coragem e autoridade só afina quando surgem os nomes de Eduardo Cunha ou Aécio Neves"
Brasília 247 – O presidente interino Michel Temer recebeu, na noite de ontem, no Palácio do Jaburu, em Brasília, uma visita inesperada do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes.
Além de relator no TSE processo que analisa as contas da campanha da chapa Dilma-Temer, Gilmar assumirá, no dia 31, a presidência da Segunda Turma do STF, que é responsável pelo julgamento da maioria dos inquéritos que investigam a participação de políticos no esquema investigado pela Operação Lava Jato.
Será ele, por exemplo, o responsável por definir a pauta da turma, selecionando quais políticos terão seus casos julgados. Gilmar tomou decisões polêmicas recentemente, ao decidir que nada sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) deveria ser investigado, a despeito dos pedidos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Segundo a assessoria de Temer, o encontro do presidente interino com o ministro, ocorrido num sábado à noite, visava tratar do orçamento para as eleições municipais.
Para integrantes do PT, como o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a explicação não fica de pé. Eis o que ele postou no Facebook:
Mídia covarde e domesticada acha normal encontro de juiz com investigado sábado à noite em Brasília
O interino Golpista Michel Temer é citado por delatores da Lava Jato. O interino ilegítimo responde junto com Dilma a uma ação no TSE que questiona as contas da campanha de 2014. Gilmar Mendes preside o TSE e terça feira, assumirá a turma do STF que julgará os acusados da Lava Jato.
Temer estava em SP e retornou as pressas à Brasília. Os dois se encontraram sábado à noite no Jaburu. A mídia covarde acha normal.
Uma única pergunta revela a hipocrisia sem limites. E se fosse o Lula ou a Dilma, como teria sido a cobertura da imprensa?? Gilmar Mendes faz questão de mostrar quem está no comando. Sua coragem e autoridade só afina quando surgem os nomes de Eduardo Cunha ou Aécio Neves.

FHC é escrachado por intelectuais em Nova Iorque

http://jornalggn.com.br/noticia/fhc-e-escrachado-por-intelectuais-em-nova-iorque


Da Rede Brasil Atual

Depois de fugir do maior Congresso de Estudos da América Latina no mundo, ex-presidente escreve carta para explicar impeachment, sem citar que plataforma deTemer foi reprovada nas urnas
São Paulo – Alvo de uma petição de 499 intelectuais e de um protesto em Nova York neste fim de semana, que o fizeram desistir de participar de um debate acadêmico para evitar ser escrachado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) divulgou hoje (28) uma carta em que tenta negar que a presidente Dilma Rousseff tenha sofrido um golpe.
Vídeo publicado pelo coletivo Mídia Ninja no Facebook mostra a manifestação que fez o ex-presidente FHC fugir da sessão de abertura da LASA, maior Congresso de Estudos da América Latina no mundo. Espectadores se vestiram de preto, para manifestar luto pelo atentado contra a democracia atualmente em curso no Brasil.
Entoando palavras de ordem, acadêmicos, ativistas e intelectuais de todo continente mostraram, no coração de Nova York, que 'golpistas e fascistas não passarão'.
Abaixo o vídeo:
Em resposta ao escracho organizado por intelectuais de boa parte do  mundo, FHC emitiu uma carta, rapidamente divulgada pela mídia tradicional. "Estranho golpe no qual ela continua na residência Presidencial, cercada de colaboradores e sob condições de segurança devidas aos chefes de estado, à espera de decisão do Senado", escreveu.
O ex-presidente não diz que o governo interino está colocando em prática um programa oposto ao vitorioso nas urnas e sem citar que uma série de áudios vazados para a imprensa revelam que a grande motivação dos parlamentares para o impeachment foi barrar investigações de esquemas de corrupção, sobretudo as da LavaJato, para não serem incriminados.
Leia a íntegra:
"Estimados colegas diretores da LASA:
Reitero meus agradecimentos pelo convite para participar da celebração dos 50 anos de LASA, instituição que acompanho desde seu nascimento e de cujas reuniões participei em algumas ocasiões.
Agradeço também a reafirmação do convite, feita diante de manifestações de pesquisadores e professores que, levados por paixões ideológicas, imaginaram que eu poderia aproveitar o evento para discutir problemas políticos locais, brasileiros. Os que me conhecem sabem que fui treinado como cientista social quando, a despeito de crenças e valores, os intelectuais procuravam manter a objetividade científica como um valor central em seus labores acadêmicos. Não obstante, a vaga ideológica existente em alguns setores universitários parece confundir, nos dias de hoje, a posição de ativistas com a de cientistas.
Fui e sou comprometido com valores democráticos no mundo e na politica brasileira. Exilado pelo golpe militar de 1964, obrigatoriamente afastado da Universidade de São Paulo pelos autoritários brasileiros em 1969, criei centros de resistência intelectual e política no Brasil (como o CEBRAP) e ajudei, quanto possível, a luta contra as ditaduras latino-americanas. Não só perdi a cátedra que tinha por concurso na Universidade de São Paulo, como sofri processos e fui levado a interrogatórios, com capuz na cabeça, em conhecido centro de tortura. Eleito senador na oposição ao regime, mais tarde, em momento de reconstrução democrática, fui relator-adjunto da atual Constituição. Sob ela, fui Chanceler, ministro da Fazenda (na época do Plano Real) e duas vezes eleito, por maioria absoluta, Presidente da República. Em nenhum momento desonrei nessa trajetória minhas credenciais democráticas.
Na conjuntura brasileira atual, setores políticos querem fazer crer que a Presidente Roussef, ao sofrer processo de impeachment (ainda em curso), procedido na estrita obediência da Constituição e sob a supervisão do Supremo Tribunal Eleitoral (oito dos 11 ministros foram nomeados pelos governos Lula ou Roussef), sofreu um "golpe". Estranho golpe no qual ela continua na residência Presidencial, cercada de colaboradores e sob condições de segurança devidas aos chefes de estado, à espera de decisão do Senado. Este só poderá afastá-la definitivamente se 3/5 dos senadores considerarem que, de fato, incorreu em desrespeito a regras fundamentais da Constituição. Até ao início do processo de impeachment, que pela Constituição depende preliminarmente da aceitação da acusação por 31 da Câmara dos Deputados) o governo Roussef dispunha do voto de cerca de 80% do Senado.
O pano de fundo deste processo foi o desvendamento de uma organização criminosa que desde o mandato do anterior presidente, uniu empresários, funcionários dos governos, políticos e partidos para aumentar o custo dos contratos públicos e desviar parte dos recursos assim ganhos para obterem votos e, eventualmente, riqueza pessoal. Processos objeto de condenação judicial ou que estão em tramitação na Justiça do país. Mais ainda, o desgoverno financeiro dos últimos dois anos levou à perda de oito pontos percentuais do PIB (algo nunca ocorrido na história), e 11 milhões de brasileiros ao desemprego, além de haver gerado uma dívida pública crescente. Os artigos constitucionais que foram feridos dizem respeito, entre outras, à desobediência da Lei de Responsabilidade Fiscal, graças ao que o governo Roussef utilizou recursos não aprovados pelo Congresso e mascarou a verdadeira situação fiscal do país durante o ano eleitoral.
Nada do acima referido, que motivou minha inclinação a aceitar o impeachment, tem a ver com qualquer questão que arranhasse os princípios democráticos.
Dito isso como explicação pessoal aos que me convidaram a aos que me apoiam, não pretenderia, reitero, utilizar a LASA para discutir essas questões, mesmo porque, como já dito, elas nada têm a ver com a questão democrática.
Peço apenas que compreendam que a esta altura da vida, aos 85 anos, não quero dar pretexto a espíritos radicalizados e imbuídos de paixão partidária a me usarem para uma imaginária luta "contra o golpe", um golpe que não houve.
Agradecendo uma vez mais o convite e desculpando-me por não dever aceittá-lo pelas razões expostas, subscrevo-me",
FHC

Ministro da Transparência recua e pede exoneração

http://jornalggn.com.br/noticia/ministro-da-transparencia-recua-e-pede-exoneracao


do Jornal do Brasil
Eduardo Miranda
O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, entregou ao presidente interino Michel Temer, na noite desta segunda-feira (30), sua carta de renúncia ao cargo.
Desde a noite deste domingo (29), após a divulgação do áudio de uma conversa em que Silveira criticava a Operação Lava Jato e orientava investigados quando era conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário, entidades e servidores vinham pressionando pela renúncia do titular da pasta.
Mais cedo, o presidente interino Michel Temer ligou para Silveira, pedindo que o ministro permanecesse no governo, apesar das pressões contrárias após o vazamento do áudio. Silveira não deu uma resposta definitiva e afirmou que pretendia ouvir alguns assessores para decidir. Como o Jornal do Brasil informou mais cedo, Silveira estaria inclinado a renunciar ao cargo. O ministro vinha temendo pelo "embaraço" que causaria, sobretudo com o aumento de pedidos dentro do próprio governo e do PMDB, da oposição e dos servidores.
No áudio da conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e divulgada neste domingo (29), Silveira diz, logo após ouvir críticas de Machado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que "eles estão perdidos nessa questão [da Lava Jato]". Os áudios foram exibidos pelo programa Fantástico, da TV Globo.
De acordo com a reportagem, a gravação foi feita no final de fevereiro, na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros. Foi Renan quem indicou Fabiano, que era servidor do Senado, ao CNJ.
Machado informou que foi à casa de Renan para conversar sobre providência a tomar em relação à Operação Lava Jato. Ele disse aos procuradores ainda que um outro advogado, Bruno Mendes, esteve no encontro.
A reportagem indica que o agora ministro Fabiano Silveira e o advogado Bruno Mendes orientaram os investigados sobre como lidar com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro também teria procurado integrantes da força-tarefa da Lava Jato para pedir dados de inquéritos sobre Renan Calheiros.
O ministro também recomendou que Renan não adotasse argumentos específicos. "Está entregando já a sua versão pros caras da... PGR, né. Entendeu? (...) Quando você coloca aqui, eles vão querer rebater os detalhes que colocou", afirmou.
Fabiano recomendou ainda que Sérgio Machado procurasse o relator de um dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), sem citar nomes.
Em outro trecho, Renan manifesta preocupação com um processo específico da Lava Jato, a denúncia de que sua campanha teria recebido R$ 800 mil como propina numa licitação de frota na Transpetro. "Cuidado, Fabiano! Esse negócio do recibo... Isso me preocupa pra caralho", disse o presidente do Senado.
Em nota enviada à imprensa na manhã desta segunda-feira (30), Silveira disse ter comparecido “de passagem” à residência do presidente do Senado, sem saber da presença de Sérgio Machado, com quem não tem nenhuma relação pessoal ou profissional. Ele negou ter feito qualquer intervenção em órgãos públicos a favor de terceiros. “Chega a ser um despropósito sugerir que o Ministério Público [...] possa sofrer interferências”, diz a nota.
Segundo a assessoria do ministro, após ter sido procurado pela produção do Fantástico, o ministro entrou em contato com o presidente interino Michel Temer e seguiu para assistir a reportagem ao lado de Temer, que teria dito não haver enxergado críticas à Lava Jato nas declarações de Silveira. Ainda segundo a assessoria, Silveira não poderia, à época das gravações, “sequer imaginar que se tornaria ministro”.

Xadrez do PMDB jogado ao mar

http://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-pmdb-jogado-ao-mar

Atualizado às 9:20
Primeiro, alguns flashes da estrutura de poder no país e de suas derivações para o jogo político-partidário.
Desde a redemocratização, apenas dois partidos se tornaram alternativas efetivas de poder, o PSDB e o PT. Os demais – PFL/DEM e PMDB – sempre se comportaram como partidos secundários que ajudavam a construir a base parlamentar de apoio ao governo.
Mesmo com a perda de dimensão eleitoral, por falta de alternativas o PSDB se manteve o partido com melhores ligações com as estruturas máximas de poder: o poder econômico paulista, os grupos de mídia, o Judiciário e o Ministério Público (que, a partir da liberdade concedida pelos governos do PT, tornou-se poder de fato), além das relações internacionais.
O PMDB representa apenas poderes regionais e uma malta que emergiu do Brasil profundo no bojo das distorções criadas pelo sistema de coligações partidárias.
Quando se menciona um Alto Comando do processo do impeachment, pensa-se necessariamente em setores do PSDB ligados a FHC-Serra, na Procuradoria Geral da República, na Globo e em parte do Supremo Tribunal Federal (STF) influenciado por Gilmar Mendes.
Este é o eixo central.
Entendido esse ponto, ganham lógica informações aparentemente contraditórias – como a continuação dos vazamentos e as ameaças da Lava Jato sobre personagens que tiveram papel ativo na derrubada de Dilma, além da defenestração de Aécio Neves.
A Lava Jato não vai parar. Ou melhor, só irá parar quando bater no centro de poder do PSDB.
Entra-se agora na segunda fase do jogo, que consiste em impedir a volta de Dilma e, ao mesmo tempo, jogar ao mar as lideranças do PMDB que participaram do golpe.

Os fatores condicionantes do jogo político

Primeiro, vamos a um balanço dos fatores que condicionarão os cenários políticos:
Fator 1 - Derretimento da legitimidade do governo interino.
A cada dia que passa mais se amplia a perda de legitimidade. Longe de refletir a inexperiência inicial de um governo novo, a sucessão de desastres políticos mostra a prepotência de uma horda de bárbaros que ainda não entendeu o tamanho do país.
Fator 2 - O derretimento da banda peemedebista do grupo de poder.
Parte relevante do desgaste se deve aos Ministros suspeitos do governo interino. Sem fatos novos, não haverá como o governo interino conviver com a narrativa cada vez mais sólida de que o golpe visou blindar o grupo de poder. O fato das investigações estarem centradas nessa banda apenas é elemento central do nosso cenário final.
Fator 3 - Dificuldades no Legislativo com a base política heterogênea.
Como resultado da não conquista da credibilidade, haverá dificuldades de monta em aprovar o pacote de maldades planejado pelo Ministro da Fazenda Henrique Meirelles. No início, parecia que as resistências seriam contra a mudança de regras na Previdência. Mais rapidamente do que o previsto, está caindo a ficha do Congresso sobre os impactos da desvinculação orçamentária sobre saúde e educação.
A retirada dos subsídios para as faixas de baixíssima renda do MCMV (Minha Casa Minha Vida) foi uma sinalização eloquente da falta de mínimo verniz político e social da área econômica do governo interino. Por dez mil réis escancaram a bocarra anti-social em cima do setor mais vulnerável da sociedade.
Fator 4 - A ofensiva seletiva da Lava Jato e da mídia, com o uso de gravações.
Está nítido que o pacto para conter a Lava Jato passa pelo Ministro Gilmar Mendes. Mas o leão não se contentou com a carne fresca dos petistas. O próximo prato será das lideranças peemedebistas e de parlamentares da base.
(Nos comentários, o leitor que assina Onkoto traz uma ótima análise para completar o entendimento sobre o momento)
Fator 5 - a inviabilização de Aécio Neves.
Aécio Neves nunca teve papel relevante junto ao Alto Comando. Faltavam-lhe fôlego, envergadura política, capacidade de análise e de formulação. Seu trunfo era o recall das eleições de 2014. As sucessivas menções em delações e a inacreditável blindagem penal garantida por Gilmar Mendes, na prática inviabilizaram sua candidatura pela exposição de seu passado político – mesmo que seja penalmente blindado. Tornou-se dispensável. Esse fato tem desdobramentos nas estratégias do Alto Comando, na medida em que deixa o PSDB sem candidato competitivo para novas eleições.
Fator 6 - a possibilidade de reversão do impeachment.
A imagem de Dilma Rousseff está passando pelo estágio do terceiro perdão. Trata-se de um fenômeno característico do mercado de opinião, a reavaliação dos ídolos caídos. No poder, o estilo seco de Dilma era lido como arrogância; apeada do poder por um golpe, passa a ser visto como altivez. Dilma ainda é beneficiada pela comparação com o esquema de poder que ascendeu. Mas não lhe garante a governabilidade, caso caia o impeachment.
As alternativas políticas
Os cenários abaixo não se baseiam em informações objetivas, mas em indícios e deduções. Logo, precisam ser relativizados.
No momento, vê-se duas estratégias políticas sendo esboçadas, ainda de forma embrionária.
Alternativa 1 - adiamento das eleições de 2018 e ampliação do golpe com o judiciário
Junte e consolide as seguintes informações que apareceram esparsamente na mídia.=

1. Reunião de Temer com o general Sérgio Etchegoyen, Gabinete de Relações Institucionais (GSI) e os três comandantes militares.

Até agora não foi dada uma explicação lógica para esse encontro. 

2. Entrevista do novo Ministro da Defesa desqualificando o Congresso e defendendo a Lava Jato até "as últimas consequências".

É a retórica que se enquadra nessa noção de golpe parlamentar com aval do judiciário (http://goo.gl/CZJd6w).
Na entrevista, Raul Jungman (PPS, partido auxiliar do PSDB) diz que “o Congresso chegou no fundo do poço”. O que explica um Ministro de um governo que diz depender desesperadamente do Congresso desancar dessa forma o parlamento?
No decorrer da entrevista, aparece uma lógica clara. Jungman enfatiza a posição legalista das Forças Armadas e diz que nada pode ser fora da Constituição.
Na sequência, define a Constituição de 1988 como "a Constituição do Ministério Público, das prerrogativas do Poder Judiciário e de um aumento inédito da autonomia da Polícia Federal em relação à política".
Diz que qualquer crise tem que passar pelo Congresso. Mas espera que a Lava Jato faça uma limpeza na casa para que a "parcela regeneradora" do Congresso ajude o presidente interino a tirar o país da crise.
Alguma dúvida? Sendo tudo feito dentro da lei, inclusive a inabilitação ou até prisão de Lula, caberá às Forças Armadas garantir a ordem e a Constituição.

3. Encontro noturno entre Gilmar Mendes e Michel Temer

Não há tema administrativo que justifique encontros noturnos, em fins de semana e fora do ambiente de trabalho e do regiustro na agenda, entre um presidente interino, provável réu de processos no STF, e um Ministro do Supremo que, nos últimos dias, empenhou-se em bloquear investigações da Lava Jato, justamente contra Aécio Neves.
Até agora, Gilmar tem sido o goleiro para impedir qualquer gol da Lava Jato que fuja do script por ele defendido.
Esse conjunto de evidências amplia a possibilidade de uma estratégia visando permitir ao PSDB assumir o governo Temer – pelo afastamento da banda do PMDB – e trabalhar pelo adiamento das eleições de 2018.
Ou - o que é mais provável - pela implantação do chamado semiparlamentarismo, como lembrou o comentarista PauloBr.

Alternativa 2 – eleições gerais

Em função do desastre inicial do governo Temer, das ousadias antissociais, do atrevimento em promover mudanças constitucionais sendo apenas interino, e da recuperação da popularidade de Dilma, há a possibilidade do impeachment ser derrubado na votação final do Senado.
O maior empecilho é a constatação de que Dilma poderá recobrar o cargo, mas é quase impossível que recobre as condições de governabilidade. Ela não tem interlocução mínima com nenhum dos centros de poder, nem com o STF, com o MPF, com setores empresariais e com o Congresso.
Dificilmente ela conseguiria produzir um cenário minimamente factível sobre o que seria seu governo, em caso de queda do impeachment.
A única maneira de derrotar o golpe seria levantar a bandeira das eleições gerais. Não se trata de desejo, proselitismo, mas de avaliação do cenário político e das possibilidades de Dilma.
Seria a maneira mais objetiva de desarmar o golpe e permitir uma retomada do jogo político, com a decisão voltando novamente para os eleitores, já que até o Supremo parece ter se esquecido do princípio básico da Constituição de que "todo poder emana do povo e em seu nome será exercido". 

domingo, 29 de maio de 2016

Os grampos de Machado detonaram a versão de Moro para a corrupção no Brasil. Por Kiko Nogueira

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/os-grampos-de-machado-detonaram-a-versao-de-moro-para-a-corrupcao-no-brasil-por-kiko-nogueira/

 

Tudo indica que o vazador das conversas de Sérgio Machado é o próprio Sérgio Machado.
Machado acabou, com isso, causando um curto circuito na Lava Jato. O primeiro a se manifestar foi o delegado Igor Romário de Paula. “O que nos preocupa somente é que isso (os áudios) venha a público dessa forma, sem que uma apuração efetiva tenha sido feita antes”, afirmou ele, segundo o Globo.
Igor está dizendo que há vazamentos bons e ruins. Os primeiros são os que são feitos pela própria PF. Dias depois, foi Sergio Moro quem deu detalhe.
Apresentou-se num simpósio de direito constitucional em Curitiba e criticou os projetos de lei sobre a delação premiada em tramitação no Congresso — os dois, sintomaticamente, de autoria do deputado petista Wadih Damous.
“Eu fico me indagando se não estamos vendo alguns sinais de uma tentativa de retorno ao status quo da impunidade dos poderosos”, falou Moro.
Moro, de acordo com o Estadão, achou “coincidência” que o autor seja do PT. “A corrupção existe em qualquer lugar do mundo. Mas é a corrupção sistêmica não é algo assim tão comum.”
Nem uma palavra sobre as tentativas explícitas de gente como Jucá e Sarney barrarem as investigações através de um impeachment. Nem um mísero muxoxo sobre o que foi revelado nos papos de Machado.
O fato é que os áudios de Sérgio Machado quebraram as pernas da história oficial do time de Moro. Até ele surgir na Folha, toda a narrativa da LJ estava nas mãos dos delegados, que vazavam para a imprensa o que a mídia desejava — ou seja, a criminalização do governo Dilma e do projeto petista de corrupção sistêmica.
Não custa lembrar o que Moro escreveu em seu ensaio sobre a Mãos Limpas. “Os responsáveis pela operação mani palite ainda fizeram largo uso da imprensa”, ele registra. “Tão logo alguém era preso, detalhes de sua confissão eram veiculados no ‘L’Expresso’, no ‘La Republica’ e outros jornais e revistas simpatizantes.”
Sérgio Machado quer atrelar o caso dele aos de Renan Calheiros e de Romero Jucá e ficar no STF. No caminho, tirou de Moro o manto de dono da verdade. A rapinagem, os acordos, os corruptos são suprapartidários. A questão é mais complexa.
Ele não é qualquer um. Machado foi um cardeal do PSDB, líder do partido no Senado, braço direito de Tasso Jereissati e próximo de FHC.
Foi companheiro do Tasso no CIC (Centro Industrial do Ceará), que pariu o pensamento do jovem empresariado cearense e em 1986 derrotou os coronéis e promoveu uma mudança no estado.
Orgulhava-se de ter sido o mais longevo presidente da Transpetro, o braço logístico da Petrobras. Foi tucano por dez anos, até migrar para o PMDB. “Renan, eu fui do PSDB dez anos, Renan. Não sobra ninguém, Renan”, afirmou.
Por isso, Aécio, por exemplo, sabe que está frito. Não só ele, evidentemente.
Machado implodiu o conto de terror que Moro e seus agentes estavam tocando com sucesso. O controle foi perdido para sempre. Os mocinhos continuam em falta, mas o número de bandidos ficou do tamanho do Brasil.
De tabela, ajudou a destruir o governo do interino pelos intestinos — a pá de cal, já que Michel e seus capangas são garantia de tiro no pé todos os dias.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Gravações revelam ajuda financeira de partidos ao MBL

http://www.dw.com/pt/grava%C3%A7%C3%B5es-revelam-ajuda-financeira-de-partidos-ao-mbl/a-19289729


Movimento que se diz apartidário recebeu recursos de PMDB, Solidariedade, PSDB e DEM para impulsionar protestos a favor do impeachment. Partidos teriam pagado também viagens de manifestantes a Brasília.
MBL foi uma das principais vozes do protesto do dia 13 de março
Gravações divulgadas nesta sexta-feira (27/05) pelo site de notícias Uol revelaram que o Movimento Brasil Livre (MBL), que organizou diversos atos pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, recebeu dinheiro de partidos políticos, como PMDB, Solidariedade, PSDB e DEM.
Fundado em 2014, o MBL se declara apartidário e afirma ter sido criado para combater a corrupção. O movimento acabou se tornando uma das principais vozes a favor do afastamento de Dilma e organizou diversos protestos a favor do impeachment pelo país. Para manter a estrutura, a entidade, da qual faz parte o ativista Kim Kataguiri, pede doações em seu site.
Apesar de o MBL defender o seu caráter apartidário, as gravações obtidas pelo Uol revelaram uma aproximação do movimento com partidos da oposição. Segundo o Uol, o MBL recebeu apoio financeiro de partidos para impressão de panfletos, aluguel de carro de som e de ônibus para levar manifestantes a protestos, além de pagar lanches para os viajantes.
O apoio ao movimento não ficou somente em recursos financeiros. Numa gravação de fevereiro, Renan Antônio Ferreira dos Santos, coordenador do MBL, afirma ter feito um acordo com partidos para a divulgação dos protestos do dia 13 de março.
A reportagem revelou que o apoio de partidos da oposição ao MBL, nos protestos contra Dilma, ocorreu em três frentes. O Solidariedade, além de financiar carros de som, teria, junto com DEM, disponibilizado sua estrutura para divulgar os protestos de 13 de março. O PMDB teria pagado pela impressão de panfletos com a inscrição "Esse impeachment é meu", slogan do MBL. Já o PSDB teria financiado a viagem de manifestantes a Brasília para o protesto de 11 de maio, dia da votação no Senado da admissibilidade do processo contra Dilma.
A versão do MBL
Procurados pelo site, o PMDB negou trabalhar em parceria com MBL. O PSDB disse que houve uma tentativa de parceria com o movimento, mas que ela não chegou a ser concretizada. Já DEM e Solidariedade confirmaram a atuação em conjunto no protesto de 13 de março.
Em nota, Renan Antônio Ferreira dos Santos, do MBL, confirmou a autenticidade das gravações e disse que lideranças de vários partidos integravam o comitê do impeachment. "As manifestações não são do MBL. 13 de Março pertence a todos os brasileiros, e nada mais natural que os partidos de oposição fossem convidados a usar suas redes de divulgação e militância para divulgar a data. Não houve nenhuma ajuda direcionada ao MBL", disse, ressaltando que a aproximação com as lideranças políticas foi fundamental para o afastamento de Dilma.

Governo propõe quatro reformas constitucionais

Como eu sempre dizia, nosso país é uma máquina de arrecadar e cada vez direcionada para tirar dinheiro dos nossos bolsos para botar nos bolsos dos banqueiros. 


O papagaios que repetem o que houve na Globo, acham que corte nos gastos é redução no cafezinho da repartição. Como os juros são sagrados, cortes vão para a verba do hospital, do postinho; vão também garfar o parco rendimento dos aposentados. E não é cortar privilégio, pois privilegiados tem voz, vão cortar no pouco que milhões de velhinhos recebem.


http://www.valor.com.br/brasil/4575225/governo-propoe-quatro-reformas-constitucionais

Por Leandra Peres e Ribamar Oliveira | De Brasília
O teto de gastos que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia hoje como parte do pacote de medidas que vão reduzir o déficit das contas públicas virá acompanhado também do compromisso do presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) com quatro reformas constitucionais que estão sendo descritas por aliados como os "pilares" da política econômica do governo.
A lista incluirá uma mudança na Previdência que unifique todos os sistemas incluindo trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos e idade mínima de 65 anos; liberdade para que as negociações trabalhistas prevaleçam sobre a legislação; uma desvinculação de receitas que pode chegar a 50% e o fim da vinculação de benefícios sociais ao salário mínimo.
O teto para o gasto público alcançará todas as despesas da União, incluindo as obrigatórias como aposentadorias e os gastos constitucionais com Saúde e Educação. O governo pretende fixar uma taxa de crescimento nominal para as despesas de tal forma que, à medida que a arrecadação se recupere, a despesa cresça num ritmo mais lento e ao longo dos anos sobre dinheiro para elevar o superávit primário das contas do governo e reduzir a dívida pública.
De acordo com uma autoridade, não haverá um percentual de crescimento linear para todas as despesas, mas podem ser definidos valores diferentes levando em conta a característica do gasto. A ideia é que o valor global fixado para cada ano não possa ser elevado nas discussões sobre o Orçamento no Congresso. Assim, se os parlamentares quiserem aumentar uma despesa, terão que reduzir outra para que o teto de gastos não seja desrespeitado.
O governo não vai alterar os limites constitucionais de gastos com Educação ou Saúde, por exemplo, mas o ritmo de crescimento terá que ser reduzido para que possam ser realizados investimentos em outras áreas.
O autor da proposta é o secretário-executivo da Fazenda, Tarcísio Godoy, que já havia defendido esse mesmo mecanismo quando estava na equipe do ex-ministro Joaquim Levy. Mas alguns setores do governo não escondem o receio com a ideia, pois o valor efetivo do gasto dependerá do controle da inflação. Se houver um aumento de preços inesperado, o teto fixado pelo governo acabará sendo excessivamente baixo.
Não há ainda definição do governo sobre quando serão enviadas as propostas de emenda constitucional ao Congresso e nem mesmo em que ordem, mas a intenção é que o compromisso já sirva como um sinalizador importante para o mercado financeiro e investidores. Na avaliação de aliados do presidente Temer, a alteração menos polêmica será a reforma trabalhista, onde o que for negociado entre sindicatos e patrões poderá se sobrepor às regras da lei trabalhista. A própria Central Única dos Trabalhadores (CUT) discute um projeto com esse princípio.
A reforma da Previdência vai procurar eliminar todas as diferenças entre os sistemas de aposentadoria que hoje existem de forma que exista uma única regra para todos os trabalhadores. Mesmo com a idade mínima de 65 anos, o governo Temer incluirá a proposta de uma transição para quem já está no mercado de trabalho. O prazo de convergência será decisivo para que o governo construa apoio à proposta.
Para avançar na desvinculação dos benefícios sociais do salário mínimo, a estratégia do governo Temer é mostrar que essa é a única alternativa para que o salário continue crescendo acima da inflação. Essa deve ser uma das propostas mais polêmicas a ser defendida pelo novo governo.
O pacote também incluirá medidas de curto prazo. Uma das que era discutida ontem à noite pela equipe econômica era a revisão do reajuste concedido pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff aos servidores públicos federais. O acordo feito dividia o reajuste em dois anos com correções de 10,8% no total. O valor não inclui o acordo feito para aumentar os salários do Judiciário nem da Receita Federal, que foram fechados depois.
Não deverá haver previsão de aumentos de impostos pois a estratégia do ministro Meirelles é mostrar primeiro que o governo está cortando gastos para depois buscar novos tributos. Temas como a redução nas desonerações tributárias também foram discutidos pela equipe econômica.
O governo manteve o anúncio das medidas para a manhã de hoje mesmo com a instabilidade política criada pelo pedido de licença do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), que foi gravado em conversa em que estaria defendendo um pacto para estancar a operação Lava-Jato. Mas a entrevista coletiva que teria a participação do presidente interino Michel Temer, será feita apenas com os ministros Henrique Meirelles, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

Meirelles: PEC vai incluir mudança nas vinculações de Saúde e Educação

Como se saúde e educação tivessem recursos suficientes, o banqueiro-ministro vai cortar o gasto com o povo para sobrar mais dinheiro para engordar banqueiro.

Se o endividamento subiu porque o BC impôs uma taxa de juros pornográfica, agora os velhinhos, estudantes e doentes que pagem a conta.

http://www.valor.com.br/brasil/4575965/meirelles-pec-vai-incluir-mudanca-nas-vinculacoes-de-saude-e-educacao

 1

BRASÍLIA  -  (Atualizada às 13h47) As despesas com Saúde e Educação vão ser alvo de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que tenham gastos limitados pela inflação, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

“Vai ser proposto nessa PEC uma mudança nos critérios de vinculação da Saúde e da Educação, que terão que ser compatibilizados com esse [teto de] crescimento das despesas públicas. E, portanto, estamos já finalizando esses estudos, mas devemos propor também que despesas de Saúde e Educação sejam também vinculadas a esse teto de crescimento das despesas totais, baseado na inflação e, portanto, com crescimento real zero”, afirmou.

Segundo o ministro, essa e outras ações vão levar o endividamento a cair. “Só isso representa um fator de grande relevância. É uma medida muito forte e ela sinaliza um programa de controle de despesa para os próximos anos”, disse.

Meirelles acredita que essas ações anunciadas são mais importantes que a divulgação de “cortes pontuais em despesas”. Para ele, esses cortes teriam “efeito limitado, como o que se fez no passado muitas vezes”. “Criamos algo mais importante, mais estrutural e com efeitos da maior seriedade”, avaliou.

“Temos apenas 12 dias de governo, mas já trabalhamos de maneira forte, decidida e intensa para anunciar medidas estruturais, que vão controlar despesas públicas para os próximos anos. Por exemplo, aplicando-se este teto nos próximos três anos, teremos pela primeira vez desde a Constituição uma queda de 1,5 a 2 pontos percentuais das despesas públicas em relação ao PIB. Cai de 1,5% a 2% nos próximos três anos, o que é uma reversão fortíssima e importante da trajetória da dívida”, afirmou.

O ministro observou ainda que “no longo prazo”, a expectativa do governo é que a meta de inflação seja alcançada num “horizonte previsível” e “de forma consistente”.
Sobre a Desvinculação das Receitas da União (DRU), Meirelles disse que ainda é alvo de uma avaliação do governo sobre qual “será o procedimento” e qual será o percentual defendido. “Não temos ainda uma decisão”, disse.