segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Investimento da União atinge 3,5% do PIB

Sergio Lamucci | De São Paulo
Valor Econômico - 24/01/2011

O investimento da União e das estatais federais subiu pelo sétimo ano seguido em 2010, atingindo perto de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo números da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. O volume investido é um pouco superior aos 3,26% do PIB de 2009 e mais que o dobro do 1,59% do PIB registrado em 2003. As inversões do governo federal tiveram um impulso mais significativo em 2006, ganhando fôlego nos anos seguintes com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de 2007.

Entre as estatais, o grande destaque é a Petrobras, que, sozinha, investiu o equivalente a 2,03% do PIB nos 12 meses até outubro. É quase 70% a mais que o 1,21% do PIB investido pela União nos 12 meses até novembro de 2010. Uma pequena parte dos investimentos da Petrobras é feita fora do país, em torno de 5% do total.

Alckmin ''herda'' R$ 307 mi em contratos de publicidade de Serra

Governador de São Paulo extinguiu a Secretaria de Comunicação, mas tem 22 acordos assumidos pelo antecessor na área

Fabio Leite - O Estado de S.Paulo 24/01/2011

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) herdou da gestão dos também tucanos José Serra e Alberto Goldman 22 contas de publicidade que somam R$ 307,6 milhões, valor equivalente a seis vezes o orçamento da Secretaria da Pessoa com Deficiência.

São contratos assinados pela extinta Secretaria de Comunicação (Secom) - hoje subsecretaria -, por oito empresas, duas fundações e uma autarquia e prorrogados no fim do ano passado. A maior parte dos acordo vigora ao menos até maio.

Na primeira semana de governo, Alckmin anunciou o remanejamento de R$ 24 milhões do orçamento de comunicação para o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), que a usará para desassorear a calha do Rio Tietê, e a revisão de todos contratos do governo Serra/Goldman. Na sexta-feira, contudo, o governo informou que ainda não há nenhuma decisão sobre redução dos negócios ou cancelamento de campanhas publicitárias.

Durante a transição, reservadamente, o atual governador reclamou com interlocutores que, do seu ponto de vista, Serra havia exagerado no gasto com publicidade. Só a Lua Branca Propaganda, agência de Luiz Gonzalez, marqueteiro das campanhas de Alckmin ao governo e de Serra à Presidência em 2010, mantém três contas semestrais no valor total de R$ 87,6 milhões. Duas delas (de R$ 34,6 milhões e R$ 17 milhões) são com a Secom para as campanhas da Nota Fiscal Paulista, Lei Antifumo e do mínimo paulista, entre outras, e uma com a Dersa (R$ 36 milhões), estatal responsável pelo trecho sul do Rodoanel e pela ampliação da Marginal do Tietê.

Com exceção da Secom, que concentra R$ 105 milhões em quatro contratos direcionados para as pastas da Saúde, Educação e Fazenda, a Dersa é o órgão do governo que mais investe em ações de marketing. Além da conta da Lua Branca, a empresa também prorrogou até maio a contratação da DPZ Propaganda no valor de R$ 17,5 milhões, totalizando R$ 53,5 milhões. Ambos têm duração de seis meses.

Em seguida vem a Sabesp. A estatal do saneamento tem duas contas de publicidade semestrais que somam R$ 43,7 milhões e que foram estendidas até junho. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), terceira na lista, também prorrogou suas três contas, que somam R$ 30 milhões.

A CPTM divide com o Metrô as campanhas do programa Expansão São Paulo e estendeu três contratos, no total de R$ 28,1 milhões. O maior deles (R$ 12,8 milhões) é com a Duda Propaganda, agência do marqueteiro Duda Mendonça, réu no processo do mensalão, no Supremo.

Não são apenas as grandes estatais que investem em propaganda. A Fundação Florestal, por exemplo, órgão ligado à Secretaria do Meio Ambiente, tem uma conta semestral de R$ 5 milhões que vigora até fevereiro e pode renovada por mais seis meses. Já a Artesp, agência reguladora do transporte rodoviário, tem contrato até 17 de março com agência White Propaganda. A conta de seis meses é de R$ 10 milhões e também pode ser prorrogada novamente.

Alckmin informou em nota que os valores previstos nos contratos com as agências podem não ser integralmente pagos. "O desembolso dos recursos previstos no Orçamento dependem da autorização dos órgãos contratantes, que podem ou não executar serviços de publicidade durante o período de vigência dos contratos", diz a nota. Segundo a assessoria, "os contratos não geram direitos para as agências" e "a execução se dá conforme a necessidade" de cada órgão.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110124/not_imp670253,0.php

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O terrorismo dos inflacionistas

O economista Armando Castelar tem um papel manjado no mercado. Sua função é a mensageiro que passa pelas ruas das vilas medievais gritando "fogo", para manter a população permanentemente de sobreaviso.

Não se trata de um exercício banal de terrorismo. Ao espalhar temores infundados sobre situação fiscal, inflação e outros bichos, visa criar um clima para aumento de juros e para cortes em investimento e programas sociais. Por maldade? Não. Mas quanto maior o corte fiscal, maior será o espaço para aumentar os juros. Ou seja, há uma lógica nessa histeria.


Continue a leitura:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-terrorismo-dos-inflacionistas

Crítica consistente: David Neeleman critica lei de licitações e TCU

Não diria que tem que acabar com a lei de licitações e com o TCU, mas é preciso agilizar a sistema público de contratações e compras e o TCU deve avaliar melhor suas ações.


Folha de S.Paulo, 14/02/2011

ENTREVISTA DA 2ª DAVID NEELEMAN



Tudo é mais caro no Brasil; isso é falta de concorrência

CRIADOR DA AZUL LINHAS AÉREAS SUGERE EXTINÇÃO DA LEI DE LICITAÇÕES E DO TCU

MARIANA BARBOSA

DE SÃO PAULO

O fundador e dono da Azul defende a criação de terminais temporários nos aeroportos para dar conta da demanda da Copa e ataca a Lei das Licitações (de 1993, que estabelece normas e prazos para contratação por todas as esferas do poder público) e o TCU (Tribunal de Contas da União). Leia os principais trechos da entrevista.



Folha - A Copa está se aproximando e a ampliação dos aeroportos não saiu do papel.
David Neeleman - Vai ser um grande problema. Sabe, eu queria acabar com a lei 8.666 (Lei das Licitações) e com o TCU. Em Vitória, gastaram R$ 30 milhões com as obras do aeroporto. Aí sumiu R$ 1 milhão e o TCU mandou parar tudo. Faz cinco anos que a obra está parada e os R$ 30 milhões foram para o lixo. Tem que investigar, mas não precisa parar a obra. Eu sempre pergunto aos brasileiros sobre isso e eles dizem: "Isso é o Brasil". Não aceito. A Nigéria não faz coisa tão estúpida.

Teremos caos aéreo na Copa?
Vocês ficam sempre pensando na construção de prédios. Mas dá para fazer terminais temporários. Temos um plano para um terminal em Viracopos que pode ser aberto antes da Copa. Em seis meses a gente constrói um pátio e um terminal. Já fiz isso quatro vezes nos EUA. Existem uns terminais infláveis que você arma em 30 dias. As cidades que estão crescendo muito no mundo não esperam cinco anos.

O que fazer com a Infraero?
O Estado pode ser dono da empresa, mas tem que liberar da [lei] 8.666. Devia ser como nos EUA, onde a autoridade aeroportuária não pode distribuir lucro. Não pode aumentar tarifa pra aumentar o lucro fácil. O lucro precisa ser todo reinvestido.

Se o governo decidir conceder à iniciativa privada a construção de terminais, o sr. teria interesse?
Não acho uma boa política para o consumidor, mas, se for a melhor maneira de fazer, eu faria o investimento.

A Azul transportou 7 milhões de passageiros em dois anos -batendo o recorde que era da sua ex-empresa nos EUA, a JetBlue.
A Azul começou com mais aviões do que a JetBlue. Mas é porque, durante a crise [financeira internacional], a Embraer pediu para nós recebermos mais aeronaves para eles manterem a linha de produção sem precisar demitir mais. Foi bom para nós, foi bom para eles.

O crescimento econômico do país ajudou.
Sim, mas o setor aéreo está crescendo três vezes mais que a economia. Há dois anos, quando olhamos o mercado brasileiro, eram 50 milhões de pessoas viajando, mas deveria ter 150 milhões já naquela época [hoje são 70 milhões]. E as duopolistas [TAM e Gol] que estavam em Campinas antes de nós estavam voando com a taxa de ocupação bem baixa.

E qual foi a estratégia?
Seguimos dois princípios: começamos a segmentar as tarifas [política que prevê preços mais baixos para quem compra com antecedência], atraindo pessoas que estavam viajando de ônibus. E a oferecer voos diretos. As pessoas não gostam de fazer conexão.

Mas TAM e Gol também fazem segmentação de tarifa.
Antes da Azul, a diferença entre a tarifa mais baixa e a mais alta era 50%. Agora é mais de 300%. Quando começamos a voar em Campinas, a tarifa lá era 20% mais alta do que em Guarulhos. Era como se as empresas falassem: se você quiser voar de Campinas, tem que pagar mais. Nós mudamos isso e o aeroporto explodiu.

Uma das coisas mais elogiadas da JetBlue é o call center, com atendentes trabalhando de casa. Por que não deu certo aqui?
Porque a Telefônica cobra por minuto nas ligações locais. Nos EUA, você paga US$ 40 e fala 20 horas por dia. Isso é falta de concorrência. Tudo é mais caro no Brasil. Celular, internet, linhas de telefone. Fico impressionado. As pessoas ganham salários menores aqui, mas pagam mais por quase tudo. Só casa e comida é mais barato.

Onde é mais fácil ganhar dinheiro, aqui ou nos EUA?
Aqui. Já temos quase 10% do mercado. A JetBlue tem 4% nos EUA, depois de dez anos.

A Azul tem 35 ônibus que levam as pessoas de graça para Viracopos. Qual o custo e a importância disso?
Faz parte do nosso negócio. O taxi de SP para Campinas custa R$ 250, mais do que a tarifa de avião.

De 7 milhões, quantos usaram o ônibus?
Talvez 1 milhão. Mas os ônibus não são nossos.

Mas isso é custo.
Sim, mas é uma parte pequena da nossa tarifa.

O sr. não quer dizer quanto?
Não quero dar ideia para os outros.

Um dia a Azul vai cobrar por esse serviço?
Íamos cobrar, mas tinha tanto imposto que não compensava. O retorno de imagem é mais do que o que a gente ganharia cobrando.

A Azul vai dar lucro em 2011?
Sem dúvida.

E qual a previsão de receita?
Vai ter bastante gente viajando com a Azul.

Vocês estão se preparando para uma oferta de ações?
Eu espero nunca ter de fazer isso. Empresa fechada é bom. Eu não preciso falar muitas coisas para vocês.

Mas é desejo dos acionistas.
Um dia. Mas eu que vou decidir, eles não podem me forçar, pois eu tenho o controle das ações com direito a voto. Claro, sou leal a eles. Deram o dinheiro e um dia tenho que devolver. [A Folha apurou que a Azul se prepara para abrir capital em 2012.]

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1402201122.htm

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Xoke de gestão dos demo tucanos: tarifas de metrô e ônibus mais caras do mundo

Do Blog do Paulinho
Não precisa ser economista formado pela FEA-USP, para chegar a uma conclusão óbvia sobre o “xoque de jestão” - tucano, que sempre empurra a vara, além daquilo que ela já é, ou seja, aplicar uma aumento de 9,43% - quando o índice correto seria 6% - trata-se estelionato administrativo, uma vez que estão aplicando 3,43% acima da inflação do período.

http://bogdopaulinho.blogspot.com/2011/02/metro-mas-caro-do-mundo-e-cortina-de.html