quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Fundos levam R$ 21 bi para "fazer nada"

Os gestores dos fundos de investimento se apropriam de R$ 21 bilhões1, o equivalente a 1,5% do PIB brasileiro, apenas com taxas de administração, sendo que a maioria deles tem apenas a tarefa burocrática de comprar títulos da dívida pública do governo.

A afirmação foi feita em 24/08 pelo consultor Ney Ottoni Britto, professor de finanças da UFRJ, e causou constrangimentos em uma platéia de cerca de 800 pessoas, a maioria executivos do mercado financeiro, no congresso de derivativos da BM&F.

Será que eles não sabiam?

A taxa da administração não cobre despesas do fundo como o envio de extrato, corretagem, etc. O custo para manter um carteira pré-definida de título ou ações é irrisório, mesmo assim tem fundo de varejo e de previdência que cobra 4% ou mais de taxa de administração. Chamem a polícia, os bancos estão assaltando!!


Nota 1 - Fonte: Folha de São Paulo 25/08/07

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Ocupação da faculdade de Direito da USP: Dois pesos duas medidas

Ao discutir com amigos e colegas a desocupação violenta da Faculdade de Direito da USP (22/08/2007) boa parte das pessoas defendem veemente a ação da polícia como se fosse o mais terrível crime: lutar por direitos. Dá prá ver na cara das pessoas: a indignação com um movimento social parece até ser maior do que com os crimes hediondos.

O movimento composto por estudante e por trabalhadores pobres tinha por objetivo chamar atenção para o sucateamento da educação pública e pela democratização do ensino superior. A ocupação foi pacífica e legítima, e a própria policia admitiu que não houve depredação do patrimônio público. Afinal o objetivo dos manifestantes era que o governo construa faculdades de qualidade como a do Largo São Francisco. Ilegítima foi a forma truculenta como PM agiu.

De onde será que vem essa mentalidade de se criminalizar os movimentos sociais? Acho que a mídia vem plantando isso dia a dia na cabeça das pessoas. Nessa visão, os movimentos sociais podem até protestar, mas sem "atrapalhar" ninguém, do tipo vestir roupa branca ou soltar uma pomba branca na praça. O efeito disso é nulo.

A grande contradição é que protestos como o da elite cansada de São Paulo ou da classe média destruindo aeroportos (patrimônio público) são considerados legítimos. No entanto, há um grande ataque aos movimentos sociais e protestos de trabalhadores.

Muitas pessoas não estão dispostas a arriscar sua pele para lutar por um país melhor. Isso dá até para entender, mas ser contra aqueles que estão a defender o futuro dos nossos filhos. Não dá para esperar um Brasil mais justo ser construído pela bondade dos endinheirados ou por um governo de um “iluminado”. Sem pressão popular o governante mais bem intencionado sucumbe aos interesses da classe dominante, que não são os mesmos da grande maioria do nosso povo.

Plebiscito Popular

Eu imaginava que o ambiente do Instituto de Economia da Unicamp seria muito bom para discutir o Plebiscito Popular pela anulação da venda da Vale, contra a reforma da Previdência e contra a dívida pública. Depois de cursar as disciplinas de economia brasileira, ver como foi constituída a dívida pública de forma expúria, ver como as estatais foram desmontadas para serem vendidas para sustentar a ilusão do Real forte fazendo fortuna para poucos e jogando milhões na pobreza e na informalidade. Pensei que o pessoal teria uma posição progressista.

Pelas conversas que tive com colegas é meio desanimador. Tem gente favorável, mas é lamentável a posição da maioria dos que conversei. Parece que esqueceram o que estudaram. Escutei argumentos mais cretinos do que os da Míriam Leitão ou do Sadenberg. "Não podemos perder a confiança dos investidores". "O Brasil colocou títulos da dívida por que quis." A maior pérola: "O governo foi eleito". Como se todas as atitudes dos governates fossem legítimas só porque foram eleitos.

Onde este país vai parar. De onde se esperaria alguma coisa não sai nada...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

FED contraria mercado financeiro

O mercado financeiro americano está furioso com o Bernanke, eles esperavam que o FED baixasse em 0,5% os juros e entrasse comprando títulos podres para dar "liquidez" ao mercado (entenda-se socializar as perdas).

Aqui o mercado tem quase certeza que o BC deve reduzir o ritmo de queda dos juros pois o BC do Lulla e do Meirelles não tem costume de contrariar as expecativas (interesses) do mercado financeiro. É, o Brasil é um caso à parte, o objetivo do BC é garantir que os banqueiros não corram o risco de ganhar um pouco menos.

O sonho de todo financista norte-americano é conseguir colocar no FED um camarada como o Henrique Meirelles

A hipocrisia do banco da sustentabilidade

O Banco do Brasil iniciou uma campanha que tenta associar sua imagem à sustentabilidade, diz que suas atitudes são pautadas pela responsabilidade social.

Como boa parte das campanhas das grandes corporações, o investimento no marketing é muito maior do que suas ações sociais. Vejamos um exemplo prático.

O Banco do Brasil diz que é parceiro dos agricultores e é o principal agente financeiro do Pronaf sendo responsável pela liberação de 2/3 dos recursos. São recursos a juros subsidiados para fortalecer a agricultura familiar ou seja pequenos proprietários, assentados, posseiros, enfim, agricultores de baixa renda.

No entanto, a fiscalização da CGU (Controladoria Geral da União), órgão que fiscaliza a utilização das verbas federais descobriu que o BB usa a liberação de recursos do programa para vender produtos e serviços. Em 70% dos casos a CGU constatou exigência de “reciprocidade” nos contratos, condicionando a liberação dos recursos à compra de seguros e de títulos de capitalização.

A CGU pegou também vários casos de bloqueio dos recursos agricultores para pagamento futuros da dívida. Se era para isso por que o banco não quitou a dívida e devolveu os juros?

“Esse é um caso de perversão, de irregularidade, que precisa ser investigado”, diz o diretor financeiro e de proteção à produção rural, João Luiz Guadagnin, da Secretaria de Agricultura Familiar (Folha de São Paulo, 21/08/07).

As normas do Conselho Monetário Nacional proíbem a venda casada, mas a autoridade que deveria fiscalizar os bancos, o Banco Central, tem toda sua diretoria advinda do mercado financeiro.

Agora um banco público responsável socialmente deveria no mínimo cumprir as leis. Não dá para acreditar que a alta administração do banco não saiba disso.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Itaú lucra R$ 4,016 bi no semestre e bate Bradesco

da Folha Online 07/08/2007

O banco Itaú registrou lucro líquido de R$ 4,016 bilhões no primeiro semestre deste ano. O resultado é 35,7% superior ao número apurado na primeira metade do ano passado e reflete ganhos não-recorrentes, sendo o principal, a venda da participação do banco na empresa de verificação de crédito Serasa. O resultado do Itaú supera o lucro semestral anunciado pelo rival Bradesco (R$ 4,007 bilhões), anunciado ontem, e que também teve impacto de ganhos extraordinários no período.
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terça-feira, 7 de agosto de 2007

Lucro do Bradesco sobe 28%

O lucro do Bradesco no primeiro semestre subiu 28% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 3,132 bilhões) e atingiu R$ 4,007 bilhões. O banco encerrou junho com ativos totais de R$ 290,568 bilhões, expansão de 24,7% em 12 meses.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio da instituição, importante indicador da rentabilidade de um banco, foi de 28,9% no segundo trimestre, considerando o lucro ajustado.

A carteira de crédito total atingiu R$ 130,819 bilhões no encerramento de junho, crescimento de 22,9% em um ano.

Fonte: Folha de São Paulo

As tarifas já representam cerca 20% das receitas dos bancos

Desde o começo do Real em 1994 a participação das receitas de tarifas na receita total dos bancos vêm crescendo a passos largos. O volume de recursos arrecadados com tarifas saltou de 6,5% em 1994 para 17,7% em 2006, totalizando R$52,84 bilhões.

Esse crescimento foi impulsionado pelo reajuste das tarifas muito acima da inflação e pela criatividade dos bancos em criar novas tarifas. Segundo matéria da Folha de São Paulo (06/08/2007), a principal receita obtida das pessoas físicas são as tarifas e taxas de administração de fundos. Das pessoas jurídicas uma parcela importante de tarifas são oriundas dos negócios relacionados ao comércio exterior. Isso sem contar as inúmeras tarifas criadas ou ampliadas no atual momento de expansão do crédito (taxa de abertura, tarifa de adiantamento de prestação, seguro prestanista, etc). No ano passado em méida a receita com tarifas alcançou 115% da folha de pagamento.

Os últimos anos têm sido marcados pela maior concentração do sistema bancário, hoje os 10 maiores bancos possuem mais de 85% do total de ativos do sistema financeiro. Não há muita opção para os clientes (principalmente os mais pobres). A concorrência entre os bancos é agressiva, mas a disputa entre eles é para ver quem consegue ganhar mais em cima de seus clientes.

Muitas tarifas são abusivas e o banco se aproveita da desinformação dos clientes pessoa física, que muitas vezes têm suas contas abertas pelo empregador, e dos microempresários. São poucos os que conhecem seus direitos e muito menos aqueles que brigam por eles. O Brasil carece de uma agência que fiscalize a relação banco cliente e puna exemplarmente os abusos. O PROCON é reativo, depende da pessoa acioná-lo e sempre ele busca o entendimento, e como ficam aqueles que são roubados pelos bancos? Nos EUA, por exemplo há inúmeras agências nacionais e locais que atuam sobre os bancos, aqui somente há o BACEN que parece mais estar a serviço da banqueirada.

Os grandes bancos gostam de exibir lindas campanhas publicitárias destacando sua responsabilidade social, será que tem gente que acredita? Essas instituições não tem nenhum compromisso com seus funcionários nem com o país, só existem para obter o máximo de lucro para seus controladores. Nem de longe os bancos cumpre seu papel de impulsionar o desenvolvimento do país. Pena que os bancos públicos também estão seguindo esta lógica de curto prazo contrariando os interesses dos seus donos, o povo brasileiro.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Impostos no Brasil: só para trabalhador

Todos sabem que a carga tributária no Brasil é distribuída de forma injusta tendo seus principais impostos cobrados sobre a renda do trabalho e sobre o consumo. Os impostos sobre o consumo pesam muita mais sobre os pobres que destinam praticamente toda sua (pouca) renda para o consumo.Os rentistas pagam muito pouco imposto, além disso, se o dinheiro tiver sede noutro país nem imposto se paga.

Para melhorar a situação dos rentistas, o governo dos trabalhadores está fazendo um estudo para reduzir os impostos sobre os papéis de renda fixa com o objetivo de fortaceler o mercado secundário dos papéis privados.

Ao invés de "ouvir" os grandes "investidores" , por que o governo não discute com os trabalhadores medidas para agilizar a reforma agrária, medidas para promover a geração de emprego e desonerar os produtos consumidos pelas classes mais baixas?