terça-feira, 30 de setembro de 2008

Lula assina decreto do novo acordo ortográfico

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem (29/09/08), em evento na Academia Brasileira de Letras (ABL), o decreto que normaliza a adesão do Brasil ao acordo ortográfico da língua portuguesa - em vigor a partir de janeiro de 2009.

O decreto assinado pelo presidente na ABL estabeleceu o cronograma de vigência do acordo ortográfico, que prevê mudanças na escrita de palavras, decreta o fim do trema, suprime consoantes mudas e vários acentos, além de simplificar o emprego do hífen e incluir no alfabeto as letras k, w e y. As novas regras entram em vigor em janeiro, mas as antigas permanecerão, como uso facultativo, até dezembro de 2012. Até lá, as duas regras valerão em concursos públicos, vestibulares, provas escolares e demais exames. Já os livros didáticos terão até 2010 para se enquadrar às novas regras.

ALGUMAS MUDANÇAS

Trema: deixará de existir, a não ser em nomes próprios 

Hífen: desaparece quando a primeira palavra termina em vogal e a segunda começa com uma vogal diferente. Exemplos: autoestrada e extraescolar

Acento circunflexo: Não será mais usado nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler e ver. Exemplos: creem, leem, deem

Fonte: Estadão

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Trivial do rapa dos juros


Por Marcelo Mesquita

(Retirei do blog do Luís Nassif - www.luisnassif.com.br)

Remédio para todos os males

Para quem quer ser Presidente do Banco Central, quando crescer, tenho alguns conselhos simples que lhe farão atingir o sucesso:

1 - caso a inflação comece a subir, e você precise conter a demanda, não hesite, aumente os juros;

2 - se a inflação começar a cair mas a taxa de crescimento estiver subindo, você precisa agir, aumente um pouco mais os juros;

3 - se houver recessão mundial, devido a uma crise nos maiores mercados do mundo, isto pode significar excesso de produção no seu país, aumente os juros novamente;

4 - se o Governo estiver gastando muito e com dificuldade para rolar suas dívidas, os investidores precisarão de juros mais altos para fazê-lo

5 - se os dólares dos especuladores internacionais começarem a deixar o país em ritmo muito acelerado, você precisará elevar os juros para conter esta fuga de capitais,

6 - se aumentarem os preços das commodities mundiais, já sabe, aumente a taxa SELIC. Os preços cairão automaticamente.

7 - enfim, sempre que não souber o que fazer e precisar demonstrar firmeza e segurança, aumente os juros. Seu pior inimigo é a inflação

Não se esqueça:

Contra a azia e má digestão, juros de montão
Para investidor de mau humor, um juro superior
Contra a inveja e o mau olhado, juro aumentado
Enfim , pague sempre mais juros para mim.

Você vai perceber que o sucesso é imediato!

Too Big to Fail

Grandes Demais para falir

Do blog do Luís Nassif

http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=9127 (após o comentário sobre a entrevista do Lessa).

Parece haver uma grande incompreensão sobre o significado profundo da falência do Lehman Brothers. Morto o mito do "grande demais para falir", da noite para o dia, uma legião de poupadores, direta ou indiretamente, viu-se de posse de trilhões em dívida que estava incorretamente precificada.

Do dia para a noite, parece que todos os grandes emissores de dívida americana, a saber, Wall Street, os grandes conglomerados bancários, GE (que no fundo é uma gigantesca empresa financeira), GM, Ford (bem, estes já eram), os bancos regionais, não eram lá muito confiáveis.

Em termos de poupança, os americanos, viram, neste último ano, os três pilares de seu patrimônio dilapidados: suas casas, suas ações e a dívida das grandes empresas americanas. É algo tão cataclísmico que é absolutamente impossível antever suas implicações. Não é uma mera crise de liquidez: é uma destruição grotesca da avaliação do valor do estoque de poupança existente na economia. Esta perda foi realizada e ponto final: com pacote, sem pacote, a perda é real, e de alguns trilhões de doláres.

Mais do que isso, porém. A quebra da Lehman expôs a precariedade das inter-relações contratuais na moderna tecnologia financeira. O calote não se restringiu aos detentores de dívida e aos depósitantes. Abrangeu uma gama muita ampla de outra relações: os ativos custodiados na Lehman Europe, os ativos dados como garantia à Lehman pelo seus clientes, etc, etc, etc. Isso mais do que tudo destruiu o conceito de Wall Street.

Os Brasileiros surtaram, estão fora-de-si, perderam qualquer conexão com a realidade. Não tem que se perder tempo discutindo se haverá ou não impactos severos na economia Brasileira. Isto está dado! É tão certo quanto o sol se levantar amanhã. Devíamos estar perdendo tempo tentando antever os meios pelos quais a praga vai ser propagada, tentando antecipar suas consequências e na medida do possível evitá-las. Mas claramente isto não irá acontecer...

Os Brasileiros preferem acreditar que o bom momento econômico dos últimos 12 meses são mérito próprio, não decorrência da fulminante explosão de liquidez financeira do segundo semestre de 2006 ao 3o trimestre de 2007, que perdurou, ainda, sob algumas formas específicas até o 2o trimestre de 2008. As decisões de investimento que estão sendo implementadas hoje, foram tomadas naquele referêncial.

Investimento, é bom lembrar, implica em continuada demanda por capital: depois de instalada a maquina, a empresa vai precisar de capital de giro, etc e tal... Este capital não existe mais. A farra de expansão de crédito bancário acabou. A farra de imprimir dinheiro via compra de reservas acabou. Estamos no início do processo de retração de liquidez na economia Brasileira, e vai ser doloroso.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Desabafo da ABIN

Do blog do Nassif

A Abin que alguns órgãos de imprensa não conseguem - ou não querem - ver

Fabio Rocha Lustosa
Oficial de Inteligência da Abin

Gostaria de manifestar meu mais veemente repúdio à campanha de execração pública que vem sendo patrocinada sistematicamente por vários órgãos de imprensa nas últimas semanas contra a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) . Não sei se tais veículos de comunicação já ouviram falar em ética jornalística - ou mesmo ética, na acepção mais ampla do termo - mas os acontecimentos recentes me fazem crer que a única coisa que interessa a tais entes é, tão-somente, subjugar o órgão de Inteligência Federal brasileiro, por meio da humilhação e do escracho. Me pergunto, pois: Qual a razão de tão infame blitzkrieg? A quem interessa a desconstrução da Abin, e sua conseqüente desmoralização, enquanto órgão de Estado essencial à preservação da soberania de nosso País? À sociedade brasileira? Estou convicto que não.

Clique aqui para ler.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

MEU lucro, NOSSO prejuízo

Se tiverem tempo e interesse, recomendo a leitura do artigo abaixo de Nouriel Roubini. Ele é professor de economia da New York University, foi criticado por dizer há um ano atrás que a crise das hipotecas era só a ponta do iceberg, diziam que ele era muito pessimista. Infelizmente ele estava certo. As ações de grandes bancos estão virando pó, outros estão passando o chapéu. Fora a grana que os bancos centrais dos EUA e da Europa já torraram para socorrer o sistema financeiro. Agora o Tesouro dos EUA vai dar uma ajudazinha de U$700 bilhões.

Quando o momento é de euforia, o sistema financeiro embolsa grandes lucros e através de seus porta-vozes na mídia é contra todo tipo de gasto social (como mostrou Michael Moore no documentário SOS SAÚDE, nos EUA não há filas na rede pública de saúde, porque não há rede pública de saúde). Agora a turma da bufunfa diz que a crise é sistêmica e o governo tem que ajudar.

Já reparam que nenhum esforço foi dispendido para ajudar os mutuários desses empréstimos que foram o estopim da crise?

Ao contrário do que dizem as autoridades brasileiras, a nossa economia está firme como um prego na areia. O volume de ativos (títulos públicos e ações) de alta liquidez facilmente convertido em dólares e enviados para o exterior é muito grande. As reservas brasileiras mal fazem frente à dívida externa de curto prazo.  Além disso, o desaquecimento da economia mundial é levará a uma queda nos preços dos produtos exportados pelo Brasil, fazendo que o déficit na conta corrente cresça mais ainda.

Abaixo segue o seu artigo publicado originalmente no Financial Times e reproduzido na folha de hoje (22/09/2008).


Vladimir M. Coutinho

www.vlad.blog.br

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O sistema financeiro paralelo se desfaz

NOURIEL ROUBINI
ESPECIAL PARA O "FINANCIAL TIMES'

A semana que passou determinou o fim do sistema bancário paralelo criado nos últimos 20 anos. Por causa de uma regulação maior dos bancos, a maior parte da intermediação financeira nas últimas duas décadas cresceu dentro de um sistema paralelo cujos membros são corretoras-operadores do mercado, "hedge funds", grupos de "private equity" (fundos privados de participação em empresas), títulos complexos e obscuros, fundos mútuos e empresas de créditos hipotecários não-bancárias. A maioria dos integrantes desse sistema faz operações de crédito de curto prazo, é muito mais alavancada que os bancos e investe em instrumentos financeiros de pouca liquidez.


Como os bancos, carregam o risco de sofrerem uma corrida contra suas obrigações. Mas, ao contrário dos bancos, protegidos desse risco por seguros e apoio emergencial de bancos centrais, a maioria dos integrantes do sistema paralelo não tinha acesso a essas proteções. Uma corrida geral a esses bancos paralelos começou quando a desalavancagem pós-estouro da bolha dos ativos gerou incertezas sobre quais instituições estavam solventes. 


O primeiro estágio foi o colapso de todo o sistema de SIVs (fundos de instrumentos financeiros complexos e obscuros), quando os investidores perceberam a sua toxicidade. O próximo passo foi a corrida aos grandes corretores-operadores do mercado americano: primeiro o Bear Stearns perdeu sua liquidez em dias. O Federal Reserve (BC dos EUA) então estendeu seu apoio como fonte de crédito emergencial para corretores-operadores sistemicamente importantes. Mas mesmo isso não impediu uma corrida aos outros corretores-operadores dada a preocupação com a solvência: foi a vez de o Lehman Brothers quebrar. O Merrill Lynch enfrentaria o mesmo destino se não tivesse sido vendido. A pressão se deslocou para o Morgan Stanley e o Goldman Sachs.


O terceiro estágio foi o colapso de outras instituições alavancadas sem liquidez e provavelmente insolventes graças à sua irresponsável concessão de crédito: Fannie Mae e Freddie Mac, AIG e mais de 300 instituições de crédito hipotecário. O quarto estágio foi o pânico nos fundos mútuos de investimento. Eles competiam agressivamente por ativos e, para dar retornos maiores e atrair investidores, alguns aplicaram em instrumentos sem liquidez. Quando esses investimentos estouraram, o pânico tomou conta dos investidores, causando enorme corrida contra esses fundos. Isso seria uma catástrofe. Então, noutra mudança radical, os EUA estenderam as garantias de depósitos a eles.


O próximo passo será uma corrida contra milhares de "hedge funds" altamente alavancados. Após breve período de bloqueio, seus investidores podem resgatar os investimentos trimestralmente. Assim, uma corrida contra esses fundos na forma de uma corrida bancária é bastante provável. Centenas de fundos menores e mais novos que assumiram riscos excessivos com alta alavancagem e são mal-administrados podem quebrar. Uma enorme mexida na inflada indústria de "hedge funds" é provável nos próximos dois anos. 


Mesmo as firmas de "private equity" e suas compras irresponsáveis e altamente alavancadas de empresas não serão poupadas. A bolha de "private equity" gerou compras alavancadas de empresas ("LBO" na sigla em inglês) que jamais deveriam ter ocorrido. A corrida contra essas LBOs é lenta, mas só atrasam a crise de refinanciamento e tornará ainda pior as quebras que se seguirão. Mesmo grandes LBOs, como GMAC e Chrysler, estão agora em risco.


Estamos observando uma corrida acelerada contra o sistema bancário paralelo que está causando seu fim. Se o apoio emergencial e a garantia de depósitos forem estendidos a mais integrantes do sistema, essas instituições terão de ser regulamentadas como os bancos para evitar risco moral. Claro, esta severa crise financeira também tem custo aos bancos tradicionais: centenas estão insolventes e terão de fechar.


O lado econômico real da crise financeira será uma severa recessão nos EUA. O contágio financeiro, o euro forte, as importações americanas em queda, a explosão das bolhas habitacionais européias, os altos preços do petróleo e um duro Banco Central Europeu causarão recessão na zona do euro, no Reino Unido e na maioria das economias avançadas. Instituições financeiras européias correm o risco de perdas agudas por causa dos títulos tóxicos vendidos a elas. Assim, a crise financeira do século também envolverá as instituições financeiras européias.


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2209200813.htm

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A classe média é cega ou não quer ver?

comentário ao texto do meu amigo Queijinho sobre a operação da mídia para limpar a barra do Daniel Dantas: A desfaçatez de Dantas e seus asseclas!

O grande problema é que estratégia sórdia do DD (denunciada há anos pela Carta Capital) é percebida por poucos.

Há muita gente que tem como principal fonte de informação a Veja e o Jornal Nacional, leitores que se acham esclarecidos. É um pessoal que se horroriza com as pequenas falcatruas (que devem ser combatidas), mas tem gente como Daniel Dantas, Eike Batista, Henrique Meirelles como os portadores da modernidade.

É uma classe média que acha que todo dinheiro dos impostos vai pro bolso dos políticos (esses sim são ruins, não aqueles que os financia). E com isso se gabam com orgulho falando como enganaram o IR. Pessoal que brada contra impostos, bandalheira,mas adora receber os juros gordos do BACEN do Lulla. Quando digo que o dinheiro que falta na saúde não está no bolso dos políticos, mas no bolso dos rentistas, o pessoal desconversa. Muitos nem sabem o que é rentista. 

Essa é a nossa elite! E ainda têm coragem de dizer que o atraso é porque os pobres não sabem votar.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Da série Capitalismo em marcha

Depois de deixar o Lehman Brothers quebrar, não durou nem um dia, como se vê, a resistência do governo americano para impedir a volta da  marcha rumo à socialização dos prejuízos privados.
Do blog do José Paulo Kupfer

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Uma operação para livrar Dantas

Do Instituto Humanitas Unisinos

Para o jornalista, a revista Veja perdeu todos os limites ao publicar uma matéria em que não pode provar nada do que denuncia. Para ele, trata-se de uma operação para livrar Daniel Dantas da ação movida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. "É um momento triste na história da República: ele mostra que Dantas conseguiu uma ampla influência no Judiciário, em três partidos políticos e em grande parte da mídia", diz Nassif.

A Veja gosta muita de comparar o Brasil aos Estados Unidos e dizer que nosso país é atrasado e que os estadunidenses são o suprassumo da modernidade. São mesmo. Só que nós estamos entrando hoje num ponto muito similar ao dos anos 1930 nos Estados Unidos, quando existiu uma luta nacional contra o crime organizado e a imprensa aderiu ao crime.
LN

Leia a entrevista completa aqui.

Grampos, vazamentos & Cia. Ltda

Folha de S.Paulo - 07/09/2008
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA  ombudsman


O leitor tem o direito de saber qual é o objetivo de quem vaza; conhecer a motivação da fonte é essencial para o leitor julgar a informação que recebe

VAZAMENTOS de informações podem ser de grande utilidade para o jornalismo e para o público. Um dos melhores momentos da história do jornalismo, o caso Watergate, que acabou com a renúncia do presidente americano Richard Nixon, não teria ocorrido sem vazamentos.

Mas, como tudo, quando eles são usados de maneira exagerada e sem discernimento, provocam malefícios, tanto à profissão quanto à sociedade.
O jornalismo brasileiro sofre há muito tempo de excesso de condescendência com grampos e vazamentos, utilizados com pouco ou nenhum senso crítico e sem cuidados elementares que precisam ser observados em situações que colocam em risco reputação de pessoas, empresas e entidades e até a estabilidade institucional do país.


Na semana passada, mais uma vez, um grampo provocou manchetes que prenunciam revelações sensacionais, mas tendem a se desvanecer, sem esclarecimentos sobre o que as provocaram, até caírem no esquecimento.
Há algo de profundamente errado nesses ciclos sucessivos, que
distraem e fatigam a opinião pública, desviam energia de debates fundamentais de políticas públicas, acirram a rivalidade rancorosa entre simpatizantes de correntes políticas antagônicas.

Neste caso do grampo no STF, a Folha, outra vez, tem se limitado a recolher, registrar e repercutir informações e declarações. É claro que ela não poderia ignorar a notícia. Mas deveria escolher uma das seguintes alternativas: manter distanciamento crítico para dar a devida dimensão ao fato, investir pesadamente para apurar o que ocorreu independentemente do que dizem vazadores e autoridades ou esclarecer ao leitor quais são os interesses que estão em jogo. Ou, melhor ainda, fazer essas três coisas ao mesmo tempo.


A tal gravação pode ter sido feita pela Abin, por alguém da Abin de moto próprio, pela PF, por alguém da PF por iniciativa individual, pelo Senado, por particulares. Por que não tentar apurar com todo vigor todas as alternativas, em vez de se restringir a reproduzir o que os personagens dizem?


No caso Watergate, o "Washington Post" adotou e seguiu rigidamente dois
mandamentos básicos: nunca publicar nada que tivesse sido divulgado por outro veículo de comunicação, a não ser que fosse verificado e confirmado autonomamente pelos seus próprios repórteres; qualquer informação passada por uma fonte que quisesse permanecer anônima tinha de ser corroborada por pelo menos outra fonte independente (de preferência por duas ou três).


Essas exigências deveriam ser obedecidas estritamente sempre. Assim como outra, recomendada há 21 anos pelo Twentieth Century Fund, uma ONG que se dedicou a estudar o fenômeno dos vazamentos: sempre identificar o interesse ou o grupo político com que o vazador se identifica.


O leitor tem o direito de saber qual é o objetivo de quem vaza, ainda que seu nome seja preservado. Conhecer a motivação da fonte é um elemento essencial para o leitor poder julgar a informação que recebe.
Neste caso atual: por que o tal vazador da Abin resolveu agir? A quem ele é ligado politicamente? Quem potencialmente se beneficia ou é prejudicado com o vazamento?


São questões fundamentais para entender o problema. Sem resposta a elas, tudo se resumirá a muita espuma e pouca substância, como em várias outras situações similares no passado.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om0709200801.htm

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Dilma quer investir mais na indústria do petróleo

Valor Econômico 03/09/2008

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, reafirmou ontem, em São Paulo, que antes de usar os recursos do pré-sal para investimentos sociais é preciso transformar as reservas em produtos de alto valor agregado. Ou seja, investir em infra-estrutura petrolífera e no refino e posteriormente empregar o dinheiro da exportação desses produtos em educação, como defende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, Dilma voltou a afirmar que o modelo ideal de exploração e gestão das riquezas dessas reservas precisa ter um caráter nacional.


Segundo ela, o ideal é adaptar os modelos disponíveis de concessão e partilha que sejam compatíveis com o país. "É a chamada jabuticaba, todo país tem a sua e nós temos a nossa", disse a ministra, durante evento em São Paulo.


Segundo Dilma, investir em uma infra-estrutura petrolífera de refino é tão importante quanto repassar os ganhos com o pré-sal para a sociedade. "Não basta ter o óleo sem os recursos dos derivados. Essa é a maldição do petróleo. Ser exportador de óleo bruto é tudo o que nós brasileiros não precisamos ser e nem seremos."


A ministra da Casa Civil acredita que também é preciso investir em uma cadeia que estruture o fornecimento de bens e serviços para a indústria petrolífera. "E ela tem que ser brasileira, parte substantiva dela tem que ser produzida aqui dentro." Além disso, Dilma destaca os benefícios sociais criados também por essa cadeia petrolífera.


"Há várias margens que o Brasil pode capturar (com refino do petróleo cru). Isso é riqueza direta e gera emprego pra muita gente e a riqueza fica dentro do país." Ao mesmo tempo, como resultado das futuras exportações de produto refinado por parte das petrolíferas, Dilma sugere que a renda das vendas externas sejam então revertidas para educação.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

União cria sistema para fiscalizar a aplicação de recursos públicos

Entrou em funcionamento, ontem, o Siconv, sistema desenvolvido pelo governo federal especialmente para controlar os repasses de recursos voluntários da União. Com isso, só conseguirão receber transferências não-obrigatórias do Tesouro Nacional entes públicos e entidades privadas que se credenciarem e firmarem contrato por intermédio do Portal de Convênios do governo federal.


O portal é a face visível do novo sistema na internet. Através dele, qualquer cidadão poderá acompanhar, desde a celebração, os convênios firmados pela União com Estados, municípios e organizações não-governamentais (ONGs) para aplicação de recursos.


O Ministério do Planejamento, que controla o Siconv, quer que o novo sistema se transforme numa ferramenta de fiscalização da sociedade sobre o destino do dinheiro, ajudando os agentes públicos de fiscalização. Para tanto, todos os atos relacionados aos convênios - credenciamento dos entes públicos e ONGs, celebração e alteração de contratos, liberação de recursos, acompanhamento da execução do projeto e prestação de contas - serão feitos, registrados e divulgados por intermédio do portal.

Valor 02/09/2008

Além disso há a Controladoria Geral da União (CGU) que é o órgão do Governo Federal responsável por assistir direta e imediatamente ao Presidente da República quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder Executivo, sejam relativos à defesa do patrimônio público e ao incremento da transparência da gestão, por meio das atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria.

Seu trabalho mais destacado é a fiscalização das prefeituras no que se refere ao uso das verbas federais transferidas aos municípios.

Ainda no âmbito federal há o Portal da Transparência, onde podemos consultar em os gastos realizados pelo governo.

Lá podemos ver por exemplo que dos R$ 531.672.479.826,53 gastos pelo Governo Federal até o momento desta consulta (02/08/2008),R$ 392.047.353.642,94 se referem a Amortização e juros da dívida. Esta conta se deve à teimosia do Banco Central em manter os juros elevados (os mais altos do mundo).Curiosamente, o BC tem toda sua diretoria ligada ao mercado financeiro.

A gestão pública tem melhorado nos últimos anos, mas as pessoas têm dificuldade de enxergar onde se encontram os grandes ralos por onde se esvai o dinheiro que falta para investir em escolas e na saúde.

Custo da cesta básica cai em 15 das 16 capitais pesquisadas

Qual será a nova desculpa para o Bacen subir (ou manter elevados) os juros na próxima reunião do COPOM?

Cada 0,5% a mais custa mais de R$5 bilhões ao Brasil. Até quando eles vão continuar transferindo o suado dinheiro dos nossos impostos para a elite rentista?




Depois de apresentar elevações expressivas nos últimos meses, os preços dos produtos alimentícios que compõem a cesta básica do Dieese caíram em 15 das 16 capitais pesquisadas em agosto. Quatro cidades registraram quedas superiores a 10%: Rio (-10,56%), Fortaleza (-10,59%), Natal (-10,73%) e Recife (-10,77%). Em São Paulo, o recuo apurado pelos pesquisadores foi de 4,35%. A exceção da amostra foi Goiânia, onde os produtos de primeira necessidade foram reajustados em 1,15%, em média, no mês passado.


"Foi a primeira vez desde fevereiro que o número de capitais com baixa de preços superou o de cidades com reajustes", disse o economista José Maurício Soares, responsável pelos dados.


O consumidor carioca teve de desembolsar R$ 214,68 pela cesta básica, diante de R$ 241,15 na capital paulista e R$ 241,16 em Porto Alegre, cidade com o maior valor entre as 16 pesquisadas. Considerando o que foi pago pelo consumidor de Porto Alegre, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para suprir as necessidades de uma família deveria ser de R$ 2.025,99 - 4,88 vezes o piso em vigor (R$ 415). Como comparação, esse valor era de R$ 2.178,30 em julho.


No ano, os preços apresentam alta de 8,59% (Aracaju) a 22,81% (Curitiba), enquanto nos últimos 12 meses vai de 17,87% (Rio) a 32,59% (Goiânia).


Valor Econômico 02/09/2008