sábado, 19 de novembro de 2016

Justiça brasileira recebe prêmio internacional do Greenpeace por continuar preservando os tucanos

http://www.sensacionalista.com.br/2016/11/17/justica-brasileira-recebe-premio-internacional-do-greenpeace-por-continuar-preservando-os-tucanos/


​A ONG Greenpeace emitiu um comunicado na manhã de hoje parabenizando a Justiça brasileira pelo ótimo trabalho na luta pela preservação dos tucanos. De acordo com a ONG, os tucanos eram uma preocupação constante da organização por correrem risco de extinção até 2009, quando a Operação Lava Jato começou.
Com o início da Operação, o Greenpeace percebeu o tamanho interesse do Brasil em manter os tucanos livres e procriando e deu total suporte, liberando até mesmo recursos para que a espécie seja preservada.
Uma das condições da organização, no entanto, era que moluscos sejam levados para cativeiros para que haja um controle imediato da reprodução do grupo, que conta com mais de 100.000 espécies. Algumas divisões estão livres, como os caramujos, que possuem casas. Já os moluscos que não possuem, como polvos e lulas, são o alvo de controle.
O prêmio internacional será entregue em Curitiba ainda hoje.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Sergio Moro e Ministério Público não fazem perguntas a mulher de Cunha

O Moro reserva todo respeito e carinho para a mulher do Cunha.

Jornal GGN - O juiz Sergio Moro e o Ministério Público Federal decidiram não fazer questionamentos à esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, no processo em que ela é acusada de usufruir das contas no exterior que o ex-deputado federal teria supostamente abastecido com recursos desviados de esquemas na Petrobras.
Cláudia Cruz, por ordem de seu advogado, avisou a Moro que só iria responder as perguntas da defesa. O juiz concordou e abriu espaço para que o Ministério Público fizesse perguntas, ainda que para deixá-las apenas registradas, mas o procurador também decidiu não participar.
Moro justificou sua postura dizendo que "normalmente" não faz perguntas quando o acusado decide ficar em silêncio integralmente. 
"Eu, normalmente, nesses casos, não faço perguntas quando o acusado resolve ficar em silêncio integralmente. E normalmente também deixo que as partes não perguntem. Mas, neste caso, como existe a ideia de responder a defesa, se o Ministério Público quiser fazer as perguntas mesmo assim, para ficar registrado, aí é escolha do Ministério Público. Eu não vou fazer perguntas diante da manifestação da acusada", comentou Moro. Ao que um procurador rebateu: "Eu também não vou fazer, excelência."
Num depoimento que não durou nove minutos, Cláudia Cruz diz que achava que tinha apenas um cartão internacional, e não uma conta corrente no exterior. Ela disse que usava o cartão para pagar despesas de seus filhos que foram estudar fora. Também disse que desconhecia que Cunha poderia ser acusado de corrupção e que os recursos que ela usufruia tinham origens ilícitas.
O depoimento é da tarde desta quarta (16), e foi divulgado pelo Estadão.

Comissão do Senado fiscaliza supersalários no Judiciário

Grande parte dos marajás do Brasil estão no judiciário e no MP. Hora de moralizar isso. Não tem porque um cabra que ganha mais de R$30 mil ficar querendo auxílio moradia e demais mordomias.

http://jornalggn.com.br/noticia/comissao-do-senado-fiscaliza-supersalarios-no-judiciario

 
Jornal GGN - Após reunião com integrantes da Comissão Especial do Extrateto e presidentes de tribunais, nesta quarta-feira (16), o presidente do Senado, Renan Calheiros, voltou a defender o fim do chamado efeito "cascata" nos salários, que faz com que aumentos concedidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) sejam repassados automaticamente a outras categorias.
 
A medida anunciada pelo peemedebista, de cortar os salários acima do teto constitucional, foi interpretada por associações de magistrados como uma ação de Renan contra o Judiciário, aliada a outras propostas defendidas por ele, como a de abuso de autoridade.
 
Renan lembrou que o Senado adota, desde 2013, restrições para impedir que funcionários não extrapolem o teto permitido de R$ 33.763, independente dos Poderes, e, nesse sentido, destacou a necessidade da Comissão que investiga as remunerações.
 
Instalada na última quarta-feira (09), a Comissão tem um calendário de 20 dias para concluir os trabalhos, sob a relatoria da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Nesta quarta, os parlamentares ouviram os presidente de tribunais, que negaram haver supersalários nas Cortes.
 
Estiveram presentes os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia; do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz; do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes; e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra.
 
Os magistrados comprometeram-se a entregar uma lista com gratificações e auxílios repassados a funcionários, o que poderia em tese gerar um salário total maior do que os R$ 33,7 mil estipulados pelo teto.
 
Kátia defendeu que há uma unanimidade sobre o fim do efeito cascata dos salários. "Nós só precisamos que o CNJ [Conselho Nacional de Justiça], no caso, defina sobre essa liminar do ministro [Luiz] Fux, que autorizou essa cascata sem lei. Se os desembargadores dos estados querem aumentar os seus salários a tantos por cento, como é permitido do salário do Supremo, por exemplo, eles que aprovem em lei, e não em cascata. Por que? Porque aí cada estado, cada Assembleia, vai estudar seu orçamento e saber se é possível pode dar ou não", disse.
 

MBL não convida Cármen Lúcia e Barroso para seminário

Gilmar Mendes se tornou o ídolo do MBL. Deus nos livre dessas pragas.

http://jornalggn.com.br/noticia/mbl-nao-convida-carmen-lucia-e-barroso-para-seminario

Montagem: Brasil 247
Jornal GGN - Em encontro partidário do Movimento Brasil Livre (MBL), além do grupo não ter alcançado nem 5% da arrecadação online esperada para financiar o evento, participam das mesas de destaque o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o ministro da Educação de Michel Temer, Mendonça Filho. Não foram convidados a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e o ministro Luis Roberto Barroso.
Gilmar, por outro lado, será a estrela do 2º Congresso Nacional do MBL previsto para os dias 19 e 20 de novembro, em São Paulo. Na página do evento, o Movimento escreve: "quem diria, o grupo desacreditado de pessoas que liderou a revolta contra o PT, ainda em 2014, venceu".
Além do ministro dividindo agenda com ex-deputados e parlamentares tucanos, a própria autora do impeachment, a advogada Janaína Paschoal, estará presente. Segundo o MBL, os palestrantes "ajudarão a formular estratégias para que o MBL continue levando a frente sua luta por liberdade", com o objetivo de criar uma "agenda municipalista agressiva".
Da imprensa, os colunistas Kim Kataguiri e Reinaldo Azevedo também integram o Congresso. Abaixo, a lista completa dos confirmados:
Sábado 19.11
09:00h – Credenciamento
09:30h – Coffe break
10:00h – Vereadores MBL 2016
11:00h – Frederico Junkert
12:30h – Almoço
14:00h – Cláudio Manoel e Francisco Razzo
15:00h – José Fucs e Guilherme Fiuza
16:00h – Exmo. Sr. Ministro Gilmar Mendes
17:00h – Marek Troszczynski
18:00h – Ramiro Rosário e Nelson Marchezan Jr
19:00h – Pedro D’eyrot, Arthur Moledo e Tiago Pavinatto
20:00h – Encerramento

Domingo 20.11
09:00h – Credenciamento
09:30h – Coffe break
10:00h – Stephen Kanitz e Filipe Barros
11:00h – Darcísio Perondi e Paulo Eduardo Martins
12:30h – Almoço
14:00h – Bruno Garschagen e Kim Kataguiri
15:00h – Alexandre Borges e Flávio Morgenstern
16:00h – Exmo. Sr. Ministro Mendonça Filho e Fernando Holiday
17:00h – Janaína Paschoal
18:00h – Reinaldo Azevedo
19:00h – Encerramento

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

PF investiga se empreiteiras financiaram vinda do Lula para São Paulo


Polícia federal golpista e imprensa piraram na batatinha

http://www.valor.com.br/politica/4774933/pf-investiga-se-odebrecht-reformou-piscina-do-alvorada-para-lula

PF investiga se Odebrecht reformou piscina do Alvorada para Lula

Por Valor | Valor
SÃO PAULO  -  A Polícia Federal deu início a uma investigação para apurar suspeitas de que a Odebrecht teria realizado uma reforma na piscina do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, durante o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem contrato e sem registro público da obra. As informações foram publicadas neste domingo pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Conforme a reportagem, a análise de mensagens trocadas em 2008 por Marcelo Odebrecht, então presidente do grupo, com executivos investigados pela Operação Lava-Jato levou a indícios de que isso teria ocorrido. A percepção é a de que a nova frente de apuração poderá reforçar as acusações da Lava-Jato contra Lula.
A Folha informa que teve acesso a documentos que confirmam a realização de uma reforma na piscina do Alvorada na mesma época da troca de mensagens analisada pela PF. “Funcionários da Presidência da República e pessoas ligadas à Odebrecht confirmaram à reportagem que a empreiteira fez a obra sem ter contrato”, informa.
Numa das mensagens, Marcelo Odebrecht perguntava ao então presidente da empreiteira, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, se “o trabalho das pedras foi bem concluído”, já que seu pai, Emílio Odebrecht, se encontraria com o “amigo” naquele dia. Segundo a PF, “amigo” seria a designação para Lula nas conversas do grupo. Executivos que negociam delação premiada confirmam essa informação, diz a Folha.
Marcelo demonstrou ainda preocupação com a possibilidade de a realização do serviço se tornar pública. Conforme a reportagem, oficialmente, a PF diz que não há elementos para afirmar que a reforma foi executada de fato na piscina do Alvorada, mas fontes disseram à Folha que essa é a suspeita.

Juiz sueco se assusta com rendimentos de Sérgio Moro e seus pares

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/08/juiz-sueco-se-assusta-com-rendimentos-de-sergio-moro-e-seus-pares.html

“É importante que o salário de um juiz não seja baixo a ponto de tornar atraente para ele aceitar subornos. Mas para um juiz sueco, os vencimentos de um juiz brasileiro parecem ser uma remuneração excessiva”. Juiz da Suécia analisa os rendimentos e benefícios de Moro e colegas

salário juiz sérgio moro
Site Consultor Jurídico revelou que, em abril, salário do juiz Sérgio Moro chegou a R$ 77.423,66, muito acima do teto Constitucional permitido
Claudia Wallin*, DCM
Quanto vale, data venia, um juiz?
A dúvida é tão dilacerante quanto a atual temporada sueca de degustação do surströmming, o arenque do Báltico fermentado que tem o inominável odor de mil esgotos destampados.
Chamo um magistrado sueco em busca de algum bom senso, e tento explicar o inexplicável: no Brasil, digo a ele, juízes e procuradores da República descumprem a Constituição ao receber vencimentos que excedem esplendidamente o teto salarial permitido pela lei máxima do país, valendo-se de anabolizantes como auxílio-moradia, auxílio-alimentação e auxílio-saúde.
“En gång till”, me interrompe, atordoado, o magistrado Thed Adelswärd, especialista em ética jurídica – “repita isso, por favor”.
“Imagine que o anormal virou normal, nos labirintos do notório saber jurídico dos guardiões da lei brasileira”, prossigo. “Mas no Brasil surgiu um juiz federal que acendeu a esperança nos corações de milhões de brasileiros, que dizem não aguentar mais a corrupção enraizada nas entranhas do governo”.
“Excelente”, reage o magistrado sueco.
“O juiz tem se mostrado implacável, ao encurralar integrantes do governo e levar executivos das maiores empreiteiras do país à cadeia. Diz-se no Brasil que pertence a uma rara safra de juízes, que encaram a magistratura como profissão de fé”, continuo.
“Hum-hum”, desdenha o sueco, como quem ouve uma duvidosa delação premiada.
“O juiz chegou a batizar de “Erga Omnes” a última etapa da operação contra o que seria o maior escândalo de corrupção da história brasileira, quiçá do mundo. Mandou assim um recado: nada, nem ninguém, está acima da lei”, continuo.
“Correto”, diz o magistrado, a um passo do anticlímax.
“O problema é que acaba de ser revelado que o juiz federal, o herói da cruzada contra a corrupção, também recebe vencimentos que ultrapassam o teto salarial permitido pela Constituição”, relato.
Diz o artigo 37 da Carta que funcionários públicos devem ser remunerados em parcela única, sempre limitados ao salário do ministro do Supremo Tribunal, atualmente de R$ 37,4 mil. Mas em abril, conforme informações do site Consultor Jurídico, o salário do juiz chegou a R$ 77.423,66, por obra de auxílios para ajudar o magistrado em despesas como alimentação e transporte.
“Há ainda outros juízes que chegam a receber R$ 100 mil por mês”, digo ao juiz Thed Adelswärd, chefe no tribunal da cidade de Lund e representante da Suécia na Associação Internacional dos Magistrados (AIM), a maior organização mundial de juízes.
“Isto é imoral”, diz Adelswärd. “Se viola a Constituição do Brasil, não cabe dúvida. Na Suécia, seria impensável. Juízes, em nosso país, sabem que têm o dever de respeitar a Constituição, porque isso é parte fundamental do trabalho da Justiça de um país.”
“Não quero ser crítico em relação a nenhum juiz brasileiro, e também não me agrada usar a palavra imoral. Mas a pergunta é – como é possível terem conseguido obter todo esse dinheiro e tantos benefícios? – indaga-se o juiz.
“Respeito o direito soberano de cada país de fazer as suas próprias escolhas, e é importante que o salário de um juiz não seja baixo a ponto de tornar atraente para ele aceitar subornos. Também conheço alguns juízes brasileiros, e eles me dizem que a carga horária de trabalho dos magistrados brasileiros é muito elevada. Mas para um juiz sueco, os vencimentos de um juiz brasileiro parecem ser uma remuneração excessiva”, ele acrescenta.
Pergunto se os tribunais suecos disponibilizam frotas de carros, para servir os magistrados em seu trajeto de casa para o trabalho.
“É evidente que não. Pedalo com frequência para a Corte, em minha bicicleta Crescent de sete marchas que comprei com meu próprio salário há oito anos”, diz Thed Adelswärd.
Pergunto se magistrados suecos têm auxílio-moradia, auxílio-saúde, auxílio-creche, auxílio-educação ou (como previsto na Loman, a nova Lei Orgânica da Magistratura) auxílio-funeral.
“Absolutamente não. Nenhum juiz sueco tem qualquer tipo de benefícios extras ou vantagens como carros à disposição. Temos salários mensais, e é com nossos salários que pagamos todas as nossas despesas”, enfatiza o magistrado.
Gostaria de ser juiz no Brasil? – quero saber.
“Tenho um excelente emprego na Suécia”, rebate diplomaticamente o juiz. “E não me sentiria confortável em trabalhar nas condições em que parecem trabalhar os juízes no Brasil. Em minha opinião, um juiz deve ter um padrão de vida comparável ao dos cidadãos que deve julgar.”
Por quê?
“Porque juízes não devem formar uma classe à parte, e sim ser parte da sociedade. Juízes devem ser pessoas capazes de compreender a situação em que vivem os cidadãos comuns, pois detêm o poder de julgar”, diz o magistrado sueco.
“Imagino que isso seja mais difícil no Brasil, onde a distância entre os ricos e pobres é gigantesca. E a enorme desigualdade de um país sempre gera uma forte criminalidade. Um país com maior igualdade social, como a Suécia, é mais capaz de evitar níveis desproporcionais de violência”, observa Thed Adelswärd.
“Mas o fato de juízes e promotores terem remuneração e vantagens excessivas pode ser muito perigoso, e criar graves problemas sociais. Porque quando os cidadãos perdem o respeito pela Justiça, eles passam a não respeitar as leis, e a fazer justiça com as próprias mãos”, completa ele.
Volto à pergunta original: quanto vale um juiz?
Peço ao magistrado para revelar seu contracheque, e informar quanto paga em impostos neste país – onde quem ganha mais, também paga tributos mais altos.
“Ganho acima dos demais juízes, pois sou chefe de divisão do tribunal”, ele diz.
“Em números exatos, meu salário é de 77.900 coroas suecas (cerca de R$ 33 mil. Em impostos, pago um total de 32,340 coroas (R$ 13,7 mil). Sobram portanto, em valores líquidos, cerca de 45 mil coroas suecas (aproximadamente R$ 19 mil). E aqui na Suécia, o imposto geral sobre o consumo (IVA) é de 25%”, destaca Thed Adelswärd.
Na Suécia, a estrutura do poder judiciário é organizada em três níveis: os tribunais distritais (Tingsrätt), os tribunais de recursos e apelações (Hovrätt ou Kammarrätt) e o Supremo Tribunal (Högsta domstolen).
O salário dos juízes dos tribunais distritais varia entre 57,500 e 61 mil coroas suecas (aproximadamente entre R$ 24,3 mil e R$ 25,8 mil).
Nos tribunais de apelação, os magistrados suecos recebem vencimentos de 58 mil a 61,5 mil coroas suecas (o equivalente a R$ 24,6 mil e R$ 26 mil, respectivamente). O salário médio no país é de 27,3 mil coroas suecas.
Para os integrantes da Suprema Corte – que na Suécia não têm status de ministro, e nenhum benefício extra atrelado ao cargo -, a remuneração é de 99,7 mil coroas suecas (cerca de R$ 42,2 mil).
“E os reajustes salariais dos juízes tratam normalmente da reposição da perda inflacionária anual, em torno de 2%”, lembra Kristina Mäler, do sindicato dos juízes da Suécia (Jusek).
Sim, existe um sindicato dos magistrados na Suécia. É assim que os juízes suecos, assim como os trabalhadores de qualquer outra categoria, cuidam da negociação de seus reajustes salariais.
A negociação dos reajustes salariais da magistratura se dá entre o sindicato Jusek e o Domstolsverket, a autoridade estatal responsável pela organização e o funcionamento do sistema de justiça sueco.
Enquanto isso, no País das Maravilhas, o procurador federal Carlos André Studart Pereira alerta: o teto salarial dos integrantes do Judiciário e do Ministério Público virou piso.
“Juízes e membros do Ministério Público, sem qualquer peso na consciência, recebem remunerações estratosféricas, estando total e vergonhosamente distorcido o regime de pagamento por subsídio, em que é vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, premo, verba de representação ou outra espécie remuneratória”, denuncia Carlos André, que escreveu a pedido da Associação Nacional dos Procuradores Federais (Anpaf)
“Todos os dias temos notícias de concessão de mais benefícios. O regime de subsídio acabou. O teto remuneratório de R$ 33.763,00 virou piso. Parcelas claramente de caráter remuneratório são rotuladas de indenizatória para fugir do abate-teto. Foram criadas várias espécies de auxílios: auxílio-livro, auxílio- saúde, auxílio-educação, auxílio-transporte, auxílio-táxi etc. Por outro lado, o indivíduo que recebe um salário mínimo tem que se virar com R$788,00 para custear, nos termos da Constituição, “suas necessidades vitais básicas e a de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” (artigo 7o, inciso IV, CRFB).”
O texto completo do procurador Carlos André Studart Pereira, “O Teto Virou Piso”, é leitura obrigatória no site Consultor Jurídico: http://s.conjur.com.br/dl/teto-virou-piso.pdf
E como já se perguntava o poeta satírico Juvenal na Roma antiga: ”Quis custodiet ipsos custodes?” – ”Quem vigia os vigias?”
*Claudia Wallin é jornalista brasileira radicada na Suécia. Claudia é autora do livro Um país sem excelências e sem mordomias, no qual mostra a simplicidade espartana dos políticos suecos.

domingo, 13 de novembro de 2016

Pente-fino na Previdência deverá entrar como projeto de urgência

http://jornalggn.com.br/noticia/pente-fino-na-previdencia-devera-entrar-como-projeto-de-urgencia


 
Jornal GGN - Diante da pressa do governo federal para aprovar a Reforma da Previdência e a PEC 55, do Teto dos Gastos, outras pautas antes também consideradas prioritárias da agenda Temer para a economia vão sendo prejudicadas. É o caso da Medida Provisória 739, que pretende fazer um pente-fino nos benefícios do INSS.
 
Por conta do feriado de Finados que suspendeu as sessões deliberativas na última semana, a MP não foi votada. Com isso, ela perdeu a validade na sexta-feira (04) e precisará, agora, entrar como Projeto de Lei com o mesmo conteúdo.
 
Isso porque o governo não pode editar medida provisória com teor igual a outra, ainda que vencida. A intenção é que o projeto seja encaminhado em regime de urgência, protocolado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Assim a relatoria é feita diretamente em Plenário, não precisando passar pelas comissões temáticas da Câmara.
 
A urgência da revisão do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez tentará manter, inclusive o bônus de R$ 60 para cada perícia feita por médicos do INSS nas agências de Previdência Social, para os casos de beneficiários por incapacidade que não fizeram perícia há mais de dois anos. A meta é estimular o INSS a realizar o mutirão de revisão. 
 
Entre outras propostas, o novo projeto deverá, assim como a Medida Provisória, garantir a convocação do aposentado por invalidez para avaliar as condições de saúde, além de estabelecer um prazo de duração da concessão e reativação do auxílio-doença. 
 
Apesar de teoricamente o projeto tentar corrigir as falhas do sistema, com a retirada de cidadãos que estão aptos ao trabalho mas seguem recebendo o benefício, os critérios adotados pelo INSS para as perícias é que ainda não são garantidos. Questões como o estabelecimento de metas para o corte de benefícios, investimentos em reabilitações profissionais, entre outros, ainda não estão garantidos.
 
Nesse sentido, a própria Defensoria Pública da União recomendou a suspensão do programa de revisão ao INSS. Isso porque a mobilização de médicos para a revisão está prejudicando a mobilização destes para as perícias de novos beneficiários. 
 
"Isso representa a priorização de medidas restritivas de direitos, em contraposição a ações que promovam o acesso à seguridade social por parte de quem não é beneficiário de nenhuma prestação previdenciária ou assistencial", disse a Defensoria ao INSS.
 
A DPU levantou que agências da Previdência Social concedem um prazo de 45 para a realização da perícia e até 180 dias após a data do agendamento para os exames. 

Está cada vez mais difícil o devedor escapar do credor

http://jornalggn.com.br/noticia/esta-cada-vez-mais-dificil-o-devedor-escapar-do-credor-por-percival-maricato

TER, 08/11/2016 - 08:18

Direitos
Está cada vez mais difícil o devedor escapar do credor
por Percival Maricato
No mundo do futuro não haverá vida clandestina
Houve um tempo, em civilizações da antiguidade, que era comum o sujeito ser escravizado por não pagar a dívida. Posteriormente houve uma evolução e então se permitia apenas prisão. Nos tempos atuais, o credor pode penhorar recursos financeiros do devedor (dinheiro em conta bancária por exemplo) ou se não consegui-lo, penhorar bens e leva-los a leilão ou até ficar com eles em definitivo, se não aparecer quem os arremate. Não pode porém penhorar poupanças até 40 salários mínimos, salário ou aposentadoria, ou o bem de família (imóvel onde vive o devedor, ainda que solteiro, ou que seja um único que ele alugue para viver com os recursos obtidos).
Se o devedor nada mais possui, então não há como receber a dívida. Pode voltar a tentar cobrá-lo se ele mudar sua situação, receber uma herança ou ganhar na loteria.
Com a evolução da eletrônica está cada vez mais difícil fugir ao credor. Hoje em dia este pode lançar mão de vários expedientes impensáveis anos atrás. Pode por exemplo, pedir ao juiz que consulte onde o devedor reside, através do Serasajud, resultado de convênio entre o SERASA e o Judiciário ou pelo Infoseg, que faz buscas em cadastros de secretarias de segurança ou demais fóruns do país;  se tem veículos pode consultar o Renajud; se tem recursos em bancos, o Bacenjud (convênio Judiciário-Banco Central); se tem bens declarados no imposto de renda, saberá pelo Infojud; se tem imóveis (muitas vezes não são declarados a Receita Federal), pelo SREI, Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis.
O juiz pode determinar buscas, ainda, nos tribunais eleitorais, empresas de telefonia celular, cartões de créditos, planos de saúde, enfim, em muitas de registro obrigatório ou que fornecem produtos e serviços que todos necessitam. Já está em funcionamento experimental equipamentos que interligam câmeras postas em prédios e ruas que identificam o sujeito pela face ou onde está um carro na cidade ou em rodovias, pela placa. Deixar de pagar dívidas, entrar nas relações de inadimplentes, significará mais que não  ter crédito:  o devedor poderá também não ter paz.
Tudo indica que no mundo do futuro, não haverá clandestinidade possível, algo tão usado por movimentos de resistência às ditaduras. A possibilidade do vivente desenvolver meios para fugir da localização imediata ou confundir os meios eletrônicos pode até acontecer, eventualmente, mas jamais competir com os que terão quem faz a busca.
O direito pode ajudar parte dos devedores, se evoluir no sentido prestigiar os avanços civilizatórios em vez de tomar o sentido contrário. A maioria dos devedores o são por se deixarem envolver por ofertas tentadoras de créditos oferecidos pelo sistema financeiro ou comercial, pelos apelos ao consumismo, o que pode obstar o uso de fórmulas abusivas quando ele não pode pagar. A prescrição da dívida, que ocorre em cinco anos, quando o credor não a cobra ativamente, pode ser reduzida. Considere-se ainda a responsabilidade também de quem oferece o crédito, a publicidade intensa, promessas de facilidades, de acesso ao paraíso. Por fim, muitos assumem dívidas para sobreviver, fazer um tratamento médico, manter a habitação etc. Muito mais que nas demais, a cobrança dessas dívidas poderão ter limites restritos, jamais se pode permitir que fira a dignidade do devedor, a humanidade inerente a existência e a vida em sociedade.
Mas tudo indica que não será fácil avançar por esse caminho. Se fôssemos tomar o momento atual como parâmetro, seria mais fácil acreditar na volta da prisão ou escravização do devedor.
Percival Maricato

Temer corta Bolsa Família de 1,1 milhão, atingindo quem vive com R$ 440 per capita

http://jornalggn.com.br/noticia/temer-corta-bolsa-familia-de-11-milhao-atingindo-quem-vive-com-r-440-per-capita


Jornal GGN - O governo do presidente Michel Temer (PMDB) tirou do Bolsa Familia 1,1 milhão de beneficiários, segundo reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda (7). Desse total, 654 mil tiveram os recursos suspensos até que comprovem a necessidade de continuar no programa e outros 469 mil já estão fora, sem retorno, porque têm renda de R$ 440 per capita.
Esse 1,1 milhão de benefícios bloqueados representa, nas contas do governo, uma economia de R$ 2,4 bilhão por ano. Em números absolutos, Temer tirou do programa 8% dos cadastrados, que somavam 13,9 milhões.
De acordo com reportagem da Folha, o corte aconteceu porque um "pente-fino" feito pelo governo levou a esses dois grupos - o dos que não precisam de ajuda do Estado, na visão do novo Ministério do Desenvolvimento Social, porque recebem pouco mais de R$ 440 per capita, e o grupo dos que precisam regularizar a situação.
A reportagem não cita um dos motivos mais usado em governos petistas para suspender temporariamente os repasses do programa: o descumprimento de alguma das condicionalidades, como manter a frequência escolar das crianças.
O jornal diz que para realizar o balanço, "o governo afirma ter cruzado, desde junho, dados de seis bancos de dados diferentes, como a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), INSS, entre outros." O Bolsa Família, contudo, tem um banco de informações próprio que também não foi citado na matéria da Folha.
O governo espera que boa parte desses benefícios cortados temporariamente (654 mil) possam ser reativados tão logo os usuários do programa comprovem renda. Os casos em que houve um bloqueio podem durar até três meses.
"Com a possibilidade de revisão, a expectativa do governo é que ao menos R$ 1 bilhão em benefícios do Bolsa Família seja cancelado após a verificação. Para este mês, o impacto é de R$ 85 milhões."
Ainda segundo o texto, outras 1,4 milhão de famílias correm o risco de serem cortadas do programa se não regularizarem o cadastro nos próximos meses.
Eleições
Além dos cortes anunciados, o governo Temer também decidiu bloquear os benefícios de 13 mil famílias identificadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como doadores de campanha na prestação de contas de candidatos nas últimas eleições. "São pessoas que podem ter tido o CPF usado", disse o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra. 
O governo ainda disse que agora fará esse pente-fino no programa mensalmente. Antes, era feito, pelo menos, uma vez por ano.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Globo criminaliza formas de sustentação coletiva do MST

http://jornalggn.com.br/noticia/globo-criminaliza-formas-de-sustentacao-coletiva-do-mst-por-luiz-muller

Do blog de Luiz Muller
 
Luiz Muller
 
A rede Globo, através do Fantástico deste domingo continuou sua senda fascista ao publicar uma reportagem que tem por único objetivo criminalizar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. O que é usual nos Movimentos, de sustentar de forma cooperativa e coletiva as ações, como no caso da contribuição financeira para o pagamento da Energia Elétrica e a divisão de tarefas, como a manutenção da segurança dos assentamentos e acampamentos, para a Globo e a polícia seriam “crimes”.
 
Aliás, a manipulada e politizada polícia de Beto Richa, que não teve pruridos em espancar professores em praça pública  agride constantemente os movimentos sociais é o pivô deste ataque, ladeado pela Polícia de Alckmin, que invadiu a Escola Florestan Fernandes, atirando e agredindo violentamente alunos, professores e até vizinhos da Escola.
 
Neste Blog tenho alertado sobre a instalação do fascismo no Brasil. Esta é só mais uma prova. O fascismo entrou pela porta aberta pela grande mídia, que 24 horas por dia tem atacado os movimentos sociais e o PT como se criminosas fossem as instituições e movimentos. O que já ocorria antes do Golpe Parlamentar, só se ampliou depois do golpe.
 
O fascismo já não esta mais nas entrelinhas. Ele esta nas cabeças e mentes de parcela da população, que não quer saber de discussão e se presta a repetir as mentiras que a grande mídia lhe conta mil vezes, parecendo-lhe verdades. Esta história a gente já viu na Alemanha, quando o “culto” povo alemão também foi enganado pela grande mídia e seguia cegamente o Führer (Condutor).
 
Aqui a Globo e a grande mídia ainda não conseguiram construir um “condutor”. Mas continuam tentando. E enquanto não conseguem, vão disseminando a sensação de insegurança e de medo, que gera o isolamento, o ódio e a violência. Já esta mais do que na hora das forças de esquerda e as forças e personalidades democráticas do país constituírem Frentes em Defesa da Democracia e Contra o fascismo.
A Direção do MST e o conjunto do Movimento  foram previamente avisados de que haveria esta matéria do Fantástico. A matéria mostrou aos brasileiros o que não foi revelado aos acusados, as acusações. A Globo e a Polícia Política de Richa e Alckmin agem acima e por fora da lei. Isto fica claro na nota que o MST fez publicar ainda durante o dia de ontem.
Leia a nota abaixo.
Nota MST
Em relação às ações da Polícia Civil do estado do Paraná no âmbito da denominada “Operação Castra” em Quedas do Iguaçu no dia 04/11/2016, os advogados do caso esclarecem:*
1 – O MST é um movimento social popular legítimo, conforme afirmado pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento realizado no dia 18/10/2016. Todos os cidadãos brasileiros têm o direito de organização e de reunião, inclusive para lutar pela Reforma Agrária, bem como para que as propriedades rurais e urbanas do país cumpram sua função social. É ilegal e abusivo utilizar da Lei n. 12.850/13 (Lei de organizações criminosas)  pelo simples fato de pessoas serem militantes do MST.
2 – Embora os autos dos Inquéritos ainda não estejam disponíveis para a equipe de advogados, da análise dos documentos a que foi possível acesso, constata-se que as armas apreendidas no âmbito da Operação Castra pertencem à EVALDO DE AZEVEDO, que foi preso dias antes, noutra operação, e não guarda nenhuma relação com o Movimento Sem Terra ou com o Acampamento Dom Tomás Balduíno.
3 – A tentativa de criminalização do MST na região de Quedas do Iguaçu ocorre há anos devido ao grande número de conflitos decorrentes da grilagem de terras na região. Desde maio de 2014 aproximadamente 3 (três) mil famílias ocupam áreas da União griladas ilegalmente pela empresa ARAUPEL. A Justiça Federal declarou que as terras pertencem à União e que devem ser destinadas às famílias que aguardam pela Reforma Agrária.
4 – O judiciário de Quedas do Iguaçu e a Polícia Civil do Paraná têm agido de forma parcial para criminalizar a luta social na região. Em abril deste ano dois trabalhadores rurais foram assassinados Polícia Militar quando estavam dentro do acampamento do MST, e até o presente momento ninguém foi denunciado por tais crimes.
5 – As ilegalidades cometidas no curso da Operação Castra são graves e flagrantes. São7 injustificáveis os abusos policiais praticados na Escola Nacional Florestan Fernandes – ENFF, em São Paulo, na qual, Policiais Civis do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos – GARRA, não identificados, sem mandado judicial, invadiram a sede da escola disparando armas de fogo com armamento letal e proferindo ameaças de todas as ordens, inclusive de morte aos estudantes, professores e trabalhadores presentes. Na ocasião a cantora Guê Oliveira e o bibliotecário Ronaldo Valença, de 64 anos, que possui Mal de Parkinson, foram presos e agredidos pela Polícia sem qualquer motivo.
6 – As ações e recursos cabíveis já estão sendo elaborados para revogação das prisões arbitrárias e denúncia das ilegalidades cometidas.
Giane Alvares, Juvelino Strozake, Luciana Pivato , Diego Vedovatto e Paulo Freire.
São Paulo (SP), 06 de novembro de 2016.”.

Primeira entrevista de Moro indica que ele perdeu a "aura de intocável", por Helena Chagas

Comentário do Vlad: Moro não é contra a anistia do caixa 2, desde que não seja o caixa 2 do PT e desde que o congresso aprove legalização de provas obtidas de forma ilegal.

http://jornalggn.com.br/noticia/primeira-entrevista-de-moro-indica-que-ele-perdeu-a-aura-de-intocavel-por-helena-chagas


Jornal GGN - A "aura de intocabilidade dos primeiros tempos de Lava Jato" para Sergio Moro parece ter sido abalada e, por isso, o juiz federal decidiu romper o regime de entrevista exclusiva, que vinha adotando desde que a operação foi deflagrada, e falou ao Estadão, na última sexta-feira (5).
Para a jornalista Helena Chagas, Moro decidiu dar essa primeira entrevista para mandar alguns recados. Um dos principais seria que não pretende travar uma batalha contra a anistia ao caixa 2 de campanha se o Congresso se comprometer a aprovar o pacote das 10 medidas anticorrupção do Ministério Público Federal.
Por Helena Chagas
Em Os Divergentes
Em dois anos e meio de Lava Jato, o juiz Sérgio Moro só falou nos autos dos processos – ainda que muitas vezes de forma dura, em recados explícitos. Deve ter tido, portanto, suas razões para quebrar o silêncio e dar a entrevista publicada neste domingo aos repórteres Fausto Macedo e Ricardo Brandt, do Estadão, de longe a leitura mais interessante da rodada do finde. Interessante por quê?
Porque, pela primeira vez, Moro parece ter sentido necessidade de se explicar – ao distinto público, ao STF, aos políticos. Está falando porque parece ter perdido parte daquela aura de intocabilidade dos primeiros tempos da Lava Jato. Embora ainda muito popular, Moro vem recebendo críticas de setores do Judiciário e da mídia, que vão além dos prejudicados com sua ação contra a corrupção. É nesse contexto que deve ser entendida sua entrevista, em tom equilibrado, quase humilde.
Deu dois recados importantes: o de que  jamais entrará na política e a defesa de um limite ao instituto do foro privilegiado, interpretado como uma cutucada no STF, que estaria demorando para julgar e condenar os acusados da Lava Jato. Mas Moro foi extremamente cuidadoso e afável com o STF, quase justificando a demora em função do excesso de processos que chegam à corte suprema do país por causa da amplitude do foro privilegiado. Há quem pense o mesmo no próprio STF.
O principal recado de Moro na entrevista foi, sobretudo, o que ele não disse. Indagado sobre a proposta que vem sendo articulada pela Câmara para anistiar o caixa 2, embutida no projeto das da medidas conta a corrupção, poderia ter batido, como bateu no projeto que endurece a punição ao abusos de autoridade. Só que não. Deu uma resposta para lá de moderada: “Creio que é prudente aguardar eventual formulação concreta antes de opinar”, disse ele, acrescentando que seria impensável uma eventual anistia de crimes de corrupção e lavagem, nos quais vem enquadrando os réus da Lava Jato.
A tradução desse recado de Moro aos navegantes do Congresso é que não vai atrapalhar a votação da anistia ao caixa 2 se as dez medidas contra a corrupção forem votadas direitinho. Pelo menos é isso que a turma entendeu.
O parecer do relator Ônix Lorenzoni deve ser lido esta semana, e sua votação na comissão especial das dez medidas poderá ocorrer já na próxima, enviando a proposta, junto com a anistia, imediatamente ao plenário da Câmara.

Três escândalos confirmam denúncias de Snowden sobre vigilância secreta, por Glenn Greenwald

http://jornalggn.com.br/noticia/tres-escandalos-confirmam-denuncias-de-snowden-sobre-vigilancia-secreta-por-glenn-greenwald



Jornal GGN - O jornalista Glenn Greenwald, mentor do portal The Intercept, publicou reportagem sobre três escândalos recentes, dois no Canadá e um no Reino Unido, que mostram que Edward Snowden estava certo sobre os abusos praticados por governos com seus sistemas de vigilância em massa. A Justiça reconheceu, nesses casos, que as autorizações para a coleta de dados internos eram dadas sem que as autoridades soubessem a extensão do uso pelos governos do Ocidente. O jornalista aponta para os riscos às liberdades individuais e de imprensa.
 Por Glenn Greenwald
No The Intercept
ENQUANTO TODAS AS ATENÇÕES estão concentradas na corrida presidencial do EUA entre Hillary Clinton e Donald Trump, três importantes acontecimentos comprovam como a vigilância em massa foi perigosamente difundida no Ocidente. Individualmente, cada um dos eventos ilustra perfeitamente as graves ameaças que levaram Edward Snowden a vazar os documentos da NSA; em conjunto, constituem uma justificativa completa para tudo o que ele fez.
No começo deste mês, um tribunal especial britânico que julga atividades de espionagem emitiu uma decisão enfática sobre os programas internos de vigilância em massa do Reino Unido. O tribunal concluiu que “as agências de segurança britânicas coletaram volumes enormes de dados pessoais e confidenciais, incluindo informações financeiras de cidadãos por mais de uma década, de forma secreta e ilegal”. Estas agências, disse o tribunal, “operaram um regime ilegal para coletar quantidades enormes de dados de comunicação, rastreando o uso individual de telefone e internet, além de outras informações pessoais e confidenciais, sem as garantias e a supervisão adequadas, por 17 anos”.
Tradução: “Agências de segurança do Reino unido coletaram dados de forma ilegal por 17 anos, de acordo com tribunal”
Na quinta-feira (3), uma condenação ainda mais veemente da vigilância em massa foi publicada pelo Tribunal Federal do Canadá. A decisão “culpou a agência de espionagem interna do Canadá por reter dados de forma ilegal e por não serem sinceros com os juízes que autorizam os programas de inteligência”. O mais impressionante foi que essas atividades de vigilância interna em massa não são apenas ilegais; são completamente desconhecidas por praticamente toda a população da democracia canadense, embora a dimensão dessas atividades tenha consequências indescritíveis para as liberdades fundamentais: “o ponto central em questão parece ser o equivalente à bola de cristal do Serviço de Inteligência e Segurança do Canadá — onde analistas de inteligência tentam deduzir as ameaças futuras através da análise e reanálise de grandes volumes de dados”.
Tradução: “Em decisão devastadora, Tribunal Federal [do Canadá] diz que coleta de dados em massa através do CSIS [Serviço de Inteligência e Segurança do Canadá]”
O terceiro escândalo também vem do Canadá — um parceiro importante da aliança de espionagem “Cinco Olhos”, que também inclui EUA, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia —, onde agentes de segurança de Montreal agora defendem “uma decisão extremamente polêmica de espionar um colunista [Patrick Lagacé] do La Presse, rastreando suas chamadas de telefone celular e mensagens de texto e monitorando sua localização por conta de uma investigação policial interna”. O jornalista em questão, Lagacé, enfureceu policiais ao investigar abusos de autoridade, e, por isso, foi alvo de técnicas de vigilância que rastrearam suas chamadas e localização para descobrir a identidade de suas fontes. Logo que o escândalo foi revelado, de acordo com as palavras do Jornal Montreal Gazette, ele foi “de mal a pior”, já que as subsequentes apurações mostraram que a polícia, na verdade, havia “rastreado as chamadas e localizações de seus jornalistas naquele ano, depois que as reportagens baseadas nos vazamentos revelaram que Michel Arsenault, então presidente da maior federação trabalhista do Quebec, teve seu telefone grampeado”.
Em palestra na McGill University de Montreal, Snowden pediu a renúncia do chefe de polícia de Montreal e classificou a espionagem como um “ataque radical às operações da imprensa livre”. O primeiro ministro canadense, Justin Trudeau disse: “obviamente, eu acho estas questões preocupantes — preocupantes para todos os canadenses”, e acrescentou: “precisamos e podemos continuar a garantir a proteção da imprensa e de seus direitos”. Tom Henheffer, da organização Jornalistas Canadenses pela Liberdade de Expressão, frisou um aspecto crucial sobre este abuso especificamente, mas também sobre os os sistemas de vigilância em massa de uma forma geral:
Não é possível sequer defender que são apenas algumas maçãs podres, já que foi autorizado por um juiz de paz. Isso é o sistema funcionando da forma que deveria funcionar. O que mostra que todo o sistema está corrompido.
Somente neste mês, tribunais e investigações formais declararam que dois membros importantes da aliança “Cinco Olhos” estavam envolvidos em vigilância em massa ilegal e generalizada, além de, no caso do Canadá, abusarem dos poderes de investigação para rastrear jornalistas e descobrir suas fontes. Quando Snowden falou publicamente pela primeira vez, esses eram exatamente os abusos e crimes que ele insistia estarem sendo cometidos pelos regimes de vigilância em massa que essas nações desenvolveram e implementaram de forma secreta. Essas alegações foram negadas veementemente pelos dirigentes responsáveis por esses sistemas.
Entretanto, a cada nova investigação e inquérito judicial, e à medida que novas provas são descobertas, as principais denúncias de Snowden são comprovadas. A verdade é que dirigentes ocidentais são viciados em sistemas de vigilância em massa abusivos, secretos e impunes que são usados contra seus próprios cidadãos e estrangeiros, e, à medida que esses sistemas criam raízes, mais as liberdades fundamentais são desgastadas.