sábado, 30 de junho de 2007

Cruzeiro vira para cima do Vasco

Soberano durante todo o segundo tempo, o Cruzeiro conseguiu a virada nos minutos finais e venceu o Vasco por 3 x 1 neste sábado, no Mineirão, em partida válida pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Martín García abriu o placar para os cariocas, enquanto Roni, de pênalti, Wagner e Guilherme garantiram o triunfo à Raposa.

Com essa vitória, a Raposa vai ao 5º com 13 pontos. Terça-feira, a Raposa encara o Figueirense, ás 20h30min (de Brasília), no Orlando Scarpelli.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Os juros continuam caindo em doses homeopáticas, o spread cai mais lentamente ainda

Segundo matéria do Valor Econômico de 29/06/07, o spread, ou ganho dos bancos com a diferença entre as taxas de aplicação e de captação, decresceu somente 0,2 ponto em maio, para 26,2% considerando a média das três modalidades de juros para financiamento. Os bancos reduziram a taxa geral de captação em 0,5 ponto percentual, para 11,2%.

Essa queda foi mais que compensada pela elevação do volume de crédito, 7,3% até maio segundo o Banco Central. Segundo o Procon-SP as tarifas bancárias subiram 16% até fevereiro, a tendência nos últimos anos é a elevação das tarifas muito acima da inflação e a criação de novas tarifas. Para justificar o spread exagerado os bancos culpam a inadimplência, que não é muito elevada (PF 7,1% e PJ 2,7%), e as despesas com pessoal.

Nos cálculos para justificar o spread mais alto do mundo eles esquecem que a despesa com pessoal é mais que coberta só com a receita de tarifas. Também não levam em conta que boa parte da inadimplência das pessoas físicas é coberta por seguro prestanista, um seguro para o banco mas que é pago pelo cliente.

O Bancos ganham de todo lado. Esfolam seus clientes com tarifas e juros altos. Esfolam os contribuintes, pois boa parte dos impostos que pagamos vão para as mãos dos banqueiros, é uma brutal distribuição de renda as avessas que drena recursos dos mais pobres (o sistema tributário é injusto) e transfere para os mais ricos.

Tem gente que acredita que os juros do Brasil são os mais altos do mundo para segurar a inflação. A inflação já foi debelada há mais de 10 anos, a política de juros altos do Banco Central, ou melhor do governo Lulla, é um instrumento perveso de transferência dos mais pobres para os mais ricos. Como dizem o Lulla é a o pai dos probre e a mãe dos banqueiros.

Não subestimem o poder dos banqueiros no Brasil. São os maiores anunciantes e com isso têm forte influência nos meios de comunicação. O Lula não teve coragem de enfrentá-los e se tornou mais um neoliberal.


Volume de crédito é o mais alto desde 1995

Total de empréstimos concedidos pelos bancos chega R$ 786,1 bilhões, o equivalente a 32% do PIB, segundo dados do BC

Destaque do ano é o leasing para pessoas físicas, com alta de 33,6%, puxada pelo aquecimento no setor automotivo

Folha de São Paulo
29/06/07

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Mais uma idéia de jerico

Mais uma idéia de jerico, dessas que abundam as colunas dos jornais brasileiros foi publicada no Valor Econômico do dia 26 de junho. Dessa vez o Sr. Fábio Giambiagi, tido pela grande mídia como um dos mais lúcidos analistas da política macroeconômica brasileira, propõe que o Brasil passe a colocar títulos da dívida no mercado argentino.

Vendo que os juros reais na Argentina são quase zero, chegando em alguns meses a ser negativo, o cabeção propõe que o Tesouro brasileiro coloque lá títulos públicos no valor de 2% a 3% do PIB.

Parodiando Garrincha, falta combinar com os argentinos. Ao contrário do nosso governo, o governo argentino não é passivo, os juros são mantidos baixos para favorecer o investimento produtivo. Na Argentina há controle de capitais, coisa que aqui é uma heresia, não se pode nem falar.

No entanto, supondo que seja possível o Brasil colocar títulos públicos no mercado argentino, pensem comigo, não interessa receber em pesos e com o câmbio valorizando do jeito que está ocorrendo hoje, o que menos interessa para a economia brasileira é trazer mais dólares.

O cabeção não vê que os juros altos pagos são frutos da atuação do Banco Central. O BC acha que o Brasil não pode crescer mais que 3,5% (o tal do produto potencial) sem gerar inflação e por isso matém os juros nas alturas para inibir o crescimento da demanda.

Este é o Brasil! As idéias de jerico são aplaudidas e os analistas mais sérios são ignorados.


jerico s. m., burro;

quarta-feira, 27 de junho de 2007

O borogodó argentino

O governo argentino é caloteiro e intervencionista. Controla a inflação, que está em alta, com tabelamentos de preços, congelamento de tarifas e até há boas suspeitas de que manipule os índices. Dá para assustar investidores? Você ainda não viu nada.

Além disso tudo, a Argentina vive uma onda estatizante e, não bastasse, está às voltas com um apagão energético. Ah, a burocracia para abrir uma firma, segundo advogados especializados, é ainda maior do que no Brasil (aqui, no jornal Valor Econômico, para assinantes). E, cá entre nós, os gastos públicos continuam aumentando.

Nenhuma dúvida sobre o clima hostil para os negócios na economia do vizinho, não é mesmo? Então, alguém bem sabido poderia explicar por que a Fiat decidiu reativar, a partir de janeiro, sua fábrica de Córdoba, praticamente parada desde 2002, investindo US$ 60 milhões agora e outros US$ 80 milhões em 2008, assegurando a geração de dois mil empregos diretos e mais mil entre seus fornecedores.

Poderia aproveitar e explicar também por que, conforme se lê em reportagem de Cleide Silva, no Estadão (aqui, para assinantes), a Renault vai transferir do Brasil, em setembro, toda a produção do Clio para a Argentina, onde também fabricará, a partir do segundo semestre de 2008, um novo carro médio. E, no embalo, explicar por que a GM ampliará, ainda este ano, a produção na sua unidade argentina em 57%, enquanto no Brasil o aumento de produção não passará muito de 2,5%.

Quem sabe tenha ainda boas respostas para o fato de que até pequenas e médias empresas brasileiras estejam procurando se instalar na Argentina – e num ritmo que, por enquanto, dobra a cada ano.

Como, sabemos todos, pelos doutos ensinamentos que os cabeções neoliberais não se cansam de transmitir, juros e câmbio, no Brasil, estão relativamente bem ajustados, as explicações devem ser outras.

O que a Argentina tem que nós não temos?

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Publicado por José Paulo Kupfer - 2/06/07 4:08 PM
http://econominimo.nominimo.com.br/

O gigantismo financeiro

Não faltam comentários sobre a situação inédita do mercado mundial. Trata-se de uma conjuntura fascinante e perigosa. Os ativos financeiros ao redor do globo somam aproximadamente 110 trilhões de dólares e o total de tudo que se produz de mercadoria e serviços (o PIB mundial) monta 25 trilhões de dólares.

Francisco Petros
Carta Capital de 27 de junho de 2007

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Banco Central alterou o requerimento de capital e a metodologia de cálculo da exposição

Em nota à imprensa no dia 08 de junho o banco central informa que editou três circulares que alteram normas e procedimentos relativos à exposição a risco cambial.

Banco Central alterou o requerimento de capital e a metodologia de cálculo da exposição cambial
Na prática, para que os bancos mantenham o nível atual de suas aplicações em dólar, eles terão que ter um patrimônio líquido maior que o exigido hoje. A regra entra em vigor amanhã e os bancos terão 15 dias para adaptação.

A Circular 3.352 retornou o limite de exposição cambial a 30% do patrimônio de referência com vigência imediata.Além disso, a Circular 3.353 do BC elevou o requerimento de capital incidente sobre a exposição cambial dos bancos de 50% para 100%. Esta medida entrará em vigor em 2 de julho.

O Banco Central também decidiu adicionar ao valor da exposição cambial líquida os valores compensados internacionalmente pelos conglomerados bancários (circular 3.351).

Isso que dizer que os bancos precisarão ter capital de 100% para ter alguma exposição ao câmbio, o que acaba o uso de linhas externas de empréstimo a juros mais baixos para realizar operações com moeda estrangeira.

Estas medidas restringem a exposição cambial líquida das instituições financeiras, isso faz subir o custo de se captar no exterior para aplicar em Reais. Antes tarde do que nunca. O BC tem mais instrumentos em mãos para segurar a valorizão do Real, por exemplo taxando a entrada de capitais de curto prazo. Mas contrariar os interesses dos banqueiros é um tabu para o BC.

Fonte: Banco Central
http://www.bacen.gov.br/?id=NOTICIA&cod=837

Termina greve de 43 dias no Banco Central

Os funcionários do Banco Central aceitaram a proposta de reajuste médio de 32% feita pelo governo e encerraram ontem a greve que durou 43 dias. O reajuste será parcelado em três vezes: 4,8% em dezembro, 22% em janeiro de 2008 e 5,2% em janeiro de 2009. Ele é diferenciado para cada categoria de servidor do BC.

O salário inicial dos trabalhadores com nível superior irá subir de R$ 7.503,04 para R$ 8.821,51 ao final das três parcelas. Já o salário final daqueles que têm nível médio será de R$ 6.998, o mais alto do Executivo.

Ainda será decidido se os dias parados serão ou não descontados.

Fonte: Folha Online 14/06/2007

sexta-feira, 15 de junho de 2007

EUA revogaram 141 concessões de TV e rádio; ninguém reclamou; agora a mídia brasileira diz absurdos sobre a não renovação da concessão da RCTV

A Administração Federal de Comunicações (FCC na sigla em inglês), um órgão do governo dos Estados Unidos, fechou 141 concessionárias de rádio e TV entre 1934 e 1987. Em 40 desses casos, a FCC nem esperou que acabasse o prazo da concessão. Os dados foram levantados por Ernesto Carmona, presidente do Colégio de Jornalistas do Chile, no artigo intitulado Salvador Allende se revolve em sua tumba: senadores socialistas comparam Chávez a Pinochet.

No artigo de Carmona abundam exemplos de países desenvolvidos que cassaram concessões de rádios e TVs por vários motivos.

"E em nenhum destes países houve uma campanha como a da atual RCTV, cuja concessão durou 53 anos", ironiza Carmona. E recorda ainda que "a União Internacional de Telecomunicações (UIT) reconhece 'em toda a sua amplitude o direito soberano de cada Estado a regulamentar suas telecomunicações, tendo em conta a importância crescente das telecomunicações para a salvaguarda da paz e do desenvolvimento econômico e social dos Estados'".

No Brasil o que se defende não é a liberdade de imprensa, mas a liberdade para os donos da mídia e daqueles que podem pagar para estar nela. Na mídia brasileira há muito pouco espaço para discussão dos problemas do país. Os grandes temas não são levados ao ar. Nos telejornais as notícias são escolhidas a dedo. É piada ouvir da Globo a defesa da liberdade de imprensa sabendo que ela cresceu e se fortaleceu sob as asas do regime militar.


Leia o artigo em português

Clique aqui para ler a íntegra do artigo de Ernesto Carmona (em espanhol)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Sem alta de preços, saldo encolheria US$ 10 bi

"Sem o expressivo aumento do preço dos produtos exportados pelo país no ano passado, o saldo da balança comercial brasileira encolheria US$ 10 bilhões. Ao invés dos US$ 46 bilhões efetivamente apurados, o superávit ficaria em US$ 36 bilhões se considerasse apenas a evolução das quantidades exportadas e importadas, que cresceram respectivamente 3,3% e 16%." (Valor Econômico 14/06/2007)

O crescimento do volume das importações está muito mais rápido do que o das exportações. Nos últimos anos tivemos um cenário extremamente favorável para os preços de exportação brasileiros que estão sendo beneficiados pela alta de commodities, como minério de ferro e soja, e pelos reajustes dos manufaturados, provocados pelo esforço das empresas em compensar a valorização cambial. Não se sabe até quando as empresas brasileiras vão conseguir reajustar seus preços e até quando o ciclo de alta das commodities vai perdurar.

Um país que tem 16,9% de desemprego (Dieese - regiões metropolitanas) e mais um sem número de pessoas na informalidade (levando a vida no tombo) não pode se contentar com baixo crescimento. Diferentemente do que a grande mídia (Globo, Estadão, etc) mostra, o Brasil não vai bem. Somente uma pequena parcela da população se beneficia dos juros altos e do câmbio valorizado.

Precisamos de uma taxa de crescimento grande o suficiente para compensar o aumento de produtividade, para empregar os jovens que estão chegando ao mercado de trabalho e incluir os milhões de desempregados e subempregados deste país.

Juros altos (maior do mundo) e câmbio valorizado não ajudam em nada. Não adianta reclamar que o motor do carro é fraco se o motorista insiste em manter o freio de mão puxado.