quarta-feira, 17 de maio de 2017

Fim da recessão ou ilusão estatística?

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Análise


por Esther Dweck — publicado 16/05/2017 11h53, última modificação 16/05/2017 16h01
O governo celebra aumento da atividade econômica, mas não diz que os dados só cresceram porque o IBGE alterou sua metodologia
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José Cruz / Agência Brasil
Henrique Meirelles
Meirelles comemora uma recuperação da economia que não houve
[Este é o blog do Brasil Debate em CartaCapital. Aqui você acessa o site]
O governo comemorou na segunda-feira 15 o que seria o primeiro sinal de recuperação da atividade econômica após oito trimestres de quedas sucessivas do Indicador de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Mas o que explica o aumento em tal índice, quando todos os demais indicadores, especialmente o emprego, apontam para um movimento contrário?
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Esse resultado foi muito influenciado por uma mudança importante em duas das séries que compõem esse indicador e que têm um peso muito elevado. 
Quando olhamos a série mensal do IBC-Br, observa-se que o aumento no último trimestre foi decorrente de um aumento apenas no mês de fevereiro, sendo que já em março é possível verificar uma queda no mesmo indicador.
grafico2-Esther.jpg
A principal explicação para esse resultado do mês de fevereiro foi a mudança metodológicanas Pesquisas Mensais de Comércio e Serviços do IBGE, cuja alteração afetou o nível dessas séries de forma significativa, conforme pode ser visto no gráfico abaixo.
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A série antiga, que foi divulgada até janeiro de 2017, apresentava uma clara trajetória de queda. Em abril de 2017, a série foi revisada e um novo valor para janeiro foi divulgado, em um nível consideravelmente acima do que havia sido divulgado anteriormente. Como pode ser visto no gráfico, houve um evidente deslocamento para cima da série, que nos meses seguintes voltou a apresentar sucessivas quedas, tanto em fevereiro quanto em março, em relação ao mês imediatamente anterior. 
Por parte do IBGE, não houve qualquer mudança nos dados de dezembro de 2016 para trás e, dessa forma, o crescimento do mês de janeiro, em relação a dezembro, foi consideravelmente elevado e acima de qualquer outro crescimento apresentado ao longo de toda a série histórica.
 grafico4-Esther.jpg
O grande problema é que, em fevereiro, o IBC-Br foi calculado já utilizando a nova série, o que claramente deslocou o nível da série do IBC-Br sem que efetivamente se verificasse uma mudança na sua trajetória. Com isso, o resultado do índice de fevereiro foi muito alto e a soma dos três primeiros meses mostrou-se acima do trimestre anterior.
Portanto, esse aumento do índice em fevereiro não decorre de qualquer mudança efetiva da economia, mas de um deslocamento das séries que compõem o IBC-Br, sem representar qualquer alteração na trajetória das séries. Como nos meses seguintes essas mesmas séries voltaram a cair, o indicador de março já refletiu tal movimento.
Em relação ao PIB, que será divulgado em 1º de junho, o efeito dessa mudança das séries da PMC e PMS deve ser menor, pois há no cálculo do PIB mais controles, o que evita que tais variáveis determinem sozinhas a trajetória do mesmo. Ainda assim, haverá algum efeito que não deve ser visto como uma efetiva saída da recessão, sob o risco de ficarmos iludidos com um resultado que é meramente um efeito estatístico. 
*Esther Dweck é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assessora econômica do Senado Federal.

Doria usou offshore para comprar apartamento em Miami, mostram Panama Papers

Não é notícia nova, mas é interessante saber.
http://politica.estadao.com.br/noticias/panama-papers,doria-usou-offshore-para-comprar-apartamento-em-miami--mostram-panama-papers,10000048202


Nome de pré-candidato do PSDB à Prefeitura de SP aparece em documentos vazados da Mossack Fonseca
José Roberto de Toledo, Pedro Venceslau, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli e Guilherme Duarte, O Estado de S.Paulo
30 Abril 2016 | 17h00
O empresário e pré-candidato do PSDB para a Prefeitura de São Paulo, João Doria Jr.
O empresário e pré-candidato do PSDB para a Prefeitura de São Paulo, João Doria Jr. Foto: Hélvio Romero|Estadão
O pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, João Doria Jr., comprou uma empresa de prateleira do escritório panamenho Mossack Fonseca. Incorporada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, a offshore Pavilion Development Limited foi usada pelo tucano para adquirir um apartamento em Miami (EUA) em 1998, por US$ 231 mil, sem que a propriedade aparecesse em seu nome.
O Estado encontrou contratos, procurações e cópia de passaportes de Doria e sua mulher, junto a mensagens de e-mail referentes à compra da offshore, dentre os 11,5 milhões de documentos dos Panama Papers, divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). A série provocou a queda do primeiro-ministro da Islândia e revelou esquemas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio em dezenas de países. 
Comprar ou abrir uma offshore não é ilegal, desde que a empresa seja declarada à Receita Federal no Brasil. Nelson Wilians, advogado de Doria, mostrou à reportagem uma das 27 páginas da declaração de bens de seu cliente no Imposto de Renda de 2016 na qual a Pavilion Development aparece declarada. Mas não atendeu ao pedido da reportagem para mostrar as declarações de IR de 1998, quando Doria comprou a offshore, e dos anos posteriores. O advogado disse que elas serão apresentadas à Justiça Eleitoral se Doria vier a ser formalizado como candidato.
A história da offshore de Doria começa em 15 de abril de 1998, quando ele compra a Pavilion da Mossack Fonseca, em negócio intermediado pela advogada brasileira Luciana Haddad Hakim. À época, o capital da offshore era de US$ 12 mil, dividido em 12 mil ações. Foram emitidos seis certificados ao portador. Os diretores da corporação eram João Agripino da Costa Doria (presidente) e sua mulher, Beatriz Maria Bettanin Doria (vice).
Menos de três meses depois, a Pavilion Development se tornou proprietária de um apartamento de dois quartos no apart-hotel Mutiny On The Bay, de frente para o mar, em Miami. Nos documentos do Dade County, a venda foi registrada por US$ 231 mil. Pela legislação brasileira, toda remessa ao exterior a partir de US$ 100 mil deve ser registrada no Banco Central.
Segundo seu advogado, Doria não fez remessas. Pagou a entrada de US$ 30 mil com uma permuta feita no Brasil, e o restante foi financiado em 30 anos nos EUA. O advogado diz que as parcelas do financiamento, de US$ 2.056 por mês, são pagas com rendimentos da locação do imóvel. A diária de um apartamento no Mutiny On The Bay custa US$ 243. Para pagar a mensalidade, Doria precisaria alugar o apartamento por 9 dias ao mês, pelo menos.
A offshore de Doria não realizou outros negócios até dezembro 2009, quando sua advogada à época, Luciana Hakim, cogitou fechá-la, em correspondência enviada à Mossack Fonseca. Nesse mesmo mês daquele ano, estava prevista uma importante mudança na legislação das Ilhas Virgens Britânicas: acabariam as ações ao portador de empresas offshore, e passaria a ser necessário registrar nos certificados de ações o nome do proprietário.
Em vez de fechá-la, Doria transferiu as ações da offshore em 8 de dezembro de 2009 para o Pavilion Trust, cujo endereço é o mesmo de outras empresas de Doria no Brasil, na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. O nome de contato para assuntos relativos ao trust, segundo correspondência da advogada com a Mossack Fonseca, é o de uma funcionária de confiança de Doria, Celia Matias Pompeia. Simultaneamente, o capital da offshore aumentou para US$ 50 mil, divididos em 50 mil ações.
O trust é um jeito de colocar patrimônio sob confidencialidade – os beneficiários não são legalmente donos dos bens que o Trust administra – e um mecanismo para transferir legado financeiro para sucessores (filhos e cônjuge, por exemplo) sem necessidade de pagar imposto sobre herança. Em caso de morte de um dos beneficiários, os demais continuam usufruindo dos bens.
Pelos registros da Mossack Fonseca, a Pavilion Development Limited continuava ativa até o ano passado. 
Documento assinado por João Doria
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