quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Rede Globo joga sujo para retirar a TV Diário das parabólicas

Lembram-se do Coxinha, personagem lá do Ceará apresentado pelo Davi?
http://www.youtube.com/results?search_type=&search_query=nas+garras+da+patrulha&aq=0

Esse quadro de humor é produzido pela TV Diário lá do Ceará. Outro programa legal é a Vila do Riso (não é a toa que dizem que todo cearense já nasce humorista). A programação, que é muito boa e é transmitida via satélite podendo chegar cerca de 30 milhões de lares que têm antena parabólica, tem sido fator de integração da comunidade nordestina Brasil a dentro.

Pois não que a Globo, que não suporta concorrência, pressiona para que o Sistema Verdes Mares (dono da TV Diário) tire o canal do satélite. Como toda emissora quer ser vassalo da Rede Globo, a programação própria é sufocada, quando no máximo fica restrita a nível local. Quando chega um pouco mais longe, a Globo manda prá Sibéria.


http://verdesmares.globo.com/tvdiario/



GLOBO EXIGE RETIRADA DA TV DIÁRIO DAS PARABÓLICAS

A direção-geral da TV Diário esteve reunida com todo o seu cast de apresentadores, na tarde de hoje,20 de fevereiro.

Uma fonte da emissora informou o assunto da pauta: a pressão que a Rede Globo vem fazendo contra o Sistema Verdes Mares de Comunicação para que a TV Diário deixe de transmitir sua programação pelo satélite.

A reclamação é antiga e a Globo observou que vem perdendo audiência para a emissora cearense em vários nichos de mercado do País.

A TV Diário pode sair do satélite e virar emissora local, com direito a ser captada em algumas poucas cidades do Ceará.”

http://www.iguatunoticias.com/2009/02/globo-exige-retirada-da-tv-diario-das.html

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Vladimir M Coutinho
www.vlad.blog.br

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A morte do segredo bancário suíço

Gilles Lapouge (Correspondente em Paris)
O Estado de São Paulo , 24/02/2009

A Suíça tremula. Zurique se alarma. Os belos bancos, elegantes, silenciosos de Basileia e Berna estão ofegantes. Poderia se dizer que eles estão assistindo na penumbra a uma morte ou estão velando um moribundo. Esse moribundo, que talvez acabe mesmo morrendo, é o segredo bancário suíço.

O ataque veio dos Estados Unidos, em acordo com o presidente Obama. O primeiro tiro de advertência foi dado na quarta-feira. A UBS - União de Bancos Suíços, gigantesca instituição bancária suíça - viu-se obrigada a fornecer os nomes de 250 clientes americanos por ela ajudados para fraudar o fisco. O banco protestou, mas os americanos ameaçaram retirar a sua licença nos Estados Unidos. Os suíços, então, passaram os nomes. E a vida bancária foi retomada, tranquilamente.

Mas, no fim da semana, o ataque foi retomado. Desta vez os americanos golpearam forte, exigindo que a UBS forneça o nome dos seus 52.000 clientes titulares de contas ilegais. O banco protestou. A Suíça está temerosa. O partido de extrema-direita, UDC (União Democrática do Centro), que detém um terço das cadeiras no Parlamento Federal, propõe que “o segredo bancário seja inscrito e ancorado pela Constituição federal”.

Mas como resistir? A União de Bancos Suíços não pode perder sua licença nos EUA, pois é nesse país que aufere um terço dos seus benefícios.

Um dos pilares da Suíça está sendo sacudido. O segredo bancário suíço não é coisa recente. Esse dogma foi proclamado por uma lei de 1934, embora já existisse desde 1714. No início do século 19, o escritor francês Chateaubriand escreveu que “neutros nas grandes revoluções nos Estados que os rodeavam, os suíços enriqueceram à custa da desgraça alheia e fundaram os bancos em cima das calamidades humanas”.

Acabar com o segredo bancário será uma catástrofe econômica. Para Hans Rudolf Merz, presidente da Confederação Helvética, uma falência da União de Bancos Suíços custaria 300 bilhões de francos suíços ou 201 milhões.

E não se trata apenas do UBS. Toda a rede bancária do país funciona da mesma maneira. O historiador suíço Jean Ziegler, que há mais de 30 anos denuncia a imoralidade helvética, estima que os banqueiros do país, amparados no segredo bancário, “fazem frutificar três trilhões de dólares de fortunas privadas estrangeiras, sendo que os ativos estrangeiros chamados institucionais, como os fundos de pensão, são nitidamente minoritários”.

Ziegler acrescenta ainda que “se calcula em 27% a parte da Suíça no conjunto dos mercados financeiros ?offshore? do mundo, bem à frente de Luxemburgo, Caribe ou o extremo Oriente”. Na Suíça, um pequeno país de 8 milhões de habitantes, 107 mil pessoas trabalham em bancos.

“O manejo do dinheiro na Suíça”, diz Ziegler, “se reveste de um caráter sacramental. Guardar, recolher, contar, especular e ocultar o dinheiro, são todos atos que se revestem de uma majestade ontológica, que nenhuma palavra deve macular e se realizam em silêncio e recolhimento”.

Mas agora surge um outro perigo, depois desse duro golpe dos americanos. Na minicúpula europeia que se realizou em Berlim, em preparação ao encontro do G-20 em Londres, França, Alemanha e Inglaterra (o que foi inesperado) chegaram a um acordo no sentido de sancionar os paraísos fiscais. “Precisamos de uma lista daqueles que recusam a cooperação internacional”, vociferou a chanceler Angela Merkel.

No domingo, o encarregado do departamento do Tesouro britânico, Alistair Darling, apelou aos suíços para se ajustarem às leis fiscais e bancárias europeias. Vale observar, contudo, que a Suíça não foi convidada para participar do G-20 de Londres, quando serão debatidas as sanções a serem adotadas contra os paraísos fiscais.

Há muito tempo se deseja o fim do segredo bancário. Mas até agora, em razão da prosperidade econômica mundial, todas as tentativas eram abortadas. Hoje, estamos em crise. “Viva a crise!”

Barack Obama, quando era senador, denunciou com perseverança a imoralidade desses “remansos de paz para o dinheiro corrompido”. Hoje ele é presidente. É preciso acrescentar que os Estados Unidos têm muitos defeitos, mas a fraude fiscal sempre foi considerada um dos crimes mais graves no país. Nos anos 30, os americanos conseguiram laçar Al Capone. Sob que pretexto? Fraude fiscal.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090224/not_imp328991,0.php

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

“Alguns acreditam no PSDB. Outros preferem duendes”

Paulo Moreira Leite
23/02/09 Revista Época

Sou do tempo em que algumas pessoas colavam um plástico no vidro dos automóveis: “Eu acredito em duendes!”

Hoje, os duendes saíram dos automóveis para assumir a identidade do PSDB.

Apenas um partido de existência improvável pode viver a situação em que os tucanos se encontram hoje.

Os tucanos governam estados importantes, como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul. Tem uma boa bancada de deputados e senadores influentes.

Entre grandes empresários, muitos são petistas de carteira, em função de óbvias contingências políticas - e tucanos de coração.

O problema é que os tucanos não sabem quem será seu candidato a sucessão de Lula, embora um deles seja o primeiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto e já tenha o apoio declarado do segundo maior partido de oposição.

Os tucanos não conseguem ter uma atuação coerente na Câmara de Deputados, onde um terço da bancada está sempre contra a maioria.

E ainda nem falamos do principal: embora seja um partido de oposição, com o maior índice de acadêmicos per capta de nossa vida pública, o PSDB ainda não conseguiu produzir uma crítica útil nem relevante sobre o mandato e meio do governo Lula.

Não falta opinião - do contra, de preferência. Mas falta trabalho, pesquisa, argumento - aquilo que vai convencer o eleitor indeciso, sedimentar a opinião, consolidar a crítica.

Além de artigos - brilhantes ou não - que suas estrelas publicam em jornais, a título individual, não sabemos o que o PSDB acha, de verdade, sobre o Bolsa-Família.

Nem o que pensa sobre os juros de Henrique Meirelles que, por sinal, foi eleito deputado pelos tucanos.

Qual seu balanço das primeiras medidas que a equipe econômica para enfrentar a crise internacional? Não sabemos.

Desse jeito, será dificil entender por que o PSDB quer convencer o eleitor a conduzí-lo de volta ao Planalto.

O partido trabalha como se a lei de gravidade estivesse sempre a seu favor e o Palácio do Planalto fosse eu destino histórico.

Pode ser que a crise econômica ajude. Mas os impasses de Barack Obama mostram que uma tragédia pode ajudar a ganhar uma eleição mas não ajudam a fazer um bom governo.

Não tenho nada contra quem acredita em duendes. Só não acho que devem ser confundidos com eleitores de carne e osso.
(Voltando aos duendes nos vidros dos automóveis. Eram outros tempos. O trânsito era uma tribuna para se anunciar crenças religiosas, preferências políticas e mesmo filosofia em forma de auto-ajuda. Eram uma forma de comentário de atualidade. Muitos eram chatíssimos. Outros, oportunos e até engraçados. Muita gente denunciava a corrupção, pedia eleições, cobrava solidariedade contra a AIDS e assim por diante. As pessos viam, comentavam, imitavam e de certa forma respondiam com outros adesivos. Minha mãe carregava no carro um plástico redondo e amarelo, para denunciar a energia nuclear. Hoje, os plásticos religosos permanecem. Sobraram alguns Guevaras. O resto é silêncio visual. Parece que todos se cansaram de nossas crenças. Ou concluíram que não vale a pena anunciá-las para os outros).

http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2009/02/23/alguns-acreditam-no-psdb-outros-preferem-duendes/

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O setor financeiro precisa aprimorar a gestão de risco

O setor financeiro precisa aprimorar a gestão de risco
Lloyd Blankfein, Financial Times, reproduzido no Valor Econômico em 20/02/2009


Desde a primavera e, mais pronunciadamente neste outono, uma epidemia global de medo e pânico asfixiou as artérias das finanças, exacerbando uma deterioração mais abrangente na economia global. A maior parte do ano passado foi extremamente humilhante para o nosso setor. As pessoas estão compreensivelmente revoltadas e nosso setor precisa prestar contas por seu papel naquilo que transpirou.
Daniel Acker / Bloomberg News
Blankfein, executivo-chefe do Goldman Sachs: "Remover o risco completamente do sistema virá ao custo do crescimento"

As instituições financeiras têm uma obrigação em relação ao sistema financeiro mais amplo. Nós dependemos de um sistema sadio, que funciona bem, mas fracassamos em suscitar perguntas suficientes sobre se parte das tendências e práticas que se tornaram habituais realmente atenderam os interesses de longo prazo do público.

À medida que formuladores de política e reguladores começarem a considerar as ações a serem tomadas para lidar com as deficiências, parece-me que será útil refletir sobre algumas lições aprendidas com essa crise.

A primeira é que a gestão de risco não deve se basear inteiramente em dados históricos. Nos meses passados, temos escutado a frase "eventos com múltiplos desvios-padrão" mais do que algumas vezes. Se os eventos que foram calculados para ocorrer uma vez a cada 20 anos na verdade ocorreram com muito maior regularidade, não é preciso ser nenhum matemático para concluir que as premissas de gestão de risco não refletiram a distribuição dos resultados reais. Nosso ramo precisa se empenhar mais em realçar e aprimorar análises de cenários e testes de resistência em condições de pressão.

Em segundo lugar, um número grande demais de instituições financeiras e investidores terceirizou a sua gestão de risco. Em vez de se incumbirem das suas próprias análises, elas confiaram nas agências de classificação para executar o trabalho essencial de análise de risco para si. Isto foi verdade na implantação e durante o período do investimento, ao longo do qual elas não prestaram atenção em outros indicadores de deterioração financeira.

Esta dependência exagerada nas classificações de crédito coincidiu com o enfraquecimento da cobiçada classificação triplo A. Em janeiro de 2008, existiam 12 empresas com nota triplo A. Ao mesmo tempo, havia 64 mil instrumentos financeiros estruturados, como carteiras de títulos lastreados em crédito (CDO, na sigla em inglês), com classificação triplo A. É fácil e conveniente responsabilizar as agências de classificação por lapsos nas suas avaliações de crédito. Cada uma das instituições financeiras que participaram no processo deve aceitar a sua parcela de responsabilidade.

A terceira é que tamanho é documento. Por exemplo, se uma pessoa detém US$ 50 bilhões de dívida super sênior de (supostamente) baixo risco num CDO, a probabilidade de perdas era, proporcionalmente, a mesma. Mas as consequências de um erro de cálculo eram obviamente muito maiores se a pessoa tivesse uma exposição de US$ 50 bilhões.

A quarta é que muitos modelos de risco presumiram que as posições podiam ser plenamente protegidas. Após o colapso do Long-Term Capital Management e a crise nos mercados emergentes em 1998, novos produtos como as várias cestas de índices e swaps de crédito foram criados para ajudar a compensar uma série de riscos. Entretanto, nós, como um setor, não consideramos de forma suficientemente cuidadosa a possibilidade de que a liquidez poderia evaporar, dificultando a aplicação de proteções de risco eficazes.

A quinta é que os modelos de risco não conseguiram capturar o risco inerente em atividades não contabilizadas nos balanços patrimoniais, como os veículos de instrumentos estruturados. Agora já está claro que dirigentes de empresas com vasta exposição não registrada em balanço patrimonial não estimaram a plena magnitude dos riscos econômicos aos quais estavam expostos: igualmente preocupante, seus pares não estavam conscientes da plena consequência desses veículos e, portanto, não podiam avaliar criteriosamente o risco de se fazer negócios.

Sexta, a complexidade levou o que tínhamos de melhor. O setor deixou o crescimento nos novos instrumentos superar a capacidade operacional de gerenciá-los. Consequentemente, o risco operacional aumentou dramaticamente e isso teve um efeito direto sobre a estabilidade geral do sistema financeiro.

Por último, e talvez mais importante, as instituições financeiras não prestaram contas sobre os valores dos ativos de forma suficientemente precisa. Ouvi algumas pessoas argumentarem que a contabilidade pelo valor justo - que atribui valores atuais a ativos e passivos financeiros - é um dos principais fatores que agravam a crise de crédito. Eu vejo isso de forma diferente. Se mais instituições tivessem avaliado adequadamente as suas posições e obrigações desde o começo, elas estariam muito melhor posicionadas para reduzir as suas exposições.

Para o Goldman Sachs, a marcação diária de posições a preços de mercado correntes foi um elemento-chave que contribuiu para a nossa decisão de reduzir riscos num estágio relativamente inicial nos mercados e em instrumentos que estavam se deteriorando. Esse processo pode ser difícil e algumas vezes penoso, mas acredito que esta é uma disciplina que deve definir as instituições financeiras.

Como resultado destas lições e de outras que surgirão a partir desta crise, deveríamos considerar princípios importantes para o nosso setor, para formuladores de políticas e para reguladores. Para o setor, não podemos deixar que a nossa capacidade de inovar supere nossa capacidade de gerenciar. Considerando o tamanho e a natureza interconectada dos mercados, o crescimento nos volumes, a natureza global das transações comerciais e suas características de ativos cruzados, a gestão do risco operacional só ficará mais importante.

As funções de risco e controle precisam ser completamente independentes das unidades de negócios. E a clareza acerca da instância à qual gestores de controle e risco devem se reportar é crucial para manter esta independência. Igualmente importante, os gestores de risco precisam ter estatura pelo menos igual à de seus opostos nas mesas de operações; se houver uma pergunta sobre o valor de uma posição ou desacordo em torno de um limite de risco, a opinião do gestor de risco deve prevalecer sempre.

Compreensivelmente, os planos de remuneração continuam gerando muita irritação e polêmica. Nós reconhecemos que ter um programa de alívio a ativos problemáticos cria um contexto importante para remuneração. Isso explica por que, em parte, nossa equipe diretora executiva optou por não receber uma gratificação em 2008, apesar de a firma ter gerado um lucro.

De forma mais geral, precisamos aplicar parâmetros básicos sobre como remunerar as pessoas no nosso ramo. A porcentagem de gratificações discricionárias concedidas em ações deveria aumentar expressivamente, à medida que aumenta a remuneração total do empregado. O desempenho de um indivíduo deveria ser avaliado ao longo do tempo para evitar assumir risco excessivo. Para garantir isso, todas as concessões de ações devem estar sujeitas à entrega futura e ou exercício diferido. Executivos do alto escalão deveriam ser obrigados a manter a maioria das ações que receberem pelo menos até se aposentarem, ao passo que os prazos de entrega das ações devem continuar em vigor depois que o indivíduo deixar a firma.

Para formuladores de política e reguladores, deve ficar claro que a autorregulamentação tem os seus limites. Nós racionalizamos e justificamos as políticas de preços de risco decrescente a pretexto de ele ser diferente. Agimos assim porque nosso interesse pessoal em preservar e expandir a nossa participação de mercado, como concorrentes, algumas vezes nos cega - especialmente quando a exuberância atinge o seu clímax. No mínimo, solucionar um problema que permeia o sistema, elevar parâmetros ou levar o setor a uma resposta coletiva requer regulamentação central eficaz e o poder congregador dos reguladores.

Parâmetros de capital, crédito e subscrição deveriam estar sujeitos à "regulamentação mais dinâmica". Os reguladores deveriam considerar as exigências e benefícios regulatórios necessários para assegurar um regime que seja suficientemente sólido e ágil para identificar e limitar excessos de mercado adequadamente, particularmente num período de crescimento econômico sustentado. Assim como o banco central dos EUA ajusta as taxas de juros para cima para refrear inquietação econômica, várias referências e índices poderiam ser adequadamente calibrados. Para aumentar a transparência global e ajudar a garantir que o valor contábil realmente signifique valor contábil, os reguladores deveriam exigir que todos os ativos em todas as instituições financeiras sejam avaliados igualmente. Contabilidade pelo valor justo proporciona mais clareza aos investidores no tocante a riscos no balanço patrimonial.

O nível de coordenação e comunicação da supervisão mundial deve refletir a interconexão global dos mercados. Os reguladores devem instituir troca de informações mais vigorosa e de divulgação harmonizada, combinada a regimes de demonstração mais sistêmicos e eficazes para instituições e principais participantes de mercado. Sem isso, os reguladores carecerão das ferramentas essenciais para ajudá-los a compreender os níveis de vulnerabilidade sistêmica no setor bancário e nos mercados financeiros de forma mais abrangente.

Nesse aspecto, todas as combinações potenciais de capital que dependem do funcionamento tranquilo do sistema financeiro e que são grandes o bastante para representarem um fardo sobre eles numa crise deveriam estar subordinadas a alguma medida de regulamentação.

Depois dos choques dos meses recentes e do sofrimento econômico associado, existe um desejo natural e pertinente de reforma abrangente do nosso regime regulatório. Devemos nos opor a uma resposta, porém, que esteja projetada exclusivamente para nos proteger de uma tempestade de 100 anos. Remover o risco completamente do sistema virá ao custo do crescimento econômico. Igualmente, se abandonarmos, ao contrário de regularmos, os mecanismos de mercado criados décadas atrás, como securitização e derivativos, poderemos acabar limitando o acesso ao capital e à proteção eficaz e à distribuição do risco, quando finalmente conseguirmos superar esta crise.

A maior parte do século passado foi definida por mercados e instrumentos que destinam recursos à inovação, recompensam a assunção de risco empresarial e atuam como um catalisador importante para o crescimento econômico. A história demonstrou que um sistema financeiro dinâmico e vibrante está no núcleo de uma economia dinâmica e vibrante.

Temos muito a fazer coletivamente para reconquistar a confiança do público e ajudar a reparar o nosso sistema financeiro para restaurar a estabilidade e a vitalidade. O Goldman Sachs está comprometido a fazê-lo.

Lloyd Blankfein é executivo-chefe do Goldman Sachs
http://www.valoronline.com.br/ValorImpresso/MateriaImpresso.aspx?tit=O%20setor%20financeiro%20precisa%20aprimorar%20a%20gest%C3%A3o%20de%20risco&dtMateria=20/02/2009&codMateria=5428042&codCategoria=93&p=684&t=12px

BB turbina crédito e lucra R$ 8,8 bi

Maria Christina Carvalho, de São Paulo
Valor Econômico 20/02/2009
O Banco do Brasil (BB) pisou no acelerador no quarto trimestre de 2008. Aproveitando a retração dos concorrentes com a crise internacional e sob pressão do controlador, o governo, turbinou os ativos e a carteira de crédito, o que lhe garantiu o maior lucro até agora registrado em um ano e lhe permitiu reduzir substancialmente a distância em relação ao novo líder do mercado, Banco Itaú Unibanco, formado pela fusão do Itaú com o Unibanco, anunciada em novembro.

O lucro líquido contábil cresceu 57,7% do terceiro para o quarto trimestre e atingiu R$ 2,944 bilhões, acumulando R$ 8,803 bilhões no ano, 74% acima do registrado em 2007. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 32,5%.

O resultado é recorde para um banco brasileiro. O Bradesco lucrou R$ 7,62 bilhões em 2008. Itaú e Unibanco só divulgam o resultado após o Carnaval.

Os ativos totais do BB cresceram com o forte aumento do crédito. Os ativos avançaram 38,3% para R$ 507,348 bilhões; e a carteira de crédito teve expansão de 39,9% para R$ 224,808 bilhões, superando o crescimento médio registrado pelo sistema financeiro de 31%.

O balanço inclui os dados do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e Banco do Estado do Piauí (BEP), adquiridos em 2008. Somando-se os números dos ativos da Nossa Caixa de setembro (R$ 53,4 bilhões) e 50% do Votorantim de dezembro (R$ 72 bilhões), cujas aquisições serão concretizadas neste ano, o BB terá R$ 610,7 bilhões e vai encostar no Itaú Unibanco. Pelos dados de setembro, Itaú Unibanco tem R$ 575,1 bilhões em ativos totais. Se ele crescer o mesmo que o Bradesco no quarto trimestre, chegará a R$ 618,2 bilhões em ativos totais.

O governo dos EUA toca o pau na máquina e não para de imprimir dólares.

Valor Econômico 20/02/2009
"O governo dos EUA não para de imprimir moeda", brinca John Welch, economista global do Itaú. Segundo ele, a base monetária no país passou de US$ 900 bilhões antes da crise para níveis em torno de US$ 2,6 trilhões neste momento. "Isso, aliado à taxa de juros zero, é o chamado afrouxamento quantitativo", diz. "Nos Estados Unidos, eles têm metas para tentar elevar a inflação e impedir a deflação, o que parece incompreensível no Brasil", comenta.



O governo dos EUA toca o pau na máquina e não para de imprimir dólares, como sempre fez toda vez que precisou. São medidas pragmáticas tomadas para enfrentar a crise. Aqui no Brasil boa parte dos economistas ficam presos a teorias furadas e pisam forte no freio da economia (juros altos). Os caras do BC ficam com o pé no freio e os economista ficam procurando justificativas para o fraco desempenho do país.

Agora botam culpa na crise, mas na verdade esta crise só serviu para revelar as barbeiragens do nosso (?) banco central. O crédito parou em setembro passado porque os bancos ficaram assustados com a inadimplência das empresas que apostaram mais de um ano de faturamento em derivativos cambiais. Loucura estimulada pelo banco central que fazia na BM&F uma operação suspeitíssima chamada de swap reverso (também chamada de swap português, pois no período que o dólar estava em queda no Brasil o BC recebia a variação negativa do câmbio e pagava a taxa SELIC). Muita gente ganhou dinheiro com isso. As exportadoras foram levadas a fazer esta operação para fazer frente ao dólar em queda (que prejudica a indústria brasileira).

Só que quando o câmbio virou (de R$1,65 para R$2,20) pegou muita gente de calças curtas. Os bancos enfiaram esse tipo de operação até em pequenos e médios empresários (capital de giro). Tudo sobre supervisão do BC que se gaba de ser rigoroso.

Vale pode ter embarque recorde de minério para a China no 1º trimestre

Valor Online 20/02/2009

RIO - A Vale estima bater o recorde trimestral de embarque de minério de ferro para a China no primeiro trimestre deste ano. A expectativa é de que os embarques para o país asiático atinjam 30 milhões de toneladas entre janeiro e março, enquanto a estimativa do total de embarques do produto é de 50 milhões de toneladas no período.


Essa notícia é muito boa para a Vale e para quem tem suas ações. No seu relatório trimestral de 3 trimestre de 2008 a empresa se mostrava muito otimista com relação à economia chinesa, parece que seus analistas acertaram.

Eu particularmente não vejo muita vantagem em exportar minério de ferro. O Brasil precisa articular para que esse minério seja transformado em aço e posteriormente sendo usado como insumo para a construção civil e para a indústria nacional.

O país precisa se desenvolver e não é exportando produto primário que chegaremos lá.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Mercadante critica juros altos.

O líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), criticou o atraso na política monetária brasileira em reduzir a taxa Selic, como uma das iniciativas de enfrentamento da crise financeira mundial.

Também acho que os juros deveriam cair. Para menos da metade do que é praticado até o meio do ano.

Mas quem trouxe esse tucano marionete dos banqueiros para o governo do Lula foi o Mercadante, que até ontem defendia a política de juros altos que transfere dinheiro dos pobres para os ricos.

O imposto dos tucanos é mais bonito

O governo de São Paulo está ampliando o rol de produtos que entrarão no regime de substituição tributária. Nesse regime, o imposto que seria cobrado na venda final é pago pela indústria ou pelo importador. Isso facilita em muito a fiscalização. Para definir o valor a ser cobrado, se adiciona uma margem ao preço base do produto (preço que seria cobrado na ponta) e depois se aplica a aliquota de ICMS.

A indústria tem reclamado que o governo calcula margens mais elevados do que a prática fazendo com que a carga tributária cresça. A reclamação tem sentido. O governo calculou as margens num período em que a economia crescia a cem por hora. Agora com a crise, as margens tem caído.

Se essa medida fosse do Governo Federal a mídia já teria caído matando. Mas como é uma medida do Governo José Serra (mais conhecido como Zé Pedágio) nem foi comentada na mídia televisiva. Nos jornais impressos, não foi tema de capa, no máximo uma nota bem escondida.

Totalitarismo Chavista

Jânio de Freitas,
Folha de São Paulo 19/02/2009

Cá entre nós

Pois é, enquanto a “internacional antichavista” faz mágicas para continuar alimentando a imprensa sul-americana, vem do mundo de Barack Obama uma novidade que não parece ocasional.

O Departamento de Estado atesta que o referendo vencido por Hugo Chávez foi “totalmente coerente com o processo democrático”. Como sobremesa, o democrata “Washington Post” define as novas constituições de Venezuela, Bolívia e Equador como “processos pacíficos” que se destinam a “refundar aquelas nações para corrigir injustiças históricas”. (Dois fatos em pequenas notícias na Folha de ontem).

No que nos respeita, são sinais quase inacreditáveis de uma inovação inacreditável. Por importante que seja, seu aspecto político é o de menos. A mudança de percepção e de concepção é ainda mais assombrosa.
Lembra uma palavra que nunca passou de sua sonoridade: Panamericanismo. Não faz mal imaginar que aqueles fatos sejam uma insinuação esboçada de vida em comum nas nossas bandas.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1902200911.htm

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A imprensa brasileira distorce e oculta as transformações que estão ocorrendo na América Latina. Vejo pessoas cultas falarem do Chaves ou do Evo Morales como demônios, ditadores, chegam ao absurdo de dizem que esses governos são totalitários. Totalitarismo ocorreu na União Soviética de Stalin, na Alemanha Nazista. Na Venezuela, na Bolívia, no Brasil (com menos intensidade) vem ocorrendo rupturas dentro do regime democrático. Entram governos mais preocupados com as necessidades do povo e não com os donos do dinheiro.

Um grande exemplo da manipulação da nossa mídia é que eles não informaram ao público que a nossa Petrobras foi indenizada pelo governo boliviano. Reuters (26/06/2007): "The government's $112-million buyback of the refineries is part of Morales' energy nationalization".


Se quiserem saber nossos vizinhos, sugiro buscar uma fonte neutra como a BBC. Sobre o governo Chaves, há um série de matérias destacando as transformações, destacando erros e acertos e não só os erros como faz a mídia local.

BBC: Em década de Chávez, pobreza caiu na Venezuela

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

George Soros aumenta participação na Petrobras

O mega-investidor George Soros aumentou sua participação na Petrobras para 1,45% se tornando o segundo maior detentor de ADRs (American Depositary Receipts, papel que representa uma ação de empresa estrangeira nas bolsas do EUA) da Petrobras. Soros também ampliou sua participação na canadense Potash Corp., a maior empresa de fertilizantes do mundo, para 2%, com a compra de 2,6 milhões de ações da empresa no quarto trimestre.

Eu também acredito que no médio prazo as comodities vão ter uma grande recuperação. Principalmente a energia que é o motor do crescimento.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Energia - o Brasil na contramão?

Estadão 16 de Fevereiro de 2009
José Goldemberg

O Ministério de Minas e Energia publicou recentemente o Plano Decenal de Expansão de Energia para os próximos dez anos, em que se prevê um aumento substancial da geração de energia elétrica com usinas termoelétricas, usando carvão, óleo diesel e óleo combustível, principalmente nos Estados do Norte do País.

Em termos práticos o que isso significa é que a tradicional energia hidrelétrica (limpa e renovável), na qual se baseou a industrialização do País e que hoje representa 84% da capacidade instalada, vai cair para 76%. O que se vê pois é um aumento de energia que não é nem renovável nem limpa, na direção oposta do que se tenta fazer em todos os países do mundo.


Leia o texto completo em:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090216/not_imp324475,0.php

Corte maior da Selic não surpreenderá

Luiz Sérgio Guimarães
Valor Econômico 16/02/2009

Apesar dos repiques inflacionários recentes, se o Copom do Banco Central vier em sua reunião de março a decidir corte diferente do consenso estabelecido em torno de mais uma baixa de um ponto percentual na taxa Selic será no sentido de ampliar mais ainda o afrouxamento monetário. Os juros futuros caíram bem. O swap de 360 dias recuou de 11,20% para 11,05%. A taxa cairá a um dígito se o pregão considerar possível a adoção pelo Copom de uma solução nos moldes chilenos.

Notoriamente superconservador como o BC brasileiro, o chileno reduziu a taxa básica na semana passada em 2,5 pontos, quando os analistas esperavam mais um corte de um ponto. Como o BC brasileiro, o chileno demorou a iniciar o relaxamento da política monetária. A primeira baixa foi feita, como no Brasil, em janeiro, e foi, como aqui, de um ponto. Mas há diferenças (enormes) com o Chile: lá as reuniões são mais frequentes do que no Brasil; o juro básico iniciou a queda quando estava em 8,25% e não em 13,75% como aqui; em dois meses a taxa chilena tombou de 8,25% para 4,75%, uma diminuição de 42,4%. Se tal dimensão de afrouxamento fosse aplicada pelo nosso BC, a Selic cairia 5,83 pontos, para 7,92%.

Notícias do Trem-bala Rio - São Paulo - Campinas

Do Valor Econômico 16/02/2009

O governo deverá criar uma nova estatal para cuidar de todo o processo de absorção de tecnologia nas futuras obras do trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Estão praticamente prontos um projeto de lei para constituir a empresa e um decreto presidencial regulamentando seu funcionamento, antecipou ao Valor o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. "O Brasil precisa saber se apropriar dos ganhos tecnológicos que poderão advir da implantação do trem-bala", disse.

Apesar da crise, Passos reafirmou a intenção de lançar o edital de licitação do projeto ainda neste ano. Ele garantiu que o governo já recebeu a confirmação de que bancos de fomento estrangeiros continuam dispostos a financiar "grande parte" do empreendimento. Grupos franceses (Alstom), alemães (Voith Siemens), italianos (Ansaldo Breda), coreanos (Hyundai) e japoneses (Mitsubishi, Kawasaki, Toshiba e Hitachi) manifestaram interesse em participar do leilão.


Ele afirmou que o compromisso de transferência de tecnologia será um dos pré-requisitos para entrar na disputa. O objetivo do governo ao fazer essa exigência - e acumulando conhecimento por meio de uma estatal "enxuta" - é que futuros projetos de trens de alta velocidade sejam menos dependentes de tecnologias externas.

Para o trem-bala Rio-São Paulo-Campinas, a indústria ferroviária brasileira sai praticamente do zero, admite Passos. Mas deve ser diferente com outros empreendimentos. O governo já incluiu no Plano Nacional de Viação e começou estudos técnicos para outras ligações em alta velocidade: São Paulo-Curitiba e São Paulo-Belo Horizonte. Para ele, não basta ter subsidiárias de empresas estrangeiras fabricando trens, peças e componentes no país. "Isso significa, muito além da atenção para com a cadeia produtiva, o domínio do conhecimento associado a esse tipo de transporte", disse.

Contribuição sindical II

A lei faculta o profissional liberal recolher a Contribuição Sindical diretamente para a entidade sindical da sua profissão.

O valor deve ser o equivalente a um dia de trabalho no mês de março. Alguns tem interpretado incorretamente a lei e recolhido um valor bem menor (cerca de R$10) com base na Nota Técnica nº 5, de 2004 (Ministério do Trabalho). Essa atitude contraria a lei. Para sanar dúvidas o Ministério do trabalho publicou nova nota reforçando o que diz a lei (deve-se pagar 1/30 avos do salário de março).

Os profissionais que trabalham por conta própria devem recolher R$124 (1/30 do sal. mínimo de engenheiro). Todos os sindicatos de engenheiros informam esse valor, a guia pode ser gerada nos respectivos sites (São Paulo: http://www.seesp.org.br/grcs/ Rio de Janeiro: http://www.sengerj.org.br/novagrcs/novagrcs.htm)

A nota pode ser lida em:

http://www.seesp.org.br/1/index.php?option=com_content&task=view&id=945&Itemid=27&ed=7


Os sindicatos são importantes na vida social e política de um país. Unidos somos mais fortes. Para quem não é sindicalizado e trabalha numa empresa que tem um sindicato organizado, o mínimo que devia fazer é pagar a contribuição sindical.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Tesouro Nacional pode capitalizar BB

Claudia Safatle
13/02/2009 Valor Econômico

Um grupo de trabalho no governo avalia as diversas hipóteses de medidas para desobstruir a oferta de crédito no país. Uma das mais cotadas é o Tesouro Nacional capitalizar o Banco do Brasil, para que ele possa aumentar sua capacidade de emprestar. Com isso, o banco estatal poderia reduzir mais os juros que cobra e melhorar as condições gerais dos financiamentos sem comprometer sua base de capital, avalia-se na área econômica. O grupo conta com técnicos do Ministério da Fazenda e do Banco Central.

Diante das pressões do Palácio do Planalto para liderar uma baixa do spread bancário (diferença entre o que o banco paga ao investidor e o que cobra do tomador), a direção do BB tem mostrado grande preocupação com os riscos que reduções mais ousadas dos juros trazem para a sua base de capital, já que o nível de capitalização do banco é relativamente apertado. As recentes aquisições - dos bancos estaduais de Santa Catarina, do Piauí e Nossa Caixa , e do banco Votorantim, privado - consumiram uma parte importante do capital do BB.

O índice de Basiléia do banco - quantidade de capital próprio que os bancos devem separar para cobrir riscos nas operações de crédito - é de cerca de 14%, diante da relação mínima de 11% exigida pelas regras prudenciais do BC, conforme informações publicadas no Valor. É esse percentual que dará ou não uma margem confortável para o banco expandir sua carteira de crédito.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Como mudar a letra associada a um pendrive ou hd externo USB no Windows XP

Muitas vezes plugamos nosso pendrive ou hd portátil na PC porta USB e não conseguimos acessar o conteúdo. Esse problema acontece muito no ambiente empresarial quando estamos usando o Windows XP.

O Windows reconhece o dispositivo, mas não consegue atribuir automaticamente uma letra para representar a unidade de disco. Aí não conseguimos acessar os dados. Não sei porque cargas d'água a Microsoft deixou esse bug no XP. Não havia no Windows 2000.

O que acontece é o seguinte: o Windows XP tenta atribuir a primeira letra disponível para o dispositivo inserido na USB, mas se a primeira letra que o Windows tenta atribuir já está sendo usada para um mapeamento de pasta de rede, o XP ignora e atribui essa letra ao drive USB, daí não conseguimos acessar os dados.

Solução: atribua manuelmente uma letra (das que estiverem disponíveis) ao drive.

1 - Clique com o botão direito no ícone Meu Computador, escolha gerenciar.



2 - Ao abrir a tela do Gerenciamento do Computador e escolha Gerenciamento de Disco (Disk Management).



3 - O pendrive aparece como disco removível. Procure, há o item disco removível e o tamanho. Achando clique com o botão direito e escolha Mudar Letra do Drive.



4 - Escolha alguma letra que não esteja sendo usada e pronto.

O mínimo ideal

Com base no custo da cesta básica de Porto Alegre – a mais cara do país -, o Dieese calculou o salário mínimo ideal para que o trabalhador e sua família tenham atendidas todas as condições estabelecidas pela Constituição. Em janeiro, o trabalhador deveria receber R$ 2.077,15, nada menos que cinco vezes os R$ 415 que vigoravam no mês. Em janeiro do ano passado, o mínimo ideal era de R$ 1.924,59.
Coluna Econômica - 11/02/2009 - Luís Nassif Luís Nassif

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

SELIC, spread, fila do SUS

Um dos motivos para não haver concorrência é a SELIC ter sido mantida alta por muito tempo.

O Brasil, ao manter uma taxa de juros quase dez vezes a média internacional causa graves distorções na economia local:

1) Dá oportunidade aos bancos de ganharem muito com operações de tesouraria, de risco ZERO e com elevada rentabilidade (veja os juros nos outros países). Ao ganhar dinheiro fácil na tesouraria os bancos não concorrem entre si para disputar clientes. Só emprestam se puderem cobrar taxas elevadíssimas

2) Selic alta significa que o BC quer que se faça racionamento de crédito para conter a demanda interna (estabilidade pro BC é crescer pouco e sempre, sempre pouco). Mas como no Brasil, a entrada e saída do capital estrangeiro é muito fácilitada, cria-se outra distorção: grandes empresas vão ao mercado externo buscar financiamento, no período de grande liquidez, conseguiam crédito a juros decentes, mas corriam risco cambial.

Cometia-se um grande erro: utilizar financiamento externo para financiar gastos em reais. Isso é o cumulo o cúmulo da burrice (quem entende um pouquinho de macroeconomia sabe disso)

3) A entrada excessiva de dólares por causa da SELIC alta favorecia a valorização do Real e por conseguinte a perda de competitividade da nossa indústria.

4) A SELIC alta faz com que o governo corte investimentos, corte gastos sociais, cobre impostos de setores que deveriam ser aliviados. São quase 7% do PIB que saem do setor produtivo e vai para ciranda financeira. Boa parte desse dinheiro não volta para financiar produção e geração de emprego, giram em falso nas engrenagens da alta finança.

5)Os US$200 bi de reserva que o Brasil juntou custou muito caro, uma vez que o Tesouro (por conta da política monetária do sr Meirelles e prontamente defendida pelo Lula) paga juros elevadíssimos e aplica em títulos da dívida dos EUA. Essas reservas custam mais do R$40 bilhões por ano. Mais que o dobro dos recursos pleiteados pela saúde para fazer uma revolução no SUS.

As reservas que deveriam ser usadas de forma estratégica para financiar importações essenciais e assim manter o país crescendo acelerado está sendo usado pelo BC como um seguro para aqueles que ganharam muito nos tempos de bonança e querem sair ilesos agora.

Como sempre foi dito aqui neste blog, as reservas acumuladas com tanto custo ao povo brasileiro se tornaram de fato um seguro para os especuladores.

BC ajuda bancos estrangeiros

Do blog do Nassif

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/02/07/bc-ajuda-bancos-estrangeiros/

O escândalo das reservas

Do blog do Luís Nassif

Já foi objeto de uma nota aqui, mas não custa repetir: os US$ 30 bilhões que o Banco Central pretende disponibilizar a empresas brasileiras, para que quitem seus financiamentos internacionais, são um acinte, um escândalo.

Os financiamentos foram feitos sob o pressuposto de que haveria rolagens anuais de parte deles. A crise internacional interrompeu o jogo. O normal seria uma renegociação que melhorasse as condições, em troca do aumento da amortização.

O BC está permitindo que as empresas nacionais quitem integralmente seus financiamentos, sem sequer exigir deságio dos bancos credores. É um presente à banca internacional.

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/02/10/o-escandalo-das-reservas/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Déficit da previdência: um rombo ou um engodo para a elite ficar com a grana dos benefícios dos velhinhos?

Na gestão Lula houve vários avanços no como a correta contabilização das receitas e despesas do INSS na gestão do ex-ministro Machado.

A mídia e a elite financeiro adoro exibir o déficit da previdência. Eles acham absurdo que o governo gaste 7% do PIB com 8% da população.
No entanto, na visão desses caras é correto o governo gastar 6% ou 7% do PIB com menos de 0,5% da população (juros excessivos mantidos pelo Banco Central).

Se contarmos os recursos previstos de impostos e contribuições para o sistema de seguridade social, não há déficit.

Depois da saída do Nelson Machado o Ministério da Previdência voltou a atrás e divulga as contas da previdência do jeito que a elite gosta: dizem que há um rombo insustentável e por isso não se pode subir o salário mínimo e deve-se aumentar a idade mínima para se aposentar.

Na verdade esses caras querem que o governo economize com os velhinhos pobres e sobre mais dinheiro para ser torrado pelo Banco Central (que é nomeado pelo atual governo para não romper com essa elite que a todo tempo puxa seu tapete).

Sou totalmente a favor do combate às fraudes, mas tenho sabido por amigos que trabalham em RH de empresas que o INSS tem negado benefícios para pessoas que deveriam estar aposentadas por invalidez. O bem estar da população deve estar acima de tudo. Tá na ora do Lula olhar mais ainda para esse povo que acredita nele e o apóia!

Ação anticrise deve focar corte de juros, dizem economistas

Ação anticrise deve focar corte de juros, dizem economistas
Sergio Lamucci, de São Paulo
Valor Econômico 09/02/2009

A redução agressiva dos juros é um dos grandes trunfos de que dispõem o Banco Central (BC) e o governo para combater os efeitos da crise sobre o Brasil, avalia a esmagadora maioria dos analistas. Acelerar o investimento público e promover desonerações tributárias também são iniciativas bem-vistas, mas há dúvidas quanto ao espaço fiscal disponível para isso - e, no caso do aumento das inversões, existe incerteza quanto à capacidade do Executivo de intensificar o ritmo das obras.

Das medidas já adotadas, o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis foi a que mostrou os resultados mais claros até agora - em janeiro, as vendas de veículos aumentaram com força em relação a dezembro. Outras iniciativas não foram bem-sucedidas, como as voltadas para destravar o crédito, ou ainda não tiveram tempo para produzir efeitos sobre a economia, como a elevação do orçamento de 2009 e 2010 do BNDES em R$ 100 bilhões.

O economista-chefe da corretora Convenção, Fernando Montero, diz que o Brasil tem hoje duas grandes distorções: os juros astronômicos e o nível dos gastos públicos. Para ele, é preferível corrigir o primeiro problema, reduzindo a taxa Selic, do que elevar as despesas do governo, já bastante altas.

O economista David Kupfer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vê um amplo espaço para baixar a Selic. Ele lembra que, desde o agravamento da crise, em setembro, o BC só reduziu a taxa em 1 ponto percentual, para 12,75% ao ano. "Isso mostra que falta ousadia para o BC."

Em resumo, tanto um economista mais ortodoxo como Montero quanto um mais desenvolvimentista como Kupfer veem a possibilidade de quedas mais fortes da Selic. A diferença de diagnóstico é quanto ao que fazer com a política fiscal. Montero acha, como o ex-diretor do BC Ilan Goldfajn, que o governo deve ser comedido nos gastos públicos, ou vai tirar a margem de manobra do BC para diminuir a Selic. "O Brasil é um dos poucos países do mundo com espaço considerável para agir no lado monetário", reforça Goldfajn, hoje sócio da Ciano Investimentos.

Já economistas como Kupfer e Fernando Sarti, da Unicamp, defendem uma combinação de medidas fiscais e monetárias para combater a crise. Eles aplaudem o aumento de 12% do salário mínimo, que vai injetar R$ 22 bilhões na economia. "É uma medida importante de estímulo à demanda, num momento em que há aumento de desemprego e, com isso, perda de renda", afirma Sarti.

O ex-presidente do BC Gustavo Loyola, sócio da Tendências Consultoria Integrada, considera o aumento exagerado. "Isso causa um ônus muito elevado para a Previdência", afirma ele. Dois terços dos benefícios do INSS são atrelados ao salário mínimo.

Uma das medidas mais importantes anunciadas até o momento foi a elevação do orçamento do BNDES em R$ 100 bilhões. Sarti e Kupfer elogiam a iniciativa, por reiterar o compromisso do governo com o crescimento. Para o professor da Unicamp, ela é positiva por concentrar os recursos num banco com capacidade de selecionar projetos de investimento com "agilidade e qualidade".

Goldfajn e Loyola, por sua vez, veem a medida com desconfiança. O primeiro lembra que há um subsídio aí - dado pela diferença entre o custo do Tesouro na operação, a Selic, e o que o BNDES vai pagar pelos recursos. Loyola tem preocupação quanto aos critérios que serão usados nos empréstimos. Para Montero, é outra medida que pode tirar espaço da redução da Selic. Ao aumentar a presença na economia do crédito direcionado (como os empréstimos do BNDES), feitos com base na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), diminui a margem para a queda do juro básico, diz.

O aumento do investimento público na crise é bem-vindo pelos dois grupos de economistas. O governo tem prometido que fará isso por meio da intensificação do ritmo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Kupfer ressalta que as inversões em infra-estrutura são um "importante dinamizador da demanda". Ele tem dúvidas, porém, quanto à capacidade de o governo acelerar a velocidade de execução da obras. O ortodoxo Goldfajn também gosta da ideia de elevar investimentos, mas tem outra preocupação em mente: "De onde vai sair o dinheiro? Haverá cortes de gastos correntes?"

A desoneração tributária também é uma opção que os analistas recomendam ao governo. Kupfer acha que a redução dos tributos sobre o investimento é uma boa alternativa. Uma questão é se existe espaço para isso, dado que haverá queda de receitas e o governo já contratou elevados aumentos de despesas, observa Montero. A redução do IPI para automóveis é encarada mais como uma medida de impacto temporário, que estimulou o consumo e serviu para a indústria desovar os estoques. Não deve ser algo permanente.

Em estudos no governo, o pacote de incentivo à construção de 500 mil casas populares é uma medida considerada inteligente. "É um vetor de demanda fundamental, num setor que emprega muito", diz Sarti. Loyola acha a iniciativa positiva, dada à importância do segmento. "Mas é necessário que seja algo focado e transparente."

Promovidas pelo BC desde o começo do agravamento da crise, as reduções dos depósitos compulsórios dos bancos são avaliadas como muito positivas. O problema é que elas ainda não destravaram o crédito, como diz Sarti. Para ele, é fundamental redobrar os esforços para reduzir os spreads (a diferença entre o que o banco paga para captar recursos e o que cobra para emprestar), fazendo os bancos públicos baixarem as taxas.

Loyola apoia a queda dos compulsórios, mas não acha que o governo deve obrigar os bancos públicos a reduzir os spreads, em um momento de aumento do risco na economia. "Isso pode gerar uma safra de operações de crédito de qualidade ruim." A queda da Selic, segundo ele, é uma das formas de induzir a redução dos juros, ainda que o efeito não seja imediato.

Polêmica decisão do STF: Gilmar Mendes e o STF, paladinos da impunidade

Por 7 votos contra 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o réu condenado a pena de reclusão somente poderá ser preso quando forem esgotadas todas as possibilidades de recurso e o processo for julgado em caráter definitivo pela última instância. Enquanto houver recursos pendentes, o réu condenado ficará em liberdade.

"Temos criminosos confessos que são condenados em primeiro e segundo graus e não vão para a cadeia porque o volume de recursos não se esgota nunca", disse ele, com apoio dos ministros Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e Carmen Antunes Rocha. Invocando a lentidão dos tribunais e o anacronismo da legislação processual penal, os quatro afirmaram que o tratamento benevolente dado a quem já foi condenado pelas instâncias inferiores favorece a impunidade, pois os presos ricos podem contratar advogados para recorrer indefinidamente.

Leia mais:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090209/not_imp320467,0.php

O Censo do Ensino Superior

Estadão 09/02/2009

Elaborado com base em dados de 2007, o Censo da Educação Superior, que foi divulgado na semana passada, apresenta duas importantes informações. Uma, positiva, é que o número de cursos e de estudantes na área de ciências exatas, justamente onde há escassez de mão-de-obra qualificada no País, subiu 12,3%, em relação a 2006. A outra, negativa, é que o número de universitários formados em cursos voltados para disciplinas específicas do magistério, como letras, geografia, biologia, química e filosofia, continua caindo.

Segundo o Censo, esses foram os únicos cursos que registraram queda. Eles tinham 860 mil alunos matriculados em 2007, ante 892 mil estudantes em 2006 - uma redução de 3,6%. A situação é preocupante, uma vez que, por causa dos baixos salários e da pouca valorização social do magistério, faltam professores de ensino básico, especialmente na rede pública.

Levantamentos do próprio Ministério da Educação (MEC) indicam que há cerca de 300 mil pessoas lecionando no País sem terem licenciatura e outros 300 mil docentes atuando em áreas diferentes das quais se formaram. São, por exemplo, bacharéis em matemática que lecionam física, historiadores que dão aula de geografia e formados em letras que ensinam filosofia e sociologia. Nestas duas últimas disciplinas, que passaram a ser obrigatórias no ensino médio, a situação é tão grave que, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), faltariam docentes licenciados mesmo se todos os universitários formados na área, nos últimos cinco anos, tivessem optado pela carreira de professor.

As autoridades educacionais reconhecem a gravidade do problema e anunciaram algumas medidas para enfrentá-lo. Uma é a concessão de bolsas de iniciação à docência para os alunos que fizerem graduação nas áreas obrigatórias do ensino básico. Outras medidas são a expansão dos cursos oferecidos pelas universidades federais, acordos com governos estaduais para capacitação de 360 mil professores do ensino médio em universidades públicas e a criação de 28 institutos de educação tecnológica, que terão de reservar 20% do orçamento para a formação de docentes em áreas específicas do magistério.

No âmbito das ciências exatas, a boa notícia do Censo é o aumento dos cursos de engenharia de produção e de construção civil, duas áreas estratégicas para o crescimento da economia. Por falta de profissionais nessas áreas, as empresas há muito tempo vêm contratando engenheiros aposentados e oferecendo bônus e outros benefícios para evitar que os engenheiros mais jovens aceitem convites de empresas concorrentes. Nesses dois cursos, o número de alunos subiu de 371.502 para 417.448, entre 2006 e 2007.

Em 2007, o País tinha 4.880.381 universitários. Considerando todos os cursos de ensino superior, houve um aumento de 2,7%, com relação a 2006. Até as áreas que são consideradas saturadas, onde a oferta é muito maior do que a procura, como é o caso de direito, cresceram. Em 2007, havia 614 mil alunos matriculados nos cursos jurídicos - número equivalente ao de profissionais registrados nas seccionais da OAB. Ainda segundo o Censo, os cursos de administração têm o maior número de alunos, seguidos pelos cursos de direito. O levantamento também constatou que o número de alunos de comunicação hoje é quase 70% maior que o de ciências da computação.

Como era esperado, a participação do setor privado nas matrículas do ensino superior continua aumentando. Passou de 70,76%, em 2003, para 74,15%, em 2006, e 74,57%, em 2007. São 3.639.413 alunos matriculados nas universidades particulares, ante 615.542 nas universidades federais, 482.814 nas universidades estaduais e 142.612 em instituições municipais. No entanto, por causa da dificuldade dos alunos para pagar as mensalidades, o índice de evasão nas universidades privadas é maior do que o das universidades públicas.

O Censo é um preciso retrato estatístico da realidade do ensino superior. Com base nele as autoridades educacionais podem planejar políticas para melhorar a qualidade dos cursos.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090209/not_imp320466,0.php

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Participação dos bancos públicos no crédito no Brasil

Valor: Qual a participação dos bancos públicos neste estoque de crédito?

Torres: Se pegarmos a variação do estoque de crédito do setor bancário entre fim de setembro e fim de dezembro, o crescimento que houve no crédito nesse período, o setor público respondeu por 68% do crescimento, do qual 32 pontos percentuais são do BNDES, um aumento no saldo das operações de crédito muito significativo vis a vis o restante do sistema.

O economista Ernani Torres, superintendente da área de pesquisa e acompanhamento econômico do BNDES em entrevista ao jornal Valor Econômico de 06/02/2009

Debate sobre a Venezuela e a Bolívia

O programa Mundo na TV Recrd News que debaterá Bolívia e Venezuela. Será nesta segunda (09/02/09), às 22:00 hs.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Copom planeja corte de 3 pontos na Selic

Luiz Sérgio Guimarães
02/02/2009 Valor Econômico

Os indicadores de atividade econômica precisam piorar muito e os de inflação mostrar preços completamente anestesiados ao longo de fevereiro e começo de março para o Banco Central alterar o seu planejamento para a política monetária e cortar a taxa Selic, na próxima reunião do Copom, dia 11 de março, mais fundo do que indicou a última ata. Após a leitura do documento, os analistas se convenceram que o Copom pretende fazer um corte total de três pontos. Quando a Selic chegar a 10,75%, ele para de reduzi-la. Por quê? A ata diz que com Selic a 10,75% no final de 2010, a inflação estará este ano e no próximo perto do centro da meta de 4,5%. Se o BC pretende estancar o ciclo de relaxamento quando a taxa chegar a esse patamar, a velocidade com que irá alcançá-lo é de menor importância desde que o mercado futuro de juros da BM&F se convença disso e incorpore essa expectativa aos contratos. O pregão ainda não fez isso face às reiteradas precauções do Copom.

Ao mudar radicalmente os termos da ata divulgada na quinta-feira - produzindo na prática um documento inteiramente novo -, o BC assumiu que errou na reunião de 13 de dezembro, quando manteve a Selic estável em 13,75%. Passar de um congelamento de taxa no absurdo patamar de 13,75% ao longo das últimas duas reuniões de 2008 para um ab-rupto corte de um ponto no encontro seguinte, ou é sinal de desmedida teimosia ou de falta de discernimento. Isso sem falar que o BC, supostamente mais bem-informado que o restante do mercado, em setembro, cinco dias antes de o Lehman Brothers quebrar e desencadear uma contração de crédito jamais vista, que empurraria o mundo no abismo da recessão, elevou a Selic de 13% para 13,75%. Apesar de todos os indícios em contrário, o BC temia, naquela época, que o dólar em alta contaminasse a inflação, a despeito do desabamento das commodities. Não aconteceu. Três reuniões depois, quando já é dispensável qualquer tipo de prova da ausência de "pass-through" cambial, a ata do Copom insiste em precaver-se contra futuros repasses. Rebuscadamente, tal excesso de cautela ortodoxa foi expressa na frase: "O efeito liquido da desaceleração global sobre a trajetória da inflação doméstica parece ser, até o momento, predominantemente benigno". Efeito líquido é a deflação que resulta da queda das commodities depois que se tira a alta do dólar. Atenção para a colocação de três expressões acautelatórias: "parece ser", "até o momento" e "predominantemente".

O mundo afunda em recessão e o BC não é capaz ao menos de indicar que persistirá cortando a Selic em um ponto. Tal indicação já seria suficiente para inclinar ainda mais negativamente a curva futura de juros, esta sim responsável pela definição do piso privado do custo do dinheiro. Se a ata apenas indica que a Selic continuará caindo (como se houvesse outra possibilidade, como se o BC acreditasse em magia econômica, na bruxaria do bem que de repente desenredasse o enrosco do crédito global e guindasse instantaneamente as economias do atoleiro), o BC está, na verdade, colocando um freio monetário à queda do juro futuro, portanto, ao custo do crédito. Há várias formas de se tornar conservadoramente uma política monetária mais rigorosa do que o necessário. A mais evidente é a alta do juro federal de curto prazo acima do que está sendo precificado a médio e longo prazo pelo DI. A outra é manter a taxa em patamar exageradamente alto por tempo excessivamente longo. A terceira - o caso atual - é imprimir uma velocidade de queda inferior à requerida para restaurar o livre funcionamento dos canais do crédito.

A baixa de 13,75% para 12,75% era o máximo que o BC poderia fazer? "Apesar de todas as críticas de que demorou a começar o processo de redução dos juros e de que estes ainda são muito altos, não se pode negar que o corte foi bastante agressivo para o histórico conservador do nosso BC", diz o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal.

A ficha do DI futuro, de que os fatos reais devem atropelar de novo as estratégias do Copom - de tal sorte que o erro de não ter iniciado o ciclo de afrouxamento em dezembro foi seguido pelo equívoco de ter feito um primeiro corte de apenas um ponto - começou a cair na sexta-feira. Num dia de mercados internacionais e domésticos muito ruins - portanto, de alta do dólar, cuja consequência temida pelo BC é o suposto repique inflacionário - o DI futuro intensificou o declínio. A taxa do swap de 360 dias recuou de 11,27% para 11,16%. O juro longo também mergulhou. O CDI previsto para janeiro de 2012 caiu de 11,85% para 11,79%. A certeza é de que os dados a respeito do lado produtivo da economia brasileira mostrarão, de novo, uma realidade mais perversa do que a imaginada pelo BC. Não que este seja otimista. Só não quer tomar decisões em sintonia com a gravidade do quadro por razões de obstinação ideológica.

Certamente, os modelos do BC já rodaram com a previsão de que a produção industrial deve ter desmoronado de novo em dezembro, após o tombo acumulado de 8% sofrido em outubro e novembro. O dado oficial será divulgado amanhã pelo IBGE e o mercado estima uma perda entre 6% e 8%. O BC já embutiu esse prognóstico em sua decisão de reduzir a Selic a 12,75% e ao indicar que não está seguro da premência e conveniência de fazer novo corte da mesma magnitude na reunião de 11 de março. Depende da grita?

Luiz Sérgio Guimarães é repórter de finanças

ANP quer mais biodiesel no diesel este ano

ANP quer mais biodiesel no diesel este ano
FolhaNews, do Rio
03/02/2009

A Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) vai dar sinal verde para que o percentual de biodiesel misturado ao diesel aumente ainda este ano. Atualmente, o diesel vendido no país contém 3% de biocombustível. Essa proporção poderá subir para 4%, caso o governo aprove a sugestão da ANP.

"A disponibilidade de biodiesel existente no mercado nos permite antecipar o B4 (4% de biodiesel). O ministro (de Minas e Energia, Edison Lobão) quer discutir essa questão", disse o diretor-geral da agência, Haroldo Lima.

Já havia sido autorizado, em julho de 2008, o aumento de 2% para 3% na mistura de biodiesel no diesel, o que provocou uma demanda de 1 bilhão de litros de biodiesel. Caso a mistura de 4% seja autorizada, a demanda anual passará para 1,6 bilhão de litros.

A ANP informou ainda que o consumo de combustíveis no país em 2008 registrou o maior crescimento dos últimos cinco anos, com alta de 8,4% em relação ao ano anterior. O destaque foi o consumo de álcool hidratado (álcool combustível), que teve alta de 41,4% em 2008, para 13,2 bilhões de litros.

Baixa na indústria em dezembro já favorece PIB negativo em 2009

Valor Online
03/02/2009

A queda da produção industrial brasileira em dezembro, de 12,4% ante novembro, foi considerada dramática pelo mercado. A baixa, divulgada hoje pelo IBGE, superou as previsões mais pessimistas e já contamina as projeções de economistas para este ano, agora negativas.

Alguns economistas já mencionam que o chamado "carry over" (herança estatística) de 2008 para 2009 seria negativo em 16% no setor industrial. Isso equivale a dizer que se a produção industrial ficasse estável durante todo este ano, sem nenhum crescimento sobre o nível do fim do ano passado, a atividade já teria baixa de 16% ao final de 2009.

Alexandre Lintz, estrategista-chefe do banco BNP Paribas, previa queda de 8% na produção industrial de dezembro e espera agora um efeito estatístico negativo de 16% na produção industrial deste ano. No entanto, ele acredita que pode haver recuperação em janeiro, com expansão de 4% ante dezembro.

Mesmo assim, o dado divulgado hoje já reforça uma previsão negativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Ele acredita que o PIB em 2009 deve ficar negativo em 0,4% (perante variação nula prevista antes) e crescer 5,2% no ano de 2008, menos do que os 5,5% estimados ate então.

Mesmo assim, o dado divulgado hoje já reforça uma previsão negativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Ele acredita que o PIB em 2009 deve ficar negativo em 0,4% (perante variação nula prevista antes) e crescer 5,2% no ano de 2008, menos do que os 5,5% estimados ate então.

O cenário avaliado por ele como "complicado" mostra difusão da retração da atividade entre os vários setores industriais (25 dos 27 segmentos analisados pelo IBGE tiveram baixa na comparação com novembro). Isso pode levar, segundo ele, o Banco Central a manter o ritmo de corte da Selic em 1 ponto percentual em março. Até sexta-feira, quando os dados da Sondagem Industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) já antecipavam número ruins, Lintz esperava um corte de 0,75 ponto para o juro básico.

Alexandre Schwarstman, economista-chefe do Santander e ex-diretor do Banco Central, concorda que o desempenho industrial surpreendeu - ele esperava também queda de 8% -, o que pode levar a um ajuste das expectativas em relação ao ciclo de corte do juro básico pelo BC. O economista, que também esperava redução de 0,75 ponto percentual da taxa Selic em março, agora acredita que esse corte pode ser maior.

Mesmo sem ter refeito ainda as previsões para PIB, Schwarstman adianta que elas ficarão piores. Ele avalia, no entanto, que essa desaceleração não poderia ter sido evitada por ações do governo. "Pela rapidez com que a crise se manifestou, seria difícil imaginar o que evitaria isso", diz.

Já o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), acha que o Banco Central não reagiu à altura da gravidade da crise ao manter por muito tempo a taxa de juros inalterada em nível elevado (de 13,75% ao ano) até o mês passado, quando a cortou em 1 ponto percentual. Além disso, o Iedi diz que as medidas para retomada do crédito são "tímidas", sobretudo aquelas dedicadas à exportação e agricultura.

Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Investimentos, não vê a situação dessa maneira. "O que está minando o crescimento é o cenário externo e contra isso não há muito o que o governo possa fazer", diz. Segundo ele, mesmo a flexibilização da política monetária tem ação limitada, pois o grande efeito para a economia é gerado pelas taxas de longo prazo. "E elas estão condicionadas pelo risco-país" diz.

Mesmo assim, Silveira acredita que o Copom deve reforçar o corte do juro para 1,5 ponto percentual em março e repetir o movimento em abril, encerrando a flexibilização em 4 pontos percentuais. Depois do dado industrial de hoje, a previsão do economista para o PIB do país neste ano passou de 0,8% de alta para 0,5% de queda. O PIB de 2008 foi revisto para 5,5%, com retração de 2,2% entre o terceiro e o quarto trimestres.

(Bianca Ribeiro | Valor Online)

Brasil é 8º país em ranking de transparência de gasto público

Comentário: Isso a mídia não destaca. Fatos positivos do governo não dão primeira página, quando muito saem em uma notinha no final da página ou em uma coluna escondida.



Da Folha
Brasil é 8º país em ranking de transparência de gasto público

CLÓVIS ROSSI

COLUNISTA DA FOLHA, EM PARIS

O Brasil é o oitavo colocado no ranking de transparência de informações sobre o gasto público elaborado pela IBP (sigla em inglês para Parceria Internacional sobre Orçamento), que lista 85 países.

Deles, quase 50% “proporcionam uma informação tão escassa ao público que pode esconder gastos pouco populares, desperdício ou corrupção”.

No caso do Brasil, sua boa classificação demonstra que “o governo repassa informações consideráveis à população sobre o Orçamento do governo federal e sobre as atividades financeiras no decorrer do ano”, diz o documento, elaborado por Luciano Cerqueira, do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais).

A boa colocação do país no ranking não impede constatações críticas, como a de que “permanece limitado o acesso à informação orçamentária altamente detalhada”.

Os sete primeiros colocados são todos países desenvolvidos, com a única exceção da África do Sul, que fica em segundo lugar. O primeiro é do Reino Unido e, após África do Sul, vêm França, Nova Zelândia, Estados Unidos, Noruega e Suécia.

Os países mais fechados são ou regimes ditatoriais ou muito pobres, como Arábia Saudita, Argélia, Sudão, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.

A IBP foi formada em 1997. Seu endereço eletrônico é www.openbudgetindex.org.

Contribuição Sindical

A Contribuição Sindical é obrigatória e geralmente é recolhida em março. Equivale a 1 dia de trabalho. Nós que somos empregados não precisamos nos preocupar, a Petrobras faz o desconto na folha. Somente os autônomos precisam recolhê-la utilizando a guia fornecida pela Caixa Econômica Federal. Existe por aí umas mutretas que alguns sindicatos de fachada realizam, mas alguns empregadores não aceitam. Funciona assim: você paga uma contribuição para um sindicato que não serve para nada ( Sindicato dos Engenheiros de Estado do XXX), menor que a Contribuição Sindical, esse sindicato geralmente tem uma liminar que desobriga o empregador de recolher a tal contribuição. Mas na hora da negociação com a Petrobras o sindicato que vale é o dos Petroleiros e ponto final, ele que te representa.

Segue texto explicativo.

Contribuição Sindical

O que é: A Contribuição Sindical é o desconto, geralmente realizado no mês de março na folha de pagamento do trabalhador, de um dia de trabalho por ano (equivalente a 3,33% do salário). Esta contribuição é também chamada de Imposto Sindical e é previsto por lei (artigos 578 a 610 da CLT).

Quem paga: Todos os profissionais que exercem a profissão, sócios ou não dos Sindicatos.

Como é pago: A empresa é obrigada a descontar do salário do funcionário, sempre no mês de março, a parcela referente à contribuição sindical e tem até o último dia útil do mês de abril para repassar esta contribuição à Caixa Econômica Federal. Para este repasse, a empresa deve requerer uma guia que pode ser solicitada nos sindicatos ou nos bancos credenciados pelo Ministério do Trabalho.
Cabe à Caixa, manter uma conta especial em nome de cada uma das entidades beneficiadas e promover a distribuição das contribuições arrecadadas na proporção indicada pelo art. 589 da CLT. Mas, atenção: As empresas que não recolherem ou não repassarem a Contribuição aos Sindicatos estarão sujeitas à cobrança judicial e o comprovante do recolhimento da Contribuição Sindical é documento necessário para participar de processos de concorrências públicas ou administrativas, obter registro ou licença de funcionamento e alvarás de licença ou localização.

Como os recursos gerados pela Contribuição são distribuídos: De acordo com o artigo 589 da CLT, as contribuições recolhidas dos trabalhadores e depositadas na Caixa serão proporcionalmente repassadas da seguinte forma:

* 60% para o Sindicato
* 20% para “Conta Especial Emprego e Salários” administrada pelo Ministério do Trabalho
* 15% para a Federação
* 5% para a Confederação

Fonte: http://nev.incubadora.fapesp.br/portal/trabalhoerenda/direitostrabalhistas/contribuicaosindical

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A China e a Crise

Interessante a visão da Vale do Rio Doce sobre a economia Chinesa (Relatório 3º Trimestre 2008), otimista, mas muito bem fundamentado, melhor do que as análises que vemos por aí na mídia.


Dado que a China possui elevado superávit em conta corrente – 11,3% do PIB em 2007 –, o comércio externo é o canal de transmissão dos ciclos de negócio das economias desenvolvidas para a atividade econômica doméstica. Diferentemente de países asiáticos menores voltados para exportação, as exportações chinesas não se constituem no motor de expansão da demanda agregada. Devido ao porte de sua economia, a demanda externa líquida possui papel secundário no crescimento da demanda agregada. Em 2007, por exemplo, o PIB aumentou 11,9%, dos quais a demanda doméstica contribuiu com 9,4% e a demanda externa líquida com os 2,5% restantes.

Outro elemento importante é a natureza do comércio chinês com o restante do mundo: quase a metade das exportações da China compreende processamento de produtos importados, cujo valor-adicionado é relativamente pequeno. Nesse caso quando as exportações diminuem há também redução de importações. Tal característica não isola a China de choques externos, mas faz com que a demanda externa líquida seja menos sensível à desaceleração global.

Isso ajuda a explicar a resistência mostrada pela economia chinesa face a recessões passadas no mundo desenvolvido. A economia da China tem sua própria dinâmica e seus ciclos tem mostrado desde o início dos anos 80 forte correlação com a adoção de políticas macroeconômicas para estabilizar a inflação doméstica.

A expansão de crédito tem sido restringida desde 2007, em especial os empréstimos bancários para o setor imobiliário. Com a menor liquidez, as aquisições de imóveis e de terras têm diminuído e os investimentos e construção de imóveis se reduzido. O enfraquecimento das atividades da construção civil tem afetado negativamente a demanda por aço já que, segundo a CISA5, elas são responsáveis por 38% do consumo doméstico de aço.

O mercado imobiliário é muito importante como fonte de renda para os governos locais e para a criação de empregos e crescimento econômico, na medida em que é responsável por 20-25% do investimento em ativos fixos, que representa mais do que 40% do PIB chinês.

A desaceleração da construção civil na China é tipicamente um fenômeno cíclico na medida em que os fundamentos de longo prazo permanecem muito sólidos. A renda nas cidades está crescendo mais rapidamente do que os preços dos imóveis, elevando a capacidade de compra da casa própria. Apesar do impressionante processo de urbanização, mais da metade da população chinesa ainda vive em áreas rurais, em situação similar a do Brasil em meados dos anos 50.

A despeito do aumento de construção de imóveis residenciais nos últimos anos, o total construído ainda é relativamente pequeno em relação à demanda potencial. As famílias não estão endividadas e continuam sendo grandes poupadoras líquidas, com alta capacidade para tomar hipotecas. A resposta da política econômica ao desaquecimento da atividade tem sido limitada até agora. Além de outras medidas menos importantes, desde julho a taxa de câmbio nominal RMB/USD foi estabilizada para ajudar exportadores, algumas restrições de crédito foram revogadas e o People's Bank of China implementou duas rodadas de cortes de juros de 27pb – os primeiros desde 2002 – e uma redução de 100pb da taxa de recolhimento compulsório dos bancos.

Em linha com precedentes históricos, acreditamos que a governo chinês tomará medidas adicionais para reativar a economia, implementando medidas de política monetária e fiscal de modo mais proativo. O grau de saúde econômica é melhor do que em ocasiões anteriores nos quais o governo teve que agir para evitar deterioração do ritmo de atividade, como em 1998 e 2001: a inflação está em queda, há superávit fiscal e gigantescas reservas internacionais, a razão dívida pública/PIB é baixa e o sistema bancário desfruta de condições bem melhores.

O Conselho de Estado da China anunciou que pretende empregar medidas de política fiscal, de crédito e de comércio internacional para ajudar a manter um crescimento rápido e estável. Estas políticas implicam maiores gastos em infrainstrutora e habitação, isenções de impostos para exportação, redução de impostos para transações imobiliárias, apoio financeiro para empresas de pequeno e médio porte e reformas na agricultura.

(...)

A economia da China deverá desacelerar mais durante o restante do ano, à medida que demanda externa cai e a redução de investimentos em manufaturas leves e construção civil freiam a expansão da economia. Prevemos a reaceleração do crescimento econômico já no primeiro semestre de 2009, puxada por maiores gastos em infra-estrutura, estabilização e subseqüente recuperação do investimento na construção residencial, estimulando a demanda por minerais e metais.

Espera-se que as economias emergentes sirvam de fonte de resistência contra o choque financeiro global, usufruindo de fortes ganhos de produtividade e políticas macroeconômicas de melhor qualidade.

http://www.vale.com/vale/media/vale_brgaap_3T08p.pdf

A FIESP e os juros

Os juros altos são muito mais prejudiciais ao setor produtivo do que a extinta CPMF, mas não vejo o sr. Paulo Skaf (presidente da FIESP) bradar com tanta força contra os juros. Ele reclama, mas só para mostrar serviço.

Contra a CPMF que financiava a saúde ele foi às ruas, fez corpo a corpo, colocou cartazes na Paulista, rodou o Brasil, isso porque era um imposto que era cobrado dos sonegadores e atrapalhava algumas operações do setor rentista.

Muitos "empresários" da FIESP, FIRJAN, CNI, e cia na verdade são rentistas. Empresas pagam uma conta salgada de juros, mas seus representantes nessas organizações estão mais preocupados com os ganhos de suas fortunas pessoais aplicadas no mercado financeiro.

Petrobras estuda comprar empresas

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse nesta segunda-feira que a estatal cogita comprar parte ou mesmo o controle de empresas de serviços de petróleo, aproveitando o momento de fraqueza no setor.

"Nós até estamos considerando a possibilidade de ter algumas delas sob nosso controle", afirmou ele em uma reunião com analistas.

Fonte: http://economia.uol.com.br/ultnot/2009/02/02/ult4294u2204.jhtm

Aumento do mínimo representa ganho real para 13,9 milhões de beneficiários

O reajuste do salário mínimo, que passa de R$ 415 para R$ 465 a partir deste domingo (1), deve representar um impacto final de R$ 7,873 bilhões nas contas da Previdência Social em 2009. Pelas projeções da secretaria de Políticas de Previdência Social (SPS), a despesa será elevada em R$ 8,729 bilhões, mas será atenuada com uma arrecadação extra estimada em R$ 856 milhões. Pelo menos 13,9 milhões de beneficiários, os que já ganham o piso previdenciário hoje, serão beneficiados pelo reajuste de 12,04%, que representa um aumento real (acima da inflação) estimado em 6,39%.

Fonte: http://www.inss.gov.br/vejaNoticia.php?id=32813#destaque

Preços agrícolas voltam a se elevar

Preços agrícolas voltam a se elevar
Fernando Lopes e Mônica Scaramuzzo, Valor Econômico
02/02/2009

Especialistas já alertavam que as relações de oferta e demanda não justificavam tamanha desvalorização

Todas as oito principais commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no mercado internacional encerraram janeiro com preços médios superiores aos de dezembro - o que não era visto desde junho de 2008, em plena inflação global dos alimentos. Com o aprofundamento da crise em setembro, as cotações registraram forte queda até o fim do ano passado. Especialistas já alertavam que as relações de oferta e demanda não justificavam tamanha desvalorização, apesar da tendência de desaceleração econômica. A alta dos grãos negociados em Chicago explica-se pelas quedas de produção na América do Sul por causa da seca, em especial na Argentina, e pelo aquecimento da demanda em mercados importantes, como a China.

Nesse cenário, as cotações da soja foram as que mais subiram. Segundo pesquisa do Valor Data, o preço médio de janeiro atingiu US$ 9,9745 por bushel (um bushel do grão corresponde a 27,2 quilos), 14,29% acima da média de dezembro. A valorização do trigo, por sua vez, chegou a 9,49% na mesma comparação, e o bushel (cada bushel do cereal também equivale a 27,2 quilos) foi negociado, em média, por US$ 6,0168. O preço médio do milho subiu 7,11%, para US$ 4,0179 por bushel (já cada bushel do milho equivale a 25,2 quilos). Segundo especialistas, se depender apenas dos fundamentos econômicos, as cotações dos grãos poderão se estabilizar nesses patamares. Pelo critério dos preços médios, soja e milho estavam em baixa em Chicago desde julho de 2008; o trigo, desde agosto.

Não foram razões muito diferentes as que definiram as cotações das outras commodities - café, açúcar, suco de laranja, algodão e cacau - em Nova York em janeiro. Os fundamentos prevaleceram também para esses produtos. "Se fizermos uma análise do mercado, nada efetivamente mudou. O mercado de crédito continua limitado, sem fluir como deveria. A volatilidade também se manteve em janeiro e o dólar ficou mais firme, o que ajuda a pressionar as cotações", disse Rodrigo Costa, da Newedge.

No entanto, os preços desses produtos fecharam firmes em janeiro. Para o açúcar, os preços refletem o primeiro déficit global depois de três anos de superávit. A média do mês foi 6,41% acima da de dezembro. A menor colheita de café no Brasil em 2009 fez com que os preços subissem 7,22% em janeiro.

Exportações de biocombustíveis em 2008

Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil exportou em 2008 5,16 bilhões de litros de biocombustíveis, com destaque para o etanol. O volume já supera o de gasolina exportado pela Petrobras. O maior importador em 2008 foram os Estados Unidos que compraram 2,2 bilhões de litros.

A produção nacional de biocombustível contribui ainda para diminuir a necessidade brasileira de importar diesel petróleo. Embora seja autosuficiente em petróleo, as características do óleo encontrados no Brasil não permitem uma produção de diesel suficiente. A mistura de diesel de petróleo com percentuais de biodiesel, no entanto, diminui a necessidade de importações. Atualmente, ao menos 2% do combustível diesel vendido nas bombas é composto por óleo renovável.

Fonte: http://info.abril.com.br/ti-verde/biodiesel-reune-excelencia-tec.shtml