quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Governo aumenta taxas de retorno do programa de concessões


Será que o governo Dilma vai tucanar? Leia e tire suas conclusões.

Da Folha
Novos valores serão anunciados pela gestão Dilma a plateia de investidores estrangeiros em NY
Taxa de retorno subiu depois que leilões de rodovias tiveram que ser cancelados, por falta de interessados
VALDO CRUZ, DIMMI AMORA
As taxas de retorno do programa de concessões do governo brasileiro podem alcançar até 15% sobre o valor investido. A novidade será anunciada hoje pelo governo Dilma, em Nova York, a grandes empresários interessados em investimentos no país.
As taxas foram elevadas depois de reclamações do setor privado, de que os lucros previstos nos planos do governo eram baixo demais para garantir os investimentos.
A intenção de rever os modelos por falta de interesse nos leilões foi antecipada pela Folha no começo do mês.
Nas concessões de rodovias, o ministro Guido Mantega (Fazenda) vai anunciar que a taxa de retorno dos investimentos pode chegar até 15% ao ano -a anterior era de 5,5% (veja quadro).
Se chegar a 15%, vai se aproximar dos ganhos de concessões dos anos 1990, apontadas por integrantes do atual governo como responsáveis, por exemplo, pelos altos valores de pedágios em rodovias como a Dutra (SP-RJ) e ponte Rio-Niterói (RJ).
O governo aposta, porém, que a mudança vai atrair mais concorrentes, evitando exatamente a cobrança de valores elevados de pedágio.
Nas ferrovias, a taxa de retorno pode chegar a 12,5% ao ano, contra 6,5% anteriormente. O aumento das taxas de retorno de investimento foi possível porque o governo aumentou o prazo de concessões e as condições de financiamento dos projetos.
A taxa de retorno para a concessão ao setor privado do TAV (Trem de Alta Velocidade) vai passar de 6,32% para 11,57% ao ano.
Os novos percentuais estão sendo divulgados no "road show", excursão para tentar atrair investidores, que começa hoje em Nova York e deve passar por Londres e Tóquio.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) vai apresentar um programa de investimento em infraestrutura e energia num total de R$ 470 bilhões. Vai destacar que o governo decidiu lançar as concessões ao setor privado por avaliar que a estrutura atual não é suficiente para garantir competitividade ao país.
A presidente aposta nas concessões para reverter o clima negativo da economia, que começou o ano com atividade ainda em ritmo lento.
O governo já considera um bom resultado um crescimento de 3% em 2013 e acredita que os investimentos em infraestrutura terão impacto real em 2014, ano da eleição para presidente, quando seria possível crescer 4%.
Governo fixa datas para leilão do pré-sal

Em janeiro, desocupação foi de 5,4%








A taxa de desocupação foi estimada em 5,4%, a menor para o mês de janeiro desde o início da série (março de 2002), 0,8 ponto percentual acima do resultado apurado em dezembro (4,6%). Em comparação a janeiro de 2012 (5,5%), a taxa manteve estabilidade. A população desocupada (1,3 milhão de pessoas) teve uma elevação de 17,2% em comparação com dezembro e se manteve estável em relação a janeiro do ano passado. A população ocupada (23,1 milhões) teve queda de 1,2% em relação a dezembro. No confronto com janeiro de 2012, verificou-se aumento de 2,8%, o que representou elevação de 631 mil ocupados no intervalo de 12 meses. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,6 milhões) não registrou variação na comparação com dezembro. Na comparação anual, houve alta de 4,1%, o que representou um adicional de 459 mil postos de trabalho com carteira assinada em um ano.
O rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 1.820,00) foi considerado estável em comparação com dezembro. Frente a janeiro do ano passado, o poder de compra dos ocupados cresceu 2,4%. A massa de rendimento real habitual dos ocupados (R$ 42,5 bilhões) apresentou queda de 1,4% em relação a dezembro. Em comparação com janeiro de 2012, a massa cresceu 5,6%. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 54,4 bilhões), estimada em dezembro de 2012, subiu 16,5% no mês e 8,3% no período de um ano.
A Pesquisa Mensal de Emprego é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página :

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Bancos públicos lucraram mais que os privados em 2012


O Aécio não tinha dito que o PT está acabando com as estatais?

Chupa Aécio!!! Chupa Míriam Porcão!!!
Bancos públicos lucraram mais que os privados em 2012. O efeito da ampliação da carteira devido redução de juros foi muito positivo. A inadimplência no BB continua menor que a média do mercado.


http://oglobo.globo.com/economia/bancos-publicos-lucraram-mais-que-os-privados-em-2012-7643483


Ganhos das três maiores instituições privadas recuaram 5,3% e dos públicos BB e Caixa avançaram 5,6%
Paulo Justus
SÃO PAULO – Ponta de lança, junto com a Caixa Econômica Federal, da política do governo para a redução dos juros, o Banco do Brasil fechou 2012 com lucro recorde, puxado pelo crescimento de 24,3% da sua carteira de crédito e estabilidade dos indicadores de inadimplência. De acordo com balanço publicado nesta quinta-feira, só no quarto trimestre o ganho alcançou R$ 3,967 bilhões, alta de 33,5% sobre o mesmo período de 2011. No ano, o lucro total foi de R$ 12,2 bilhões, uma alta de 0,7%. O resultado reforçou a diferença de desempenho entre os bancos públicos e privados no país no ano passado. Enquanto o lucro das três maiores instituições privadas (Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) recuou 5,3% — de R$ 29,2 bilhões para R$ 27,7 bilhões —, o dos públicos BB e Caixa deram um salto de 5,6% — saindo de R$ 17,3 bilhões para R$ 18,3 bilhões.
O mercado respondeu bem aos resultados do BB. As ações ON (com direito a voto) fecharam com valorização de 4,07% na Bolsa de Valores de São Paulo, cotadas a R$ 25,39. Foi a terceira maior alta do pregão.
Os ganhos foram impulsionados pela concessão de crédito — que cresceu 31,2% nos públicos, contra uma alta de 7,1% nos grandes privados. Na comparação de receita de crédito, mais uma vez, os públicos aparecem com vantagem: expansão de 11,01%, contra apenas 4,5% dos concorrentes. E, enquanto nos públicos a expansão das despesas com provisão de devedores duvidosos foi de 14,7% em 2012, nos privados chegou a 27%.
Depois da crise de 2008, os bancos públicos têm desempenhado um papel muito importante, irrigando o mercado com crédito. É o que o governo quer — disse Erivelto Rodrigues, presidente da consultoria Austin Rating, responsável pela compilação de números dos balanços.
Apesar da expansão do crédito, os bancos públicos conseguiram manter a inadimplência sob controle. Na Caixa, o índice de atrasos acima de 90 dias ficou em 2,08% em 2012, alta de 0,08 ponto percentual em relação ao ano anterior, enquanto no BB esse indicador ficou em 2,05%, menor que os 2,16% registrados em 2011. Ambos os resultados ficaram abaixo do calote contabilizado pelos bancos privados. No Itaú, a inadimplência no ano passado foi de 4,8%, resultado 0,1 ponto abaixo do ano anterior, enquanto no Bradesco esse indicador ficou em 4,1% em 2012, 0,2 ponto acima do percentual de 2011.
— O resultado deste ano (2012) premiou a estratégia do banco de uma política anticíclica — disse o presidente do BB, Aldemir Bendine.
A dúvida do mercado agora é saber se esse movimento de crescimento poderá ser sustentado por mais tempo.
— Acredito que vai haver uma pequena piora nas carteiras. Isso ocorre sempre que um banco cresce muito acima do mercado — disse Rodrigues.
Para Bendine, porém, o sucesso da fórmula se baseia em oferecer juros mais baixos para atrair uma demanda maior de bons clientes de outros bancos e, ainda, fazer com que aqueles que achavam os financiamentos muito caros tomem crédito. Segundo o vice-presidente de negócios e varejo do BB, Alexandre Corrêa Abreu, a instituição conseguiu ativar 9,5 milhões de clientes que não tomavam crédito.
— Além deles, tivemos 3,3 milhões de novos correntistas — afirmou Abreu.
Não há sinal de mudanças na estratégia. Nesta quinta-feira, o BB anunciou que espera aumentar sua carteira de crédito entre 16% e 20% este ano, só perdendo para os 35% na média projetada pela Caixa. O Itaú Unibanco estima uma variação entre 11% e 14%, enquanto no Bradesco esse número vai de 13% a 17%. O BB também está criando uma área específica para infraestrutura, visando às grandes concessões que estão por vir.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Presidente do BB diz que lucro do banco em 2012 foi resultado da redução dos juros


Flávia Albuquerque

Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O lucro obtido pelo Banco do Brasil em 2012 é resultado de estratégia baseada na redução da taxa de juros, disse hoje (21) o presidente da estatal, Aldemir Bendine, durante a divulgação dos resultados do ano passado. De acordo com ele, a empresa percebeu que a nova taxa básica de juros da economia teria impacto sobre o modelo tradicional de crédito do país.
“O banco captou rapidamente essa tendência e implementou um programa de redução de taxa de juros muito forte e foi indutor desse movimento no mercado. Com isso, conseguimos capturar uma grande base de clientes que passaram a acreditar nesse programa do banco. Isso acabou resultando neste resultado recorde para a história do Banco do Brasil”.
De acordo com os dados, o Banco do Brasil obteve um lucro líquido de R$ 3,967 bilhões no período de outubro a dezembro do ano passado, o que representa um aumento de 33,5%, quando comparado a igual período de 2011, e de 45,5% sobre o trimestre anterior. No ano, o valor soma R$ 12,2 bilhões, uma alta de 0,7% em 12 meses.
O total de ativos da instituição cresceu 17,2% e chegou a R$ 1,15 trilhão. Em relação ao trimestre anterior, houve evolução de 4,2%. O bom desempenho continua sendo puxado pela ampliação da carteira de crédito, que alcançou R$ 581 bilhões, uma expansão de 9,1% sobre o trimestre anterior e de 24,9% em 12 meses.
Os números mostram ainda que o Banco do Brasil, que já era líder na concessão de crédito, conseguiu aumentar a participação no mercado ao passar de 19,2% (no quarto trimestre de 2011) para 20,4% em igual período do ano passado. A alta no crédito levou a instituição a fechar o ano de 2012 com um lucro líquido recorde de R$ 12,2 bilhões. As operações de crédito atingiram R$ 581 bilhões, volume 24,9% maior que o de 2011.
No caso das operações destinadas a pessoas físicas, o saldo ficou em R$ 115,6 bilhões, com alta de 25,9% sobre o mesmo período de 2011 e de 7,1% sobre o trimestre anterior. A maioria (74,1%) refere-se a financiamentos classificados como operações de baixo risco, a exemplo de crédito consignado, CDC Salário, financiamento de veículos e crédito imobiliário.
O maior crescimento do crédito ocorreu nas operações de financiamento de veículos (134,9%), seguido do crédito consignado, com alta de 20,4%. Já para a compra de imóveis, segmento que passou a ser explorado pelo banco em 2008, o saldo no fechamento do ano ficou em R$ 12,9 bilhões, uma expansão de 68,5%. No quarto trimestre, o movimento atingiu R$ 3,1 bilhões - volume 89% acima do registrado no mesmo período de 2011. Os negócios com pessoas físicas somaram R$ 1,9 bilhão, e com pessoas jurídicas, R$ 1,2 bilhão.
De acordo com Bendine, os segmentos de imóveis e veículos não eram tão explorados pelo Banco do Brasil. “O banco investiu nesses segmentos em um momento em que estava havendo muito recuo no mercado desses financiamentos. O banco usou sua base de clientes e acabou tendo êxito muito forte”.
Ao mesmo tempo, ocorreu queda nos índices de inadimplência. A taxa de compromissos não honrados por um período superior a 90 dias passou de 2,19% (no terceiro trimestre) para 2,05% (no quarto trimestre), enquanto no sistema financeiro nacional o percentual aumentou de 3,6% para 3,64% no período.
Bendine ressaltou que a inadimplência aparece em queda porque Banco do Brasil elabora seus planos de forma que possa oferecer condições privilegiadas, o que atrai bons clientes. “Diante disso, vemos um reflexo muito forte no comportamento da nossa carteira. O Banco do Brasil tradicionalmente sempre teve a menor inadimplência do sistema financeiro. Quando se faz uma expansão, mas com critério, com cuidado, acaba-se atingindo esse bom crédito”, disse.
Edição: Davi Oliveira

Mensalão: a história que a mídia não mostrou


Paulo Moreira Leite e a articulação de um golpe

Do Vermelho
O julgamento do mensalão “transcende. Implica em dar um golpe em um movimento histórico do povo brasileiro, que produziu líderes, que produziu expressões”, defendeu o jornalista Paulo Moreira Leite ao falar sobre a Ação Penal 470, apelidada pela imprensa de “Mensalão”, na noite desta quarta-feira (19), em São Paulo.
Vanessa Silva, para o Portal Vermelho
Durante o lançamento do seu livro “A outra história do Mensalão – As contradições de um julgamento político”, o jornalista, que foi diretor da Época e redator-chefe da Veja versou sobre as incômodas verdades do processo, a necessidade de democratizar a mídia, e suas motivações pessoais para a prática do jornalismo.
O lançamento foi realizado com uma coletiva de imprensa para blogueiros, promovida pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em parceria com a TV dos Trabalhadores (TVT) e a Editora Geração, com transmissão ao vivo pela internet. Geração Editorial também publicou o best-seller "A Privataria Tucana".
Acompanhe os melhores momentos da coletiva:
Condenações sem provas 
Eu resolvi fazer o livro depois que vi que terminou o julgamento e havia uma insatisfação muito grande com a falta de informações. Vi que na medida em que eu fazia os artigos no site da Época, eu tinha uma resposta muito grande. Descobri as verdades incômodas deste julgamento quando fiz um trabalho sério como repórter, falei com pessoas, que tinham investigado a denúncia do Ministério Público e da própria Polícia Federal. Então percebi que o que foi apresentado não é o que foi concluído tecnicamente.
O caso básico é o dos empréstimos do Banco Rural ao PT. A denúncia é que eram uma fraude, que não existiam. Esta questão é base para condenar gente do Banco Rural e também o José Genuíno. Para a minha surpresa, a Polícia Federal viu que os empréstimos foram assinados, caíram na conta e depois foi usado para saldar dívidas reais do PT. A justiça condicionou como esses empréstimos seriam pagos e eles finalmente foram pagos. Os empréstimos são reais, não são fraudulentos. 
Criminalização da atividade política
O discurso que vem sendo utilizado é de criminalização da prática política. Não se debate que as eleições são disputadas de forma democrática e que nossa democracia precisa ser aperfeiçoada e nunca dispensou o Caixa 2, por exemplo. 
O próximo passo agora seguramente é incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Temos pessoas que foram condenadas a mais de 40 anos — mais que a Suzana Von Richthofen, que matou o pai e a mãe em 2002 — então abriu-se uma situação que não sabemos até onde vai. Eu acho que os precedentes que este julgamento abriu são preocupantes. Temo que este precedente comece a ser utilizado para criminalizar os trabalhadores. 
O que achei ainda mais preocupante foi o fato de o Supremo ter deliberado sobre o mandato dos deputados condenados. A Constituição é clara e reserva para a Câmara a deliberação sobre o mandato dos deputados e para o Senado o de senador. Isso me parece uma coisa que afeta a divisão de poderes, pode ter uma consequência política muito grande, porque temos um órgão que não é eleito pelo povo, um poder cuja fonte de poder não está no voto popular e toma medidas sobre a decisão do povo. Isso para mim é muito sério. 
Articulação de um golpe
Acho que estamos assistindo a uma situação na qual é preciso entender que aquelas pessoas que foram derrotadas em 2002, 2006, 2010 e 2012, chegaram a um ponto em que elas consideram insuportável. Então estão irritadas, com ódio, estão procurando de todas as maneiras derrotar todo este processo. E são adversários que desaprenderam a ganhar pela via democrática. Eles sequer têm candidato a presidente para 2014.
Então acho que estão tentando criar um clima… Aquilo que essa burguesia educada brasileira aceitava, já não aceita mais. Mesmo as concessões que Lula fez, modestíssimas muitas delas, se tornaram insuportáveis. Isso cria um ambiente em que tudo é motivo para o achincalhe, para a desmoralização. Tem colunistas que leio que parecem Mussolini tamanho o ódio, tamanha a raiva. Estas pessoas não estão lidando com parceiros, não estão aprendendo a lidar com a democracia. Estamos vivendo uma situação em que tem parte das forças de oposição ao governo que não estão lidando com o jogo democrático, o que supõe ter que aceitar uma derrota. Acho realmente isso preocupante, mas não acho que estejamos na iminência de um golpe, justamente porque há muito apoio popular e a memória do povo está forte. 
Reforma judicial
Não acho que seja possível uma reforma judicial nos moldes que alguns países da América Latina estão realizando. Para mim, este debate é igual à questão do terceiro mandato de Lula. Depois desta derrota [para os setores governistas, com o caso do Mensalão], não dá para propor isso.
O erro o PT
A partida não está perdida, como ficou demonstrado na eleição de 2012, quando em pleno julgamento, quando foi votada a condenação de Dirceu e Genuíno, Lula carregou a vitória nas costas de modo inesquecível. Mas vamos pensar: no momento em que houve a denúncia do Mensalão, ela teve mais credibilidade porque muitas pessoas falaram em refundar o PT, falaram que não reconheciam aquele partido… Não quero criminalizar ninguém, mas muita gente não estava entendendo o que estava acontecendo e não recebeu explicação suficiente na hora certa. Lula ganhou esta questão na política quando em 2006 houve a tentativa de emparedá-lo. Mas quando veio o debate jurídico, muitas pessoas estavam desarmadas.
Mensalão mineiro X petista
O que está em questão neste debate entre as diferenças entre os dois julgamentos é que ninguém acha que o Eduardo Azeredo é um lutador do povo brasileiro semelhante a Genuíno e Dirceu. Ele não tem esta ligação com a história. O que está em discussão aqui transcende um pouco. Implica em dar um golpe em um movimento histórico do povo brasileiro, que produziu líderes, que produziu expressões. E que não por acaso foram pessoas perseguidas pela ditadura, foram pessoas torturadas, que foram reprimidas, que tiveram seus direitos desrespeitados antes e depois da democracia. Porque estamos falando de pessoas que realmente têm uma ligação com a história. Por isso este ato que não terá reparação. 
Estão cometendo uma grande injustiça e que terá consequências. O PSDB quer tirar o Azeredo do partido para não atrapalhar eleitoralmente. Enquanto que o debate aqui envolve a história do Brasil. O mesmo Tribunal que não quis julgar a tortura sofrida por Genuíno, depois o condena. Na boa: politicamente será que isso não quer dizer nada?
Posicionamento da mídia 
A mídia expressa outra força. Tem interesses de classe, de manutenção de uma ordem. Por isso, o outro lado da sociedade tem que ter uma mídia, é preciso democratizar a comunicação. Ela tem que ter seu veículo próprio, que expresse seu ponto de vista, organize seus eleitores. Se aplicassemos o que a Constituição diz, acho que bastaria para regulamentar a comunicação. Mas é um péssimo momento para fazer isso na medida em que economicamente as empresas de mídia estão afundando. 
A prática jornalística
Eu nunca quis ser jornalista para ficar rico. Sabe aquela coisa: vamos ser jornalista para ajudar o mundo a ficar melhor, que tudo mundo acha bobo? Eu não acho. Acho legal, acho bacana.
Eu não tenho medo das consequências da denúncia que estou fazendo. Estou conquistando uma coisa chamada liberdade e isso não tem preço. Fiz este livro e isso é bacana. Para quê eu queria ser jornalista? Porque eu achava bacana. 
Serviço:
A outra história do mensalão
Autor: Paulo Moreira Leite
Categoria: Reportagem
Formato: 16×23
Páginas: 352
ISBN: 9788581301518
R$ 34,90
Editora: Geração

"O que governa o Brasil é a lógica da reeleição", diz Aécio


para quem ainda não viu, segue o vídeo em que o Senador Lindbergh Farias rebate o candidato do PSDB a presidência Aécio Neves, no dia em que se comemorou os 10 anos do PT no Governo com Lula e Dilma.


Segue a matéria do Valor (veja no final gráfico comparativo indicadores PT x PSDB).
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) respondeu ontem às pressões que vem sofrendo de aliados para assumir a liderança das oposições com um discurso de contraponto à propaganda feita pelo PT de seus dez anos no governo. Numa fala de cerca de 20 minutos, apontou 13 pontos que considera "fracassos" da gestão petista. Deputados e senadores de partidos da oposição foram mobilizados para assistir ao discurso, no plenário do Senado.
Aécio afirmou que a presidente Dilma Rousseff - que provavelmente enfrentará nas eleições de 2014 - chega à metade do mandato sem cumprir promessas de campanha, mostrando "incapacidade de gestão", com o país parado e os pilares da economia em rápida deterioração, colocando em risco a estabilidade da moeda. "Não é mais a presidente que governa. O que governa o Brasil é a lógica da reeleição", afirmou.
O tom do presidenciável tucano foi recebido por parlamentares do PSDB e do DEM como uma espécie de "toque de união" das oposições. O discurso, que havia sido rebatido previamente, na véspera, pelo senador Jorge Viana (PT-AC) - após notícias sobre o discurso que seria feito -, nesta quarta-feira foi respondido por Lindbergh Farias (PT-RJ), em aparte, e Wellington Dias (PT-PI), líder do PT, em pronunciamento posterior.
"Acho que vossa excelência não constrói com um discurso competitivo, para quem é candidato a presidente da República. Em mais de meia hora de discurso, em nenhum momento citou as palavras povo, pessoas, gente, emprego, miséria, inclusão social", afirmou Lindbergh.
Alan Marques/Folhapress / Alan Marques/Folhapress
Lindbergh: "Em mais de meia hora de discurso não citou as palavras povo, pessoas, emprego, miséria, inclusão social"
"Agradeço a gentileza do lançamento de minha candidatura à Presidência da República, mas ela não está em pauta ainda", disse Aécio. E rebateu, afirmando que, ao falar da questão do crack e da volta da inflação, falava de povo. "Não pode haver neste país, por mais que alguns queiram, o monopólio do povo. Ele não pertence a uma facção e a um partido político", completou.
Entre os 13 supostos "fracassos" da gestão petista destacados por Aécio, estão: comprometimento do desenvolvimento do país (PIB per capita de 1%), paralisia na infraestrutura (problemas das rodovias, portos e aeroportos), indústria sucateada (setor industrial começa a desempregar e país voltando a ser mero exportador de commodities), inflação em alta, má gestão econômica (malabarismos inéditos e manobras contábeis que ameaçam a credibilidade fiscal) e destruição do patrimônio nacional (derrocada da Petrobras e desmonte das estatais).
Os outros pontos relacionados pelo presidenciável tucano foram "o mito da autossuficiência e a implosão do etanol" (importação de etanol dos Estados Unidos), ausência de planejamento do setor energético (risco de apagão), desmantelamento da federação (fragilidade de Estados e municípios por prática do governo), insegurança pública e flagelo econômico (apenas 13% dos recursos públicos investidos em segurança pública no país vêm da União), descaso na saúde e frustração na educação, estímulo à intolerância e o autoritarismo e (PT "trata adversário como inimigo a ser abatido") e, por fim, a "complacência" com os desvios éticos.
Aécio criticou a cartilha produzida pelo PT para comemorar seus 33 anos de existência e dez de governo, na qual, segundo ele, as conjunturas "absolutamente diferentes" dos governos do PT e do PSDB são tratadas como iguais.
"Ao escolher comemorar o seu aniversário falando do PSDB, o PT transformou o nosso partido no convidado de honra da sua festa. Eu aceito o convite, até porque temos muito o que dizer aos nossos anfitriões. Apesar do esforço do partido [PT] em se apresentar como redentor do Brasil moderno, é justo assinalar ausências importantes na celebração petista."
A um plenário que registrava a presença de 62 senadores no início e 67 ao final do seu discurso, Aécio disse que faltam ao PT "autocrítica, humildade e o reconhecimento" e que a gestão petista deu continuidade às políticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sem reconhecer a contribuição do governo do PSDB que possibilitaram conquistas do governo petista.
"Qual é o PT que celebra aniversário hoje? O que fez do discurso da ética, durante anos, a sua principal bandeira eleitoral, ou o que defende em praça pública os réus do mensalão? O que condenou com ferocidade as privatizações conduzidas pelo PSDB ou o que as realiza hoje, sem qualquer constrangimento? O que discursa defendendo um Estado forte ou o que coloca em risco as principais empresas públicas nacionais, como a Petrobras e a Eletrobrás?", perguntou.
Entre outras contradições, citou que o PT da oposição "lutava pelas liberdades" e o do poder "apoia ditaduras e defende o controle da imprensa".
O senador lembrou comportamentos adotados pelo PT no passado, que considera equivocados, como quando se opôs à eleição de Tancredo Neves _ avô de Aécio_ no Colégio Eleitoral, renegou a Constituição de 88, não deu apoio ao governo Itamar Franco e foi contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Aécio foi aplaudido uma vez, durante o pronunciamento, e ao terminar. Uma fila de deputados e senadores da oposição se formou para cumprimentá-lo, levando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a suspender momentaneamente a sessão, para que o líder do PT, Wellington Dias (PI), pudesse falar. "A oposição citou 13 pontos, para mim foi um sacrifício listar apenas 45 pontos [de sucesso do governo do PT] para citar aqui", disse o líder.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alegando restrições regimentais, não permitiu a continuidade do debate, mas o embate entre aliados e oposicionistas continuou nos discursos seguintes.
O líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), político próximo do ex-governador José Serra (PSDB-SP), fez um elogio entusiasmado ao discurso de Aécio, que classificou de "discurso de grande líder político". O senador paulista afirmou que o "povo" estava presente em todos os momentos do discurso de Aécio. "Quero cumprimentá-lo vivamente. É um orgulho ser seu companheiro de partido e de bancada", disse.
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), definiu o discurso de Aécio não como de um candidato a presidente da República, mas de "líder oposicionista, líder de um partido", mostrando um ponto de vista sobre o país que era esperado dele.
O presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), disse que foi um discurso "elegante", por não ter focado no que considera marca registrada do PT: a conivência com a impunidade. "Foi um discurso suave, consistente, que mostrou a verdade, e de convocação da oposição a se manifestar contra um governo que está dando n'água", disse o demista.


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