quarta-feira, 4 de maio de 2011

Alcool anidro recua depois de 13 semanas em alta

http://www.cepea.esalq.usp.br/comunicacao/Cepea_etanol_mai11.doc

Após um mês do início oficial da colheita da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil, os preços do etanol começam a enfraquecer. O etanol anidro, que é misturado à gasolina, recuou na semana passada após acumular a alta de 122% ao longo de 13 semanas consecutivas, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.

O Indicador CEPEA/ESALQ semanal do etanol anidro (estado de SP) saltou de R$ 1,2278/litro (sem impostos, a retirar na usina) na semana encerrada em 21 de janeiro para R$ 2,7257 (sem impostos, a retirar na usina) na semana dos feriados de Tirantes e Sexta-Feira Santa, finalizada em 20 de abril. Já na semana passada, o Indicador caiu para R$ 2,3815, valor 12,6% menor que o fechamento anterior.

Pesquisadores do Cepea explicam que essa queda se deveu ao aumento da oferta de etanol por parte das usinas, o que levou algumas distribuidoras a comprar o necessário apenas para a demanda de curto prazo, na expectativa de novas quedas dos preços.

Cálculos do Cepea
mostram que o anidro, na média de abril, remunerou cerca de 24% a mais que o açúcar cristal; no comparativo com o etanol hidratado,o anidro remunerou por volta de 65% a mais – considerando-se os valores médios de venda pelas usinas do estado de São Paulo. Com essa vantagem financeira, neste início de safra, usinas intensificaram a produção de anidro, o que justifica o aumento da oferta captado pelas pesquisas Cepea em especial na última semana.

Vale observar também que na última sexta-feira foi publicada a Medida Provisória nº 532 que reduz o percentual de anidro na gasolina C do intervalo de 25% a 20% para 25% a 18%.

Quanto aos preços do etanol hidratado, o Cepea aponta que seus preços também estão em queda nas usinas paulistas. Como a procura com esse combustível está relativamente baixa pelo fato de a gasolina C estar mais vantajosa em termos econômicos, a queda de preços do hidratado vem ocorrendo desde o final de março.

O Indicador semanal CEPEA/ESALQ do hidratado (estado de SP) da última semana, a R$ 1,3374/litro (sem impostos, a retirar na usina), já foi 18% menor que o da semana encerrada em 25 de março, que foi de R$ 1,6323/litro (sem impostos, a retirar na usina).

No mesmo sentido, o Indicador diário do Hidratado ESALQ/BVMF posto Paulínia – liquida contrato futuro deste produto na BM&FBovespa – tem registrado quedas sucessivas. De 23 de março a 2 de maio, esse Indicador de hidratado recuou 25,3%, saindo de R$ 1.694,00 para R$ 1.266,00/m3 (sem impostos, com frete até base de distribuição de Paulínia).

Cesta Básica Nacional - abril de 2011: preços caem em 14 capitais

Do Dieese

http://www.dieese.org.br/rel/rac/racmai11.xml

NOTA À IMPRENSA-DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, São Paulo, 04 de maio de 2011

Das 17 capitais onde o DIEESE
- Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, 14 apresentaram queda de preço em abril. Em três cidades, a queda superou os 3%; em outras quatro, ficou entre 2% e 3%. As maiores reduções ocorreram em Salvador (-7,87%), Recife (-3,69%) e Aracaju (-3,36%). As três capitais onde a cesta básica registrou aumento de preços foram Porto Alegre (alta de 1,34%), Florianópolis (0,91%) e São Paulo (0,35%).

A aquisição do conjunto de itens básicos em São Paulo custou R$ 268,52,
o maior valor entre as localidades pesquisadas. Em Porto Alegre, o preço da cesta correspondeu a R$ 264,63 e, em Vitória, ficou em R$ 256,12. As cidades mais baratas foram Aracaju (R$ 185,88), João Pessoa (R$ 198,79) e Recife (R$ 202,03).

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deva suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o salário mínimo necessário.


Em abril, o valor do mínimo foi calculado em R$ 2.255,84, o que representa 4,14 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00. Em março, o piso mínimo era estimado em R$ 2.247,94 (4,12 vezes o menor salário legal), enquanto em abril do ano passado correspondia a R$ 2.257,52, ou seja, 4,42 vezes valor então vigente (R$ 510,00).

Variações acumuladas


No primeiro quadrimestre deste ano, 15 das 17 localidades pesquisadas acumulam aumento de preços. As maiores variações foram registradas em Brasília (6,27%), Florianópolis (6,05%), Vitória (5,83%), seguidas por Aracaju (5,69%) e Rio de Janeiro (5,15%).

Nos últimos 12 meses, Goiânia apresentou a maior variação para o conjunto dos produtos: 14,87%, seguida por Fortaleza (13,57%), Florianópolis (5,37%) e Vitória (4,94%). Ao longo deste período, dentre as quatro cidades com variações negativas, as menores foram em Salvador (-7,55%) e Recife (-5,80%) - Tabela 1.

Cesta x salário mínimo


Para adquirir a cesta básica, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, em abril, na média das 17 capitais pesquisadas, jornada de 94 horas e 41 minutos, tempo menor que o exigido em março (96 horas e 13 minutos).

Em abril de 2010, a mesma compra comprometia jornada bem maior: 98 horas e 44 minutos.

Quando se considera o percentual do salário mínimo líquido gasto com a cesta, após a dedução da parcela referente à Previdência Social, também é possível notar um pequeno recuo, em abril (46,78%) em relação ao comprometido em março (47,54%). Em abril de 2010, o custo da cesta representava 48,78% do mínimo líquido.

Comportamento dos preços


O tomate
, item pesquisado em todas as localidades, foi o produto que mais influenciou a queda no preço da cesta. Porto Alegre foi a única localidade que teve alta no preço do produto (4,67%). Nas demais localidades, a variação no preço do produto ficou entre -29,33% (Salvador) e -2,19% (Manaus). No total das localidades pesquisadas, em 13 capitais a diminuição dos preços médios ficou acima de -10%.

A batata,
pesquisada em nove capitais, teve alta nos preços em todas as localidades, sendo a maior ocorrida em Curitiba (43,41%), seguida por Belo Horizonte (33,90%) e Porto Alegre (27,56%). Apenas Goiânia (9,09%) teve aumento inferior a 10%.

Produto de grande peso na cesta, a carne mostrou comportamento diferenciado no mês, com alta em nove cidades, a maior em Natal (2,82%), e redução em outras oito, entre as quais mais se destacou Porto Alegre (-1,65%).

O arroz r
egistrou pequena alta em Natal (1,72%) e em Salvador (1,62%). Em Curitiba e Recife o preço permaneceu estável. E em 11 cidades a variação foi negativa, com maiores quedas no Rio de Janeiro (-4,98%), Porto Alegre (-4,49%) e Brasília (-4,26%).

O feijão
apresentou preços com comportamentos variados. Houve aumento em sete cidades, com destaques para Belo Horizonte (10,14%), São Paulo (7,95%) e João Pessoa (6,80%). Em Brasília, não houve variação no preço do produto. E nas nove localidades restantes os preços tiveram queda, com destaque para Manaus (-6,49%), Florianópolis (-5,19%) e Vitória (-4,63%).

O preço do pão
subiu em oito cidades. A maior alta foi observada em Porto Alegre (4,67%) e a segunda maior em Natal (2,85%). Outras oito capitais tiveram baixa no preço do pão, sendo a menor em Aracaju (-3,41%), seguida por Recife (-2,97%). Em Belém não houve alteração no preço do produto. As variações do gasto total por produto e por região podem ser melhor avaliadas na Tabela 2.

São Paulo


O custo da cesta de alimentos básicos na capital paulista foi de R$ 268,52 no mês de abril, permanecendo o mais caro entre as 17 capitais pesquisadas. A alta mensal (0,35%), a alta do primeiro quadrimestre (de 1,27%) e a dos últimos 12 meses (de 2,73%) foram relativamente pequenas.

Os aumentos mensais dos produtos tiveram elevações fortes na batata (25,64%) e no feijão (7,95%). Ainda encareceram o leite (3,13%), a manteiga (2,79%), a carne (1,87%) e o café (1,56%). Baratearam o tomate (-13,73%), o arroz (-3,66%), o açúcar (-1,84%), a banana (-1,70%), a farinha de trigo (-0,94%) e o pão (-0,15%).

O preço do óleo de soja permaneceu estável.

No período anual,
os maiores aumentos foram anotados no óleo de soja (26,46%), na carne (21,38%), na farinha de trigo (15,38%), no pão (8,17%), na banana (6,98%), café (4,98%) e no leite (2,64%).

Caíram de preço
a batata (-25,08%), o tomate (-15,17%), o feijão (-14,66%), o arroz (-10,68%), o açúcar (-10,13%) e a manteiga (-6,91%). Os fatores climáticos favoreceram a produção desses alimentos essenciais.

O trabalhador paulistano cuja remuneração é o salário mínimo (R$ 545,00) necessitou trabalhar 108 horas e 24 minutos para a aquisição da cesta básica em abril, pouco acima da jornada de março, que havia sido de 108 horas e 01 minuto, mas abaixo da jornada de abril do ano passado, que foi de 112 horas e 45 minutos.

Resultado semelhante pode ser obtido comparando o custo dos alimentos com o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos da Previdência Social. Em abril, o custo dos alimentos representava 53,55% do mínimo líquido, praticamente igual ao de março (53,37%), ambos inferiores ao do mês de abril de 2010 (55,71%).