quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Alta de 0,50% leva taxa Selic de volta aos dois dígitos

Do GGN

Jornal GGN - Em decisão esperada pelo mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual em sua última reunião de 2013, levando a Selic para 10% ao ano. Com a decisão, a taxa atingiu seu maior patamar desde janeiro de 2012, quando os juros estavam em 10,5%. O processo de queda teve início em março do ano passado, e só foi interrompido em março deste ano, ocasião em que a Selic chegou a 7,25%.
“​Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,00% ao ano, sem viés”, diz a autoridade monetária, em nota divulgada após a reunião. Votaram por essa decisão Alexandre Antonio Tombini (presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
O economista-chefe do banco Santander, Maurício Molan, destaca que a decisão veio em linha com o esperado, mas aponta mudanças no comunicado, com a autoridade monetária deixando de se referir ao ajuste da taxa básica e passando a se referir ao processo de ajuste. “A gente acredita que, se [o Banco Central] não mudasse o comunicado, haveria a probabilidade de o mercado apostar em nova alta dos juros. Com a mudança, passa a ficar mais dependentes de dados para a decisão entre 0,25% ou 0,50%).
Molan explica que o processo de ajuste dos juros envolve mecanismos de transmissão de política monetária, e existe uma defasagem nesse processo. “Em algum momento, o Banco Central vai mencionar que, apesar da inflação não estar caindo e das expectativas elevadas, vai esperar um tempo até que o processo de ajuste das condições faça efeito na economia e na inflação. Ao se referir ao processo, estamos mais perto desse momento, onde se diminui o ritmo e interrompe o ciclo de alta, acreditando que isso não interrompe o ciclo de ajuste”.
Além disso, a autoridade monetária lembra que o ciclo foi iniciado em abril. “O Banco Central procura lembrar que esse ciclo de aperto monetário já vem de algum tempo. Ou seja, como começou em abril, leva-se tempo para o início desse aperto fazer efeito, o chamado efeito defasado do ciclo monetário”. Ao se retirar a frase falando que o aumento vai contribuir para o processo de ajuste, Molan interpreta que as autoridades estão mais perto do fim do ciclo. “Não tira a frase objetiva, mas fica implícito que eles acreditam que a decisão provavelmente vai se aproximar daquela taxa de juros compatível com taxa em declínio”. A ata que detalha os fatores que levaram ao aumento dos juros será divulgada na próxima quinta-feira (5).
Para o economista-chefe do Santander, o ciclo de aperto tem contribuído para a melhora das expectativas com relação a política monetária – por algum tempo, o mercado questionou se o Banco Central caminharia no sentido de trazer juros para dois dígitos, e o fez, em um sinal de que a política monetária está sendo conduzida de forma independente. “As declarações no sentido de contenção de gasto e reversão de algumas isenções de encargos ano que vem podem ser o inicio do processo de recuperação da credibilidade no sentido fiscal”, acredita Molan.
Apesar disso, existem alguns riscos que não devem ser descartados, como a questão dos preços dos combustíveis e a recente alta da moeda norte-americana. “Acho que o maior risco está no dólar. Na gasolina, tem que ocorrer o reajuste de preços, no que chamamos de reajuste relativo – que gera inflação no primeiro momento, e depois não mais. A gente vê a taxa de repasse do dólar para a inflação abaixo do imaginado, mas se a continuidade do ciclo de depreciação for mais intensa, traz risco para o cenário de convergência da inflação”, diz Maurício Molan.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Globo manipula noticiário sobre denúncias envolvendo tucanos

por Helena Sthephanowitz publicado 27/11/2013 12:42, última modificação 27/11/2013 13:05
Da rede brasil atual
ALESSANDRO CARVALHO/AGÊNCIA DE NOTÍCIAS PSDB-MG
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Aécio Neves, na visão da Globo, saiu-se melhor no debate em que mostrou não ter argumentos contra quem acusou
Jornal Nacional da TV Globo de terça-feira (26) teve uma, digamos assim, recaída na edição de um debate político que se deu em duas entrevistas coletivas diferentes.
De um lado, o senador Aécio Neves e a cúpula do PSDB convocaram repórteres para acusar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de fazer dossiês políticos contra adversários, por causa do aparecimento de nomes de altos tucanos paulistas como supostos beneficiários do esquema de propinas por licitações combinadas do Metrô e da CPTM. O esquema foi confessado por executivos de multinacionais como Siemens e Alstom, escândalo que ganhou o apelido de "trensalão".
Do outro lado, o ministro Cardozo também convocou a imprensa, mas para rebater as acusações feitas por Aécio. Ao seu lado estavam o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinicius Marques de Carvalho.
Pois o telejornal da Globo selecionou "os melhores momentos" de Aécio, e os "piores momentos" de Cardozo. Na edição que foi ar, as críticas mais contundentes de Aécio foram as escolhidas para serem levadas ao público. Já a declaração mais contundente de Cardozo, em que ele disse "... a época dos engavetadores gerais de denúncias já acabou no Brasil há alguns anos. E eu me recuso a ser um engavetor geral de denúncias" foi suprimida peloJornal Nacional, que mostrou apenas as partes mais insossas do que foi dito pelo ministro.
Citamos recaída, porque existe precedentes que vêm, por exemplo, do episódio já fartamente conhecido e admitido da edição do debate nas eleições presidenciais de 1989, entre Lula e Collor em que a emissora manipulou as imagens e contribuiu decisivamente para a eleição deste último. (...)

PSDB: mais cara-de-pau do que Maluf

terça-feira, 26 de novembro de 2013

1:12 – Por salários equitativos: Suíços vão votar limite às discrepâncias salarias

do Swiss Watch

A súbita série de iniciativas populares relativas aos salários em que se vota ultimamente na Suíça, é a expressão de uma “revolta” contra as remunerações faraônicas dos altos executivos. Entretanto, o princípio da economia de mercado não é colocado em questão, concordam dois especialistas universitários.
 
A repercussão do grande choque de 3 de março de 2013, quando a iniciativa popular “contra as remunerações abusivas” foi aprovada, ainda não terminou e já se vota em 24 de novembro uma outra proposta para limitar as remunerações dos altos executivos, a chamada iniciativa 1:12. O texto estipula que dentro de uma empresa, a diferença entre o salário mais baixo e o mais alto deve ser de, no máximo 12 vezes. No ano que vem, será votada uma nova iniciativa para fixar um salário mínimo legal, que não existe na Suíça.
 
Uma explosão de reivindicações em matéria salarial que tradicionalmente sempre veio da esquerda, mas que nos últimos anos supreendentemente obteve amplo apoio de um amplo eleitorado.
 
Algumas cifras
 
Conforme dados recentes publicados pela Divisão Federal de Estatísticas, em 2010 na Suíça o salário bruto médio equivalente a um tempo integral era de 5.979 francos por mês. 
 
O salário bruto médio de um quadro superior era de 10.195 francos no setor privado e 16.526 no setor público federal; o de um alto executivo era de 22.755 no setor privado e de 21.548 no setor público.
 
Um décimo dos assalariados ganhava menos de 3.953 francos e um décimo ganhava mais de 10.3833 francos.
 
Rejeição de um sistema importado
 
“Os cidadãos se revoltaram contra um sistema de remuneração importado dos países anglo-saxões nos últimos 20 anos, consequência da mundialização”, afirma à swissinfo.ch Rafael Lalive, professor de economia na Universidade de Lausanne. Um sistema ligado ao “desenvolvimento dos produtos financeiros que permitiu aos altos dirigentes receber remunerações fabulosas”, acrescenta.
 
Esse sistema criou na Suíça não somente um descontentamento popular, mas também “uma grande tensão na indústria local e nos grandes setores e multinacionais de exportação”, explica Tobias Straumann, professor de história econômica nas universidades de Zurique, Lucerna e Basileia.
 
O modelo tradicional do empresário suíço é fundado na responsabilidade social. O patronato suíço “tem o sentimento que a elite das grandes empresas aproveita da Suíça trabalhando, vivendo, ganhando salários enormes, mas que não se interessa pelo país e julga essa atitude inaceitável.”
 
Pódio da discrepância
 
Segundo a classificação anual do sindicato Travail.Suisse, em 2012, a maior diferença salarial na Suíça foi registrada na farmacêutica Roche, em que o Ceo Severin Schwan com 15,791 milhões de francos anuais ganhou 261 vezes mais do que o mais baixo salário pago pelo grupo de Basileia. Em segundo lugar ficou a Nestlé, cujo Ceo Paul Bulcke ganhou 12,608 milhões, quase 238 vezes o salário mais baixo pago pela gigante do setor alimentar. Em terceiro, a ABB com a remuneração de 10,158 milhões para o Ceo Joe Hogan, equivalente a 225 vezes ao funcionários com menor salário.
 
Não é a riqueza que é contestada. “Se um empresário é muito rico, mas as pessoas têm a impressão que ele se ocupa da empresa e de seus funcionários e deixou parte da fortuna à Suíça, sua riqueza é considerada um direito”, precisa o especialista. 
 
A iniciativa promovida pelo pequeno empresário Thomas Minder, aprovada em plebiscito em março, refletia essa divisão. Não se trata, porém, de um questionamento do princípio de livre mercado, sublinham os dois universitários.
 
“A iniciativa Minder corrigiu uma certa liberdade que era sem fundamento: o fato dos altos executivos das grandes empresas poderem decidir suas próprias remunerações; com a iniciativa, esse poder foi restituído aos proprietários, que são os acionistas. Isso permite ao livre mercado de funcionar melhor porque permite aos acionistas de sancionar uma má prestação e premiar um bom desempenho dos dirigentes. Permite ainda um sistema de remuneração mais realista, sem que o Estado se intrometa nas problemas do setor privado”, afirma Rafael Lalive. 
 
Mudança radical das regras do jogo
 
Trata-se de uma diferença fundamental na  iniciativa “1:12 – Por salários equitativos”, que prevê um teto máximo legal nas diferenças salariais. O Estado deve exercer o controle. Devido essa intervenção prevista do Estado na economia privada, os dois especialistas acreditam que a proposta da Juventude Socialista não obterá a maioria no plebiscito de 24 de novembro.
 
A iniciativa “muda a regulamentação dos salários, muda a economia. Isso não é o quer a maioria dos suíços, que são liberais no campo econômico”, diz Tobias Straumann.
 
A  economia suíça funciona bem, a taxa de desemprego é muito baixa, não há grandes problemas sociais, por isso as pessoas não estão predispostas a mudar de sistema.
 
“Embora na Suíça o desnível salarial tenha aumentado nos últimos 20 anos, a diferença não foi exagerada. Não é como nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha, onde a desigualdade aumentou enormemente, com os ricos mais ricos e os pobres ainda mais pobres, com um declínio dramático para a classe média”, sublinha o professor universitário.
 
Plebiscitos de 24 de novembro de 2013Pesquisa mostra que grande parte do eleitorado ainda está indecisagfs por
 
A primeira pesquisa dos plebiscitos mostra como os eleitores irão decidir os três temas levados às urnas: 1:12 - Por uma equiparação salarial, Aumento do selo-pedágio e incentivos fiscais para famílias.  [...]
 
Tema vai continuar na agenda política
 
“A paz social ainda está intacta na Suíça. As pessoas não estão em cólera como nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha. Por isso o texto dos jovens socialistas não obterá maioria. Porém é certo que o tema dos salários não cessará depois dessa votação. Ficará ainda por algum tempo no centro dos debates políticos”, prevê Straumann.
 
Segundo Rafael Lalive, “será preciso esperar os efeitos da iniciativa Minder durante três ou quatro anos para saber se ela basta para limitar a explosão dos salários. Se as remunerações dos altos dirigentes não diminuírem, penso que então na Suíça haverá uma ligeira maioria que será de acordo de dar poder ao Estado para limitar os salários. Por enquanto, é muito cedo.”
 
Também ainda é muito cedo para fazer previsões sobre a iniciativa por um salário mínimo legal, lançada pelos sindicatos. É preciso distinguir o efeito dessa medida da mudança radical prevista pela iniciativa 1:12. De fato, “o salário mínimo existe em muitos países”, lembra Lalive.
 
Mesmo se na Suíça, o princípio do salário mínimo legal já existe nos cantões de Neuchâtel e Jura, em Genebra e Vaud ele foi refutado pelo eleitorado. Por enquanto, portanto, há empate nos quatro cantões em que o salário mínimo foi votado. No âmbito nacional, prevê-se um luta apertada em defensores e adversários. Ainda mais porque os quatro teste nas urnas feitos até agora ocorreram na parte francófona do país.
 
Adaptação: Claudinê Gonçalves
 
Poucas empresas
 
Um recente estudo independente do Centro de Pesquisas Conjunturais
 
(KOF) da Politécnica Federal de Zurique mostrou que, em 2010, somente cerca de 1,5% das empresas, entre 1.000 e1.300 consultadas, a remuneração mais alta era superior a 12 vezes ao salário mais baixo.  Globalmente, esse limite era atingido por cerca de 4,400 pessoas, representando uma massa salarial de cerca 1,5 bilhões de francos.
 
Globalmente, as empresas que têm uma diferença salarial superior a 1:12 empregavam aproximadamente 500 mil pessoas, contra 2,91 milhões de empregados naquelas que não superavam a diferença 1:12.
 
Em 96,2% das empresas a diferença salarial era inferior a 1:8.
 
As três inciativas
 
A inciativa popular “contra as retribuições abusivas promovida pelo pequeno empresário Thomas Minder foi aprovada em plebiscito em 3 de março de 2013 com quase 68% dos votos e em todos os cantões. Ela estabelece que cabe à assembleia geral dos acionistas votar anualmente as remunerações do conselho de administração e da direção das empresas cotadas na Bolsa Suíça. Proíbe a indenização de saída e as indenizações antecipadas.
 
A iniciativa “1:12 – Por salários equitativos”, lançada pela Juventude Socialista, será submetida ao voto em 24 de novembro de 2013. O texto prevê que em uma empresa o salários mais alto pode ser, no máximo, 12 vezes maior do que o salário mais baixo. O salário é definido como “a soma das prestações (dinheiro e valores da prestação em espécie ou serviços) pagos” pela empresa.
 
A iniciativa “Pela proteção de salários equitativos”, lançada pela União Sindical Suíça, ainda está no Parlamento. Ela quer introduzir um salário mínimo de cerca de 4.000 francos por mês. Esse valor deverá ser ajustado periodicamente à evolução dos salários e dos preços.

Trensalação: Quem é e como operava o informante

A Globo hoje defendeu a versão dos tucanos: não há corrupção no PSDB no governo paulista. É tudo armação do PT.

Segue a matéria da IstoÉ
http://www.istoe.com.br/reportagens/335971_QUEM+E+E+COMO+OPERAVA+O+INFORMANTE

Quem é e como operava o informante

Mais do que uma testemunha, o ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, delator do propinoduto tucano, era um dos expoentes do esquema

Pedro Marcondes de Moura, Sérgio Pardellas e Alan Rodrigues
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O homem que pode abalar o Palácio dos Bandeirantes. Assim integrantes da força-tarefa responsável pela apuração do propinoduto tucano descrevem Everton Rheinheimer. A definição atribuída ao ex-diretor da divisão de transportes da Siemens não está relacionada apenas às suas mais recentes revelações ao Ministério Público, que fizeram com que o escândalo chegasse à cúpula tucana. Além de ser uma testemunha que acompanhou de perto toda a tramoia, Rheinheimer, na condição de dirigente da empresa alemã, era um dos expoentes do esquema. Reunia-se com lobistas, transitava com desenvoltura entre autoridades da CPTM e do Metrô e, segundo relato dele a interlocutores, chegou até a distribuir propina a mando da Siemens e com o conhecimento e o aval de políticos do PSDB.
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O CARA
O ex-diretor da Siemens reunia-se com lobistas, transitava entre
autoridades da CPTM e do Metrô e até distribuía propinas
Ao longo de mais de duas décadas na Siemens, Everton Rheinheimer fez carreira até chegar à direção da bilionária divisão de transportes da companhia em 2001. A pessoas próximas, o ex-executivo narra que, ao participar de reuniões com autoridades do setor de transporte sobre trilhos, autorizar pagamento de propina e assegurar a participação da multinacional no cartel, ele apenas deu continuidade a uma prática recorrente na gestão de seu antecessor. A prática usual, mas nada lícita, era o único caminho para a Siemens conseguir amealhar contratos com o poder público, costuma dizer o ex-executivo. Sob sua gestão e com a ajuda dos lobistas Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira, a Siemens sagrou-se vencedora de uma série de licitações que lesaram os contribuintes do Estado de São Paulo e do Distrito Federal. Foi com base nessa atuação e no que presenciou durante os governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra (2001 a 2007) que Rheinheimer enviou, na manhã de 12 de junho de 2008, uma carta anônima, de cinco páginas, ao ombudsman mundial da Siemens. No documento, com 77 tópicos e seis anexos, o ex-executivo relatou as ilegalidades praticadas pela filial brasileira e suas concorrentes. Na carta e em depoimentos prestados ao Ministério Publico e à Polícia Federal, ele revela uma lista extensa de políticos e servidores corrompidos pela Siemens, entre eles os secretários estaduais Edson Aparecido (Casa Civil), José Aníbal (Energia) e o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP). O informante relata ainda o “estreito relacionamento” entre o principal lobista do cartel, Arthur Teixeira, e os também secretários Jurandir Fernandes (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM), além do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), o deputado federal Walter Feldman (PSB-SP) e o deputado estadual Campos Machado (PTB). Segundo o ex-executivo, o propinoduto abasteceu o “caixa 2 do PSDB e do DEM”. Todos os políticos negam envolvimento com as irregularidades.
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PARCERIA 
O lobista Arthur Teixeira, o diretor da CPTM, José Luís Lavorente, e o secretário
Jurandir Fernandes (da esq. para a dir.): segundo o informante, os três participaram do esquema
Para pessoas de seu circulo íntimo, Everton Rheinheimer alega que resolveu abrir o verbo porque teria se revoltado com a maneira como o esquema era operado. Seu estado de ânimo teria se transformado após ele, pela primeira vez, ter feito a entrega da propina pessoalmente. Em meados de 2006, sem poder contar com a ajuda dos portadores frequentes ou lobistas, o ex-executivo teve de levar uma mala de dinheiro a um político paulista. “Foi um constrangimento para mim”, disse ele a interlocutores. Daí em diante, resolveu registrar e colher provas das práticas ilegais do cartel dos transportes. A versão heroica do ex-executivo contrasta com relatos de diretores de empresas subcontratadas pela Siemens. Segundo um executivo de uma empresa que teria participado do esquema, Rheinheimer não se constrangia em cobrar as comissões. “O dinheiro é para a base aliada do governo do PSDB”, alertava sempre Rheinheimer, segundo testemunho da fonte ouvida por ISTOÉ. “Sem a grana, não tinha negócio, dizia ele”, acrescentou a fonte.
Como ponta de lança do esquema, Everton Rheinheimer não teria dificuldades em reunir provas que incriminassem autoridades e políticos. Uma parte dessas provas já se tornou pública em reportagens publicadas por ISTOÉ desde julho. Entre elas, os contratos de fachada entre o conglomerado alemão e as consultorias radicadas em paraísos fiscais Leraway S/A e Gantown S/A, dos lobistas Sérgio Teixeira – morto em 2011 – e Arthur Teixeira. Este, indiciado pela Polícia Federal pelos delitos de corrupção ativa por subornar agentes públicos da área de transporte, lavagem de dinheiro e crime financeiro e alvo de bloqueio de bens por decisão da Justiça Federal. Também foram entregues por Everton, como ISTOÉ publicou com exclusividade, planilhas de saques da firma MGE de valores destinados a pagamentos a autoridades e cópias de contratos de serviços nunca prestados, segundo ele, firmados entre a empresa e a Siemens para esconder a origem da propina.
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Se há controvérsias quanto aos reais motivos que o levaram a detonar o esquema, o fato é que Rheinheimer só resolveu contar o que sabia um ano depois de a Siemens ser apanhada num dos maiores escândalos corporativos do mundo e lançar uma campanha para acabar com a prática de corrupção a agentes públicos em suas filiais em 2007. A carta enviada ao ombudsman da Siemens, no entanto, não teve o efeito que ele esperava inicialmente. Contrariado com o fato de a Siemens não levar adiante suas denúncias, o ex-executivo procurou a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo. Nos primeiros contatos, deixava documentos ou relatos das falcatruas em um local próximo à sede do Legislativo paulista e ligava de um orelhão, sem se identificar, para que assessores do partido buscassem a papelada. Os documentos serviram de base para uma série de representações da bancada petista endereçadas ao Ministério Público – a maior parte se refere a contratos das estatais paulistas hoje sob investigação. Meses depois, identificou-se e passou a municiar ainda mais os parlamentares do PT. Acompanhado do então deputado estadual Simão Pedro, chegou até a conversar com um promotor paulista, mas não quis prestar depoimento por temer represálias de pessoas ligadas ao cartel. Foi então que recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão ligado ao Ministério da Justiça responsável por punir crimes que afetam a livre concorrência de mercado, como o de cartel. A proximidade com autoridades o fez sonhar com voos mais altos. Segundo documento da PF, Rheinheimer teria sugerido trocar dados sobre o cartel por um emprego na mineradora Vale, o que não se concretizou. Mesmo sem o emprego, ele forneceu informações suficientes para que a instituição pressionasse a Siemens a fazer um acordo de leniência – em que, em troca de denunciar todo o esquema, garantia imunidade a si e a seus antigos e atuais executivos –, trazendo à tona, em julho, o escândalo do propinoduto tucano. Desde então, de acordo com pessoas próximas ao ex-executivo, a Siemens passou a pagar sua defesa e viagens à Alemanha para retirá-lo do assédio de jornalistas. A preocupação com cortejo é tanta que ele removeu fotos suas da internet e tem evitado ficar em casa.
Fotos: Leonardo Rodrigues/Valor/Folhapress; Julien Pereira/Fotoarena; MÔNICA ZARATTINI/AE

Ritmos tortos

VLADIMIR SAFATLE
Da folha
Os eleitores petistas podem não ter razão em tentar canonizar seus antigos líderes envolvidos em escândalos de corrupção, mas têm razão em se indignar com a maneira seletiva, própria à Justiça do Brasil, de tratar os partidos brasileiros. Não é preciso ser petista para reconhecer que algo de estranho acontece quando o partido-alvo não é o PT.
Por exemplo, uma mutação peculiar ocorre com o ímpeto investigativo e punitivo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), sr. Joaquim Barbosa, quando o dito escândalo do mensalão passa à sua segunda fase, aquela na qual se conta a incrível história de sua origem nas campanhas tucanas mineiras e que, segundo o próprio deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), teria também ajudado a encher os cofres da campanha de reeleição do então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, em 1998.
Tomado por certa paralisia e horror, é como se nosso presidente do Supremo não pudesse tocar no processo, deixando-o adormecer durante meses, anos, até que os porões do Palácio da Justiça lacrem tudo com o devido silêncio do esquecimento redentor.
Algo semelhante ocorre com um dos mais impressionantes escândalos de corrupção do Brasil recente, o que envolve o metrô paulistano. O mesmo metrô que se expande na velocidade de um carro subindo a rodovia dos Imigrantes em dia de volta de feriado com chuva.
Empresas multinacionais julgadas em tribunais suíços e franceses, pedidos de informação vindos da Justiça suíça e inacreditavelmente "esquecidos" por procuradores brasileiros, denúncias feitas por funcionários das empresas envolvidas citando nominalmente toda a cúpula dos tucanos bandeirantes que vão à imprensa apenas para encenar sua indignação por seus anos de dedicação franciscana à política serem jogados no lixo: nada, mas absolutamente nada disso foi capaz de abrir uma reles CPI.
Uma série de denúncias sobre assalto ao bem público durante quase duas décadas, tão bem fundamentadas que tiveram a força de abrir inquéritos em países europeus, não foi capaz de justificar uma reles CPI na província de São Paulo.
Ao menos nesse ponto, os eleitores do PT têm razão em não levar a Justiça brasileira a sério. Se o escândalo do metrô fosse com seu partido, meus amigos, vocês poderiam esperar um comportamento bastante distinto da Justiça e de certos setores caninos da imprensa nacional.
Agora, o próximo passo será um assessor de imprensa tucano mandar uma carta ao Painel do Leitor, neste jornal, tentado fazer, como sempre, o velho jogo da desqualificação "ad hominem". Assim caminha o ritmo torto da indignação brasileira.

Globo faz campanha para livrar tucanos de SP

Alguém viu o Jornal Nacional hoje? Ao invés de cobrar o Ministério Público de SP a enrolação na investigação do caso Alstom e Siemens (cartel e propinoduto em contratos do Metrô e CPTM de SP), a Globo está aderindo à tese que é tudo armação do PT. A história é velha, vem desde Covas e abafada pela mídia.

Os promotores da Suíça aprofundaram as investigações, mas os promotores de SP não estão colaborando com muita presteza com as investigações.

Deram um tempo danado para os tucanos alegarem que é armação do PT. Se o ministro da Justiça recebe documentos denunciando corrupção no governo de SP, o que ele faz? Guarda? Não manda investigar. E acharam muita coisa. Cartel para cobrar muito mais para fornecimento de peças e serviços na manutenção de trens e com pagamento de propina para membros do governo.

A história está repetindo. Na operação Satiagraha, quando a PF pegou figurões, a imprensa preparou terreno para inverter e quem virou bandido foi o delegado que chefiou as investigações. Muita gente engoliu, mas o STF livrou o banqueiro bandido Daniel Dantas da cadeia e jogou no lixo as provas levantadas pela polícia Federal.

domingo, 24 de novembro de 2013

CARDOZO, DONATO E A FABULA DA CLASSE DOMINANTE

Da Istoé
http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/48_PAULO+MOREIRA+LEITE

Já está em curso acelerado articulação para inverter papéis e responsabilidades no propinoduto tucano e na máfia dos fiscais

Por Paulo Moreira Leite
Determinados episódios tem o poder de revelar toda estrutura da sociedade em que vivemos, mostrando quem tem o poder de verdade – e quem tem acesso, somente, a brechas e migalhas.

Estou falando da denúncia sobre o propinoduto do PSDB. O caso ficou adormecido quinze anos nas gavetas do Ministério Público e da Justiça de São Paulo. Pedidos das autoridades do paraíso fiscal suíço foram arquivados. Inquéritos eram abertos e fechados logo em seguida. Ninguém era incomodado pelas autoridades brasileiras, nem mesmo Robson Marinho, homem de confiança do ex-governador tucano Mário Covas, titular de uma fortuna em contas secretas. Mesmo a iniciativa internacional de uma das maiores empresas do mundo, a Siemens, parecia não dar em nada. Até que, uma década e meia depois da primeira denúncia, as investigações começam a andar. Surgem nomes de governadores de Estado, parlamentares, tesoureiros, operadores financeiros e dezenas de envolvidos.

Aparece, então, o vilão da história: José Eduardo Cardozo, o ministro da Justiça que entregou à Polícia Federal papeis que circulavam nos bastidores de políticos e empresários do país. Se tivesse engavetado o documento, Cardozo poderia ser acusado de prevaricação. Hoje, é acusado por participar de uma “trama sórdida” ao lado de um deputado estadual do PT e do presidente do Conselho Administrativo de Direito Econômico.

Na verdade, Cardozo deve ser elogiado. Mandou investigar uma denúncia de crime. Se há uma crítica a ser feita é outra: por que demorou tanto?

O episódio parece estranho mas não é. Faz parte de uma desigualdade política típica de uma sociedade dividida em 99% e 1%, na qual o acesso ao topo sempre foi muito estreito e difícil do que sugere a lenda de que vivemos numa terra de oportunidades. Para resumir, nosso subdesenvolvimento não foi improvisado. É obra de séculos, ensinava Nelson Rodrigues. Classe dominante numa sociedade subdesenvolvida é assim: domina mesmo quando não governa. As condições mudam, as facilidades se tornam menos óbvias. Mas através de mentes e fios invisíveis, mantém a capacidade de refazer os fatos, mudar a narrativa, inverter os papéis e alterar o fim da história enquanto ela está acontecendo.

O atraso econômico, a desigualdade social e a concentração de poder político se superpõem, conversam e se alimentam, atravessam gerações, se acasalam e se reproduzem. Dominam todas as instâncias políticas que não dependem do voto popular, a única forma de poder na qual, vez por outra, é possível expressar uma vontade resistência – frequentemente derrotada pelas baionetas, pela porrada e pelas regras eleitorais que autorizam o aluguel do Estado pelo poder econômico privado, que faz o possível para seduzir todos que queiram render-se a seus interesses.

Esse universo inclui as instituições que não dependem da vontade do povo, como as grandes universidades, a Justiça, o setor privado no sentido econômico, sejam sócios e parceiros internacionais, e também no sentido político, a começar pelos grandes grupos de comunicação. A verdade é que o 1% nem precisa conspirar para fazer valer seus interesses e vontades. Funciona no piloto automático, por um sistema de senhas, eufemismos e códigos ideológicos. Aquilo que se diz aqui se repete mais adiante, através de vozes que falam na mesma melodia e compasso. É onipresente a ponto de confundir-se com a natureza, num encantamento que só é possível quando se possui o monopólio da palavra – exercido como orquestra pelos meios de comunicação.

Neste ambiente, o escândalo do propinoduto é uma sombra inesperada no esforço de criminalização do condomínio Lula-Dilma em 2014. Manda calar a boca. Mostra que, além de dedicar-se a práticas lamentáveis, numa escala contínua e gigantesca sem paralelo conhecido na história brasileira, o PSDB paulista construiu uma blindagem sólida, que torna ainda mais difícil apurar e investigar qualquer denuncia – o que só agrava qualquer ilegalidade que já foi cometida. São varias raposas para tomar conta do galinheiro das verbas do metrô e dos trens urbanos.

E é por isso que até imagino que Cardozo pode ser chamado a explicar-se, no Congresso, ou lá onde for, antes mesmo que qualquer tucano emplumado, com o futuro político a beira do precipício, seja obrigado a dar explicações verdadeiramente necessárias e urgentes.

O esforço é elevar o clima de indignação, falar em aparelhismo sem constrangimento mesmo depois que se soube que o ministério público de São Paulo engavetou oito pedidos de informações internacionais do ministério publico da Suíça – elevando para um padrão internacional um comportamento patenteado pelo inesquecível Geraldo Brindeiro, aquele que engavetou até confissões de venda de votos na emenda que permitiu a FHC
disputar a reeleição.

É ridículo mas veja bem o que ocorreu na máfia dos fiscais da prefeitura.

Nenhum alto responsável por oito anos de descalabro e cobrança de propina, em São Paulo, foi localizado, investigado nem punido. O cerco se fechou em torno de Antônio Donato, o secretário da prefeitura de Fernando Haddad. Donato era um adversário notório e combativo das gestões anteriores, inimigo de qualquer aproximação com o então prefeito Gilberto Kassab. Só aceitou uma trégua por disciplina partidária, após uma luta interna renhida e pública. Só assumiu funções executivas depois que a turma já havia sido desalojada de seus postos, como resultado de uma campanha eleitoral na qual teve um papel fundamental. São credenciais que dão o direito de duvidar de qualquer uma das insinuações feitas contra ele por cidadãos em busca desesperada de uma boia de salvação, a quem a lei confere até o direito de mentir em legítima defesa. Já vimos este filme em 2005.

Depois que um protegido seu foi gravado em vídeo quando recebia propinas no Correio, Roberto Jefferson foi aos jornais, a Câmara e a TV falar do “mensalão.” A turma de 1% abençoou aquele delator benvindo e mudou a história. Quando Jefferson se desdisse, dizendo que era "criação mental," a história já fora modificada e reescrita. Sabe o que aconteceu com a turma dos Correios? Nada. O caso está parado até hoje.

O espetáculo do poder nessa escala é conhecido. Só não é preciso bater palmas. Basta abrir os olhos.

Até as privatizações do PT são melhores

de O Estado de S. Paulo
 
Lance por Galeão surpreende mercado

Por Josette Goulart, Antonio Pita e Circe Bonatelli
 
Especialistas discutem como a Odebrecht pode obter lucros com o aeroporto depois de pagar muito mais do que se esperava  
 
SÃO PAULO - Hotéis, restaurantes, shopping, cinemas, jardins, playground para crianças, estacionamentos, casas de câmbio e tudo o mais que for possível oferecer de serviços a passageiros em trânsito no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, devem ser a linha de frente da concessionária liderada pela Odebrecht, que ganhou nesta sexta-feira o leilão com um lance de R$ 19 bilhões, para garantir o retorno de seu investimento.
 
Paulo Cesena, diretor-presidente da Odebrecht, que lidera o consórcio vencedor da disputa pelo Galeão
 
Algumas estimativas mostram que essas receitas, chamadas acessórias, terão que representar 70% do total do faturamento para um retorno satisfatório. Além da outorga, a concessionária precisa investir cerca de R$ 6 bilhões em infraestrutura. Uma importante consultoria que possui modelos de rentabilidade para concessões de aeroportos estima que para um retorno de 6,49%, que era o considerado ideal pelo governo federal para remunerar o investimento nos aeroportos, a receita anual da concessionária precisa chegar a R$ 2,1 bilhões. Levando em conta o fluxo de passageiros estimado pelo governo para o Galeão, apenas um terço desta receita seria das tarifas aeroportuárias.
 
"O lance foi de fato elevado se considerado que em Guarulhos que tem fluxo muito maior de passageiros a concessionária vencedora pagou R$ 16 bilhões. Mas temos que levar em consideração que a Odebrecht precisava levar esta concessão se quisesse entrar de verdade no ramo", disse um consultor que auxiliou os vencedores de outros leilões no País.
 
O lance vencedor de R$ 19 bilhões foi 16% mais elevado do que o ofertado pelo segundo colocado, de R$ 16 bilhões. Em relação ao lance mínimo, foi 293% maior. O terceiro colocado, um consórcio liderado pela Ecorodovias com a Invepar como sócia (que foi a vencedora do leilão de Cumbica), ofereceu R$ 13 bilhões. De acordo com uma fonte desse consórcio, para dar o lance a rentabilidade estimada sobre o investimento seria entre 7,5% e 9,5% ao ano. "Mas o consórcio vencedor pode ter vislumbrado uma receita comercial maior do que vislumbramos", diz a fonte.
 
A Odebrecht terá como parceria a operadora Changi, de Cingapura. No aeroporto da cidade asiática, o que não falta é serviço aos passageiros. Hotéis com piscina, jardins para passeios, espaços de entretenimento com jogos eletrônicos, todo tipo de lojas e restaurantes, cinemas e até teatro atenderam os cerca de 50 milhões de passageiros que passaram pelas instalações no ano passado.
 
O fluxo no Galeão é bem menor. O número atual é de 17,5 milhões e a estimativa do governo é de que seja de 60 milhões em 2038, no final da concessão. Na avaliação do presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo, Erivelton Pires Guedes, os concessionários podem ficar pressionados nos retornos sobre seus investimentos e lembra que os investimentos são complexos pois envolvem grandes desapropriações e riscos ambientais.
 
A acirrada disputa pelo aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, também chamou a atenção do pesquisador. Mas ele acredita que a CCR pode obter um retorno ainda melhor que a Odebrecht no Galeão, diante da exigência menor de investimentos. "O governo de Minas faz um planejamento há dez anos para o distrito do aeroporto ser uma área industrial, gerando maior desenvolvimento associado ao terminal. Com a concessão, há possibilidade de destravar a burocracia desses projetos e a concessionária pode ter um retorno significativo com maior tranquilidade", pontua.
 
O professor de microeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e sócio-diretor da consultoria Pezco Microanalysis, Cleveland Prates, concorda que para equilibrar o caixa a tendência é que o crescimento das receitas ocorra por meio da ampliação do mix de negócios e aumento nos preços de produtos e serviços destinados aos consumidores que passam pelos terminais e não somente no Galeão, mas também em Confins.
 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Primeira turbina fabricada na América Latina é brasileira

Equipe brasileira fabrica primeira turbina da América Latina
Do site Maxpress
 
Pautas | Valle da Midia | 19/11/2013 13:39:06
Empresa brasileira entra no seleto clube de fabricantes de turbinas e testa com sucesso novo turbojato com compressor in
A equipe de técnicos e engenheiros da Polaris, iniciou nesse ano os testes de um novo motor turbojato aeronáutico (o TJ1000), de 1200 lbf de empuxo, incorporando uma inovação tecnológica, com aplicação de novos conceitos do conhecimento: um compressor axial de alto desempenho, que opera em regime transônico.
Esse compressor de apenas dois estágios é capaz de gerar taxa de compressão da ordem de 2.2/1, por estágio – considerada elevada para modelos axiais.
“O TJ1000 é destinado a um mercado em crescimento no Brasil para turbojatos para mísseis de cruzeiro de energia , drones alvo e veículos aéreos não tripulados”.
Na visão dos engenheiros da Polaris muito se pode avançar, caso se concretizem interesses de investidores pela nova tecnologia.
Com os resultados conclusivos, pode-se estar diante de um novo paradigma na fabricação de turbinas a gás no mundo, pois seus fundamentos apresentam muitas vantagens competitivas em relação ao velho conceito:
a) Maior taxa de compressão por estágio, o que implica em menor peso e menor custo de fabricação;
b) Maior eficiência, possibilitando ao turbomotor maior potência útil;
c) Fabricação mais facilitada, menor custo, portanto;
d) Menos estágio para uma dada taxa de compressão no turbomotor, com isso, motores com 16 estágios teriam apenas 6 estágios para a mesma taxa de compressão, com maior eficiência, usando o novo conceito;
e) Manutenção mais simples, devido ao menor número de estágios de compressão;
f) Consequentemente, motores mais simples, mais leves e mais baratos devido ao novo componente.
Nas próprias palavras do coordenador do projeto, o engenheiro aeronáutico Alberto Pereira Filho: “No mundo tecnológico e competitivo, os resultados nem sempre são rápidos e gloriosos, mas apostar no futuro, com novas tecnologias, perseverando, deve ser uma meta, pois os objetivos quando alcançados, os lucros são extraordinários”.
A Polaris é uma empresa de base tecnologica que concebe, calcula e projeta turbinas a gás – uma tecnologia estratégica dominada por poucos países. A sua equipe já desenvolveu um turbojato de 1000 lbf de empuxo, com compressor axial transônico, de 4 estágios para um cliente e atualmente está concebendo um novo modelo de turbojato, a partir de uma dada especificação, solicitado por cliente internacional.

Taxa de desemprego fica em 5,2% em outubro, segundo IBGE

Do Jornal do Brasil
 
A taxa de desocupação em outubro de 2013 foi estimada em 5,2% para o conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas e não teve variação estatisticamente significativa nem em relação a setembro (5,4%) nem frente a outubro do ano passado (5,3%), segundo o IBGE.
A população desocupada (1,3 milhão de pessoas) também ficou estável em ambas as comparações. A população ocupada (23,3 milhões de pessoas), igualmente, mostrou estabilidade em ambas as comparações. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,9 milhões) não se modificou frente a setembro e aumentou 3,6% em relação a outubro de 2012.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.917,30) foi considerado estatisticamente estável frente a setembro (R$ 1.919,82) e subiu 1,8% em relação a outubro de 2012 (R$ 1.883,45).
A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em R$ 45,1 bilhões em outubro de 2013, ficando estável em relação a setembro último e subindo 1,4% em relação a outubro do ano passado. Já a massa de rendimento médio real efetivo dos ocupados (R$ 45,0 bilhões em setembro último) cresceu 0,5% frente a agosto de 2013 (R$ 44,8 bilhões) e subiu 1,2% comparada a setembro de 2012 (R$ 44,5 bilhões).
A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Regionalmente, na análise mensal, a taxa de desocupação permaneceu estável nas seis regiões metropolitanas. Já em relação a outubro de 2012, a taxa teve alteração significativa em Salvador (subiu de 7,0% para 9,1%) e em Porto Alegre (caiu de 3,9% para 3,0%), onde atingiu seu menor valor da série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002.
O contingente de desocupados, frente a setembro, não variou significativamente em nenhuma das regiões investigadas. Em relação a outubro de 2012, houve alta em Salvador (33,5%), queda em Porto Alegre (23,4%) e estabilidade nas demais regiões metropolitanas pesquisadas.
População ocupada só não ficou estável na RM de Belo Horizonte
Já a população ocupada teve variações estatisticamente significativas apenas na região metropolitana de Belo Horizonte, onde esse contingente subiu 1,4% no mês e caiu 2,5% no ano.
Segundo os grupamentos de atividade, de setembro para outubro de 2013, no conjunto das seis regiões, a população ocupada teve variação significativa somente no Comércio: alta de 3,9%. Na comparação com outubro de 2012, houve queda em Serviços domésticos (-8,4%), enquanto os demais grupamentos não tiveram movimentação estatisticamente significativa.
Em outubro, o nível da ocupação (pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa) foi estimado em 54,2% para o total das seis regiões investigadas, ficando estável em relação a setembro, mas caindo 0,8 pp na comparação com outubro de 2012 (55,0%). Quase todas as regiões metropolitanas mantiveram estabilidade na comparação mensal, exceto Belo Horizonte (elevação de 0,9 pp). Frente a outubro de 2012, houve queda em Belo Horizonte (-1,7 ponto percentual) e não ocorreram variações significativas nas demais regiões.
Rendimento dos Serviços Domésticos subiu 8,1% em relação a outubro de 2012
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores, regionalmente, em relação a setembro último, subiu nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (1,9%) e São Paulo (1,1%). Apresentou retração em Salvador (-4,0%), Belo Horizonte (-1,3%), Rio de Janeiro (-1,2%) e Recife (-1,0%). Frente a outubro de 2012, houve alta em Porto Alegre (5,6%), Rio de Janeiro (4,6%) e em São Paulo (1,5%). Ocorreu estabilidade em Belo Horizonte e, queda em Salvador (-5,5%) e Recife (-2,5%).
Quanto ao rendimento por grupamentos de atividade, a maior alta na comparação mensal foi na Construção(4,7%) e a maior queda, em Educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (-2,3%). Na comparação anual, Serviços domésticos teve a maior alta (8,1%) e o maior recuo ocorreu em Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (-2,5%).
Já na classificação por categorias de posição na ocupação, em relação ao mês anterior o maior aumento no rendimento médio real habitualmente recebido foi entre os trabalhadores por conta própria (2,1%) e a maior queda, entre os sem carteira assinada (-2,5%). Na comparação anual, o maior aumento se deu entre os empregados sem carteira no setor privado (6,1%) e o menor, entre os militares e funcionários públicos (1,7%).
 

Consumo de frutas secas ajuda a prolongar a vida, diz estudo

James Gallagher
Atualizado em 21 de novembro, 2013 - 15:06 (Brasília) 17:06 GMT
 
Frutas secas (BBC)
O estudo acompanhou 120 mil pessoas ao longo 30 anos
Pessoas que consomem regularmente oleaginosas como nozes, amêndoas e avelãs têm tendência a viver mais, segundo uma pesquisa feita por cientistas americanos.
O estudo, divulgado na publicação científica New England Journal of Medicine, indica que os mais beneficiados são aqueles que consomem diariamente uma porção – nesses casos, os analisados tiveram uma queda de 20% na taxa de mortalidade durante o período de 30 anos de pesquisa, em comparação com outras pessoas que não consumiram as frutas secas.
Os cientistas que fizeram o estudo disseram que, apesar de as pessoas que consumem regularmente essas oleaginosas em geral terem um estilo de vida mais saudável, o consumo em si também contribui para uma vida mais longa.
Porém, segundo a British Heart Foundation, uma organização não-governamental britânica que faz pesquisas e campanhas de conscientização sobre males cardíacos, mais estudos são necessários para comprovar a relação entre longevidade e o consumo dessas frutas secas.

Resultados

O estudo acompanhou cerca de 120 mil pessoas ao longo das três décadas e constatou que quanto mais as pessoas consumiam regularmente as oleaginosas menos provável era que elas morressem durante o estudo.
Aqueles que consomem essas frutas uma vez por semana mostraram ser 11% menos propensos a morrer durante a pesquisa do que aqueles que nunca as comiam.
O consumo de até quatro porções semanais foi associado a uma redução de 13% no número de mortes, e o consumo de um punhado de oleaginosas por dia reduziu em um quinto a taxa de mortalidade durante o estudo.
O principal responsável pela pesquisa, Charles Fuchs, do Dana-Farber Cancer Institute nos Estados Unidos, explicou que "o benefício mais óbvio foi a redução de 29% de mortes por doença cardíaca, mas nós vimos também uma redução significativa, de 11%, no risco de morte por câncer."
A pesquisa também concluiu que, em geral, pessoas que comem as frutas secas têm um estilo de vida mais saudável. Elas se exercitam mais, são menos obesas e fumam menos.
Esse fato foi levado em consideração durante o estudo. No entanto, os pesquisadores reconhecem que isso não elimina das conclusões do estudo todas as diferenças possíveis existentes entre aqueles que consumem regularmente as oleaginosas e aqueles que não.
No entanto, eles disseram que era "improvável" que esse fator, estilo de vida, tenha impacto suficiente para alterar as conclusões da pesquisa.
Eles dizem que as frutas secas de fato parecem colaborar para reduzir os níveis de colesterol, inflamações e a resistência à insulina.

Mais pesquisa

Para Victoria Taylor, nutricionista do British Heart Foundation, "este estudo mostra uma relação entre comer regularmente um pequeno punhado de oleaginosas e um menor risco de morte por doença cardíaca."
"Embora esta seja uma associação interessante, precisamos de mais pesquisas para confirmar que são essas frutas que protegem a saúde do coração, e não outros aspectos relacionados ao estilo de vida das pessoas.
"Frutas oleaginosas contêm gorduras insaturadas, proteínas e uma variedade de vitaminas e minerais, e são ótimas substitutas para barras de chocolate, bolos e biscoitos na hora do lanche."
"A escolha pelas simples, sem sal, em detrimento das que tem mel, são assadas ou cobertas por chocolate, mantém o nível ingerido de sal e açúcar baixo."
O estudo foi financiado pelo National Institutes of Health e pelo International Tree Nut Council Nutrition Research & Education Foundation, ambos dos Estados Unidos.

Privilégios dos petistas presos

Os 10 privilégios dos petistas presos

A começar, a prisão foi decretada em uma data toda especial. A última vez que tanta gente foi presa em um 15 de novembro foi em 1889.


Antonio Lassance
Arquivo
É grande e escandalosa a lista de privilégios a que José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares estão usufruindo em sua estada no Planalto Central.

1) A começar, a prisão foi decretada em uma data toda especial. A última vez que tanta gente foi presa em um 15 de novembro foi na própria Proclamação, em 1889. Os presidiários eram, em sua maioria, da Família Real, os Orleans e Bragança. Ou seja, a data não é para qualquer um.

2) Eles (os petistas, não os Orleans e Bragança) tiveram o privilégio de serem presos antes do fim do processo, o que também não é pra qualquer um.

3) Os três, como poucos, foram presos sem a expedição da carta de sentença, o que constitui uma ilegalidade.
 
 


4) A lei determina que o preso deve cumprir a pena em seu estado de origem, a não ser excepcional e justificadamente. Mas eles tiveram o privilégio de serem levados a Brasília, de jatinho, por ordem não de um juiz qualquer, mas de Sua Excelência Excelsa e Magnânima, o presidente do Supremo. A falta de um motivo declarado para essa operação espetaculosa gerou a estranheza de ministros do próprio STF, tamanho o... privilégio.

5) Condenados ao regime semiaberto, foram levados a um privilegiado estabelecimento prisional de regime fechado.

6) O fato provocou a hesitação do diretor do Complexo Penitenciário da Papuda em recebê-los. O impasse garantiu aos condenados o privilégio de ficarem mais de quatro horas dentro de um ônibus, aguardando uma decisão.

7) Para abreviar a demora e poupá-los do cansaço, eles tiveram o privilégio de passar o final de semana naquele mesmo aprazível estabelecimento, contrariando o regime semiaberto. Uma comentarista de TV, sem ruborizar, externou sua opinião de que isso não poderia ser considerado prisão, e sim “custódia”. Valeu pela tentativa.

8) Juristas como Dalmo Dallari, Hélio Bicudo, Ives Gandra Martins e Reginaldo Oscar de Castro consideram que a situação a que José Genoíno foi submetido fere as leis brasileiras e é uma clara violação aos tratados internacionais. Realmente, não é qualquer um que tem o privilégio de ter juristas desse naipe preocupados com suas condições. Não importa quais sejam as condições; o que vale é o privilégio de receber tais comentários.

9) Segundo o Instituto Médico Legal, Genoíno precisa de "cuidados específicos medicamentosos e gerais, controle periódico por exames de sangue, dieta hipossódica, hipograxa e adequada aos medicamentos utilizados, bem como avaliação médica cardiológica especializada regular". Por fazer uso regular de anticoagulante oral, deve ser submetido a exames de sangue periódicos para verificar sua coagulação sanguínea. É mesmo muita mordomia. Estão querendo fazer o Estado de babá.

10) Mas o cúmulo do privilégio quem teve não foi nenhum dos presos, e sim o senhor Henrique Pizzolatto, que garantiu o requinte de ter sua situação relatada pela comentarista de assuntos da Santa Sé, Ilze Scamparini. Graças a ela, veio a revelação de que a pronúncia correta dos zês de Pizzolato é a mesma da palavra pizza (tipo “pitzolato”). A primeira matéria foi feita pela repórter tendo justamente uma “pizzeria” ao fundo. De quem terá sido a tão sofisticada ideia? De todo modo, pelo didatismo, “grazie”!