terça-feira, 15 de setembro de 2009

BC ou o Ministério da Fazenda?

Já observaram como a imprensa nativa enaltece o testa-de-ferro dos rentistas, o sr. Henrique Meirelles? Fica dando entrevistas na grande mídia e falando abrobrinhas. Só abaixou os juros porque foi forçado pela crise. No entanto, se fosse pelo BC o Brasil teria afundado na crise.

Desde setembro de 2008 os sinais da crise já eram claros, e até o final do ano passado o COPOM enxergava motivos para desacelerar a economia. Foram seis meses para perceber que a economia tinha entrado em parafuso!

Mesmo assim as medidas foram inócuas. Liberou compulsórios, R$200 bilhões, para que? Para os bancos comprarem títulos da divida pública, assim lucrar mais ainda. O dinheiro tava no BC e voltou prá lá, pouca coisa foi para economia.

Quando o BC fixa a taxa de juros obriga o governo a tomar emprestado todos os recursos que os aplicadores ofereçam. Assim, meus caros, o governo emite dívida em troca de nada. O governo se endivida, paga um caminhão de juros e o BC fica lá sentado em cima do dinheiro. É isso mesmo, está em todo bom manual de política monetária ou de macroeconomia. Metade do orçamento do Governo Federal se refere a operações com a dívida pública. No computo geral 1/4 dos impostos vão para a conta dos juros. Por isso não sobra dinheiro para a educação, saúde e investimentos. 0,5% de juros paga todo gasto com o bolsa família.

Voltando à vaca morta: o BC ao invés de usar o BB ou a Caixa para ajudar o setor exportador durante a crise , preferiu entregar as divisas (US$) para os bancos que por sua vez salvaram a pele de quem tinha apostado até as cuecas no Cassino Brasil. Boa parte das reservas queimadas durante a crise foram usadas como seguro para aqueles que especularam com o Real e com arbitragem de juros. Somos nós que pagamos o custo elevadíssimo de carregar essas reservas (aproximadamente o custo é a diferença entre os juros no Brasil e nos EUA). E para que atrair esse capital especulativo? Isso não é investimento (no sentido físico, fábrica, emprego). Os dólares entram, o BC compra pagando SELIC (8,75% hoje, era muito maior ) e aplica em títulos dos EUA que rendem menos de 4% ao ano.

O que não deixou o barco afundar foi a atuação do Ministério da Fazenda fazendo uso da política fiscal (redução de impostos), dos bancos públicos (BB, da CEF e do BNDES) e dos investimento da Petrobras.

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