segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Boom do xisto nos EUA já não atrai tanto dinheiro

Do GGN
O jornal americano The Wall Street Journal publicou ontem uma matéria sobre a controvérsia da exploração do gás de folhelho - popularmente gás de xisto - nos Estados Unidos. Segundo a publicação, desde 2008, investidores estrangeiros endinheirados vêm subsidiando o boom da exploração petrolífera americana, enquanto as empresas gastam muito mais dinheiro arrendando terras e perfurando poços do que ganham vendendo petróleo e gás natural.
Mas o fluxo de dinheiro estrangeiro para as petrolíferas americanas está secando. Em 2013, as multinacionais do petróleo gastaram US$ 3,4 bilhões em participações em campos de xisto nos EUA, menos da metade do que investiram em 2012 e um décimo dos seus gastos de 2011, segundo dados da IHS Herold, uma firma de pesquisa e consultoria.
É um sinal de tempos difíceis para as empresas de finanças apertadas que reviveram o setor energético americano. O valor dos negócios ligados a petrolíferas nos EUA caiu 48% em 2013 comparado a 2012, para US$ 47 bilhões, a primeira queda anual desde 2008, segundo a IHS.
Por causa disso, os produtores de petróleo e gás natural dos EUA já começaram a cortar gastos. "Os dias de dinheiro fácil acabaram", diz Amy Myers Jaffe, diretora- executiva de energia e sustentabilidade na Universidade da Califórnia, em Davis. "A ênfase será na redução de custos."
As empresas também estão se voltando para outros investidores, inclusive de private equity e da bolsa de valores, à medida que compradores estrangeiros perdem o apetite pelo setor de petróleo americano. A mudança tem grandes implicações para a indústria de petróleo e gás natural, dizem analistas, porque os investidores de Wall Street tendem a ser mais sensíveis a lucros e aos preços das ações, enquanto os investidores estrangeiros são, historicamente, mais focados na aquisição de tecnologia e reservas de petróleo.
Aos poucos, os preços baixos do gás natural diminuíram o interesse das empresas internacionais pelo xisto americano, e alguns se arrependeram do investimento. 
Em 2013, os preços do gás natural subiram 26%, fechando o ano em US$ 4,23 por milhão de unidades térmicas britânicas. Mas esse aumento se deu a partir de mínimos quase históricos. Os preços do gás natural caíram para menos de US$ 2 em 2012, o nível mais baixo em dez anos, à medida que o crescimento da produção nos EUA e temperaturas amenas (que requerem menos calefação) provocaram um excesso de oferta de combustível. Os preços voltaram a subir no ano passado porque algumas geradoras de energia se voltaram para o gás natural para reduzir o uso de carvão.
Alguns dos maiores financiadores do boom de xisto não esperam que as grandes empresas asiáticas e europeias reabram seus cofres tão cedo.

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