Um dos temas mais polêmicos em qualquer governo, a seguridade social,
volta e meia é foco de debates sobre déficit de recursos. Especialistas
apontam, no entanto, que não há tal escassez de verba para os gastos
com a previdência à luz da Constituição Federal, mas não descartam
ajustes para melhorar o mecanismo no país.
Um dos defensores da ideia, o economista do Centro de Estudos
Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Unicamp Eduardo Fagnani,
diz que não existe déficit e explica que para financiar a seguridade
social, há, além da contribuição dos trabalhadores e das empresas, parte
de vários impostos.
O especialista argumenta que os artigos 194 e 195 dispõem que, além
da contribuição dos trabalhadores na folha de pagamentos, outras fontes
de recursos são usadas para manter a previdência urbana superavitária,
como impostos e tributos PIS-Pasep, CSLL e COFINS e recursos da loteria.
Impostos esses cujas receitas são utilizadas para cobrir os gastos com
os trabalhadores do campo, que não contribuem, e com programas como
Bolsa Família. “Se somarmos os últimos anos todos esses fatores, vai
dar um resultado superavitário”, diz.
A Previdência foi desenhada em um modelo tripartite, com a participação
de trabalhadores, empresas e governo, seguindo a OCDE, explica Fagnani.
Assim, há benefícios contributivos e não contributivos, respectivamente a
seguridade urbana e seguridade rural e LOAS (Lei Orgânica da
Assistência Social). Segundo ele, a seguridade urbana há anos é
superavitária, e os recursos oriundos de impostos cobrem as demais
modalidades.
http://www.advivo.com.br/materia-artigo/nao-ha-deficit-da-previdencia-diz-especialista
Nenhum comentário:
Postar um comentário