Trinta categorias de servidores públicos federais encontram-se em greve no país. Promovem manifestações e exigem reajustes salariais. Reclamam que seus salários não são reajustados há dois anos. Os professores e os servidores técnicos administrativos das universidades federais e das escolas técnicas federais inauguraram a onda grevista e encontram-se paralisados há cerca de 90 dias. Nas últimas semanas, funcionários da Policia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária aderiam ao movimento e ameaçam engrossar as manifestações a partir dos próximos dias.
Representados por duas entidades nacionais com posicionamentos políticos divergentes, os docentes das universidades federais dividiram-se na adesão a greve. Os que são filiados ao Proifes-Federação e que foram os últimos a aderir ao movimento, acataram a proposta governamental e suspenderam a paralisação, enquanto a parte restante e mais numerosa dos professores, representada pelo Andes-SN, bem como os técnico-administrativos continuam paralisados e prometem radicalizar o movimento.
Além do reajuste concedido aos docentes federais, a ser pago em três parcelas anuais a partir do início de 2013, o governo Dilma já anunciou que não concederá reajustes salariais às demais categorias de servidores. Além disso, em discurso pronunciado em Rio Pardo de Minas (MG) no último dia 10, a presidenta destacou que, no momento, tem outras prioridades. Sob as vaias de docentes e de servidores federais, mas sem se referir diretamente a eles, Dilma afirmou: “Tem que olhar o que é mais importante [...]. O que o meu governo vai fazer é assegurar empregos para aquela parte da população que é a mais frágil, que não tem direito à estabilidade, que sofre porque pode [estar] e esteve, muitas vezes, desempregada”.
Ainda que se deva reforçar o fato de que os servidores públicos federais, como todos os demais trabalhadores, têm o direito de ter seus vencimentos reajustados regularmente, há que se avaliar até que ponto são justas as reivindicações atuais. Sem que se faça qualquer consideração sobre as solicitações dos servidores, listam-se abaixo os vencimentos e salários das principais categorias em campanha salarial no momento. Se tiver um pouco de paciência e disposição para ler, cada leitor estará, ao final da leitura, suficientemente embasado para formular sua avaliação sobre o movimento.
De acordo com Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais, editada pela Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento e disponível neste endereço eletrônico , são os seguintes os vencimentos atuais (sem a adição de outros benefícios e incorporações) de algumas categorias de servidores públicos federais em greve e/ou em campanha salarial no país:
- Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil e Auditores do Trabalho de nível superior variam de R$13.600,00, na classe A, padrão I, até R$19.451,00, na classe especial, padrão IV.
- Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil de nível superior variam de R$7.996,07, na classe A, padrão I, até R$11.595,00, na classe especial, padrão IV.
- Delegados de Polícia Federal e Peritos Criminais Federais de nível superior variam R$13.368,68, na terceira categoria, até R$19.699,82, na categoria especial.
- Agentes, Escrivães e Papiloscopistas de Polícia Federal de nível superior variam de R$7.514,33, na terceira categoria, até R$11.879,08, na categoria especial.
- Policiais Rodoviários Federais de nível intermediário iniciam com R$5.806,95, na classe de Agente padrão I; passam para R$7.082,04, na classe de Agente Operacional padrão I e vão até R$ 7.443,29 no padrão VI; iniciam em R$ 8.088,07, na classe de Agente Especial padrão I, e vão até R$ 9.376,29 no padrão VI; iniciam em R$ 9.938,87, na classe de Inspetor padrão I e vão até R$10.544,14 no padrão VI.
- Docentes universitários com dedicação exclusiva (40 horas semanais e impedimento de ter qualquer outro vínculo empregatício) iniciam na classe de Professor Auxiliar de nível 1 com R$ 2.872,85, e vão até R$ 3.472,30, no nível 4, com adicional por especialização; iniciam na classe de Professor Assistente nível 1 com R$ 3.181,04, e vão até R$ 5.184,40 no nível 4 com adicional por mestrado; iniciam na classe de Professor Adjunto nível 1 com R$ 3.553,46 vão até R$ 8.229,83 no nível 4 com o adicional por doutorado; iniciam com R$ 4.043,87 na classe de Professor Associado nível 1 e vão até R$ 11.881,42 no nível 4 com o adicional de doutorado; o topo da carreira é a classe de Professor Titular, atingida por novo concurso público, com salário inicial de R$ 4.978,08 e que vão até R$ 12.225,25 com adicional de doutorado.
- Fiscais Federais Agropecuários de nível superior iniciam com R$ 4.438,59 de vencimento básico (VB) na classe A padrão I e vão até R$ 11.929,34 no padrão III com a Gratificação de Desempenho de Atividade de Perícia Médica Previdenciária (GDFFA); iniciam com R$ 5.069,28 de VB na classe B padrão I e vão até R$ 12.994,86 no padrão III com GDFFA; iniciam com R$ 5.789,57 de VB na C e vão até R$ 14.176,93 no padrão III com GDFFA; iniciam com R$ 6.612,21 de VB na classe Especial padrão I e vão até R$ 15.890,00 no padrão IV com GDFFA.
- Agentes de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal de nível intermediário iniciam com R$ 2.362,26 de VB na classe A padrão I e vão até R$ 6.138,69 no padrão III; iniciam com R$ 2.419,38 de VC na classe B padrão I e vão até R$ 6.379,50 no padrão III; iniciam com R$2.477,88 de VC na classe C padrão I e vão até R$ 6.630,71 no padrão III; iniciam com R$2.537,80 de VC na classe Especial padrão I e vão até R$ 6.968,76 no padrão III.
Eu conferi no site do governo federal somente os cargos de professor auxiliar e assistente e estão condizentes com a tabela do governo.
ResponderExcluirhttp://www.servidor.gov.br/publicacao/tabela_remuneracao/tab_remuneracao/tab_rem_11/tab_58_2011.pdf
Ver na página 170.