quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Meirelles diz a deputados que estuda meios para conter câmbio

No Valor de ontem (28/10) tinha uma manchete: Meirelles diz a deputados que estuda meios para conter câmbio

Pensei: S E R A ?

Mas ao ler a matéria do Alex Ribeiro vi que era conversa fiada para engar os deputados incautos. Ele diz que pretende liberalizar mais o câmbio para conter valorização do real. Pretendem liberar os fundos de pensão a investirem no exterior.

Brincadeira! Há anos diziam que o Brasil precisa atrair poupança. O governo deixa de tomar medidas necessária para não desagradar o "investidor" estrangeiro e agora querem liberar os fundos de pensão para investir lá fora. Não sou contra os fundos de pensão fazerem um ou outro investimento estratégico, mas isso não resolve o problema do câmbio.

Ao contrário, isso só vai piorar, pois no momento atual que muita gente está vindo ganhar dinheiro no Brasil, os fundos não vão sair. Podem querer sair justamente no período que o Brasil precisar dos dólares.



Meirelles diz a deputados que estuda meios para conter câmbio
Alex Ribeiro, de Brasília
Valor 28/10/2009

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem em apresentação à bancada do PMDB na Câmara dos Deputados que estuda adotar novas medidas de liberalização cambial para conter a tendência de valorização da taxa de câmbio.

Sem citar medidas específicas, Meirelles disse que um dos problemas são os limites para os fundos de pensão aplicarem recursos no exterior, em virtude de regras que, segundo ele, vêm da época dos controles cambiais no país. Segundo o presidente do BC, a ideia é dar sequência à agenda de liberalização cambial que, nos últimos anos, incluiu medidas como a unificação dos mercados de câmbio livre e flutuante e o fim da exigência de cobertura cambial paras as exportações.

Deputados peemedebistas criticaram a tendência de apreciação cambial, afirmando que leva à desindustrialização e prejudica o setor agrícola. Os parlamentares cobraram medidas adicionais para conter o fortalecimento do real ante o dólar. Meirelles se filiou ao PMDB em setembro e disse que define até março se sairá candidato a algum cargo nas eleições do próximo ano.

O presidente do BC apresentou dados aos parlamentares que mostram que, a despeito da valorização cambial, a atividade industrial continua a se expandir no país, puxada sobretudo pelo mercado doméstico. "Não se pode falar de desindustrialização porque a industria está crescendo", afirmou, ponderando que segmentos mais ligados a exportações podem estar sendo mais afetados.

Meirelles disse que, quanto aos setores agrícolas, há uma correlação positiva entre a moeda nacional e o preço das commodities. Quando os preços das commodities sobe, a moeda nacional se fortalece ante o dólar, e vice-versa. "O Brasil, no passado, era ligado a outras economias emergentes. Hoje, sua moeda flutua junto com a de outros exportadores de commodities."

O presidente do BC reafirmou o compromisso com o regime de câmbio flutuante, argumentando que países que adotaram sistemas de câmbio fixo ficaram vulneráveis a crise e tiveram aumento de inflação. Mas disse que o compromisso com o câmbio flutuante não significa que o governo irá observar imóvel aos movimentos no câmbio. "O governo está atendo a isso."

Prova da preocupação do governo, disse, foi a taxação com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos ingressos de investimentos em renda fixa e ações. Segundo ele, o BC também está comprando dólares no mercado para combater "problemas de liquidez".

Em fins do ano passado, quando o Brasil foi contagiado pela crise internacional, havia falta de dólares, e o BC entrou vendendo moeda, lembrou Meirelles. Agora, quando há excesso de liquidez no mercado, o BC está entrando comprando dólares.

O presidente do BC descartou o uso de medidas como controle de capitais para evitar a apreciação excessiva da moeda nacional. "A quarentena foi usada principalmente no Chile, e o sistema não foi bem sucedido", disse.

Meirelles afirmou que o governo está negociando a criação de sistemas de moedas locais com China, Rússia e India, o que deverá diminuir a dependência do dólar nas transações comerciais com outros países.

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