terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Guerra retórica: as origens da batalha entre o Clarín e o governo argentino


SYLVIA COLOMBO da Folha
DE BUENOS AIRES
"Ganhamos da imprensa!". Foi assim que o peronista Carlos Menem comemorou sua reeleição à Presidência da Argentina, em 1995. A celebração dá mostra de como é tensa a relação entre os grandes jornais, em especial o "Clarín", e o poder na Argentina.
A tensão, hoje, é uma guerra aberta. De um lado, o governo da presidente Cristina Kirchner pressiona pela aplicação total da Lei de Mídia, aprovada em 2009, que obriga o grupo Clarín a acatar duas cláusulas antimonopólio, suspensas pela Justiça até esta sexta (7), e abrir mão de licenças de rádio e TV. De outro, o Clarín responde com manchetes agressivas e reportagens com denúncias de escândalos em seus canais de notícias, rádios e programas televisivos.
"Na verdade, o que os Kirchner estão fazendo desde 2008 já era a vontade de vários presidentes antes deles", diz a jornalista Graciela Mochkofsky, autora de "Pecado Original - Clarín, los Kirchner y la Lucha por el Poder" (Planeta). O livro esquadrinha a formação do conglomerado desde o regime militar (1976-83), quando houve a compra da indústria de papel-jornal Papel Prensa e uma aliança entre o Clarín e a ditadura. Seguiu-se uma relação de troca de favores e benefícios entre o grupo e governos democráticos, entre períodos de apoio político e rupturas.
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