segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Ocupação da faculdade de Direito da USP: Dois pesos duas medidas

Ao discutir com amigos e colegas a desocupação violenta da Faculdade de Direito da USP (22/08/2007) boa parte das pessoas defendem veemente a ação da polícia como se fosse o mais terrível crime: lutar por direitos. Dá prá ver na cara das pessoas: a indignação com um movimento social parece até ser maior do que com os crimes hediondos.

O movimento composto por estudante e por trabalhadores pobres tinha por objetivo chamar atenção para o sucateamento da educação pública e pela democratização do ensino superior. A ocupação foi pacífica e legítima, e a própria policia admitiu que não houve depredação do patrimônio público. Afinal o objetivo dos manifestantes era que o governo construa faculdades de qualidade como a do Largo São Francisco. Ilegítima foi a forma truculenta como PM agiu.

De onde será que vem essa mentalidade de se criminalizar os movimentos sociais? Acho que a mídia vem plantando isso dia a dia na cabeça das pessoas. Nessa visão, os movimentos sociais podem até protestar, mas sem "atrapalhar" ninguém, do tipo vestir roupa branca ou soltar uma pomba branca na praça. O efeito disso é nulo.

A grande contradição é que protestos como o da elite cansada de São Paulo ou da classe média destruindo aeroportos (patrimônio público) são considerados legítimos. No entanto, há um grande ataque aos movimentos sociais e protestos de trabalhadores.

Muitas pessoas não estão dispostas a arriscar sua pele para lutar por um país melhor. Isso dá até para entender, mas ser contra aqueles que estão a defender o futuro dos nossos filhos. Não dá para esperar um Brasil mais justo ser construído pela bondade dos endinheirados ou por um governo de um “iluminado”. Sem pressão popular o governante mais bem intencionado sucumbe aos interesses da classe dominante, que não são os mesmos da grande maioria do nosso povo.

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