terça-feira, 7 de agosto de 2007

As tarifas já representam cerca 20% das receitas dos bancos

Desde o começo do Real em 1994 a participação das receitas de tarifas na receita total dos bancos vêm crescendo a passos largos. O volume de recursos arrecadados com tarifas saltou de 6,5% em 1994 para 17,7% em 2006, totalizando R$52,84 bilhões.

Esse crescimento foi impulsionado pelo reajuste das tarifas muito acima da inflação e pela criatividade dos bancos em criar novas tarifas. Segundo matéria da Folha de São Paulo (06/08/2007), a principal receita obtida das pessoas físicas são as tarifas e taxas de administração de fundos. Das pessoas jurídicas uma parcela importante de tarifas são oriundas dos negócios relacionados ao comércio exterior. Isso sem contar as inúmeras tarifas criadas ou ampliadas no atual momento de expansão do crédito (taxa de abertura, tarifa de adiantamento de prestação, seguro prestanista, etc). No ano passado em méida a receita com tarifas alcançou 115% da folha de pagamento.

Os últimos anos têm sido marcados pela maior concentração do sistema bancário, hoje os 10 maiores bancos possuem mais de 85% do total de ativos do sistema financeiro. Não há muita opção para os clientes (principalmente os mais pobres). A concorrência entre os bancos é agressiva, mas a disputa entre eles é para ver quem consegue ganhar mais em cima de seus clientes.

Muitas tarifas são abusivas e o banco se aproveita da desinformação dos clientes pessoa física, que muitas vezes têm suas contas abertas pelo empregador, e dos microempresários. São poucos os que conhecem seus direitos e muito menos aqueles que brigam por eles. O Brasil carece de uma agência que fiscalize a relação banco cliente e puna exemplarmente os abusos. O PROCON é reativo, depende da pessoa acioná-lo e sempre ele busca o entendimento, e como ficam aqueles que são roubados pelos bancos? Nos EUA, por exemplo há inúmeras agências nacionais e locais que atuam sobre os bancos, aqui somente há o BACEN que parece mais estar a serviço da banqueirada.

Os grandes bancos gostam de exibir lindas campanhas publicitárias destacando sua responsabilidade social, será que tem gente que acredita? Essas instituições não tem nenhum compromisso com seus funcionários nem com o país, só existem para obter o máximo de lucro para seus controladores. Nem de longe os bancos cumpre seu papel de impulsionar o desenvolvimento do país. Pena que os bancos públicos também estão seguindo esta lógica de curto prazo contrariando os interesses dos seus donos, o povo brasileiro.

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