Valor 20/08/09
Enquanto os BCs continuam a injetar dinheiro no sistema financeiro, estão também alimentando a "carry trade"
Enquanto os bancos centrais continuam a injetar enormes somas de dinheiro no sistema financeiro global, estão também alimentando uma das mais arriscadas estratégias de investimento para o mercado de câmbio. Conhecida como "carry trade", a estratégia envolve tomar dinheiro emprestado em países como o Japão, onde a taxa de juros é baixa, investi-lo onde as taxas são mais altas e embolsar a diferença.
Depois de florescer durante os anos de boom econômico, esse tipo de operação praticamente desapareceu, porque as oscilações do câmbio levaram a grandes perdas durante a crise financeira. Agora, no entanto, os mercados estão mais calmos e, ao mesmo tempo em que alguns bancos centrais sinalizam aumento de juros e outros mantêm as taxas perto de zero, os fundos de hedge e outros investidores voltam às operações.
Se essa atividade prosperar, é provável que tenha impacto sobre as moedas, pesando sobre aquelas que os "traders" usam para fazer os empréstimos e dando impulso às escolhidas como investimento.
O iene continua sendo uma moeda popular para a tomada de empréstimos, com taxa referencial de juros próxima a zero. Há outras regiões atraentes, como a Europa, onde a taxa está em 1%, ou os EUA, onde os juros estão perto de zero. Analistas do Deutsche Bank dizem ver investimentos voltando para o real brasileiro - uma referência para o "carry trade" por causa da história de juros altos do país. O real subiu 28% em relação ao dólar desde o fim de fevereiro.
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