terça-feira, 10 de novembro de 2015

Delator nega ligação entre propina e financiamento de campanhas

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O Jornal de todos Brasis
Novo depoimento de Ricardo Pessoa a Sergio Moro coloca em xeque tese da Lava Jato sobre lavagem de dinheiro do esquema da Petrobras em período eleitoral 
Jornal GGN - O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, disse ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, que o dinheiro doado a partidos políticos em campanhas eleitorais não tinha relação com propinas pagas pela empresa no esquema de corrupção na Petrobras.
Entre os candidatos que receberam repasses da UTC está a presidente Dilma Rousseff (PT). Em meados de outubro, reportagem da Veja supostamente feita em cima de informações vazadas da Lava Jato apontava o ex-tesoureiro da campanha petista de 2014, Edinho Silva, como o agente que pressionou Pessoa por doações em troca de contratos com a estatal de Petróleo.
Após a repercussão dessa reportagem, o PSDB do candidato derrotado ao Planalto, Aécio Neves, passou a exigir que Ricardo Pessoa prestasse esclarecimentos à Justiça Eleitoral no âmbito das ações que os tucanos apresentaram ao Tribunal Superior Eleitoral na tentativa de reverter a vitória de Dilma nas urnas. Pessoa chegou a ser convocado mas ficou em silêncio para não atrapalhar seu acordo de delação premiada na Lava Jato.
Em outra ocasião, o empresário já havia sinalizado que outros candidatos em disputas eleitorais haviam recebido doações da UTC, entre eles Aloizio Mercadante (PT), quando concorreu ao governo de São Paulo, e o senador Aloysio Nunes (PSDB). Ambos negaram irregularidades nas transações e afirmaram que o dinheiro foi registrado e aprovado na prestação de contas pelo TSE.
Como o tucano e o petista têm foro privilegiado, Pessoa teve de prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal. Foi lá que ele negou pela primeira vez a tese de lavagem de dinheiro da propina da Petrobras durante período eleitoral.
Segundo informações da Folha desta terça-feira (10), Ricardo Pessoa "afirmou que havia uma diferença entre as doações feitas dentro e fora do período eleitoral. Uma das linhas de acusação da Procuradoria [na Lava Jato] é que o financiamento legal a candidatos e partidos era uma das etapas finais da lavagem do dinheiro desviado da estatal."
"Na época de campanha, as contribuições de campanha não tinham nada a ver com propina, eram contribuições de campanha mesmo. O restante, não. Era como se pagava a comissão da propina da Petrobras", disse o delator a Moro, nesta segunda. Pessoa foi ouvido na ação penal que apura o envolvimento de José Dirceu com o esquema de corrupção na estatal. Ele negou irregularidades por parte do ex-ministro.
O depoimento de Pessoa, segundo a Folha, dá margem à interpretação de que, fora do período eleitoral, os repasses feitos ao caixa do diretório nacional do PT teriam sido "descontandos da conta-corrente controlada pelo ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto", já condenado por Moro.
Pessoa havia listado, ao todo, 18 políticos que teriam recebido dinheiro da UTC para campanha. Eles são do PT, PTB, PMDB, PSDB, PSB e PP, e negam irregularidades na arrecadação.

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