terça-feira, 3 de novembro de 2015

Russomanno e Datena têm 47%. O que pode ser pior?

Comentário do Vlad: e não botar culpa só nos políticos. Olhe as escolhas do eleitorado:
http://www.brasil247.com/pt/colunistas/alceucastilho/203483/Russonano-e-Datena-t%C3%AAm-47-O-que-pode-ser-pior.htm



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Russomanno lidera a corrida para a prefeitura de SP, informa o Datafolha. Com 34%. Marta e Datena têm 13%. Haddad, 12%. Tucanos não definiram o candidato e patinam entre 3% e 4%. E o deputado lidera em todos os segmentos (idade, renda, escolaridade), à exceção dos mais ricos.
O que pode ser pior que isso? Russomanno virar governador e ter a polícia na mão. Lembrando que o antipetismo está consolidado no Estado, Alckmin já foi reeleito e tucanos não conseguem renovar seus quadros. O Brasil caminha a passos largos para o obscurantismo.
São vários os responsáveis. A começar do PT e do PSDB, que resolveram se trucidar, de formas pouco republicanas. Ou mesmo golpistas. A terceira via na eleição presidencial também foi trucidada. E, se é para ter trucidadores, que tal ter um troglodita original, sem mediações?
Notem que a soma de Russomanno e Datena perfaz 47%. Metade da população já enxerga nesses senhores alternativas reais de poder - e não importa o partido aos quais eles estejam filiados. (PRB e PP. O primeiro, ex-PP. Mas se trata de algo mais que herança do malufismo.)
Os dois se apresentam como jornalistas. Sem os cacoetes mais respeitáveis da profissão. São apresentadores gritões, exaltados, justiceiros. Com visão maniqueísta do mundo, formações políticas precárias (ou simplesmente oportunistas), populistas que apelam para argumentos imediatistas.
E aqui caio numa segunda responsável por esse vaga-lume no fim do túnel: a imprensa. Porque também ela se tornou gritona, exaltada, justiceira. Com visão maniqueísta do mundo, abordagem política oportunista, populista e imediatista. Abraçou tanto o tucanato que estrangulou o sistema.
Criticamos, com razão, o poder da Globo. Mas nos esquecemos que as alternativas atuais são ainda menos civilizatórias. E é dessa escória midiática que surgem essas figuras tão perigosas quanto tacanhas. A esquerda se esqueceu de criticar as outras TVs e naturalizou o mundo-cão.
E tudo pode sempre ser pior. Russomanno ou coisa parecida passam a compor um perfil de candidato à Presidência. Consequência lógica dessa política movida a espasmos, intolerância, ódio, ausência de relativismo e perspectiva histórica - terreno onde esses justiceiros nadam de braçada.

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