https://www.facebook.com/ppzbastos/posts/1032381536847535
A radicalidade da proposta de corte do gasto em educação e saúde públicas apresentado por Temer e Meirelles hoje é impressionante. Não sei se já houve algo parecido. O arranjo da Constituição de 1988 para a saúde (SUS) e para a expansão do sistema educacional, e a luta para comprometer todas as esferas da federação com ampliação dos recursos destinados ao sistema educacional, consubstanciada no Plano Nacional de Educação (PNE), caem por terra com uma canetada só. Além disso, é a proposta mais austericida de legislação fiscal que já vi: impedir qualquer aumento do gasto real no sistema, mesmo que a arrecadação, a economia, a população, a sociedade e a demanda por serviços e infraestrutura pública cresçam e se diversifiquem. A previdência social não pode gerar aposentados sem que se corte em outra área. O investimento em infraestrutura não pode aumentar sem cortar salário real dos funcionários. Uma loucura tecnocrática e uma manobra política para criar cortina de fumaça depois da revelação das entranhas do golpe e da obstrução da justiça (Lava Jato) ontem? Só sei que vai ter muita luta social. Muito provavelmente as jornadas coletivas de luta de trabalhadores da saúde e da educação vão se ampliar, em conjunto com as comunidades que dependem de serviços públicos. O que é pior, o programa de cortes, se não tiver truques contábeis envolvidos, vai jogar a economia na lona e derrubar ainda mais a arrecadação tributária. Uma nova "economia burra", e provavelmente também uma política burra, que vai aumentar muito a oposição da sociedade ao governo provisório e ao programa neoliberal radical dos golpistas.
http://www.valor.com.br/brasil/4575965/meirelles-pec-vai-incluir-mudanca-nas-vinculacoes-de-saude-e-educacao
Nenhum comentário:
Postar um comentário