"Sem o expressivo aumento do preço dos produtos exportados pelo país no ano passado, o saldo da balança comercial brasileira encolheria US$ 10 bilhões. Ao invés dos US$ 46 bilhões efetivamente apurados, o superávit ficaria em US$ 36 bilhões se considerasse apenas a evolução das quantidades exportadas e importadas, que cresceram respectivamente 3,3% e 16%." (Valor Econômico 14/06/2007)
O crescimento do volume das importações está muito mais rápido do que o das exportações. Nos últimos anos tivemos um cenário extremamente favorável para os preços de exportação brasileiros que estão sendo beneficiados pela alta de commodities, como minério de ferro e soja, e pelos reajustes dos manufaturados, provocados pelo esforço das empresas em compensar a valorização cambial. Não se sabe até quando as empresas brasileiras vão conseguir reajustar seus preços e até quando o ciclo de alta das commodities vai perdurar.
Um país que tem 16,9% de desemprego (Dieese - regiões metropolitanas) e mais um sem número de pessoas na informalidade (levando a vida no tombo) não pode se contentar com baixo crescimento. Diferentemente do que a grande mídia (Globo, Estadão, etc) mostra, o Brasil não vai bem. Somente uma pequena parcela da população se beneficia dos juros altos e do câmbio valorizado.
Precisamos de uma taxa de crescimento grande o suficiente para compensar o aumento de produtividade, para empregar os jovens que estão chegando ao mercado de trabalho e incluir os milhões de desempregados e subempregados deste país.
Juros altos (maior do mundo) e câmbio valorizado não ajudam em nada. Não adianta reclamar que o motor do carro é fraco se o motorista insiste em manter o freio de mão puxado.
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