Além disso tudo, a Argentina vive uma onda estatizante e, não bastasse, está às voltas com um apagão energético. Ah, a burocracia para abrir uma firma, segundo advogados especializados, é ainda maior do que no Brasil (aqui, no jornal Valor Econômico, para assinantes). E, cá entre nós, os gastos públicos continuam aumentando.
Nenhuma dúvida sobre o clima hostil para os negócios na economia do vizinho, não é mesmo? Então, alguém bem sabido poderia explicar por que a Fiat decidiu reativar, a partir de janeiro, sua fábrica de Córdoba, praticamente parada desde 2002, investindo US$ 60 milhões agora e outros US$ 80 milhões em 2008, assegurando a geração de dois mil empregos diretos e mais mil entre seus fornecedores.
Poderia aproveitar e explicar também por que, conforme se lê em reportagem de Cleide Silva, no Estadão (aqui, para assinantes), a Renault vai transferir do Brasil, em setembro, toda a produção do Clio para a Argentina, onde também fabricará, a partir do segundo semestre de 2008, um novo carro médio. E, no embalo, explicar por que a GM ampliará, ainda este ano, a produção na sua unidade argentina em 57%, enquanto no Brasil o aumento de produção não passará muito de 2,5%.
Quem sabe tenha ainda boas respostas para o fato de que até pequenas e médias empresas brasileiras estejam procurando se instalar na Argentina – e num ritmo que, por enquanto, dobra a cada ano.
Como, sabemos todos, pelos doutos ensinamentos que os cabeções neoliberais não se cansam de transmitir, juros e câmbio, no Brasil, estão relativamente bem ajustados, as explicações devem ser outras.
O que a Argentina tem que nós não temos?
[76 comentários]Publicado por José Paulo Kupfer - 2/06/07 4:08 PM
http://econominimo.nominimo.com.br/
O que a Argentina tem que não temos?
ResponderExcluirInflação...
O Brasil tem uma inflação baixa, mas tem desemprego elevado e crescimento baixo. Além disso, toda vez que o país ameaça crescer, o Banco Central joga um balde de água fria.
ResponderExcluirA inflação na Argentina,na casa dos 10% não é tida como problema. A economia lá vai muito bem. O PIB per capta tem crescido em torno de 10% ao ano (em dólares).