sexta-feira, 22 de maio de 2009

As operações de carry trade

Uma das operações mais nefastas aceitas pelo Banco Central ao longo dos últimos anos foi o “carry trade”.

Consiste no seguinte:

1. Fundos internacionais percebem diferenças entre os juros brasileiros e os internacionais.

2. Pegam, então, empréstimos em moedas com juros baixos e aplicam no Brasil.

3. Aqui, ganham duas vezes: com os juros internos (ou com a valorização das ações) e com a apreciação do real.

Confiram no exemplo:

1. O investidor pega US$ 1 milhão a 5% ao ano.

2. Converte em reais, com o dólar a R$ 2,30. Fica com R$ 2.300.000,00.

3. Depois, aplica na taxa Selic a 10%. Em um ano terá R$ 2.530.000,00.

4. Se o dólar cair para R$ 1.90, por exemplo, esse saldo será convertido para US $1,331,578.95.

5. Com 5% de juros ao ano, a dívida inicial estará em US$ 1.050.000,00. O saldo permitirá quitar o financiamento e proporcionar um lucro de US$ $281,578.95. Bastando, para tanto, que o investidor tenha crédito. Nem seu próprio capital ele precisará colocar.

Quando a Selic estava a 25% ao ano, supondo as taxas internacionais a 8% ao ano, o lucro do especulador era de US $433,157.89 para cada US$ 1 milhão que tomou emprestado.

Todo esse custo, no fundo, era debitado para o Tesouro Nacional. Ou seja, para os contribuintes. E embolsado pelos mesmos investidores que deblateram diariamente contra os gastos do Bolsa Família.

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/05/22/as-operacoes-de-carry-trade/

Nenhum comentário:

Postar um comentário