QUA, 17/02/2016 - 13:47
ATUALIZADO EM 17/02/2016 - 13:48
Tempos atrás, o empresário Beto Sucupira - um dos três sócios da 3G, que controla a Ambev - procurou o governo de São Paulo com uma proposta de monitoramento da poluição dos rios paulistas e outro projeto na área de segurança pública.
Entrou com uma parte dos investimentos, o estado com outra. Foi contratada a consultoria do INDG, de Vicente Falconi, e o estado disponibilizou sete técnicos da Fundap, a fundação incumbida de pensar a gestão no estado. A equipe ficou sob o guarda-chuva da Casa Civil.
Aí o governador Geraldo Alckmin nomeia o ex-Secretário de Segurança Saulo de Castro para Secretário de Governo.
Na burocracia pública, espaço é poder. Ou seja, o poder de qualquer secretaria é proporcional ao espaço que ocupa. Imediatamente Saulo requisitou a sala onde a comissão se instalara. E se apropriou dela da forma mais simples possível: acabou com o programa para ficar com a sala.
Foram três anos de trabalho, de dinheiro do estado e da fundação de Sicupira jogado no ralo. Quando o projeto foi encerrado, a consultoria estava transferindo para o estado todos os modelos de monitoramento dos rios. A agência de publicidade África já tinha uma campanha engatilhada sobre o assunto. Perdeu-se tudo.
No ano passado, o governador Alckmin tentou completar sua obra, ordenando a extinção da Fundap.
Ocorre que, para fechar uma fundação de direito público, são necessários dois quesitos:
1. Não existe mais o motivo pelo qual ela foi criada. Não é o caso, já que o aprimoramento da gestão pública é um processo permanente.
2. O patrocinador não tem mais condições de bancá-la. Também não é o caso, porque o patrocinador é o estado de São Paulo.
Parte da receita da Fundap era obtida com projetos para outros entes públicos. Com o anúnciou de sua extinção, os contratos foram minguando, substituídos por outros com consultorias privadas.
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