Tem muita gente que acredita no discurso dos banqueiros de que o câmbio se valorizada por causa do exuberante saldo comercial. Eu prefiro acreditar em coelhinhos que botam ovos de chocolate.
Esse discurso parte daqueles que estão ganhando muito dinheiro com arbitragem de moedas e juros. Essa mesma turma que diz o câmbio valorizado é uma virtude. É uma virtude para o setor financeiro, para a geração de empregos é um desastre.
Essa falácia é desmontada bastando-se olhar o balanço de transações correntes (disponível no site do Banco Central). Realmente o saldo comercial é expressivo, mas quando se desconta a remessa de lucros, juros, pagamento de fretes e seguros, o saldo do balanço de transações correntes é ridículo. É esse último saldo é que verdadeiramente importa, ainda mais num país onde quase 50% das grandes empresas é de capital estrangeiro, tem obrigação de gerar superavits comerciais só para remunerar estes investimentos.
Outro ponto que reforça a tese de que a valorização do Real ocorre pelo lado financeiro é volume líquido de capital externo que entra no Brasil. Este volume atinge US$ 43 bi até meados de junho, contra US$ 37 bi ao longo de todo o ano passado (Folha de São Paulo, 05/07). Só em junho quando o Banco Central apertou as normas sobre exposição cambial dos bancos podemos ter uma esperança que o dólar não caia mais.
Nos últimos meses se observou um forte aumento do endividamento externo de curto prazo, tornando o país mais vulnerável. Esse movimento é conhecido como carry trade, onde o investidor toma numa onde a taxa de juros é baixa e aplica em outra onde a taxa de juros é maior ou tem perspectiva de se valorizar.
É uma festa, ganha-se muito dinheiro, não se gera um posto de trabalho e a sociedade toda paga a conta.
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