A valorização do real vem pelo mercado financeiro e causa um tremendo estrago no setor produtivo.
A valorização do Real está associada a movimentos financeiros devido ao diferencial de juros, fazendo entrar dólares quando não precisamos (temos saldo em transações correntes). Recursos estes que não trazem benefícios à nossa economia e saem no dia que passamos a depender deles.
Olhando o balanço de pagamentos brasileiro (http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG) e vemos que neste ano mais 96% da entrada de dólares no país é oriunda da conta financeira e a maior parte desses recursos são operações líquidas, ou seja, o aplicador pode sair a qualquer hora. Só em investimentos em carteira (títulos do tesouro, ações) de janeiro a setembro de 2007 já entraram US$35,5 bi , muito mais que o saldo em transações correntes que foi de apenas US$5,6bi.
Enquanto a China mantém sua moeda desvalorizada, o setor de serviços de TI da Índia reclama da valorização da Rúpia, a União Européia está preocupada com o efeito da valorização do Euro frente ao Dólar, a incompetente tecnocracia instalada no Banco Central fica apática.
No história do desenvolvimento das principais nações e o que se via (e ainda se vê) era a busca por um câmbio competitivo (exceto quando o objetivo era impor a moeda nacional para o resto do mundo como foi o caso da Libra e após a Segunda Guerra o Dólar) .
Até o FMI se mostra preocupado com a valorização excessiva do Real que reduz a competitividade das nossas exportações e favoresse a subtituição de insumos e produtos nacionais por importados deixando de gerar milhares de empregos. Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), comparou o caso da moeda brasileira ao dólar canadense e ao euro, afirmando que 'alguns países têm sobre seus ombros um peso do ajuste muito maior do que deveriam'.
Roberto Gianetti, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, apresentou recentemente propostas para segurar o câmbio. A primeira medida mais urgente é o fim da isenção de IR para estrangeiros investirem em títulos públicos brasileiros. “Tenho vergonha de falar disso quando vou ao exterior”. (Folha Online 17/10/07) Esta idéia sem cabimento foi do sr. Henrique Meirelles no início de 2006 e foi aplaudida pelos tecnocratas do tesouro.
Assim é a república dos banqueiros...
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