Do Inovação Tecnológica
Com informações da Coppe - 23/10/2013
O leilão do campo de Libra do pré-sal
foi visto com otimismo por pesquisadores da Coppe/UFRJ durante o XV
Congresso Brasileiro de Energia (XV CBE). O diretor da Coppe Luiz Pinguelli Rosa
classificou a mudança regulatória implementada para o leilão (de regime
de concessão para o regime de partilha) como um fato positivo no cenário
de energia dos últimos anos.
Outros pontos positivos apontados por
Pinguelli foram o aumento da participação nacional na indústria de
petróleo, a interrupção das privatizações do setor de energia, a volta
do planejamento energético, o crescimento da geração eólica e o programa
Luz para Todos.
O pesquisador lembrou ainda questões
que, segundo ele, devem ser solucionadas, como o atraso na construção de
refinarias, a redução do uso de etanol, em função da atual política de
preços, a importação de etanol de milhodos Estados Unidos, a conjuntural
dificuldade financeira da Petrobras e o que considera a questão mais
séria: a forte queda de receita da Eletrobras.
Pinguelli citou também a necessidade de
solução de gargalos na indústria de equipamentos para a produção
petrolífera e de maior desenvolvimento tecnológico na indústria de
energias alternativas.
Ainda sobre o leilão de Libra, disse
considerar que as manifestações durante o leilão foram saudáveis. "É bom
haver quem discorde", afirmou, fazendo ainda um alerta à Petrobras
sobre riscos de vazamento na exploração em águas profundas.
Por fim, o diretor da Coppe lembrou que,
com o início da exploração do pré-sal, a energia passa a ter um papel
mais relevante na geração de gases de efeito estufa. "Se antes o uso do
solo era o principal vilão, agora a situação se inverte", alertou
Pinguelli, que terminou sua fala pedindo a desburocratização da pesquisa
nas universidades federais, hoje submetidas a uma legislação inibidora
do desenvolvimento.
Poder geopolítico
O presidente da Empresa de Planejamento
Energético (EPE), Maurício Tolmasquim, também elogiou a mudança
regulatória implementada para o leilão de Libra e disse que o novo
modelo tornará possível à União ficar com até 85% da renda proveniente
da produção do campo e aumentar seu poder geopolítico no cenário
mundial. "Não poderia ter havido escolha melhor, é difícil dizer que foi
um mau negócio", afirmou.
Helder Pinto Queiroz, diretor da ANP,
concordou com Tolmasquim quanto ao benefício da mudança regulatória e se
disse satisfeito por haver um consórcio com o fôlego necessário para
explorar o campo gigante. Ele comentou que a situação energética do País
hoje é muito melhor do que nos anos 1980, mas há novos desafios. Um dos
principais, a seu ver, é transformar a riqueza do petróleo em
desenvolvimento econômico e social.
Também presente, José Alcides Santoro
Martins, diretor de Gás e Energia da Petrobras, disse que 2013 é o ano
para se comemorar o novo marco da indústria do petróleo, graças ao
leilão de Libra. Martins lembrou os recentes investimentos da companhia
em geração e defendeu a diversificação na geração energética.
"Sol, vento, biomassa, gás, nenhuma
fonte deve ser excluída. Cada uma deve ser considerada, conforme a
especificidade de cada estado", afirmou Santoro, afirmando ainda que vê a
próxima rodada de licitações das reservas de gás em campos de terra da
ANP como uma grande oportunidade. Ele acredita que o leilão, em
novembro, será um marco para o setor de gás natural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário