Antes de dizer que a Petrobras não tem capital para desenvolver Libra, devemos nos perguntar se precisamos desenvolvir libra com tanta pressa. A indústria nacional não vai ter como atender as atuais demandas da Petrobras mais a de Libra. Simplesmente virar exportador de petróleo não é garantia de desenvolvimento. Aliás, uma entrada substancial de dólares advinda da exportação de petróleo é prejudicial à indústria nacional por o câmbio se valoriza e tira a competividade do produto local.
Outro ponto a pensar: hoje a Petrobras está com o caixa apertado por conta da imensa carteira de investimento que faz hoje. Muito desdes daqui a 3 ou 4 anos vão virar caixa.
Se o conteúdo nacional for respeitado, o resultado pode não ser tão ruim. Haverá o desenvolvimento de uma indústria forte na área de exploração. Mas ao mesmo tempo pode-se enfraquecer muito as cadeias produtivas existentes.
Eu acho melhor um desenvolvimento autônomo do que o "Capitalismo Associado" que sempre foi praticado pela nossa burguesia covarde.
Segue o comunicado da Petrobras:
“A
Petrobras informa que o consórcio formado por Petrobras (10%), Shell
(20%), Total (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%) foi o vencedor da 1ª Rodada
de Licitação do Pré-Sal, realizada hoje (21/10) pela Agência Nacional
de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com esse resultado, o
consórcio adquiriu direitos e obrigações referentes ao bloco de Libra.
O contrato de exploração e produção a
ser celebrado para este bloco será na modalidade de partilha de
produção, conforme estabelecido pela Lei n.º 12.351 de dezembro de 2010,
que dispõe sobre contratação de atividades de exploração e produção de
petróleo e gás natural em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas.
O Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE), nos termos da Lei acima referida, estabeleceu em 30% a
participação a ser adquirida diretamente pela Petrobras. Com o
resultado da licitação, a participação final da Petrobras no consórcio
será de 40% , com os direitos e obrigações proporcionais a esta
participação.
O consórcio vencedor do bloco ofereceu
41,65 % de excedente em óleo para a União. Esse percentual refere-se ao
excedente em óleo a ser pago no cenário de referência entre US$ 100,01 e
US$ 120,00 por barril de petróleo e produção por poço produtor ativo
compreendida entre 10 mil e 12 mil barris por dia. Esse percentual pode
variar de acordo com o preço internacional do petróleo e a produtividade
dos poços, conforme tabela definida pela ANP.
Um bônus de assinatura no valor de R$ 15
bilhões deverá ser pago em parcela única, cabendo à Petrobras o valor
de R$ 6 bilhões, referente à sua participação no consórcio.
O contrato a ser assinado estabelece que
a fase exploratória do bloco terá duração de quatro anos. Nesse período
o consórcio deverá realizar as atividades do programa exploratório
mínimo, que prevê levantamentos sísmicos 3D em toda a área do bloco, a
perfuração de dois poços exploratórios e a realização de um teste de
longa duração.
O consórcio também deverá cumprir
percentuais mínimos de conteúdo local global em cada fase do projeto, da
seguinte forma: 37% para a fase exploratória; 55% para o
desenvolvimento de sistemas de produção previstos para começar a operar
até 2021 e 59% para os sistemas com primeiro óleo a partir de 2022.
O bloco de Libra está localizado
em águas ultraprofundas da Bacia de Santos, no polígono do pré-sal,
sendo considerado um prospecto de elevado potencial. A área possui
1.547,76 km2 e foi descoberta com a perfuração do poço 2-ANP-0002ARJS,
em 2010.
A Petrobras ressalta que estimativas
sobre o volume de óleo recuperável, custos, investimentos e cronograma
dos sistemas de produção desse bloco, serão oportuna e paulatinamente
divulgados, à medida que a evolução do programa exploratório mínimo se
desenvolva.
A Companhia considera que a integração
das habilidades e experiência dos consorciados em Libra, em especial
Shell e Total, que por sua ampla atividade internacional em
oportunidades em águas profundas e pela grande experiência em
gerenciamento da concepção e implantação de megaprojetos na área de
energia, virão contribuir de forma significativa para a obtenção de
resultados mais eficientes na implantação da melhor solução para a
produção da acumulação. A participação das companhias chinesas CNPC e
CNOOC, complementa os requisitos exigidos para um consórcio forte e
atuante, pela robustez financeira apresentada e pelo histórico de
relacionamentos anteriores de empresas chinesas com outras áreas de
negócios da Petrobras.
A Petrobras afirma sua confiança no
sucesso do desenvolvimento de Libra, suportado pelo expertise
desenvolvido, desde 2006, com a descoberta e implantação dos projetos no
Pré-sal, que hoje atingem produção total superior a 330 mil barris de
petróleo por dia (bbl/d) , bem como acredita que Libra é uma das
acumulações mais promissoras da área do Pré-Sal.
As ações e estratégia
empreendidas na licitação foram bem sucedidas e alinhadas aos
fundamentos do Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da Petrobras,
focando disciplina de capital, gestão integrada do portfólio e
prioridade para os projetos de exploração e produção no Brasil.
Os indicadores físico-financeiros do Plano de Negócios e Gestão
2013-2017 seguem vigentes e serão oportunamente revisados, no momento em
que houver a incorporação dos parâmetros associados ao desenvolvimento
de Libra. A Petrobras reafirma o compromisso de continuar investindo em
novas áreas exploratórias no Brasil de forma a garantir a recomposição
de seu portfólio, disponibilizando os volumes de petróleo e gás natural
necessários para a sustentabilidade da curva futura de produção.”
http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2013/10/21/resultado-do-leilao-do-bloco-de-libra/
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