segunda-feira, 9 de junho de 2014

Os pontos fracos de Padilha, e fortes de Aécio, de acordo com a imprensa

do blog do Nassif
Jornal GGN – Uma análise das reportagens publicadas pelos principais jornais do país no começa desta semana reforça a campanha velada instituída. Dessa vez, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo decidiram, de um lado, levantar a bola do candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, enquanto o nome do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, é rebaixado com base em informações obtidas off the records e em inquéritos ainda não concluídos pela polícia.
No segundo caso, a Folha afirma, em matéria veiculada nesta segunda (9), ter apurado que o“Estado [de São Paulo] – considerado prioridade do PT em 2014 – passou a ser um problema para a disputa nacional, e alguns interlocutores de Dilma admitem que o pré-candidato do PMDB à sucessão de Geraldo Alckmin (PSBD), Paulo Skaf, pode ser a aposta para um possível turno. Integrantes da cúpula da campanha presidencial avaliam que, no início do ano, o cenário era mais favorável para o PT paulista.”
O mais interessante é o levantamento sobre os prós e contras da candidatura de Padilha. A favor do candidato, a Folha destacou o apadrinhamento do ex-presidente Lula, que conseguiu emplacar Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo. Além disso, o ex-ministro da Saúde teria “desenvoltura” o suficiente para disputar com Alckmin justamente por ser um candidato “que teria menos resistência de angariar apoio no eleitorado mais afinado com os tucanos”.
Contra o ex-ministro há denúncias publicadas recentemente pela mídia contra deputados petistas, e outras que advém de relatórios da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Padilha teria na sua conta, segundo a Folha, relação com o deputado estadual Luiz Moura, que por sua vez é acusado de ter participado de reuniões com membros da facção criminosa PCC. O concorrente de Alckmin participou, nas últimas eleições, de peças publicitárias pedindo voto ao parlamentar – algo de praxe no meio político, conforme rebateu o ex-ministro durante entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura.
Além disso, o deputado federal André Vargas disse à polícia que o ex-ministro da Saúde foi responsável por indicar um ex-assessor para dirigir a Labogen, laboratório controlado pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal por suspeita de ter praticado lavagem de dinheiro. Padilha convocou coletiva de imprensa, há meses, para dizer desafiar a imprensa a provar qualquer fraude dentro do Ministério da Saúde na época em que ele comandava a pasta.
Segundo a Folha, membros da cúpula petista não reconhecem que os escândalos atingem diretamente Padilha, mas indicam que o eleitorado paulista é “moralmente conservador” e associam as denúncias ao PT e isso, consequentemente, prejudica Padilha.
Aécio em alta
Já o Estadão publicou matérias que destacam positivamente a candidatura do tucano Aécio Neves, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, e que atingem o PT. Na reportagem “Na gestão Dilma, PT acelera filiações e arrecada quase R$ 50 mi com ‘dízimo’”, o jornal explora o número de filiações partidárias desde janeiro de 2011. Nos últimos três anos, a legenda arrecadou R$ 49,7 milhões em contribuição partidária. Só em 2013 foram R$ 32,6 milhões.
O Estadão não se empenhou em trazer para o leitor, entretanto, o volume de dinheiro que o PSDB empregará na campanha eleitoral de Aécio Neves. O periódio fez uma entrevista exclusiva com o marqueteiro do tucano, Paulo Vasconcellos. Muito por cima, o publicitário mineiro – que acompanha Aécio desde a época de governador – disse que os maiores gastos na campanha serão com logística, mas não revelou números.
Na mesma entrevista, o marqueteiro diz que Aécio já tem uma boa imagem construída, e que o objetivo, agora, é torná-lo mais conhecido nos estados. Sobre as "campanhas difamatórias” que circulam na rede, como as que associam o ex-governador mineiro ao uso de cocaína, o marqueteiro diz que essa pauta sequer está no "radar" da campanha. Aécio não é mesmo muito importunado com o assunto e, quando o é, despista rápido com o argumento de que quer discutir projetos para o Brasil. Vide Roda Viva.
Mas foi a publicação do Estadão deste domingo (8) que deu o tom da campanha da imprensa a favor do senador. Sob titulo “Ignorado há 4 anos, plano de governo tucano é turbinado”, o jornal destaca a equipe e as propostas que o PSDB monta para disputar a presidência este ano.
O Estadão destaca os especialistas convidados por Aécio, a maioria com um pé na administração de Fernando Henrique Cardoso, sem observar em nenhum momento que o ex-presidente sofre grande rejeição entre o eleitorado – segundo a última pesquisa Datafolha, 57% da população não votariam de jeito nenhum em um candidato indicado por FHC –, o que poderia ser, enfim, um ponto negativo na empreitada de Aécio. 
Além disso, até agora, a principal proposta do PSDB para a educação é ampliar o Pronatec e o ProUni, dois projetos de autoria do PT do ex-presidente Lula e de Dilma. A ideia é dizer que os programas não têm dono. Nenhuma fonte ouvida considerou que não apresentar novas soluções talvez seja prejudicial ao tucanato.

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