http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/10/04/enem-2015-38-em-cada-100-escolas-sao-reprovadas-em-teste-do-ensino-medio.htm
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- Abril 10º, 2016
Os resultados das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por Escola 2015 indicam que 38% das instituições seriam "reprovadas"no teste do ensino médio, segundo os critérios do próprio MEC (Ministério da Educação) para a certificação do ensino médio.
São 5.642 escolas que tiveram notas médias menores que 450 pontos em, ao menos, uma das quatro provas objetivas (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza) ou não alcançaram a média de 500 pontos na redação do exame. Esses são os parâmetros mínimos usados pelo MEC para conceder a certificação do ensino médio a estudantes por meio do Enem.
Das 14.998 escolas com informações divulgadas pelo ministério nesta terça-feira (4), 3,4 mil escolas reprovaram em duas ou mais provas do exame nacional --sendo que 507 escolas "bombaram" em quatro dos cinco testes. Nenhuma instituição foi "reprovada" em todas as provas.
O retrato é uma das faces da crise do ensino médio, segundo educadores entrevistados pelo UOL. O baixo desempenho dos estudantes brasileiros é percebido em diversas avaliações. No início de 2016, um estudo da OCDE apontou o Brasil como segundo país com pior nível de aprendizado entre alunos de 15 anos.
Matemática e redação são piores notas
Os exames que mais reprovaram escolas são o de matemática --que reprovou 4.899 instituições-- e a redação --que desqualificou 3.045 escolas.
"Nem o sarrafo do Enem, que já não é essas coisas, estamos conseguindo alcançar. Isso mostra que precisamos mudar o ensino médio em uma direção que motive o jovem a estudar e a aprender", afirma Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna.
No final de setembro, o Ministério da Educação enviou para o Congresso uma medida provisória com proposta de reformulação do ensino médio. A MP prevê, entre outras coisas, a redução de disciplinas nesta etapa do ensino e o aumento, paulatino, da carga horária. A proposta, contudo, não altera o ensino de matemática, português ou inglês, que seriam matérias obrigatórias para todos os alunos.
"O mau desempenho é algo que vem acumulando desde o ensino fundamental, o problema não está apenas no ensino médio", analisa Antonio Augusto Gomes Batista, coordenador do Cenpec.
Para Batista, a reforma do ensino médio proposta não deve ter resultados no quadro geral. "O ensino integral, tal como está colocado, vai atender a uma população muito reduzida. Vai criar mais desigualdades dentro da rede. Seria melhor ampliar uma hora por dia a proporcionar escolas de 7 horas para poucos."
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