terça-feira, 9 de outubro de 2007

Tropa de Elite

Depois de ter seu rolex roubado, o apresentador Luciano Huck em artigo na Folha clama pelo capitão Nascimento (personagem do filme Tropa de Elite). O policial-torturador do filme vira herói no pensamento conservador que predomina na mídia nacional.

Num país de miseráveis onde só 5% recebe mais de R$800 por mês, ostentar um rolex é nas ruas é algo surreal. Huck deveria agradecer por ter saído vivo e ileso, ao invés disso clama por mais dureza por parte da polícia. Como se esta já não fosse violenta!

De acordo com o Instituto de Segurança Pública do Rio, para cada policial morto em serviço no Estado, no primeiro semestre de 2006, 26 civis foram assassinados por homens de farda. No mesmo período de 2007, a relação aumentou de um para 40.

Os conservadores acham que apenas a repressão é a solução. Atacam as consequências e se esquecem das causas. Já ouvi falar que há países mais pobres onde que a violência é menor. Mais pobres sim, mais desiguais, eu duvido!

Que caminho tomaria um jovem que não tem acesso a uma escola decente? Que não consegue um emprego (as taxas de desemprego entre os jovens estão na casa dos 30%)? Filho de uma mãe que rala para ganhar uma miséria numa casa de madame e muitas vezes um pai desempregado?

A sociedade brasileira exclui milhões, como dizem os especialistas em economia do trabalho, são óleo queimado, não servem, não valem nada. Se a vida desse jovem não vale nada, o que impede de ele achar que a tua vida também não vale nada?

Por quê não oferecer uma escola pública de qualidade para todos? Os liberais deveriam defender igualdade de oportunidades. Mas educação de qualidade custa caro e a turma do andar de cima não abre mão dos polpudos juros proporcionados pela política econômica do governo Lula.

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