Vejamos alguns fatos:
- Juro alto é uma forma de conter a demanda retirando dinheiro do mercado fazendo com que o crédito ao consumo e ao investimento encareça.
- Índices de inflação mostram tendência de queda, mesmo com a subida do dólar (preços em dólar caindo). A prévia do IGP-M de dezembro confirma tendência declinante da inflação;
- Indicadores recentes da atividade produtiva mostram desaceleração em vários setores, a produção industrial caiu 1,7% em outubro segundo IBGE;
- O nível de emprego caiu 0,2% em outubro. Várias empresas anunciam demissões. Apesar da queda nos últimos meses a taxa de desemprego continua absurdamente alta. Segundo a pesquisa do DIEESE/SEADE 13,4% da população economicamente ativa está procurando emprego;
- Crise no crédito: bancos elevam juros e reduzem prazo. Os bancos grandes estão sentados numa montanha de dinheiro, mas não emprestam ao setor produtivo.
- Governo pedindo para os bancos emprestarem e exigindo que os bancos públicos baixem suas taxas.
Portanto, meus caros, é suspeita a decisão do Banco Central já que não há sinais de aceleração inflacionária. O que o cenário mostra é desaceleração na economia. Não há espaço para elevação de preços, nem a volta do dólar a patamares mais coerentes fez a inflação se acelerar. Mas a alta do dólar foi o álibi usado pelo BC para não baixar os juros.
Nos dias anteriores à reunião do COPOM, o dólar subiu, mesmo com saldo positivo no balanço de transacões correntes nesse início de mês, contrariando a lei da oferta e procura. O esforço por parte dos especuladores foi vitorioso, eles vão ganhar uns bilhões a mais com a manutenção dos juros. Esses "investidores" nem esperaram o anúcio da decisão que já sabiam de antemão para baixar as armas: o dólar fechou ontem em baixa de 1,61% (2,4310).
Enquanto no resto do mundo até os BCs mais "durões" como o da União Européia e da Inglaterra baixam os juros, aqui a taxa é mantida num nível vergonhoso. Nos países desenvolvidos a taxa de juros está entre 0,3% (a Japão) e 2,5% (BCE), nos subdesenvolvidos dificilmenta passa dos 6%.
Vejam a contradição: numa ponta o BC matém os juros e na outra ponta injeta dinheiro dos compulsórios nos bancos, do outro lado o ministério da fazenda anuncia medidas para estimular o consumo. No resto do mundo quando a economia está desaquecendo a primeira medida é remover o garrote dos juros.
Cada 1% na taxa SELIC são mais de R$10 bilhões de custo para a sociedade. Um alívio nos juros abriria espaço para o governo reduzir impostos ou investir mais em infraestrutura, na educação e na saúde pública, setores carentes de recursos.
Por isso eu apelo ao presidente Lula: NACIONALIZE O BANCO CENTRAL.
Apóie você também a nosso campanha cívica: O Banco Central tem que ser nosso.
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