sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Alckmin não explica como vai tratar água suja do Pinheiros para entregar à população

Quando é o PSDB não há maior necessidade de explicações, a imprensa vende direto como a melhor solução do mundo.

http://jornalggn.com.br/noticia/alckmin-nao-explica-como-vai-tratar-agua-suja-do-pinheiros-para-entregar-a-populacao

Jornal GGN - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) reafirmou nesta sexta-feira (20) que a água "contaminada" da represa Billings será usada para abastecimento humano após "passar por tratamento", e que a medida servirá para evitar um racionamento de água. Sem detalhar o plano para tratar todo o volume de esgoto que entrará na Billings a partir do Rio Pinheiros, Alckmin garantiu que a ideia é boa porque vai dar fôlego também ao Sistema Alto Tietê.
"Nós estamos trabalhando para não fazer o rodízio. Nada indica hoje que precisa ser feito [racionamento]. Se as obras todas forem entregues no prazo, nós não estamos dependendo de chuva", disse o governador em visita a Paulínia. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo na tarde de sexta. 
O jornal afirma que a água da Billings será transferida para o sistema Rio Grande por meio de três bombas, "em mais uma medida da Sabesp para enfrentar a crise hídrica". Em nenhum momento a reportagem aponta qual a previsão de entrega dessa obra.
Segundo a Folha, serão usados 4.000 litros de água por segundo do Rio Grande. "Ela irá direto para a represa de Taiaçupeba, onde terá tratamento para distribuição. Outro socorro, de 1.000 litros por segundo, sairá do rio Guaió."
A questão é que, aparentemente, Alckmin e a Sabesp só destacaram uma estação de tratamento quando a água já está próxima do Sistema Alto Tietê. Para dar conta da demanda por tratamento de esgoto entre o Pinheiros e a Billings, não há planos. Na ilustração da Folha, reproduzida acima, é possível ver que o esqueva é bombear uma quantidade grande de água do Pinheiros para a represa, de modo que a água pegará o caminho mais fácil: vai passar por cima de uma barragem que foi criada justamente para separar a parte "relativamente boa da Billings" [a que abastece o Grande ABC e proximidades] da parte ruim.
Outro ponto que não ficou claro é como Alckmin e a Sabesp pretendem burlar a lei e bombear água do Pinheiros para a Billings. Há anos que a questão vem sendo questionada por ambientalistas. Hoje, em tese, o governo do Estado só poderia reverter água suja do Pinheiros para a Billings se houver risco de enchente em São Paulo.
Mesmo sem detalhes, Alckmin garante que "Se as obras forem entregues no prazo, nós teremos até julho, agora, 5.000 litros de água por segundo, a mais, de oferta, o que quase equilibra o Cantareira no inverno."
Geração de energia
Ainda de acordo com a Fola, "o governador afirmou que a represa Billings está com 70% da sua capacidade e que um acordo com a ANA (Agência Nacional de Águas) reduziu a utilização de sua água para geração de energia. Dessa forma, diz o tucano, o nível da represa deve subir rapidamente com as chuvas. Alckmin não falou sobre custos. O sistema Rio Grande é, hoje, a maior reserva de água potável da Grande São Paulo"."
A "geração de energia", no caso, está relacionada à usina Henry Borden. Construída no início do século, o equipamento trabalha, hoje, apenas com cerca de 15% da capacidade instalada. Segundo o especialista em gestão de recursos hídricos da UFABC, Ricardo Moretti, se Henry Borden recebesse mais água para produzir energia, o lucro [que é do governo do Estado] poderia ser revetido para investimentos em tratamento de esgoto da Billings, por exemplo. "Para isso, Alckmin teria de mudar de postura", afirmou Morretti em entrevista ao GGN

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