domingo, 8 de fevereiro de 2015

Folha esquece Alckmin e crítica medidas de economia de Haddad

http://jornalggn.com.br/noticia/folha-esquece-alckmin-e-critica-medidas-de-economia-de-haddad


Jornal GGN - A Folha se superou na tentativa de tirar o foco do governador de São Paulo Geraldo Alckmin. A publicação caiu em cima do prefeito Fernando Haddad, colocando o decreto de que escolas terão que economizar 20% de água de forma a torná-lo o grande vilão nesta crise hídrica. A população do estado de São Paulo está sendo instada a economizar os 20% de água sob pena de multa em conta emitida pela Sabesp, o que também não foi lembrado no texto. O jornal esmera-se em criminalizar a ação do prefeito dando voz a um médico infectologista que considera 'criminosas' impedir a criança de escovar dentes na escola, bem como substituição de refeições por sanduíches, o que diminui o volume de pratos a serem lavados. O jornal, de novo, busca grudar o problema da água ao município, isentando de forma inconsequente o governador Geraldo Alckmin. Leia a matéria a seguir.
da Folha
Crise da água
Funcionários acompanharão alunos no banheiro para evitar desperdício em SP
Infectologista aponta chance de complicações 'seriíssimas' nos alunos; prefeitura cobra 20% de economia nos gastos
THAIS BILENKY DE SÃO PAULO
Em meio à crise da água, escolas da rede municipal de São Paulo retomam as aulas nesta quarta-feira (4) com medidas extremas. Crianças serão proibidas de escovar os dentes. Outras receberão a chamada "merenda seca" --sanduíches em guardanapos, em vez de refeições em pratos, que precisam ser lavados.
Algumas unidades destacaram funcionários e ou professores para acompanharem os alunos no banheiro, evitando, assim, o uso excessivo de torneiras e descargas.
As atitudes são uma resposta a decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) que obriga as escolas municipais a reduzirem em 20% o consumo de água.
Folha esteve em seis colégios na zona norte de São Paulo nesta terça-feira (3).
Em três unidades, diretores disseram que, em vez de lavar as mãos com água e sabão, as crianças serão orientadas a usar álcool em gel.
Em um desses colégios, não será mais permitido tomar água diretamente do bebedouro. Cada estudante terá uma caneca, e professores supervisionarão o consumo.
Gestores afirmaram que os docentes deverão trabalhar o tema da crise da água em classe, como forma de conscientizar alunos e famílias.
A medida pode beneficiar a mãe Tatiane Silva, 32. Ela diz que falta água em sua casa diariamente e que depende da colaboração dos filhos, matriculados em uma das escolas visitadas, para poupar o necessário. "Quando eles lavam louça, tenho que ir lá fechar a torneira", afirma.
Nas unidades, a lavagem de pátios, quadras e corredores será feita com vassouras e, se necessário, com baldes de água e panos. O uso de mangueiras foi suspenso.
Para o médico infectologista Caio Rosenthal, algumas dessas medidas são "criminosas". Proibir alunos de escovar os dentes pode causar cáries, infecções e complicações "seriíssimas", diz.
Substituir refeições por sanduíches, se tiverem menor valor nutricional, é "discriminatório", em sua opinião.
"Supõe-se que são crianças que não têm refeição de excelência em casa. Baixar o nível também na escola é inadmissível", diz. "Se há estado de guerra, quem deve ir para o front é o soldado, não a criança. Ela terá que pagar pelo resto da vida por um descuido das autoridades?"
MANGUEIRA
Enquanto alguns colégios adotam medidas drásticas para reduzir o consumo de água, em uma escola de ensino fundamental na Freguesia do Ó, a rotina não mudou.
Segundo uma funcionária, a diretora ordenou duas lavagens com mangueira em menos de uma semana para receber os alunos.
A caixa-d'água de 3.000 litros teria sido esvaziada mais de uma vez com essa finalidade. Quando a reportagem esteve no local, havia poças nos corredores, quadras e pátios, e o piso dos banheiros estava úmido.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que as medidas recomendadas para as escolas são uso racional da água, manutenção das redes hidráulicas com problemas e reforço nas orientações aos alunos.

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