A nona fase da Operação Lava Jato, que teve como enfoque as possíveis relações do PT com o esquema de corrupção, motivou novas informações seletivas pela imprensa
Jornal GGN - O depoimento feito em novembro do último ano por Pedro José Barusco Filho, ex-gerente da Petrobras, em acordo de delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato, foi requentado pela imprensa, logo após a nona fase ser deflagrada, nesta quinta-feira (06). A parte do relato privilegiada foi que o PT poderia ter ficado com até US$ 200 milhões, entre 2003 e 2013 de propina nos contratos da estatal.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, teria recebido parte desse suborno, equivalente a US$ 4,5 milhões até março de 2013. As investigações dessa última fase concentram-se no levantamento de mais informações e possíveis provas sobre Vaccari no esquema.
Entretanto, no mesmo testemunho, Barusco afirmou que além da Diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque e que ontem prestou depoimento à Polícia Federal, a Diretoria de Óleo e Gás, liderada por Graça Foster e Ildo Sauer, também recebia propina de 1% a 2% sobre o valor dos contratos, mas que os diretores não sabiam da corrupção.
"O pagamento de propinas dentro da Petrobras era algo 'endêmico' e institucionalizado", disse. Barusco contou que não teve "espaço para conversar essas coisas com Ildo e com Graça Foster", que "nunca houve conversa nesse sentido" e que, se eles sabiam, "conservaram para si".
Também na mesma delação em novembro à Polícia Federal e Ministério Público, Pedro Barusco deixou claro que o esquema da Petrobras não se resumia ao PT. O ex-gerente-executivo de Serviços assumiu que recebia propinas, em troca da aprovação de contratos, desde 1997 ou 1998, ainda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A parte específica do depoimento só foi tornado público no dia 5 de fevereiro.
Resposta
O tesoureiro do PT emitiu uma nota pública, por meio de seu advogado, a respeito das acusações de que o partido teria se beneficiado com até US$ 200 milhões. "Há muito ansiava pela oportunidade de prestar os esclarecimentos que nesta data foram apresentados à Polícia Federal, para de forma cabal, demonstrar as inúmeras impropriedades publicadas pela imprensa nos últimos meses", publicou.
A nota informa que o PT "não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a Lei". E conclui que o tesoureiro "permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos, e que sua condução coercitiva, desta data, entendeu-se desnecessária, pois bastaria intimá-lo, que o Sr. Vaccari comparece e presta todas as informações solicitadas".
Leia a nota, na íntegra:
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