quinta-feira, 9 de junho de 2016

Copom mantém Selic em 14,25% pela sétima reunião consecutiva

O nível atual da SELIC só serve para transferir os parcos recursos públicos para os bolsos dos banqueiros e rentistas. Me estranha os "representates" das associações comerciais e industrias defendendo essa taxa pornográfica. Quando muito, os cretinos reclamam que está alta, mas não pode baixar.


http://jornalggn.com.br/noticia/copom-mantem-selic-em-1425-pela-setima-reuniao-consecutiva


Reunião foi a última que contou com Alexandre Tombini na presidência do BC
Jornal GGN - O Banco Central (BC) decidiu pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, seu maior nível desde outubro de 2006, em decisão já esperada pelo mercado financeiro. Esta foi a sétima reunião consecutiva em que a taxa não apresentou mudanças, e a última em que Alexandre Tombini participou como presidente. Ilan Goldfajn, economista escolhido pelo ministro interino da Fazenda, Henrique Meirelles, terá a liderança na próxima reunião.
"O Comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária", diz o colegiado. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon.
"A decisão ficou em linha com o esperado pelo mercado, e a manutenção do comunicado também era esperada", explica Tatiana Pinheiro, economista do banco Santander no Brasil, em entrevista ao Jornal GGN. "Não foi uma surpresa. A decisão e manutenção foram bastante coerentes dado à transição na diretoria do BC. Então, sinaliza uma sintonia entre a antiga e a nova diretoria".
Na visão da economista, a taxa básica de juros deve começar a ver um ciclo de queda a partir da reunião de agosto, uma vez que o encontro programado para julho deve servir como adaptação para Goldfajn, conhecido por ter grande foco em expectativas – o novo presidente do BC já atuou anteriormente na autoridade monetária, como diretor de pesquisa econômica.
“Acreditamos que a nova diretoria, com presidência do Ilan (Goldfajn) deve ser bastante voltada para expectativas de inflação, e também com importância para a comunicação oficial, ata e relatórios de inflação. Faz mais sentido que nessa diretoria, que prioriza a comunicação, tome (a reunião de) julho para orientar as expectativas de mercado. Por isso, o Relatório de Inflação de julho deve ser importante para sinalização”.
Sobre o fechamento da taxa Selic, o Santander projeta manutenção da taxa em 14,25% na reunião de julho e redução a partir de agosto, chegando a 12,75% no fim do ano. Para 2017, o prognóstico é de uma Selic em torno de 10%.
Contudo, os dados de inflação devem ser o ponto de referência. “Caso a inflação não caminhe de acordo com o que o mercado espera, que é de redução, provavelmente as expectativas nesse cenário de inflação mais resistente não ficariam ancoradas, voltando a subir e se tornando um risco para o início de ciclo de afrouxamento”, explica Tatiana. Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou a 4,05% nos primeiros cinco meses do ano, depois de encerrar o mês de maio em alta de 0,78%.
Cenário político justifica decisão, diz FecomercioSP
Logo após a decisão, algumas entidades do setor produtivo repercutiram a decisão. Em nota, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) diz que o BC “preferiu adotar uma postura conservadora” ao manter os juros, uma vez que “as dúvidas relacionadas ao ambiente político, somadas à expectativa de inflação elevada, acima da meta, parecem ainda não abrir espaço para o início da queda dos juros”.
Na análise da FecomercioSP, apenas após resolvida a situação política, com um grau de certeza maior do que o atual, e com o novo presidente do Banco Central devidamente empossado e aclimatado, é que se poderá contar com um ambiente melhor para conseguir combater a inflação sem ter de manter os juros nas alturas, como atualmente.
Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), a decisão de manter os juros foi “acertada, e se explica pelo fato de que a inflação, apesar de estar desacelerando, continua muito elevada, bem acima da meta anual oficial”. Contudo, Burti diz que “o grave momento econômico vivido pelo País demanda reduzir as taxas de juros o mais rapidamente possível. E, para que isso ocorra, o ajuste fiscal não pode ser mais protelado".
Por outro lado, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) diz que a decisão de manter a taxa Selic em 14,25% “agravará a recessão e o desemprego, que já ultrapassaram o limite do sustentável”.  Em nota, a confederação diz que a redução dos juros “é fundamental” para a retomada do crescimento, mas alerta que “a queda das taxas depende da implementação das propostas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo”.

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