domingo, 5 de junho de 2016

Os interesses estrangeiros chegaram à presidência da Petrobras

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Jornal GGN – Enquanto o senador Aloysio Nunes é escrachado no Aeroporto de Brasília por funcionários da Petrobras que o chamam de “entreguista”, o novo presidente da estatal do petróleo critica os governos petistas e demonstra apoio ao projeto do ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, para alterar a lei de partilha do pré-sal.
Pedro Parente assumiu o cargo na última quinta-feira (2) e falou tudo que os tucanos queriam ouvir. Disse que a Petrobras “foi vítima de uma quadrilha organizada para obter os mais escusos, desonestos, antiéticos e criminosos objetivos”. “Crimes que foram praticados por pessoas que se valeram de seus cargos para sustentar seus projetos de riqueza e poder”.
O novo presidente falou em nome da companhia quando disse que a Petrobras apoia a revisão da lei de exploração do pré-sal. De acordo com ele, a participação mínima obrigatória “não atende aos interesses da empresa nem do país”. Faltou combinar com os funcionários.
Parente disse que se a exigência for mantida, a exploração do pré-sal será retardada. Seu raciocínio só ignora um fator: o preço do barril no mercado internacional. Esse sim é o ponto principal sobre a viabilidade da exploração, não o arcabouço jurídico que dá à estatal brasileira o direito mínimo de 30% em todos os poços.
Para o novo presidente da Petrobras, a regra “retira a liberdade de escolha da empresa, de somente participar na exploração e produção dos campos que atendam o seu melhor interesse”, “o que é imperdoável para uma empresa listada em Bolsa”.
A Petrobras de Pedro Parente é uma empresa que abre mão de explorar petróleo e entrega esse direito à iniciativa privada estrangeira. Em troca de se posicionar melhor na venda de papéis financeiros.
O executivo também criticou a política de conteúdo local, que estabelece uma participação mínima de 60% de itens fabricados no Brasil em todos os projetos da estatal. Ele reconheceu que a regra possibilita a existência de toda uma cadeia de valor, e é necessária para permitir ao “nosso setor industrial a ser competitivo globalmente”. Mas defendeu que “prevaleça pela competência, que permita passar pelo teste ácido da concorrência e não pela constituição e reserva de mercado”.
Por fim, Pedro Parente disse que a Petrobras vai continuar a contribuir “de maneira irrestrita e incansável” com a Operação Lava Jato. “Como vítimas, somos os maiores interessados na total elucidação de todos os crimes e na sua reparação”.

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