QUA, 22/06/2016 - 16:59
ATUALIZADO EM 22/06/2016 - 17:00
Jornal GGN - Depois que a força-tarefa da Operação Lava Jato se vê prestes a encerrar as atividades, tendo o juiz Sergio Moro já anunciado que espera concluir as investigações até o final deste ano, quando o governo Dilma Rousseff é afastado e substituído pelo interino Michel Temer, grandes veículos dão voz a críticas de empresários e investidores sobre o impacto da Lava Jato na economia brasileira. E vão dando sustentação ao processo de fechamento da Operação, antes de totalmente concluída.
O Painel da Folha de S. Paulo publica nesta quarta-feira (22): "empresários e investidores passaram a ecoar, nos bastidores, a defesa da gestão Temer de que a Lava Jato precisa sinalizar um fim para ajudar a economia brasileira a voltar a girar".
O alerta de que as punições a grandes empreiteiras brasileiras, como a Odebrecht, impactariam no mercado nacional já era feito desde 2014, quando a Lava Jato apertou o passo contra as companhias, prevendo não apenas multas, como também a impossibilidade de as empreiteiras fecharem contratos com o setor público.
Ficaram, contudo, restritas sob o círculo político e bastidores do meio jurídico as críticas às defesas de procuradores da Operação, sob o respaldo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em uma batalha que, inclusive, inicialmente foi contra o acordo de leniência - que ajudaria as investigações, ao mesmo tempo que tornariam mais brandas as penas às empreiteiras.
Mas após os sucessivos tiroteios aos quadros do PT e a desconsideração aos alertas feitos pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff, os empresários reconsideram, agora, as críticas. E os grandes jornais dão espaço a eles.
O objetivo da equipe de Temer, contudo, em criticar metodologias da Lava Jato, não está somente no fato de impedir os avanços de empresas nacionais, prejudicando a economia, como também porque as investigações se esgotaram no PT e chegam cada dia mais próximas de derrubar membros da sigla do interino - a exemplo dos recentes grampos envolvendo Romero Jucá (RR), Renan Calheiros (AL) e José Sarney, além do próprio Eduardo Cunha (RJ).
Para não deixar dúvidas, a lógica é exposta na sequência da coluna da Folha: "Curiosamente, investidores elogiam Curitiba, que pegou empresários, e crucificam Janot. Reclamam do pedido de prisão de caciques do PMDB, derrubado pelo STF, e dizem que, embora haja percalços, Temer avança nas reformas".
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