SEX, 14/11/2014 - 10:47
ATUALIZADO EM 14/11/2014 - 15:38
Mandatos de busca e apreensão são feitos nas diretorias das empreiteiras; ex-diretor de Serviços da Petrobras é preso
Jornal GGN - A Polícia Federal deflagrou hoje (14) a sétima fase da Operação Lava Jato, prendendo 27 investigados, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e executivos de empreiteiras. Foi decretado o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens de 36 investigados.
Só hoje, foram 85 mandados judiciais, incluindo 6 prisões preventivas, 21 prisões temporárias, 9 conduções coercitivas e 49 mandados de busca e apreensão em seis estados diferentes - Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal. A Polícia Federal contou com uma equipe de 300 policiais e 50 servidores da Receita Federal.
A Operação concentrou as ordens de prisão e condução coercitiva nas cinco das maiores empreiteras do país, que são o braço financeiro do esquema de corrupção deflagrado. Entre elas, a Camargo Corrêa, que teve as buscas feitas nesta manhã nas residências dos executivos da direção, incluindo o vice-presidente da empreiteira e um diretor.
A Odebrecht, UTC Constran, OAS, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa também estão na mira da Polícia Federal. Essas grandes companhias têm contratos de R$ 59 bilhões com a estatal e tiveram 11 mandados de busca.
O empresário Ricardo Pessoa da UTC Participações também foi conduzido à prisão pela PF, que suspeita que o doleiro Alberto Youssef era sócio oculto de Pessoa, depois que identificaram estreito relacionamento entre ambos.
Outro empresário também preso foi o vice-presidente da empreiteira Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes. A PF o encontrou em uma casa no Lago Sul, em área nobre de Brasília. A suspeita é que o empresário celebrou um contrato fictício pelo Consórcio Mendes Júnior-MPE-SOG e a empresa GFD Investimentos, controlada por Youssef, sob o valor de R$ 2,7 milhões, para justificar os repasses de propinas pelo doleiro a servidores públicos.
De acordo com as investigações, as empreiteiras repassariam propina a agentes públicos para garantir contratos na Petrobras. Renato Duque, que foi diretor de Serviços entre 2003 e 2012, seria o responsável por fechar 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, de acordo com documento da estatal.
A Operação aponta que o esquema tinha como finalidade a lavagem de dinheiro e a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), os grupos investigados registraram operações finaneceiras atípicas num montante que supera R$ 10 bilhões.
A Polícia informou que os envolvidos responderão por organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro, de acordo com suas participações.
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