Jornal GGN - As previsões do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se confirmaram, e o Ministério Público Federal já fechou o primeiro acordo de delação premiada com a empreiteira Setal. Depois da sétima fase da operação da Polícia Federal, nesta sexta-feira (14), o primeiro executivo também se manifestou: Pedro Barusco, gerente-executivo de engenharia da Petrobras, se comprometeu a devolver US$ 97 milhões, mais a delação.
O grupo Setal também arcará com R$ 70 milhões de indenização aos cofres públicos. Dois executivos, Augusto de Mendonça Neto e Julio Camargo, da Toyo, já haviam assinado delações individuais com a Procuradoria, e afirmaram ter pago R$ 30 milhões em propina para a diretoria da estatal, comandada por Renato Duque entre 2003 e 2012. As companhias Setal possuem contratos de mais de R$ 4 bilhões com a Petrobras.
O acordo de delação ainda precisa ser aprovado pela Justiça para ter validade. Entretanto, sendo a primeira empreiteira a se prontificar a ajudar nas investigações, o grupo Setal pode sair favorecido. O MPF quer usar a legislação contra cartéis para que apenas o primeiro delator tenha a chance de obter os benefícios legais, entre eles, a redução de penas. Assim, se as outras empreiteiras estiverem envolvidas nos mesmos crimes do Setal, somente esta se beneficiará.
Outras empresas podem ainda solicitar a delação, sobretudo para outros crimes, além dos que tenha participado o grupo Setal.
Considerado o braço direito de Renato Duque, o ex gerente-executivo de engenharia da Petrobras Pedro Barusco seria preso junto com o então diretor de serviços, nesta sexta-feira. Mas escapou, fechando o acordo de delação premiada. Com isso, o empresário já se comprometeu a devolver US$ 97 milhões, equivalente a R$ 252 milhões atualizado - o maior valor já pago nos pactos de delação premiada em operações contra corrupção.
Os dois são denunciados como os principais operadores do esquema na Petrobras entre 2003 e 2012. O setor de serviços comandava projetos e licitações de grandes obras, como a refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Os delatores da Toyo também afirmaram que pagaram R$ 95 milhões a Duque e a Barusco para conseguir contratos de cinco obras.
As autoridades suíças também já bloquearam US$ 20 milhões que Barusco tem num banco do país. O então diretor de serviços, Renato Duque, está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Operação Lava Jato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário