segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Corte maior da Selic não surpreenderá

Luiz Sérgio Guimarães
Valor Econômico 16/02/2009

Apesar dos repiques inflacionários recentes, se o Copom do Banco Central vier em sua reunião de março a decidir corte diferente do consenso estabelecido em torno de mais uma baixa de um ponto percentual na taxa Selic será no sentido de ampliar mais ainda o afrouxamento monetário. Os juros futuros caíram bem. O swap de 360 dias recuou de 11,20% para 11,05%. A taxa cairá a um dígito se o pregão considerar possível a adoção pelo Copom de uma solução nos moldes chilenos.

Notoriamente superconservador como o BC brasileiro, o chileno reduziu a taxa básica na semana passada em 2,5 pontos, quando os analistas esperavam mais um corte de um ponto. Como o BC brasileiro, o chileno demorou a iniciar o relaxamento da política monetária. A primeira baixa foi feita, como no Brasil, em janeiro, e foi, como aqui, de um ponto. Mas há diferenças (enormes) com o Chile: lá as reuniões são mais frequentes do que no Brasil; o juro básico iniciou a queda quando estava em 8,25% e não em 13,75% como aqui; em dois meses a taxa chilena tombou de 8,25% para 4,75%, uma diminuição de 42,4%. Se tal dimensão de afrouxamento fosse aplicada pelo nosso BC, a Selic cairia 5,83 pontos, para 7,92%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário