quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Alvo de si mesma, Marina rebate sua votação no CPMF e culpa PT

Jornal GGN – Debate funciona assim: eu falo, você rebate, eu falo de novo e você também. É como se ganha ou se perde voto, expor ideias, defende-las, ou tentar derrubá-las. Apesar do título infeliz da Folha, de que marina é alvo do PT, a questão levantou poeira em linhas editoriais. O GGN publicou a matéria Marina, o Fundo de Combate à Pobreza e verdade sobre a CPMF  rebatendo vários dos pontos levantados.
Hoje a Folha traz o tema no caderno de eleições. Traz também o lado ‘comadre’ da cobertura, com diz de Marina de que “PT ‘mente’ e que sempre trabalhou para destinar os recursos para a área social”. O certo é que Marina deu um passo errado ao responder sobre CPMF e temas correlatos. Campanha de Marina bate na tecla do "PT mentiu", o que é uma acusação muito forte. Mas não saber no que votou é uma contatação mais forte ainda.
da Folha
Diferentemente do que diz, no Senado ela votou contra a criação do tributo
Presidenciável afirma que PT 'mente' e que sempre trabalhou para destinar os recursos para a área social
GABRIELA GUERREIRO, DE BRASÍLIA / RANIER BRAGON, MARINA DIAS, DE SÃO PAULO
Alvo de acusação do PT de que mentiu sobre seu passado legislativo, Marina Silva (PSB) apresentou versões contraditórias a respeito de sua participação nas votações relativas à CPMF, o chamado "imposto do cheque", que vigorou no Brasil do início dos anos 90 até 2007.
Diferentemente do que vinha dizendo, a candidata do PSB votou, quando era senadora, quatro vezes contra o tributo --duas na emenda à Constituição enviada em 1995 por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para criá-lo e duas em 1999, na votação de sua prorrogação.
Marina afirmava que, como prova de que não faz "oposição por oposição", havia contrariado seu então partido, o PT, e votado a favor da CPMF proposta pelo governo tucano. Mas, na verdade, só votou a favor da regulamentação da cobrança.
"Quando foi a votação da CPMF, ainda que o meu partido fosse contra, em nome da saúde, em nome de respeitar o interesse dos brasileiros, eu votei favorável mesmo [o projeto] sendo do seu governo [Aécio Neves], o PSDB", disse Marina no debate da TV Bandeirantes, em agosto. Em sabatina no portal G1, dias depois, repetiu o discurso.
Desde o domingo (28), Marina tem sido alvo de propaganda do PT que afirma que ela mentiu sobre o tema. No debate da TV Record, também neste domingo, Dilma Rousseff (PT) afirmou: "Não entendo como a senhora pode esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF. Atitudes como essa demonstram insegurança."
No debate, Marina mudou sua versão, lembrando que a discussão sobre o tributo passou por várias etapas, e que havia votado a favor, no plenário e em comissão, à criação do Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza.
O fundo, proposto pelo senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), seria composto em parte com recursos da CPMF. Questionada na saída do evento se não havia votado contra nessa ocasião, Marina se corrigiu e disse que, no plenário, mudanças que retiravam recursos do fundo a levaram a se opor.
A ofensiva contra Marina faz parte da operação do marketing petista para desconstruir a imagem da candidata do PSB e apresentá-la como uma política não confiável.
Em nota divulgada nesta segunda (29), a campanha de Marina diz que o PT perpetua uma "incansável campanha de fofocas e mentiras". O texto omite suas votações contrárias à CPMF. A nota ressalta que Marina votou a favor da lei que regulamentou o tributo, em 1996, seguindo a posição da bancada do PT.
"A então senadora pelo PT se opôs a todas as propostas em debate que ofereciam a possibilidade de distorção da finalidade social da CPMF [...] Com dados parciais retirados do contexto inventa-se e repete-se uma mentira. Manobra de quem perdeu a cabeça e as medidas, manobra de desesperados", diz a nota.

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