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TER, 14/10/2014 - 11:43
ATUALIZADO EM 14/10/2014 - 11:46
Jornal GGN - O periódico mineiro O Tempo publicou uma reportagem nesta segunda (13), na qual indica que a pesquisa Sensus, publicada no dia 11 pela revista Isto É, pode ter feito uso de uma metodologia que favoreceu o candidato Aécio Neves (PSDB). Segundo o estudo, Aécio lidera as intenções de voto no segundo turno presidencial contra Dilma Rousseff (PT), sendo que a diferença é de 17 pontos.
De acordo com O Tempo, o instituto não respeitou a proporcionalidade das votações de Dilma e Aécio no primeiro turno, e pesquisou mais em cidades onde o tucano venceu ou dividiu votos com a petista. O jornal ainda entrou em contato com Ricardo Guedes, diretor do Sensus, para saber se o instituto vendeu a pesquisa à revista Isto É após ter os resultados em mãos. Pelos dados do TSE, quem pagou a sondagem foi o próprio Sensus.
Em nota, o PT informou que Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha de Dilma, pretende acionar o TSE para obter mais detalhes sobre como a pesquisa Sensus foi feita. O partido ainda ligou o instituto ao ex-vice governador de Minas Gerais, Clésio Andrade, que chegou a abrir mão do mandato para não ser julgado no Supremo por participação no mensalão tucano. O PT também conseguiu acesso aos dados da pesquisa do Instituto Paraná, que também deu larga vantagem de Aécio sobre Dilma.
De O Tempo
Embora Dilma tenha vencido em 2 de cada 3 cidades brasileiras no primeiro turno, amostra escolheu municípios praticamente meio a meio.
Depois de Ibope e Datafolha apontarem empate técnico entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) na disputa pelo segundo turno, com vantagem numérica para o tucano, pesquisa Sensus publicada pela revista “Isto É” no último dia 11 apontou uma vantagem de 17 pontos do tucano sobre a petista, animando a militância tucana e deixando apavorados os apoiadores da presidente Dilma Rousseff.
Para tentar entender tamanha discrepância, o Olho Neles tentou analisar a base da pesquisa, com os únicos dados disponíveis no registro feito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): os municípios pesquisados.
De acordo com as informações prestadas pelo instituto ao TSE, as entrevistas foram feitas em 136 municípios e a escolha das cidades a serem pesquisadas pode ajudar a explicar a divergência com os índices do Ibope e do Datafolha. O Olho Neles cruzou a votação dos municípios no primeiro turno com as cidades escolhidas pelo Sensus para sua pesquisa de segundo turno e chegou à conclusão de que, proporcionalmente, a base utilizada beneficiou cidades “aecistas”.
No primeiro turno, Dilma venceu em 3.648 municípios, enquanto Aécio ficou à frente em 1.821 cidades, e Marina obteve melhor votação em 99 municípios. Ou seja: Dilma venceu em 65,51% dos municípios, enquanto Aécio venceu em 32,70% e, Marina, em 1,77%.
No levantamento da Sensus, no entanto, das 136 cidades escolhidas, 66 deram vitória à presidente no primeiro turno, enquanto 61 deram vitória ao PSDB e 9 ao PSB. Portanto, na amostra do instituto, 48,52% das cidades foram “dilmistas” no primeiro turno, 44,85% foram aecistas e 6,61% preferiram Marina.
O caso fica nítido em Minas Gerais. No Estado, Dilma venceu em 640 cidades no primeiro turno, enquanto Aécio faturou em outras 213. Portanto, Dilma venceu em 75,02% das cidades, enquanto Aécio levou a melhor em 24,97%. O natural seria imaginar que a amostra, agora, contemplasse esse cenário. No entanto, entre as 15 cidades sorteadas pelo instituto para o levantamento do segundo turno, nove foram “aecistas” (60% do total) no primeiro turno, e apenas 6 foram “dilmistas” (40%).
Embora Minas tenha 853 municípios e São Paulo possua 565, foram ouvidos moradores de 15 cidades mineiras, e 23 cidades paulistas. Por lá, a vitória de Aécio foi bem maior.
Os dados disponíveis não permitem saber a distribuição dos eleitores ouvidos em cada cidade, não sendo possível saber quantas pessoas foram entrevistadas em São Paulo (maior eleitorado do país) e quantos foram ouvidos em Minas (segundo maior colégio eleitoral).
Outro lado
Questionado como é feita a escolha dos municípios a serem pesquisados, o diretor do instituto Sensus, Ricardo Guedes, afirmou que a escolha é feita através do método de Probabilidade Proporcional ao Tamanho (PPT). Ele disse que há uma boa distribuição pelo Brasil, de forma diversificada.
Ricardo Guedes ainda negou que a pesquisa tenha sido vendida para a “Isto É” após ser realizada. No TSE consta que foi o próprio instituto Sensus que pagou pelo levantamento, depois divulgado pela revista semanal. Segundo Ricardo Guedes, trata-se de uma “parceria”.
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