terça-feira, 17 de março de 2015

Janot rebate quem tenta criminalizar reuniões

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Jornal GGN - Rodrigo Janot, procurador-geral da República, se viu entre fogo cruzado. Depois que a lista de Janot foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e disponibilizada para todos, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, ambos do PMDB e ambos com cargos na presidência das duas casas legislativas, Câmara Federal e Senado Federal, ligaram a metralhadora giratória da defesa às custas de ataque ininterrupto.
Nesta terça-feira, dia 10, Janot afirmou que sempre recebeu a todos em seu gabinete, e isso significa 'diálogo' e 'diálogo não contamina suas decisões como chefe do Ministério Público'. As declarações de Janot foram publicadas no G1.
A declaração de Janot não foi fruto de um bate-papo informal com jornalistas, foi uma resposta ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que o acusou de 'aparelhar' a Procuradoria-Geral da República e ceder a 'jogo político' na definição da lista de autoridades que deverão ser invetigadas na Operação Lava Jato. 
Janot lembrou a todos uma coisa muito importante e que vem sendo colocada em segundo plano, que é o fato de que 'não se pode confundir investigação com condenação'. E, na última sexta, o ministro do STF, Teori Zavascki, autorizou a abertura de inquérito para que sejam investigadas 49 pessoas, sendo que 47 são políticos.
Cunha disparou sua metralhadora acusatória pois Janot, nos dias que antecederam a entrega dos pedidos de abertura de inquérito ao STF, reuniu-se com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o vice-presidente da República, Michel Temer. Cardozo negou qualquer pressão ou interferência por parte do governo nas investigações do Ministério Público.
"Acredito piamente que com diálogo se constrói. As portas do meu gabinete sempre estiveram abertas. Nunca deixei de receber quem quer que seja para assuntos institucionais e assuntos profissionais. Isso não quer dizer que o diálogo possa contaminar minhas decisões. As decisões são tomadas com a responsabilidade que o cargo me impõe", declarou Janot nesta terça, na abertura de reunião do Conselho Nacional do Ministério Público.
"Se as portas do meu gabinete sempre estiverem abertas para quem quer que seja, as portas da minha consciência só estão abertas para as leis que jurei cumprir", declarou ele.
Janot disse mais na abertura da reunião do CNMP. Ao relatar a decisão de Teori Zavascki de atender aos pedidos de abertura de inquérito e derrubada dos sigilos das investigações, afirmou que a revelação dos dados ajudará a sociedade 'a testar o trabalho realizado pelo Ministério Público'.
"Acredito na conveniência da retirada do sigilo, porque num caso dessa dimensão é necessário que o Ministério Público tenha sua coerência testada, para que a sociedade possa confrontar essa coerência", disse ele.
Janot fez estas declarações sobre sua atuação na Operação Lava Jato para evitar 'ruídos de comunicação nas decisões e atitudes'. "Reassumo o dever e compromisso com o Ministério Público na condução serena dos trabalhos da Procuradoria-Geral da República. Serena, equilibrada e eficaz. Mais uma vez reafirmo meu dever com o Ministério Público e com o meu país", finalizou ele.

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