segunda-feira, 16 de março de 2015

Quem está em crise não é a Petrobras é o Shale Oil nos USA

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Quem está em crise não é a Petrobras é o Shale Oil nos USA
Por Rogério Maestri
Os primeiros números oficiais do efeito do petróleo barato começam a aparecer e pode-se se dizer que são piores do que as previsões.
Na Dakota do Norte, onde se encontram os campos de Óleo de folhelho mais tradicionais (ou óleo apertado ou impropriamente dito o óleo de xisto) a queda da produção foi extremamente rápida em relação ao que se previa.
Segundo relatório do NDIC Department of Mineral Resources () os dados de janeiro de 2015 apresentaram uma queda de 1.227.483 barris/dia em dezembro de 2014 para 1.190.490 barris/dia em janeiro de 2015. Uma queda de 3% em grandes campos convencionais offshore poderia ser considerada como resultado da parada de uma plataforma ou qualquer acidente numa delas, porém como esta produção é resultado de 12.000 poços não é possível atribuir a isto. Também as condições meteorológicas citadas no relatório do NDIC não indicam que este é o motivo. O número de poços em funcionamento apresentou uma pequena elevação, mas devido a fatores econômicos na exploração destes poços determinadas ações mais caras para retirar o óleo e o gás foram paradas e a produção caiu.
Porém o mais surpreendente de tudo não é a queda da produção, mas sim a queda na quantidade de sondas de perfuração. Como não é novidade para quem se acompanha notícias do petróleo o decaimento na produção de um poço pode atingir entre 60% a 70% no primeiro ano de exploração, logo no caso do Shale Oil é necessário uma contínua perfuração para manter a produção constante.
O número máximo de sondas de perfuração nos campos da Carolina do Norte foi de 218 sondas em 29/05/2012, e estima o NDIC que para manter a produção seria necessário uma quantidade de 115 plataformas. No mês de dezembro estavam em perfuração 181 plataformas, em janeiro este número já caiu para 160 e em fevereiro 133 (no dia da emissão do relatório, 12/3/2015 estavam em ação 111 plataformas).
Como o número maior de poços foram cavados em maio de 2012 a tendência de queda deve se acentuar mais, pois estes poços cavados em 2012 já devem estar com no máximo 10% da sua produção inicial, logo se tem uma curva de queda de volume de petróleo por poço, queda do número de poços (talvez já em fevereiro) e uma não reposição de poços novos.
A perda de produção mensal deverá superar os 3% do intervalo entre dezembro e janeiro e se persistir por mais meio semestre o preço baixo do petróleo, extrapolando os dados de Dakota do Norte a perda de produção poderá atingir valores do entorno de mais de 40% na produção do Shale oil.
Nos campos mais novos, como a perfuração era intensa há seis meses, com o término desses poços novos a produção de petróleo norte-americano pode se conservar alta ainda até a metade do ano de 2015, porém se neste momento não houver uma forte recuperação no preço do petróleo a produção norte-americana começará a degringolar.

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